Se não viu,veja! - Batman Begins (2005)

Sério mesmo que você ainda não assistiu Batman Begins?!

E aí galerinha desocupada que já está encapuzada de preto esperando por sexta-feira, tudo joia?

Pois então galerinha, dando continuidade à promessa anteriormente feita, vos trago hoje o primeiro filme da trilogia épica de Christopher Nolan para as telonas: Batman Begins! Espero estar errado quanto ao fato de achar que ainda existem pessoas que não assistiram Batman Begins e já estão se preparando pra ver O Cavaleiro das Trevas Ressurge, mas cedo ou tarde eu estaria falando deste filme aqui no blog. Aproveitando o ataque de oportunidade, estarei falando dele cedo!

Em Batman Begins, como todos já devem estar carecas de saber, somos apresentados à família Wayne, mais precisamente ao jovem Bruce Wayne, que se trata de uma família de filantropos que certo dia encontrou seu triste fim nas mãos de uma cidade tomada pela corrupção de seus governantes. Bruce Wayne decide entrar em um auto-exílio ao redor do planeta, até que encontra uma facção chamada Liga das Sombras, onde é treinado pelo misterioso Ra's Al Ghul para se tornar um justiceiro. Após terminar seu treinamento, Bruce decide usar suas habilidades para combater o crime em Gotham City, sob a alcunha do Batman, o homem-morcego.

Eu sempre gosto de dizer que cada filme da trilogia Batman de Christopher Nolan possui uma "cor" predominante, uma cor que consegue magicamente transportar todo o clima do filme. Aqui em Begins esta cor é o amarelo. Se você não assistiu Batman Begins, ou se assistiu e pretende faze-lo novamente assim como eu, pode notar que, em muitas cenas do filme, a cor predominante é um amarelo tendendo ao marrom, que dá uma ideia de sujo, velho, encardido. Ou, falando de um jeito mais poético, nos passa a imagem de um entardecer, um por do sol sombrio, que ao invés de um tom forte de vermelho alaranjado, vem trazendo um amarelo frígido e amedrontador. E o que vem junto com esse entardecer? Ele. Sim, você sabe de quem eu estou falando (mas também, se com todas essas imagens e com o nome do post lá em cima, se não soubesse seria sacanagem!). Deixando a poesia um pouco de lado, o visual de Batman Begins casa bem com a proposta sombria do herói. Outro fato interessante em Begins é o minimalismo de Christopher Nolan e relação aos efeitos visuais. Pouca coisa aqui é obra de computação gráfica, o que traz uma maior verossimilhança à uma adaptação cuja a proposta é totalmente fantasiosa. Ainda que os (poucos) efeitos especiais estejam bem datados hoje em dia, o visual do filme não desaponta.

Se há uma palavra que define o Batman criado (sim, criado) por Christopher Nolan, essa palavra é "verossimilhança". Mesmo sendo um filme de super-herói, Batman Begins acaba se mostrando bastante crível, bastante real, fazendo com que aquele conceito fantasioso e mirabolante de super-herói de quadrinhos seja despedaçado. Não se deixe enganar pelo nome, Batman Begins consegue se sustentar tanto como filme quanto como adaptação de um personagem de HQs, ou seja, Nolan consegue trazer não só um, mas dois públicos bem diferentes para sentar e assistir atentamente ao seu(s) filme(s). Ainda que bastante verossímil, Batman Begins é, dos dois filmes de Nolan (já que, até então, não vimos o terceiro), o que mais se assemelha aos quadrinhos no que diz respeito a trama e ao próprio herói, o Batman. Muito do roteiro de Begins foi inspirado na HQ Batman Ano Um (que também tem uma animação homônima bem supimpa), que recontou a estória do herói e deu um novo fôlego ao homem-morcego em sua época de "decadência". O mesmo acontece aqui, já que Begins veio salvar a franquia depois do fracasso de Joel Schumacher em 1997, com Batman & Robin. Em suma, Batman Begins nos conta uma ótima aventura do homem-morcego, tanto pra quem é fã de longa data quanto pra quem nunca ouviu falar desse maluco.

Se você é um fã das antigas da morcega e da sua mitologia, vai gostar de como Nolan readaptou o universo do homem-moguerço para os cinemas. Se não, você vai gostar de como Nolan lhe apresenta estes exóticos personagens que parecem ter saído das páginas de uma revista em quadrinhos. A grande proeza do diretor neste filme é agradar tanto aos "cuequinhas verdes" quanto aos "meros mortais", e isso só seria possível se tanto o herói quanto o ser humano por baixo da máscara fossem bem representados. Neste quesito o elenco de Batman Begins não vacila, e transforma um universo mítico em algo palpável. Você até acredita que o Batman poderia ser voc-- Não, ele não poderia ser você. Apenas o Batman pode ser o Batman. Pelo fato de o foco do filme estar voltado unica e inteiramente para a origem do homem-morcego, o(s) vilão(ões) não marca(m) muita presença no desenrolar da trama. Mas isso não quer dizer que ele(s) seja(m) um(ns) vilão(ões) ruim(ns). Pelo contrário, ainda que ausente(s), ele(s) é(são) essencial(ais) para andar da carruagem.

Quanto a trilha Sonora? Sintam o gostinho:

Acho que nem preciso falar nada não é? Só de escutar essa musica já dá pra perceber que a trilha sonora de Batman Begins é de derrubar o orifício anal do meio dos glúteos (para não usar de um palavreado vulgar).

Enfim, vamos para a nota que este post já está enorme! -> 8,0/10

Christopher Nolan merece aplausos de pé não só por conseguir reviver a franquia Batman nos cinemas, mas por conseguir fazer uma pessoa que odiava o homem-morcego e sua mitologia passar a admirar o universo (re)criado por ele nesta adaptação. E esta pessoa seria eu.

Portanto, se você ainda não assistiu Batman Begins, corra atrás e assista! Ainda dá tempo até sexta!

Por Breno Barbosa