O dia em que Nolan acordou e resolveu fazer um dos melhores filmes de todos os tempos.
Fala aí galerinha desocupada, como vão vocês? Gostando da "Semana do Moguerço" aqui no Blog? Não? Nem eu, queria notícias e novidades. Acho um saco ter que escrever essas críticas...
Brincadeira galera. Nosso "especial do Bátema" não é tão legal quanto os de outros sites mas dá pro gasto. E quanto as novidades? Infelizmente não há nada de interessante rolando por aí que valha a pena ser postado aqui no blog, pelo menos pra mim, já que este que vos fala é quem cuida dessa parte do site (e dos outros 90-e-poucos% também).
Enfim, como você já deve ter lido no título do post, hoje é dia de falar desta verdadeira obra-prima da sétima arte que se chama Batman: O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, no original)!
2 anos após Begins, The Dark Knight nos mostra uma Gotham City mais pacífica e segura graças aos esforços conjuntos do tenente Jim Gordon (Gary Oldman), do "cavaleiro branco" de Gotham, o promotor Harvey Dent (Aaron Eckhart), e do milionário Bruce Wayne (Christian Bale), agindo sob a alcunha de Batman. Porém, ao mesmo tempo em que erguem-se heróis, surgem também os vilões. Uma nova ameaça chega ao submundo do crime de Gotham City, que se identifica apenas como o "Coringa" (Heath Ledger), e oferece seus serviços à máfia de Gotham para eliminar o cavaleiro das trevas.
Lembra quando eu falei lá na resenha do Batman Begins que eu gosto de dizer que cada filme da trilogia Batman de Christopher Nolan tinha uma cor predominante que o definia? Pois é, aqui em O Cavaleiro das Trevas essa ladainha continua, e a cor predominante dessa vez é o azul. Se você viu pelo menos algumas imagens do filme, o se já o assistiu e pretende revê-lo em sua maratona de preparação para O Cavaleiro das Trevas Ressurge, pode notar que boa parte do filme é "azul". Se em Begins o amarelo era com um entardecer sombrio, em Dark Knight este entardecer virou noite, uma noite que derrama sua escuridão sobre todos aqueles que estão sob seu véu negro. Uma escuridão que leva à queda. Queda essa que é o principal tema do filme. A queda de um herói. E isso não é spoiler algum, se você perguntar. Mas chega de poetizar né? Vamos falar de coisa boa, vamos falar de Tekpix efeitos especiais! O sucesso de Batman Begins parece ter dado mais credibilidade ao trabalho de Christopher Nolan, o que fez a Warner abrir mais o bolso e liberar uma graninha extra pra caprichar no visual do filme. O uniforme xenxelento do homem-morcego de Batman Begins foi melhorado, e agora o herói usa uma armadura super descolada, que o permite virar o pescoço e tudo mais. Mesmo com esse "plus a mais", o filme continua se apegando bastante ao realismo. Boa parte das explosões e coisas do tipo foram feitas de verdade, sem muito auxílio de computadores, e isso é ótimo.
Mais uma vez, você nem vai notar que O Cavaleiro das Trevas se trata de um filme de super-herói/adaptação de quadrinhos, já que esse não é o foco do filme. Porém, de um modo bastante controverso, o filme funciona tanto como uma adaptação de HQ quanto como um filme de ação policial. E funciona de um jeito que poucas adaptações de HQ e filmes de ação funcionam, diga-se de passagem. É difícil achar um filme que, ao mesmo tempo, te divirta, te emociona, te deixa tenso, te ensina lições de vida, te divirta mais um pouco e no final de deixa de queixo caído. Ainda mais quando se trata de um filme de super-herói. Tudo isso agindo em conjunto com um roteiro coeso, coerente, pronome pessoal do caso reto e muito bem amarrado. Nolan não é daqueles diretores que costumam deixar pontas soltas em seus filmes, e The Dark Knight não é uma exceção. Tanto que, por mais que se trate de uma sequência, o filme pode ser assistido e entendido tranquilamente, mesmo que você não tenha assistido Batman Begins. A prova disso? Eu ainda não tinha assistido Batman Begins quando vi O Cavaleiro das Trevas, e isso não foi problema algum, pode confiar.
Quanto as atuações, bem... Não é preciso ser um gênio super-dotado (e eu sou a prova cabal disso) pra saber que o Coringa de Heath Ledger rouba o filme para si. COMPLETAMENTE. Se em Begins o foco era o homem-morcego, aqui em The Dark Knight o Coringa dá um "pula-pirata" na morcega e rouba a cena. Toda a psicopatia, toda a paranoia e toda a maluquice do personagem dos quadrinhos foram adaptadas com maestria para as telonas. Tudo isso sem esquecer da verossimilhança, é claro. Ainda que o Coringa seja um pirado da cabeça aos pés, ele permanece crível do início ao fim do filme. Obviamente, um filme deste porte não se faz um só ator. Todo o resto (sim, "o resto". Ninguém consegue se destacar tanto quanto Heath Ledger) também colabora magistralmente para o andamento do filme. Os que eram bons em Begins continuam bons aqui, e os rostinhos novos também não fazem feio. Vide Aaron Eckhart e seu Harvey Dent, que sofre uma excelente "desconstrução" no desenrolar da trama.
A trilha sonora continua excepcional. Em excesso, diga-se de passagem. Quando a musica tem que empolgar, ela te empolga de tal maneira que você vai querer pular da cadeira e ir distribuir sopapos em criminosos junto com o morcego. Quando a musica tem que te deixar tenso, você fica travado na cadeira, e não larga dela até que a cena acabe. Não é a toa que a trilha sonora ganhou o Grammy de Melhor Trilha de Filme em 2009. Hans Zimmer e sua equipe mais uma vez estão de parabéns. Escutem só:
Tá na hora da nota né? Acho que vocês já sabem qual é. -> 10/10
Não há outra nota pra essa obra-prima do cinema. Sei que falei muito pouco aqui (se comparado com a crítica de Batman Begins, é claro), mas não consigo achar palavras pra descrever a grandiosidade deste filme. Pode soar como uma desculpa esfarrapada, mas acreditem, eu estou sendo sincero. É difícil falar deste filme sem dar spoilers, e aqui eu me contive ao máximo para isso.
Então, se você teve a AUDÁCIA de não ter assistido O Cavaleiro das Trevas, corre lá e vai assistir, que ainda dá tempo!
Por Breno Barbosa
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