O Não-Tão-Espetacular Homem-Aranha...
Fala galerinha desocupada, tudo em ordem? Sentindo falta de alguns posts? Pois é, esse últimos dois dias as coisas andaram meio paradas mundo afora, mas não se preocupem, aqui vai um post (não tão) supimpa escrito por nada mais nada menos do que eu!
Pois é galerinha, hoje vos trago a principal estréia da semana no que tange a cinema. Um filme aguardado por muitos (e temido por muitos também, por que não. Eu estava incluso nessa) por ser o retorno de uma das franquias mais rentáveis e, por que não, e mais aclamadas dos cinemas. Sim meus amores, estou falando de O Espetacular Homem-Aranha, que marca o retorno do teioso às telonas!
Na trama (que foi trabalhada para ser totalmente diferente da trilogia anterior da franquia), o jovem Peter Parker (Andrew Garfield), que a há muito tempo perdeu seus pais e passou a morar com sua tia May (Sally Field) e seu marido Ben (Martin Sheen), acaba por descobrir os segredos científicos que seu pai, Richard Parker (Campbell Scott), e seu companheiro cientista, o doutor Curtis Cornnors (Rhys Ifans), tinham em mente para o futuro da humanidade, e decide ir atrás do seu passado na empresa onde ambos trabalhavam, a Oscorp, liderada pelo grande magnata Norman Osborn. O resto da estória você já deve estar cansado de saber. Se não, em um visita a Oscorp, Petar acaba sendo picado por uma aranha experimental, e acaba por adquirir poderes similares às habilidades de uma aranha, e resolve usar suas habilidades para combater o crime.
Graficamente, O Espetacular Homem-Aranha é praticamente impecável. Os efeitos especiais estão ótimos, e conseguem enganar os olhos dos que não prestarem muita atenção, fazendo com que tudo pareça bem real. A equipe de produção do filme optou por mais cenas com atores reais e dublês, até por motivos financeiros, o que se provou ser uma boa escolha. Boa parte das cenas em que o teioso está se balançando pelas ruas de Nova York não são efeitos especiais, como na trilogia anterior, mas sim um dublê vestido com o traje do Aranha sendo segurado por cabos. E não, isso não é algo ruim. Pelo contrário, acaba por tornar as tais cenas bem mais críveis. As cenas de ação são bastante empolgantes, e até bem melhores do que as da trilogia de Tobey Maguire. O único ponto fraco do visual do filme é o vilão, o Lagarto. O design da criatura é de dar desgosto em qualquer fã das HQs (e até em quem não é fã), e os efeitos das escamas não receberam a mesma atenção que o resto do filme, e, provavelmente, vão ficar datados em pouco tempo.
No que diz respeito à trama, o que podemos dizer é que a Sony (que detém os direitos da franquia nos cinemas) se apegou muito em fazer algo inédito, totalmente diferente da trilogia de Sam Raimi (diretor da primeira trilogia do Aranha), e isso acabou por afetar muito o desenvolvimento do filme. Tudo parece muito forçado, tanto para os espectadores, quanto para equipe trabalhou na roteirização e na direção do filme. Dever ser péssimo não ter uma liberdade criativa para fazer algo de melhor qualidade, e esse foi o pior inimigo do teioso no que diz respeito à sua adaptação. A sede pelo ineditismo do estúdio afetou o que poderia ser a melhor adaptação do Homem-Aranha para as telonas. E o tal "ineditismo" pelo qual a Sony primava acabou nem sendo visto com muita força no filme. Talvez se deixassem o diretor, Mark Webb, e os roteiristas trabalharem com mais liberdade, eles trariam algo realmente inédito ao filme. O roteiro possui alguns furos e pontas soltas, mas em sua maioria, se prova um bom "pão com manteiga", ou seja, muito bom, mas não Espetacular. Mark Webb, que tem em seu currículo poucos filmes, e dentre eles nenhum de ação (e nenhum do porte de Homem-Aranha), provou que também sabe dirigir uma aventura empolgante, sem deixar o lado "melodramático" do filme de lado. Porém, você vai acabar sentindo um pouco de vergonha alheia em algumas cenas do filme. Muitas delas até desnecessárias para o desenrolar da trama. Em suma, muita coisa poderia ter sido evitada.
Os personagens não chegam a ser Espetaculares, mas são bem legais. Andrew Garfield provou ser tanto um Homem-Aranha quanto um Peter Parker infinitas vezes melhor que Tobey Maguire, que era totalmente submisso e inexpressivo. Quem é fã dos quadrinhos do teioso vai se sentir em casa neste filme, já que até as piadinhas do personagem foram transportadas com muita fidelidade para o filme. Emma Stone (que é linda) também está muito boa como Gwen Stacy, a primeira namoradinha de Petar nos quadrinhos, mas ainda não provou a que veio no filme. São poucas as cenas em que podemos ver quem é Gwen Stacy e quais são seus propósitos na trama (além de ser a peguete do Aranha, é claro), mas ainda assim, Emma traz um clima mais divertido ao filme. O que acaba quebrando as pernas da bagaça é o vilão, Curt Connors (vulgo Lagarto), que tem uma virada de personalidade repentina e motivações bastante inconsistentes. A personalidade do antagonista não fica clara em momento algum do filme, já que uma hora ele é o doutor sério, e depois de alguns minutos já se tornou o vilão malvado, e termina [spoilers on!] como o doutor bonzinho que se redimiu [spoilers off!]. Tudo isso sem um motivo plausível e/ou visível no decorrer do filme.
Em suma, O Espetacular Homem-Aranha não é tão Espetacular como diz o título, mas prova que, talvez com o tempo, ele consiga fazer jus ao nome. Não vá esperando por um Batman: O Cavaleiro das Trevas da vida, senão vai ter uma grande decepção. Vá ao cinema esperando um filme de ação empolgante com uma estória razoável.
Minha notinha? -> 7.8/10
Como eu disse, nada de Espetacular, mas se você quer algo para assistir com os amigos (ou até com a patroa, se for seu caso) no final de semana, vale a pena ir ao cinema assistir O Espetacular Homem-Aranha. Portanto, se você ainda não viu, vá ao cinema, compre seu ingresso, sente na cadeira e veja a bagaça!
Por Breno Barbosa
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