terça-feira, 29 de maio de 2012

Se não leu, leia! - Os Fugitivos (Volume 1)


E se seus pais fossem super-vilões, o que você faria?


Pois é galerinha, finalmente uma HQ, para aqueles que não curtem jogos!

Hoje vos trago uma pérola afundada no mar dos quadrinhos "atuais" da Marvel. Um tanto quanto mal polida, mas ainda assim uma pérola. Sim, estou falando de Os Fugitivos (The Runaways no orginal. Não, não é aquela bandinha da Joan Jett), publicada em 2003 pela linha Tsunami da Marvel, que tinha o objetivo de conquistar o público que tinha mais afinidade com mangás (mais uma estratégia da Marvel para arrancar alguns trocados dos jovens mancebos americanos). A HQ é escrita por Brian K. Vaughan (conhecido por Leões de Bagdá, a qual falarei aqui posteriormente) e é desenhada por Adrian Alphona (que só trabalhou nesta série, coitado...)

Enfim, Os Fugitivos conta a história de de 6 jovens, cujas as famílias são bastante próximas, e têm confraternizações entre si todos os anos. Em uma dessas reuniões de famílias, esses jovens descobrem que seus pais são super-vilões (daqueles que se vê na TV), e resolvem fugir de casa e descobrir o que seus pais estão tramando. Ao descobrirem tal fato, os jovens também descobrem que herdaram certos "dons" de seus progenitores, e resolvem usa-los para o bem.

Gostaria de começar falando do traço de Os Fugitivos. Adrian Alphona é um bom desenhista, principalmente quando se fala de expressões faciais. O cara arrebenta nas caras e bocas dos personagens. Em contrapartida, peca muitas vezes na perspectiva. Se você prestar um pouco de atenção, verá alguns erros de proporção e cenário, sem contar os errinhos de anatomia, como cabeças desproporcionais aos corpos. Fora isso, o cara tem um traço muito bom, com uma pegada meio mangá, seguindo a proposta da editora. Agora não posso salvar os mesmos elogios para a colorista Christina Strain. Ou ela tem uma antipatia pelo desenhista (pois já coloriu muito bem outros ótimos títulos da editora, pelo que andei pesquisando), ou limitaram a paleta de cores da coitada, poque as cores usadas na HQ são bem mortas, e o sombreamento é bem amador.


Dentre os personagens, temos: Alex Wilder, um jovem prodígio filho de traficantes; Chase Stein, um playboy filho de cientistas loucos; Nico Minoru, uma jovem gótica filha de magos negros; Gertrudes Yorks, uma jovem estranha filha de viajantes no tempo; Karolina Dean, filha de um casal famoso de Hollywood; e Molly Hayes, uma pré-adolescente filha de mutantes. Devido ao fato de a HQ ser bem curta (18 edições), não há muito tempo para desenvolver os personagens. O único que recebe mais atenção aqui é o jovem Alex Wilder, que mostra um bom desempenho na trama. A pequena Molly é o alívio cômico do grupo com toda a sua doçura de menininha pequena, mas sabe ser durona quando é preciso. O visual dos personagens é bem puxado para o mangá, o que os torna um tanto quanto "insossos", tanto se olharmos pelo lado das HQs ocidentais quanto se olharmos pelo lado dos Mangás orientais. O mesmo se aplica para os pais/vilões da molecada. Eles mais parecem um bando de senhores fantasiados para o Baile dos Enxutos do que vilões altamente perigosos.


O desenrolar da trama é bem interessante, assim como o "plot" da HQ. Como você reagiria ao saber que seus pais são grandes criminosos? Brian K. Vaughan desenvolve muito bem a resposta para essa pergunta. O cara parece conhecer bem a cabeça dos adolescentes/pré-adolescentes, salvo por alguns de seus personagens serem um pouco estereotipados. A história dos jovens fugitivos não é tão interessante neste primeiro volume, já que se trata mais de uma apresentação de personagens. Nos volumes posteriores (os quais comentarei aqui assim que lê-los), aparentemente, os jovens são mais aprofundados, assim como seus problemas como adolescentes e super-heróis.

Enfim, vamos para a o veredicto -> 7,5/10

A história não é nada revolucionária, mas agrada. O traço... Hum... Dá pra fazer vista grossa e ignorar os erros, do mesmo jeito com as cores. Enfim, é uma boa leitura de fim de semana.

Se você, adolescente problemático que não faz nada e vive dizendo que é "bipolar", ainda não leu Os Fugitivos, pare de mimimi e vá ler!
E se você já é adulto e/ou velho, leia também. Você vai até gostar.

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