sexta-feira, 18 de maio de 2012

Se não jogou, jogue! - Monster World 4 (Sega Genesis)


Essa garotinha vai aprontar altas confusões que até Deus duvida nesta terra do barulho!


Má oê galerinha desocupada, quem quer dinheiro?

Imitações do Silvio Santos a parte, hoje trago a vocês um joguinho meigo, frágil e fofinho, mas que ainda vai te deixar "p da vida" em alguma hora. Sim, estou falando de Monster World 4, para Sega Genesis (Mega Drive, para os íntimos).

A franquia Monster World (também conhecida como Wonder Boy) é uma série de jogos de plataforma em estilo progressão lateral (clássico) desenvolvido pela Westone, e lançado em Abril de 1994. Com o passar do tempo, a franquia foi adquirindo elementos novos, evoluindo de um simples game de plataforma para um RPG de ação em progressão lateral. Pra quem tem acesso, grande parte dos games da franquia MW estão disponíveis para Wii (no Virtual Console), Xbox360 (XBox Live Arcade) e Ps3 (PlayStation Network). Em sua quarta versão, Monster World traz como protagonista a garotinha Asha, que, ao ouvir os espíritos de seu mundo clamando por ajuda, resolve partir em uma jornada para ajuda-los. Mais tarde, em sua aventura, ela recebe e companhia de um Pepelogo, um tipo de criaturinha que consegue planar pelos ares, o de Asha parece ter algo de especial por ter uma cor azul.

Graficamente, o game é bem trabalhado. Os movimentos dos personagens são bem animados, com direito até a algumas expressões faciais (não, os personagens de MW4 não têm boca) bem engraçadas. O cenário não é tão interativo e não salta aos olhos positivamente, pelo contrário, as vezes é tão colorido que acaba atrapalhando o jogador. Grande parte dos elementos gráficos de Monster World 4 seguem o padrão "fofinho". Aliás, grande parte não, tudo mesmo! Tudo nesse jogo parece ter saído do mundo da Hello Kitty, mas não que isso seja ruim. Isso ajuda a fazer com que o jogador não leve o game tão a sério, mas em certas horas chega a ser vergonhoso. Até os Chefes dos calabouços são meigos, e isso não dá pra engolir. Como você quer me mostrar o sofrimento das chamas do sétimo círculo do inferno se você é tão fofo quanto a protagonista?


A jogabilidade funciona bem. O combate é fluido e as sequências de plataforma são boas, mas bastante irritantes. Em poucas palavras, a fofura deste game é diretamente proporcional aos tufos de cabelo que você vai arrancar de raiva da sua cabeça. Alguns puzzles requerem velocidade, o que Asha não tem, mesmo quando corre. Outros envolvem quedas ou espinhos, os quais, se você tiver o azar de cair, o jogo entra em um "fade out" (a tela fecha em preto) e retorna do último ponto em que você esteve pisando em terra firme. E sim, isso não só atrapalha como joga fora seu precioso tempo (precioso até para um desocupado como eu). Assim como em Beyond Oasis (que já falei aqui uma vez), por muitas vezes você ficará perdido atrás do que fazer. E não, o jogo não te dá dicas ou te indica caminhos, apenas de dá enigmas pra resolver (que nem o Mestre dos Magos). Outro elemento mal aproveitado em MW4 são os itens. Eles só são utilizados em seus respectivos calabouços e alguns apenas em partes específicas dos mesmos. Sua única felicidade é seu Pepelogo azul, que te ajuda por boa parte do jogo.

A trama consegue ser até divertida, mas só isso. Tudo é mágico e belo no mundo de MW4, mesmo que o próprio esteja correndo perigo. Assim como em Beyond Oasis, algumas partes da história são narradas em terceira pessoa, mas MW4 não tem o nível de "epicness" de Beyond Oasis, então não vale a pena destacar tanto esse elemento.  É bom prestar atenção nos diálogos do jogo. Você pode se dar mal se passá-los depressa, ou pior, pode até deixar de ganhar uma boa grana, que é essencial neste jogo. O desenrolar da coisa toda não podia ser mais simples, e você não terá surpresas maiores. Apenas no final, enquanto você está enfrentando o último chefe de cabeça baixa e desmotivado quando BOOM! Algo épico acontece, e você vai levantar a cabeça e dizer "Nossa... que pena...", como no final de Gigante de Ferro (filme ótimo, super recomendo), já dando um baita spoiler.


A trilha sonora do jogo mistura umas batidas eletrônicas com alguns elementos de música egípcia, que se encaixa bem no jogo, já que o mesmo é cheio de referências visuais à cultura dos desertos. Não se preocupe, nenhum tema vai grudar eternamente na sua cabeça, já que são poucas as trilhas realmente marcantes no Mega Drive.

Agora você me pergunta: mas por que você trás este jogo e fala tão mal dele? Simplesmente porque, como eu disse a cima, não é um jogo que se leve a sério. Indico-o principalmente para os desocupados que estão a procura de um game não tão longo e não tão sério, somente para jogar enquanto escuta musica, antes de começar a aula ou até mesmo na hora de "passar aquele fax", pra quem tem notebook e não desgruda dele.

Minha nota -> 7,0/10
Não é uma obra-prima, mas vale a pena dar uma conferida. Se você ainda não jogou, tente jogar. Se não conseguir, tudo ok. Você não está perdendo muita coisa.

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