sábado, 1 de dezembro de 2012

Se não viu, veja! - A Origem dos Guardiões (2012)

Você acredita?


Fala aí galerinha que também não faz nada da vida, tudo belezinha?

Primeiramente, gostaria de pedir minhas sinceras desculpas por mais uma semana com escassez de posts aqui no blog. Filtrar notícias "interessantes" é um tanto difícil quando você é o único encarregado de faze-lo, como é o meu caso (Angelo, sinta-se livre pra postar notícias também...).

Enfim, como todo mundo bem sabe, toda semana algum dos membros da nossa ampla equipe de desocupados altamente especializados em coisa alguma traz uma recomendação supimpa na forma de uma resenha crítica totalmente amadora, onde tentamos (enfase no "tentamos") argumentar positivamente sobre nossas próprias indicações.

E essa semana não poderia ser diferente. Hoje eu vos trago A Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians, no original), a mais nova animação da Dreamworks baseada no livro Os Guardiões da Infânica, de William Joyce, e que conta com a produção executiva do ilustre Guillermo del Toro (que, pra quem não conhece, produziu a trilogia cinematográfica de O Senhor dos Anéis e dirigiu as adaptações de Hellboy para o cinema).

Na trama do filme, o Bicho Papão (que no filme é apelidado de Breu) está de livre de seu cárcere, mais poderoso do que nunca, e pretende assombrar todas as crianças do mundo com seus pesadelos sombrios. Cabe ao Papai Noel, ao Coelho da Páscoa, à Fada do Dente e ao Sandman reunirem-se mais uma vez para combater o Breu, mas eles 4 não serão o suficiente. Eles deverão se aliar ao mais novo Guardião elegido pelo Homem da Lua, o Jack Frost, um garoto travesso e imaturo, que é o responsável pela chegada da neve e das nevascas. Cabe então a ele ajudar os Guardiões a aprisionar o Breu mais uma vez, mas será que é isso que o jovem Jack Frost quer mesmo fazer?


Não é preciso ter assistido o filme pra saber que o maior destaque de A Origem dos Guardiões são seus aspectos visuais. Basta ter visto um ou dois trailers do filme pra notar que, graficamente, A Origem dos Guaridões é diferente de qualquer outra animação já vista. O que faz com que o filme seja assim? Uma computação gráfica de altíssima qualidade? Não. Uma animação bem fluída com cenas empolgantes? Também não. O que torna A Origem dos Guardiões uma animação diferente de todas as outras que já viu é a sua direção de arte ímpar. Claro, o filme também conta com uma computação gráfica de altíssima qualidade (quesito que anda de mãos dadas com a direção de arte e com o roteiro para o bom funcionamento da animação) e uma animação bem fluída repleta de cenas empolgantes, mas cá pra nós: onde mais você já viu um Papai Noel corsaco? E em que outro lugar você já viu um Coelho da Páscoa aborígene? Você ao menos tinha uma breve noção de como seria a Fada do Dente? Eu pelo menos nunca parei pra pensar nela, e também nunca vi um Papai Noel com pinta de soviético e um Coelho da Páscoa indígena, e sabe onde é que você que está lendo este post vai ver essas bizarrices? Só aqui, em A Origem dos Guardiões. A direção de arte tem como principal objetivo recriar os personagens mais queridos de nossas infâncias de uma maneira única, que agrada tanto aos pais quantos aos seus filhos, sejam eles pequenas ou grandes pestinhas. Isso sem contar o nível de detalhismo do filme, que é de fazer inveja a muitas outas animações. Desde cada grão de areia do Sandman aos pequenos desenhos de gelo feitos pelo Jack Frost, tudo é incrivelmente bem detalhado. E pra você desocupado que prefere assistir seus filmes em 3D, não tenha medo de gastar cada centavo do seu suado dinheirinho em A Origem dos Guardiões. Diferente de muitos filmes que fazem questão de estampar o uso da tecnologia de 3 dimensões em seus nomes, A Origem dos Guardiões tem um ótimo 3D, com pouquíssimas (ou até nenhuma) cenas que forçam o uso da tecnologia, o que parece ser irrelevante, mas é algo a se elogiar nos filmes de hoje em dia.


O roteiro nada mais é do que a boa execução de uma fórmula já conhecida por muitos: o vilão poderoso surge, e os heróis, que não necessariamente são amiguinhos, precisam se unir para combate-lo. Neste mesmo ano de 2012 você viu esta fórmula ser empregada em Os Vingadores, e, como você deve ter notado, deu certo, e em A Origem dos Guardiões não é diferente. Afinal, basta trocar os personagens e o contexto para termos um filme no outro. Porém, não precisa comparar ou desmerecer A Origem dos Guardiões por ele ser um pouco parecido com Os Vingadores só pelo simples fato de o acaso os ter colocado para estrear no mesmo ano, eles são bastante diferentes. Não dá pra comparar Os Vingadores com A Origem dos Guardiões, este último é bem mais empolgante. Calma calma calma, abaixem essas tochas, foi só uma brincadeira, só uma brincadeira! Brincadeiras a parte, Peter Ramsey (o diretor) e toda a equipe à sua disposição conseguiram construir um filme que pode ser assistido e apreciado por espectadores de todas as idades, principalmente se dentro de você ainda reside uma criança feliz. Além de ser uma aventura empolgante, A Origem dos Guardiões aborda temas que cabem tanto às crianças quanto aos adultos, em alguns casos, como a superação dos medos (sejam pequenas fobias ou grandes traumas) e a descoberta da amizade (quando você descobre pessoas existem pessoas como você, que compartilham de seus defeitos e que completam suas qualidades), além do principal deles: a fé. O filme prega que se você realmente acredita em alguma coisa com todas as suas forças, essa coisa se torna real, um ótimo ensinamento tanto para você criança, quanto para você jovem ou para você adulto. Outro ponto a se destacar do filme são os diálogos, sempre bem-humorados e com bom timing (a "hora certa") para as piadas, que também agradam bastante.


Cada personagem é único dentro de sua proposta, e cada um cativa de uma maneira diferente. Seja a malevolência do Jack Frost ou a valentia do Coelho da Páscoa, uma hora ou outra você irá compactuar com algum deles, ou, como no meu caso, com todos eles. Mesmo se tratando de uma animação, há uma química entre os personagens da trama que causa inveja em muitos filmes com atores reais por aí.

A trilha sonora também não faz feio, e o tema principal - ainda que um tanto genérico - vai ficar tocando em loop na sua cabeça por um bom tempo após o término do filme. A dublagem também está excelente, mesmo com a presença de alguns de alguns atores iniciantes no ramo da dublagem, como é o caso de Thiago Fragoso (que dubla o Jack Frost) e de Isabelle Drummond (casa comigo! que "debutou" na dublagem com a Fada do Dente). E, como não poderia faltar, Alexandre Moreno também está presente no elenco de dublagem do filme, emprestando sua voz única para o Coelho da Páscoa. Inclusive, falando no ator, proponho aos desocupados um pequeno desafio: procurem a voz de Alexandre Moreno em todos os filmes dublados que assistirem. Ele está em 8 de cada 10 filmes dublados que passam por aí, sem exageros!


Enfim galerinha, acho que já tá na hora daquela velha e boa nota, né?

Aí está -> 9.0 / 10

Até agora, A Origem dos Guardiões é a melhor animação a ser exibida em telonas brasileiras neste ano de 2012, com uma trama que cativa crianças, jovens e adultos com personagens que já fizeram (ou ainda fazem) parte da vida de todos nós, todos com uma nova roupagem e uma nova interpretação. Portanto, se você quer curtir uma cineminha com os amigos, os filhos, os pais ou até mesmo sozinho, A Origem dos Guardiões é a melhor escolha para o seu final de semana.

Você não acredita? Eu acredito.

Até a próxima galerinha, e bons sonhos!

Por Breno Barbosa

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