terça-feira, 11 de dezembro de 2012

[ESPECIAL] O Senhor dos Anéis - As Duas Torres (Parte 2)

Quando a alvorada chega ao mundo dos homens.


E aí galerinha desocupada, tudo beleza com vocês?

Cá estou eu de volta para dar continuidade ao nosso pequeno e singelo Especial sobre O Senhor dos Anéis, uma pequena homenagem à estreia de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada, que acontecerá nesta sexta, dia 14 de Dezembro.

E hoje é dia de falar sobre As Duas Torres, segundo livro da trilogia O Senhor dos Anéis, do mestre J. R. R. Tolkien, publicado em 1954 junto de seu antecessor, A Sociedade do Anel, e quem em 2002 foi adaptado para o cinema pelas mãos do cineasta Peter Jackson, dando continuidade ai sucesso que foi A Sociedade do Anel nas telonas.

Com a Sociedade desfeita, Frodo e Sam continuam sua jornada em direção a Mordor, rumo a Montanha da Pedição, onde o Um Anel de Sauron deve ser destruído de uma vez por todas. Enquanto isso, Aragorn, Gimli e Legolas vão ao resgate dos hobbits sequestrados pelos orcs, Merry e Pippin. Porém, o trio de heróis deve mudar seu rumo, pois Rohan, terra dos senhores dos cavalos e peça crucial para a grande guerra que se formava, estava sob o domínio de Saruman, e precisava ser salva a qualquer custo. Grandes surpresas aguardam a Sociedade do Anel no auge de sua jornada, mas nem todas elas são boas...


Como se trata de uma estória de transição, As Duas Torres funciona como se fosse uma re-introdução para o espectador/leitor ao mundo imaginário da Terra Média. Aqui são apresentados novos heróis e novos inimigos, que terão grande importância nos eventos que se sucederão na terceira e última parte da trilogia. E é assim que podemos classificar As Duas Torres em todos os seus quesitos: uma grande transição. Como em toda boa sequência, tudo o que deu certo em A Sociedade do Anel, seja o gancho deixado pela trama do primeiro filme/livro ou sejam as características visuais que impressionaram a todos no primeiro filme, foi de algum jeito reaproveitado em sua sequência.

No que diz respeito a estética, tudo o que vimos (e gostamos) em a Sociedade do Anel foi mantido, e os efeitos especiais evoluíram junto com a trama do filme. Este último elemento, porém, foi bem melhor explorado aqui em As Duas Torres, tanto pela necessidade quanto pela praticidade. Novas criaturas místicas nos são apresentadas no filme, assim como novos cenários e novas batalhas, muitos destes quase impossíveis de se reproduzirem à mão. As Duas Torres traz de volta um velho inimigo de Bilbo Bolseiro, o repugnante Gollum (isso não é um spoiler se você já leu os livros ou assistiu aos filmes), que na literatura é retratado como um ser esguio, de pele viscosa e aparência brutalmente decadente, o que não seria nada fácil de se levar às telonas. Para isso, Peter Jackson resolveu unir a tecnologia da captura digital de movimentos ao talento do ator e dublê Andy Serkis, que deu vida ao velho rival de Bilbo Bolseiro. Serkis emprestou seu corpo (e sua voz) ao personagem através da captura de movimentos, que consistia em um traje especial que levava para a tela do computador todos o movimentos e trejeitos que o ator fazia diante das câmeras. Através da mágica da tecnologia e da edição de vídeo, Andy foi transformado na criatura esquisita que se autodenomina Gollum. Tudo isso executado com um esmero impar, a ponto de fazer com que a criatura parecesse real aos olhos do espectador. Ainda hoje, mesmo que a tecnologia usada na época já esteja obsoleta, o visual de Gollum ainda dá uma grande impressão de realidade e verossimilhança. Os cenários estão mais estonteantes do que nunca. Pela primeira vez, somos apresentados aos Portões Negros de Mordor, que são exageradamente enormes e exageradamente bem detalhados. Dá pra ver cada curva e cada ponta do grande portão cor de ébano do Senhor do Escuro, isso sem contar os orcs e os Trolls transitando em cima da muralha dos portões.


Por se tratar de um filme de transição (e eu vou repetir isso em todos os tópicos do post), a grande missão de As Duas Torres é concluir os acontecimentos do primeiro filme e preparar terreno para a trama do terceiro, que é a grande conclusão da saga. As Duas Torres consegue cumprir sua missão de uma maneira quase perfeita. Sim, quase. Pela necessidade de concluir os eventos de A Sociedade do Anel e preparar o espectador para O Retorno do Rei, As Duas Torres foca seus esforços muito mais no desenvolvimento da trama do que em outros núcleos do filme. Os eventos demoram muito para engrenar, e ação do filme quase não chega. O equilíbrio entre enredo e ação do primeiro filme ficou um tanto desbalanceado em As Duas Torres, o que acabou resultando no que talvez seja o filme mais "arrastado" da trilogia. Mas não se preocupe, isso não faz dele um filme ruim. Pelo contrário, As Duas Torres continua sendo um ótimo filme e uma sequência digna de seu antecessor, mas dentre todos os três filmes da trilogia, ele acaba sendo o menos atrativo. A questão da duração do filme foi melhorada, pois As Duas Torres tem apenas poucos minutos a mais que seu antecessor (tanto na versão normal quanto na versão estendida), mas a trama levemente arrastada do filme da impressão de que ele tem mais ou menos 20 minutos a mais que sua duração original, fazendo com que não seja nem um pouco estranho sentir bastante sono enquanto você assiste o filme. Mas tudo isso será recompensado no desfecho do filme. Acredite em mim, as cenas finais de As Duas Torres são de fazer qualquer brucutu chorar lágrimas de menininha e qualquer menininha chorar lágrimas de brucutu. Poucos filmes inteiros são capazes de reunir as doses de emoção e de ação desse desfecho sozinho. É o épico do épico.


Em comparação ao livro, a adaptação de Peter Jackson de As Duas Torres para os cinemas teve sua trama muito mais focada nos personagens principais do que na que guerra que estava ocorrendo ao redor da Terra Média. Alguns dos combates que ocorrem fora da trama principal do livro não são abordados no filme, e algumas cenas não existentes na obra original de Tolkien foram adicionadas ao filme, como a queda de Aragorn, por exemplo. Em suma, não houveram muitas mudanças em relação ao livro. Grande parte delas foi feita pura e simplesmente para o bem do bom e velho entretenimento.

Como 90% dos atores estão de volta repetindo seus papéis, não há muito o que comentar sobre as atuações. Exceto pela performance de Andy Serkis como Gollum, que é excepcional. Infelizmente, ela não foi reconhecida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que é a organização responsável pelo Oscar, ou seja, o excelente trabalho de Serkis ficou apenas na boca do povo.

Em toda a trilogia, a trilha sonora alcança seu auge aqui em As Duas Torres. Além dos temas que se tornaram clássicos eternos em A Sociedade do Anel, fomos apresentados a novos temas, tão emocionantes e viciantes quanto os anteriores. Essa mescla entre velho e novo acabou formando um contraste perfeito para a trilha sonora do filme, fazendo com que esta seja definitivamente a melhor trilha sonora de toda a trilogia.

Principalmente esta faixa em específico. Você a escutará durante boa parte do filme, e, ao contrário do que pode parecer, isso não é nem um pouco ruim. Ouça:


Épico...

Bem galerinha, acho que isso é tudo. Geralmente, esta seria a hora em que eu daria minha nota para o filme, mas como se trata de um especial (que não necessariamente é uma resenha), eu posso deixar essa parte pra lá. Mas se você quiser saber minha nota para As Duas Torres só por curiosidade, esta seria 8,5 / 10. Na minha opinão, As Duas Torres é o filme mais fraco da trilogia, justamente pelo fato de o filme demorar para começar a engrenar de verdade. Ainda assim, As Duas Torres é um excelente filme, e você tem a obrigação de vê-lo (ou revê-lo) antes de ir assistir O Hobbit: Uma Jornada Inesperada.

Obrigado a todos pelos mais de 25 mil acessos aqui na nossa página e até amanhã, com O Retorno do Rei!

Por Breno Barbosa

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