Não há triunfo sem perda. Não há vitória sem sofrimento. Não há liberdade sem sacrifício.
E aí galerinha preguiçosa que não faz mais nada da vida a não ser navegar na internet, tudo beleza?
Mais uma vez estou aqui pra tocar pra frente o nosso humilde especial sobre O Senhor dos Anéis, em homenagem ao retorno da Terra Média de J. R. R. Tolkien com a estreia de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada nos cinemas, dirigida por Peter Jackson, que foi o responsável pelas adaptações da trilogia O Senhor dos Anéis para as telonas. Uma Jornada Inesperada estreia nesta sexta, dia 14 de Dezembro, e se você ainda tem dúvidas, teremos sim um post dedicado inteiramente ao filme no dia de sua estreia.
Feitas as devidas apresentações, hoje é dia de falar de O Retorno do Rei, terceiro e último filme da trilogia O Senhor dos Anéis de J. R. R. Tolkien, publicado originalmente em 1955, e que foi adaptado para cinema em 2003 pelas mãos capazes de Peter Jackson.
Com a batalha final contra as forças do Senhor do Escuro Sauron chegando cada vez mais perto, a Sociedade do Anel precisa unir forças com Gondor, um ponto estratégico importantíssimo para o combate contra as legiões inimigas, e que está sob o controle de um regente louco e desesperado. Para isso, Aragorn precisa assumir sua linhagem como rei de direito da Cidade Branca e liderar o exército de Gondor contra os servos de Sauron. Enquanto isso, Frodo e Sam vagam por Mordor rumo a Montaha da Perdição, guiados pelo tenebroso Gollum, que, afetado por sua consciência insana, os leva por um caminho duvidoso e repleto de ameaças.
O Retorno do Rei é, de longe, onde a tecnologia usada nos recursos gráficos de Senhor dos Anéis chega a seu auge. Tudo de bom que você viu nos dois filmes anteriores está de volta, com uma polidez que dá um charme todo especial ao filme responsável por dar um desfecho a trilogia épica do Um Anel. Guerras com bilhões de combatentes no campo de batalha, orcs, trolls, dragões, criaturas gigantes, cenários e paisagens de tirar o fôlego, tudo isso está presente em O Retorno do Rei, com o único intuito de fazer com que o último filme seja o mais divertido e emocionante da trilogia, voltado quase que totalmente para o entretenimento. Alguns efeitos especiais podem parecer datados se levarmos em conta a tecnologia de hoje, mas a maioria deles ainda sobrevive - com algum esforço - ao tempo. O filme fica ainda mais bonito se você resolver assisti-lo em Blu-ray, testemunho de quem já viu e aprovou. Há uma certa carga dramática em boa parte das cenas de ação do filme, o que pode parecer meio piegas no começo, mas vá por mim: se você já passou por outros dois filmes de uma trilogia que é considerada por muitos longa e chata, isso será fichinha pra você. Isso sem contar que aqui em O Retorno do Rei temos uma das melhores cenas de discurso de toda a história do cinema, ouso dizer. Não tem como não sentir um arrepio na espinha quando essa cena começa, e você saberá exatamente qual é quando assistir (ou reassistir) o filme. Peter Jackson quis dar a sua trilogia do Anel o desfecho mais épico e emocionante possível, e mesmo apelando para ação que prevalece sobre a trama, foi feliz em sua decisão. E repito as palavras que usei anteriormente: O Retorno do Rei é o mais divertido filme da trilogia O Senhor dos Anéis, mesmo sendo o mais longo em duração deles.
A grande missão do terceiro e último filme é dar um desfecho para a trama que foi criada no primeiro e maturada no segundo, e O Retorno do Rei cumpre bem sua missão. Como A Sociedade do Anel foi o mais equilibrado dos filmes, e As Duas Torres o mais focado na trama, o que sobrou para O Retorno do Rei foi a ação, e o filme abusa bastante disso. Como boa parte dos conflitos da trama já foram resolvidos nos filmes anteriores, os que sobraram não foram muitos, e isso dá espaço para uma dose de "testosterona" no filme. Algumas batalhas chegam a cansar o espectador de tão longas que são, mas o final sempre é recompensador. O filme procura construir um cenário de desespero, onde tudo parece perdido, para que na hora certa os heróis surjam e salvem o dia, deixando tudo o mais cinematográfico possível. O grande ponto fraco do filme que muitos criticam são seus vários "finais". Durante os últimos momentos do filme, haverão várias cenas em que a tela escurece como se o filme fosse realmente acabar, mas alguns poucos minutos depois o filme volta como se nada tivesse acontecido. Isso irrita tanto a quem já viu os filmes quanto a quem está assistindo pela primeira vez, e com razão.
Como dito no comecinho do post, não há vitória sem perda, e não há adaptação sem mudanças. Alguns fãs ficaram decepcionados com as alterações que a adaptação fez em relação a obra original, mas, como em toda adaptação de livros para o cinema, boa parte delas foi feita porque o conteúdo original do livro poderia não funcionar no filme. Como dito antes no post sobre As Duas Torres, os livros de Tolkien deixam o leitor muito mais imerso na realidade da guerra que está ocorrendo naquele momento da trama. O autor faz questão de deixar o leitor à par de cada combate paralelo que acontece fora da trama principal, o que foi ignorado nos filmes de Peter Jackson. A justificativa mais lógica é o fato de que tudo isso seria muita informação para o espectador, o que seria um tanto grave, já que, mesmo com o conteúdo do livro excluído ou alterado nos longas, O Senhor dos Anéis contem bastante informação para um espectador que ainda não está acostumado com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo.
Bem galerinha, acho que por mais que eu queira não irei conseguir prolongar este post. Não há muito o que se comentar sobre atuações e trilha sonora, já que os mesmos continuam praticamente iguais os do filme passado. Acho que o que me resta agora é deixar minhas considerações finais sobre o fim da trilogia do Anel.
Desde os anos 70, com a saga Star Wars de George Lucas, o cinema (e os nerds) não tinha um blockbuster que fizesse o significado da palavra valer a pena. O Senhor dos Anéis deu a toda uma nova geração seu próprio Star Wars. Só falo isso porque faço parte dessa geração, e o filme que moldou os gostos e parte do caráter que tenho hoje em dia foi O Senhor dos Anéis, assim como aconteceu com muitos da geração passada com Star Wars. Não estou aqui para comparar as duas sagas, qualidade à parte, o que importa mais é o significado que cada uma dela teve para quem as acompanhou do começo ao fim. Assim como a obra de George Lucas, O Senhor dos Anéis foi um grande marco para a história do cinema, dando todo um novo rumo para o futuro da cinematografia. Claro, não foram só os filmes que marcaram época. Os livros de Tolkien merecem muito mais crédito que suas adaptações, já que inspirou não só os filmes de Peter Jackson, mas todo o mundo da literatura, tanto hoje quanto na época de sua publicação.
Pode até parecer papo de fanboy - e é mesmo - mas não há como negar que O Senhor dos Anéis foi um grande marco na história da literatura e do cinema.
Isso é tudo galerinha. Obrigado por ter acompanhado o nosso especial sobre a saga do Um Anel até aqui. Espero vocês amanhã em O Silmarillion!
Por Breno Barbosa
Mais uma vez estou aqui pra tocar pra frente o nosso humilde especial sobre O Senhor dos Anéis, em homenagem ao retorno da Terra Média de J. R. R. Tolkien com a estreia de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada nos cinemas, dirigida por Peter Jackson, que foi o responsável pelas adaptações da trilogia O Senhor dos Anéis para as telonas. Uma Jornada Inesperada estreia nesta sexta, dia 14 de Dezembro, e se você ainda tem dúvidas, teremos sim um post dedicado inteiramente ao filme no dia de sua estreia.
Feitas as devidas apresentações, hoje é dia de falar de O Retorno do Rei, terceiro e último filme da trilogia O Senhor dos Anéis de J. R. R. Tolkien, publicado originalmente em 1955, e que foi adaptado para cinema em 2003 pelas mãos capazes de Peter Jackson.
Com a batalha final contra as forças do Senhor do Escuro Sauron chegando cada vez mais perto, a Sociedade do Anel precisa unir forças com Gondor, um ponto estratégico importantíssimo para o combate contra as legiões inimigas, e que está sob o controle de um regente louco e desesperado. Para isso, Aragorn precisa assumir sua linhagem como rei de direito da Cidade Branca e liderar o exército de Gondor contra os servos de Sauron. Enquanto isso, Frodo e Sam vagam por Mordor rumo a Montaha da Perdição, guiados pelo tenebroso Gollum, que, afetado por sua consciência insana, os leva por um caminho duvidoso e repleto de ameaças.
O Retorno do Rei é, de longe, onde a tecnologia usada nos recursos gráficos de Senhor dos Anéis chega a seu auge. Tudo de bom que você viu nos dois filmes anteriores está de volta, com uma polidez que dá um charme todo especial ao filme responsável por dar um desfecho a trilogia épica do Um Anel. Guerras com bilhões de combatentes no campo de batalha, orcs, trolls, dragões, criaturas gigantes, cenários e paisagens de tirar o fôlego, tudo isso está presente em O Retorno do Rei, com o único intuito de fazer com que o último filme seja o mais divertido e emocionante da trilogia, voltado quase que totalmente para o entretenimento. Alguns efeitos especiais podem parecer datados se levarmos em conta a tecnologia de hoje, mas a maioria deles ainda sobrevive - com algum esforço - ao tempo. O filme fica ainda mais bonito se você resolver assisti-lo em Blu-ray, testemunho de quem já viu e aprovou. Há uma certa carga dramática em boa parte das cenas de ação do filme, o que pode parecer meio piegas no começo, mas vá por mim: se você já passou por outros dois filmes de uma trilogia que é considerada por muitos longa e chata, isso será fichinha pra você. Isso sem contar que aqui em O Retorno do Rei temos uma das melhores cenas de discurso de toda a história do cinema, ouso dizer. Não tem como não sentir um arrepio na espinha quando essa cena começa, e você saberá exatamente qual é quando assistir (ou reassistir) o filme. Peter Jackson quis dar a sua trilogia do Anel o desfecho mais épico e emocionante possível, e mesmo apelando para ação que prevalece sobre a trama, foi feliz em sua decisão. E repito as palavras que usei anteriormente: O Retorno do Rei é o mais divertido filme da trilogia O Senhor dos Anéis, mesmo sendo o mais longo em duração deles.
A grande missão do terceiro e último filme é dar um desfecho para a trama que foi criada no primeiro e maturada no segundo, e O Retorno do Rei cumpre bem sua missão. Como A Sociedade do Anel foi o mais equilibrado dos filmes, e As Duas Torres o mais focado na trama, o que sobrou para O Retorno do Rei foi a ação, e o filme abusa bastante disso. Como boa parte dos conflitos da trama já foram resolvidos nos filmes anteriores, os que sobraram não foram muitos, e isso dá espaço para uma dose de "testosterona" no filme. Algumas batalhas chegam a cansar o espectador de tão longas que são, mas o final sempre é recompensador. O filme procura construir um cenário de desespero, onde tudo parece perdido, para que na hora certa os heróis surjam e salvem o dia, deixando tudo o mais cinematográfico possível. O grande ponto fraco do filme que muitos criticam são seus vários "finais". Durante os últimos momentos do filme, haverão várias cenas em que a tela escurece como se o filme fosse realmente acabar, mas alguns poucos minutos depois o filme volta como se nada tivesse acontecido. Isso irrita tanto a quem já viu os filmes quanto a quem está assistindo pela primeira vez, e com razão.
Como dito no comecinho do post, não há vitória sem perda, e não há adaptação sem mudanças. Alguns fãs ficaram decepcionados com as alterações que a adaptação fez em relação a obra original, mas, como em toda adaptação de livros para o cinema, boa parte delas foi feita porque o conteúdo original do livro poderia não funcionar no filme. Como dito antes no post sobre As Duas Torres, os livros de Tolkien deixam o leitor muito mais imerso na realidade da guerra que está ocorrendo naquele momento da trama. O autor faz questão de deixar o leitor à par de cada combate paralelo que acontece fora da trama principal, o que foi ignorado nos filmes de Peter Jackson. A justificativa mais lógica é o fato de que tudo isso seria muita informação para o espectador, o que seria um tanto grave, já que, mesmo com o conteúdo do livro excluído ou alterado nos longas, O Senhor dos Anéis contem bastante informação para um espectador que ainda não está acostumado com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo.
Bem galerinha, acho que por mais que eu queira não irei conseguir prolongar este post. Não há muito o que se comentar sobre atuações e trilha sonora, já que os mesmos continuam praticamente iguais os do filme passado. Acho que o que me resta agora é deixar minhas considerações finais sobre o fim da trilogia do Anel.
Desde os anos 70, com a saga Star Wars de George Lucas, o cinema (e os nerds) não tinha um blockbuster que fizesse o significado da palavra valer a pena. O Senhor dos Anéis deu a toda uma nova geração seu próprio Star Wars. Só falo isso porque faço parte dessa geração, e o filme que moldou os gostos e parte do caráter que tenho hoje em dia foi O Senhor dos Anéis, assim como aconteceu com muitos da geração passada com Star Wars. Não estou aqui para comparar as duas sagas, qualidade à parte, o que importa mais é o significado que cada uma dela teve para quem as acompanhou do começo ao fim. Assim como a obra de George Lucas, O Senhor dos Anéis foi um grande marco para a história do cinema, dando todo um novo rumo para o futuro da cinematografia. Claro, não foram só os filmes que marcaram época. Os livros de Tolkien merecem muito mais crédito que suas adaptações, já que inspirou não só os filmes de Peter Jackson, mas todo o mundo da literatura, tanto hoje quanto na época de sua publicação.
Pode até parecer papo de fanboy - e é mesmo - mas não há como negar que O Senhor dos Anéis foi um grande marco na história da literatura e do cinema.
Isso é tudo galerinha. Obrigado por ter acompanhado o nosso especial sobre a saga do Um Anel até aqui. Espero vocês amanhã em O Silmarillion!
Por Breno Barbosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário