segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Se não jogou, jogue! - R-Type III: The Third Lightning (SNES)

De meteoritos à espermatozoides gigantes.



Produtora: IREM
Distribuidora: IREM & Jaleco
Ano: 1993
Gênero: Shmup (e em posts futuros será chamado jogo de nave)

Acreditava-se na Terra que o Império Bydo havia sido destruído, mas eles retornaram, mais poderosos e perigosos do que nunca. Seus veículos e exército tornaram-se ainda mais ameaçadores. A Terra certamente será conquistada, a não ser que o novo modelo de nave de batalha R-90 destrua o império maligno. Equipada com motores que podem enviá-la para outras dimensões e armada com três tipos de Força (Round, Shadow e Cyclone), A R-90 tem poder suficiente para aniquilar todo o Império Bydo. Se ela vai conseguir? Só dependerá da sua habilidade.

R-Type pode ser considerada uma das mais antigas franquias de jogos de "navinha" dos games, nascida dois anos após seu maior concorrente até a era 16-bits, a série Gradius. Produzida pela Irem, a franquia R-Type surpreendeu não só por causa de sua qualidade tanto gráfica quanto sonora, mas principalmente por sua originalidade. Diferente da concorrência, R-Type não aderiu a moda da naves atravessando rapidamente o cenário. Pelo contrário, o desenrolar da fase é vagaroso, e como alguns dizem, R-Type não se trata apenas de navegar e atirar pelo espaço, mas de sobreviver. É preciso saber viver.


O surgimento do nome R-Type vem da biologia (momento cultural). R-Type são seres que tem muitos descendentes em um curto período de tempo. Pense em seres como bactérias e afins. Já seres que não tem essa característica são conhecidos como K-Type, cuja reprodução não se baseia em números, mas em longevidade da espécie. Como isso entra no jogo? Pra começar, R-Type tem como inimigo o Império Bydo, que vem em grande quantidade para destruir o modelo K-Type, que no caso, seriam os humanos.

E é nesse exato momento que vocês me perguntam: Como eu vou saber disso tudo se eu nunca joguei ou R-Type? Pode deixar que eu conto. Durante o século 26, os humanos construíram uma arma biológica de poder imensurável, suficiente para fazer o universo ficar sob seu controle, e batizada de Byado por seus criadores. Porém, o tiro saiu pela culatra, e os humanos foram atacados por sua própria arma. Com esses acontecimentos, o exército Bydo foi lançado no espaço e expulso da dimensão dos humanos. Porém, de alguma forma, o exército Bydo voltou para a nossa dimensão e está em busca de destruição. É interessante como fizeram o plano mestre da raça humana para conquistar o universo se voltar contra eles. Não se vê muito essas premissas hoje em dia. Claro, que tudo isso foi construído junto com a franquia, e não em um jogo apenas, mas eles conseguiram manter uma linearidade na série, o que mostra um certo capricho.

R-Type III: The Third Lightning é o terceiro jogo da franquia para consoles de mesa. E já deixo logo minha opinião: ele pode ter sido o melhor R-Type da série, se analisarmos o conjunto da obra.


Comparado a seu antecessor, R-Type III deu um grande salto no quesito gráfico. As cores ficaram mais vivas, mas não o suficiente para tirar o clima claustrofóbico que o jogo tem. Um clima de que tudo é um perigo para você e nada pode fugir da sua atenção. Eu tenho medo dos cenários do jogo, sempre acho que vou conseguir a proeza de bater num alvo imóvel. Infelizmente, isso não se mantém apenas no mundo dos jogos. De qualquer forma, R-Type III se aproveita do Mode 7, que é um artifício gráfico que permite a uma camada de background (nesse caso, a camada 7) ser rotacionada e distorcida. Em R-Type III isso acontece constantemente, com mais frequência na 1ª fase do jogo. Porém, mesmo com todas essas qualidades, o jogo conta com alguns momentos de lentidão por causa da queda da taxa de frames, cuja a culpa, em parte, é do Super Nintendo. Esses slowdowns não são muito constantes, mas estejam avisados, pois eles podem acontecer a qualquer momento.

Se você acha que R-Type III é só mais uma carinha bonita, está completamente enganado. A trilha sonora do jogo é muito bem feita, tendo como base o Metal, em sua maior parte, mas também temos um toque meio eletrônico. O mais importante é o clima que as melodias passam, e em R-Type III elas ajudam muito. Aqui vai o tema da primeira fase:


A Ragnarok (nome dessa versão da nave) tem algumas capacidades interessantes e cruciais. Seu canhão primário pode ser disparado continuamente ou carregado. Caso carregado, ele tem dois modos de ataque: O Beam, que ao ser carregado completamente, dispara um laser gigantesco que ultrapassa paredes e destrói os inimigos em seu caminho; e temos também o Hyper, que faz com que os tiros fiquem consideravelmente mais poderosos, porém, ao seu efeito acabar, não se pode usa-lo seguidamente nem trocar para o modo Beam.

Para poder se proteger, Ragnarok conta com as Bits, algo como mini-satélites que ficam em cima e embaixo da nave, protegendo-a de ataques sorrateiros. Mas o que definiu R-Type como franquia foi o uso de um mecanismo chamado Força (* Não cara, isso foi no Star Wars, não? *). A Força foi criada no primeiro R-Type, e funciona como um um upgrade no poderio bélico da sua nave, aumentando o poder de fogo de sua nave de formas interessantes, como ataques em múltiplas distâncias ou apenas tiros mais fortes. Além disso, as Forças equivalem a um escudo que desintegra ataques inimigos, mas só os mais fraquinhos. As Forças são indestrutíveis, e aquele que as controla é aquele que sai vencedor. Em R-Type III tivemos a adição de duas Forças, Shadow e Cyclone, somadas à Standard (que é a mais antiga da franquia), cada uma com seu estilo. A Cyclone, quando não está encaixada na nave, torna-se um poderoso e grande escudo que causa muito dano a quem toca-lo; A Shadow possui tiros que mudam a direção de acordo com a posição da nave; e por aí vai. Para as Forças chegarem ao poder máximo, é necessário destruir naves especiais, que trazem dentro delas os power-ups, que além de mísseis, bits e mais velocidade, podem trazer anéis de três cores: azul, amarelo ou rosa. Cada uma traz uma forma diferente pra cada Força, foramando um total de 9 combinações diferentes.


A dificuldade de R-Type III é bem acentuada, devido a necessidade de decorar o estágio antes de se aperfeiçoar nele. Alguns inimigos surgem dos mais inesperados lugares. O design das fases é mais um ponto forte, ora estamos indo normalmente para a direita, quando de repente, se inverte e começamos a ir uma certa fase de trás para frente. Muitas surpresas aguardam quem joga R-Type III. E tem até um presentinho pra quem jogou as versões anteriores.

R-Type III é um grande jogo de Super Nintendo, contando com poucas falhas, como ser um jogo curto, porém muito difícil. Alguns slowdowns, mas nada que aniquile a experiencia de jogo. Recomendo!

Nota: 90%


Por Angelo Alexsander, que acredita que a verdade está lá fora.

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