sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Se não jogou, jogue! - Decap Attack (Mega Drive)

Insira aqui trocadilho sobre perder a cabeça


Produtora: Vic Tokai
Distribuidora: SEGA
Ano: 1990
Gênero: Plataforma

A ilha dos monstros vivia suas monstruosidades rotineiras, até que o aspirante a governador Max D. Cap resolveu separar a Ilha do Esqueleto em 7 partes, para que ele pudesse dominá-la com a ajuda de seus 6 generais. Dr. Frank N Stein não gostou disso e mandou seu servo, Chuck D. Head, para consertar a “travessura” que D. Cap fez, reunindo a ilha e dando uma boa coça no vil vilão que vilanizou a ilha. (redundâncias, redundâncias...[foi de propósito para a dramatização])

Antes de falar sobre o jogo em si, faz parte mencionar que ele é uma adaptação ocidental de um jogo chamado Magical Hat no Buttobi Tabo! Daibōken. Agora vocês meus amigos que amam coisas made in Japan e fogem (como o diabo foge da cruz) de adaptações americanas vão dizer: "Ei, nada a ver isso aí. Japão detona EUA sempre" e mimimi. Dessa vez não tanto assim meus queridos leitores. Ainda que sejam muito semelhantes em suas mecânicas, o design dos jogos é extremamente diferente. Enquanto em Magical Hat no Buttobi Tabo! Daibōken temos um clima 1001 noites, em Decap Attack temos um clima mais escuro, mais envolto nas trevas. Ambos são bons jogos, mas jogar um normalmente anula a necessidade de jogar o outro.


Diferencinhas básicas

Em Decap Attack controlamos um ser que lembra muito uma múmia, mas que tem seu rosto na barriga, cujo nome é Chuck. Aí já começamos com o nonsense 16-bit. O cara é uma múmia que não tem cabeça e sabe como ele ataca? Ele estica seu intestino, empurrando sua face da barriga e atacando seus inimigos. Até aí dá pra entender, licença poética e tal... Mas aí o negócio fica ainda mais louco. Chuck, como qualquer outra múmia, pode andar no ar. Eu me surpreendo com a criatividade dos produtores de antigamente. Agora só faltam inventar um ouriço azul que corre a altas velocidades... Vai entender. Para manter-se viva, nossa múmia precisa manter seus corações, que não são coraçõezinhos clássicos que simbolizam o amor, são corações normais e nada românticos.

Chuck conta com a companhia de seu amigo, D. Head, que é um crânio (somente um crânio) que fica sobre os ombros de Chuck, e que funciona como um bumerangue. D. Head não dura pra sempre, pois assim que Chuck toma dano, D. Head se decepciona e cessa de existir. Claro, você pode recuperá-lo ao destruir as estátuas espalhadas por toda a fase.


E falando em estátuas, elas são um ponto semi-crucial do jogo, contendo as poções, corações, moedas douradas e também itens-chave.
-As poções são muitas, e cada qual com seu efeito diferente, com um tempo de duração de 10 segundos. Temos poções que aumentam velocidade e pulo, que aumentam força e alcance, que param o tempo e que destroem todos os inimigos na tela.
-Os corações recuperam energia perdida e não funcionam em excesso, ou seja, estar com a energia cheia e pegar um coração é algo inútil.
-As moedas servem para a fase bônus após a batalha contra o chefe, onde escolhemos onde colocar o Chuck em quantidades proporcionais ao numero de moedas, podendo ganhar vidas caso você tenha sorte.
-Os itens chave são obrigatórios no terceiro estágio de cada ilha, pois mesmo que o chefe seja vencido, passar de fase só vai ser possível caso o jogador tenha pegado o item. Esse é um ponto bem interessante, que pune jogadores apressadinhos que não exploram a fase.

Enquanto jogava, eu percebi que o design do cenário é perfeito para o que ele busca representar. O jogo busca criar um clima de monstros se degladiando por motivos efêmeros, e é isso que recebemos. Lobisomens, duendes, fantasmas, ogros, sapos gigantes, entre outras outras criaturas saídas de um pesadelo. Os cenários são em sua maioria escuros, mas obviamente temos exceções. Infelizmente nem tudo são flores, e os gráficos acabam apresentando-se um pouco sujos devido ao excesso de elementos. Não são lá os melhores gráficos do mundo, mas cumprem seu objetivo.



As músicas são “aterrorizantes”. Não, não são. São músicas que na verdade tem uma característica que remete muito aos filmes de terror de antigamente, com aqueles sons de piano, só que na forma eletrônica. Pense nisso como as músicas que tinham nas cenas de ação dos desenhos antigos de Scooby-Doo. São pegajosas e legais. O problema é que elas são bastante repetitivas, pois pela curta duração, o ciclo se repete... e repete... e repete...e repete. Pelo menos extraíram algo que preste de um console com o som considerado( e com razão) inferior ao seu concorrente 16-bit.

A dificuldade cresce gradualmente, não com a apelação cada vez maior por parte dos inimigos, mas com o design dos estágios e com o elemento surpresa dos inimigos. A dificuldade bruta em si não é tão alta assim, apesar de que você vai perder algumas vidas. Depois é só decoreba. Os chefes chegam a ser uma vergonha, em sua maioria, com um simples pdrão de ataque, que é mais fácil de decorar do que a nossa propria data de nascimento. Isso é uma vergonha pra alguém que se intitula "chefe".

Decap Attack é um jogo bem leve, que não deve ser buscado pra jogar como aquele jogo clássico, como Super Metroid. Mas não se engane, é um jogo divertido e vai entreter por um tempo. Ele não é primeira opção, mas funciona quando a primeira para de funcionar. A criatividade colocada nele é de se louvar e o clima de monstro ficou bem representado, porém a repetição de algumas músicas e uma certa facilidade de certos chefes, são os quesitos com que o jogo perde alguns pontos.


Nota: 80%


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