domingo, 7 de julho de 2013

Se não viu, veja! - Valvrave The Liberator (1ª Temporada)


Boku ja nai.



Ano: 2013
Gênero: Mecha / Sci-fi / Fantasia

Abril trouxe milhões de animes (ou "animês", se você assim preferir) novos para as pessoas que gostam desse negócio. Eu não assisti nem vou assistir todos. Acho que muitos tendem a ser nada mais além do velho "mais do mesmo". Um ou outro se destacam de alguma obra original, e ficam sendo marcados como o maior anime de todos os tempos da ultima semana (The Last of Us, no mundo dos games, por exemplo, já está desse jeito). E com todos os melhores animes do universo sendo lançados ao mesmo tempo, eu escolhi um só pelo nome mesmo, que me chamou a atenção: Valvrave. Acho essa palavra é muito divertida.

A abertura do anime.

No septuagésimo primeiro ano da Verdadeira Era, 70% dos seres humanos vivem fora da Terra, habitando outros planetas do sistema solar, ou na Dyson Esfera, que é um "planeta" artificial composto por vários módulos. A sociedade é dividida entre duas super potencias: ARUS, uma representação mais americana; e Dorssia, uma representação meio alemã e meio soviética. Essas duas super potências estão em constante conflito, que normalmente acaba prejudicando JIOR, a terceira potência, que construiu a Dyson Esfera. JIOR tende a sempre evitar batalhas, o que faz com que as outras potencias tirem vantagem dela (* Breno -> Ou seja, são como Sony, Microsoft e Nintendo *). Nossa história começa com uma ofensiva de Dorssia contra JIOR, em busca de uma grande tecnologia que estava escondida num laboratório sob o colégio Sakimori. E é lá que se encontra a tecnologia Valvrave, produzida por JIOR, um robô gigante capaz de mudar o rumo de guerras.


O roteiro gira em torno de Haruto Tokishima, um estudante whatever que pode ser descrito como o carinha que até com uma melancia no pescoço não chamaria atenção de ninguém. Ele é extremamente sem sal, o típico protagonista mole que busca empatia com os leitores (ou espectadores, nesse caso) que acham ser da mesma forma que ele, que não se veem como protagonistas da própria vida. O próprio Haruto diz não ver por que devemos competir por uma coisa se todos poderíamos compartilha-la. Um senhor banana esse rapaz, que apesar do pensamento honesto, é o famoso "bonzinho saco de pancada". Como todo rapaz na adolescência, com a puberdade agindo a toda velocidade, ele é apaixonado por uma moça, chamada Shoko Sashinami, aquela típica garota boazinha e meiga, amiga sua, divertida, boba, o tipo de mulher que um rapaz normalmente gosta. Como personagem ela é bem mais interessante que Haruto, um lado que é visto com o passar do tempo. Além do casal fofinho obrigatório que nunca fica junto, temos L-Elf, um Dorssiano que busca levar a revolução (sem violência(mentira ele é bruto)) para seu país de origem. Ele é o personagem "mííííitico" do anime, capaz de fazer McGyver e os maiores mestres da estratégia se ajoelharem frente à sua imagem. E uma quarta personagem é Rukino Saki, uma ídolo pop que é meio bipolar (ou seja ela é uma garota normal). Ainda temos muitos outros personagens, mas não quero aprofundar de um por um.


Esse parágrafo vai ter assuntos do primeiro episódio, ou seja leia por sua conta e risco. Começamos com a apresentação de Haruto numa competição contra Shoko, enquanto estudantes novatos chegam ao módulo 77 da Dyson Esfera. Esses alunos são, na verdade, espiões dorssianos que buscam um laboratório. Enquanto isso, Hartulo leva umas broncas por não ter espírito competitivo. Coincidentemente, L-Elf, um dos espiões, escuta isso e dá outra bronca em Haruto, dizendo que, "já que ele gosta de compartilhar as coisas, por que ele não compartilha a mulher que ama para os outros?" (toma, moleque). Os espiões encontram o Valvrave ao mesmo tempo em que um ataque dorssiano começa, atingindo até mesmo a escola, porém não conseguem por as mãos na grande máquina, que é evacuada para o campo da escola. Durante o ataque, uma pessoa que Haruto gosta muito morre, e isso desperta uma raiva oculta no garoto. Como se engatilhado pela raiva de Haruto, um Valvrave surge ao seu lado, e, como qualquer pessoa endemoniada pela raiva, ele entra no robô, apanha um pouco pros controles e derrota os dorssianos que invadiram o modulo 77. Mas não antes de renegar o seu lado humano. É, o robô exige isso pra ser controlado.


Valvrave tem 12 episódios lançados e uma segunda temporada que começará em outubro. Assisti Valvrave por que gostei (ah vá!). Eu não assisto muitos animes, muito menos os de mechas, então estou sem base nenhuma de clichês do gênero. Mas alguns são bem comuns, como protagonista mole e sem sal que ganha algo especial. Tem uma tentativa de harém, mas nada que faça falta ou tome muito espaço. E o bom e velho protagonismo faz suas honras. No caso, Haruto é "amaldiçoado" após usar o Valvrave (renegar ser humano e tal), e ganha habilidades vampirescas, como imortalidade e regeneração. Nesse exato momento, Haruto começa a ter medo de si mesmo, pois, por vezes, perde sua consciência e age como um animal louco. É um algo a mais que provavelmente serpa mais utilizado e explicado no futuro, para o bem ou para o mal. A trama é desenrolada passo a passo, com os estudantes tomando o controle. E, é claro, não poderiam faltar os estereótipos colegiais, como a gostosona, o monitor, o nerdão e por aí vai. Para os estudantes, parece tudo estar um mar de rosas, já que eles tem o Valvrave, o que dá a eles uma sensação de segurança, mas basta isso ser ameaçado que todos surtam e precisam de uma liderança forte. Isso retrata bem uma sociedade que está nascendo e se organizando. A escolha de um líder e a criação de uma força militar é o segundo passo a ser dado em Valvrave.


O anime possui uma qualidade impressionante em termos gráficos, contando também com uma bela coloração. É algo bem colorido e bonitinho, condizendo com o fato de termos apenas estudantes no módulo, ao mesmo tempo que é meio estranho, se considerarmos que estamos numa guerra. Talvez seja a forma de dizer "esteja alegre, mesmo que esteja num mar de fezes". Considerando os fatos, é bem capaz de ser mais ou menos isso. As lutas são um dos pontos altos do anime, e com a paleta de cores usadas para dar vida aos Valvraves, é difícil perde-los de vista na vasta imensidão do universo. Assim, o telespectador consegue acompanhar bem as pelejas, mesmo que algum frenesi epiléptico aconteça. A trilha sonora do anime também é muito boa. Particularmente, gosto da abertura e dos encerramentos. Na abertura temos um dueto com personalidades japonesas que eu falho em conhecer, e os encerramentos são bem ligados com o episódio, normalmente terminando em reviravoltas. As músicas finais já pegam o finzinho do episódio e ligam para os créditos finais. Algo bem legal, considerando que o início dos encerramentos são bem impactantes, pra depois pegar aquele feeling de encerramento mesmo.


Quer saber? Vou mandar as duas logo, porque eu sou bróder!


Como vocês já devem ter percebido, o anime pega um estilo meio Slice of Life, que se baseia em colocar situações do cotidiano no meio de uma trama maior. Temos estudantes ainda querendo ser valentões, eleições colegiais (com panos de fundo diferente do que deveria ser, mas a base é a mesma). Gosto dessa pegada variada, que oscila entre o sério e o bobo. Interessante é que o final dos episódios normalmente têm alguma reviravolta. Valvrave, assim como todo e qualquer anime, tem falhas, e não se leva tão a sério como sci-fi mecha. Ainda assim, é um anime divertido e que eu recomendo à vocês, desocupados, sem nenhum pudor. A segunda temporada já foi confirmada, e com uma historia que poderá tornar mais densa a trama da primeira.

Valvrave oscila muito entre partes muito boas e partes muito... meh. Se eu fosse dar nota, esta seria algo entre 7 e 8,5 (nota clássica do blog, podem perceber). Mas não vou dar nota, vocês que tirem suas conclusões, pois como diria o Capitão Planeta em altos níveis de embriaguez, O problema é de vocês!

O que eu não entendo é como, pra alguns, pode ser tão fácil renunciar a sua humanidade. Esses moleques acham o que? Que um robô espacial super poderoso vai estar de brincadeira com eles? Tenha dó! Ah, essa geração Coca-Cola do espaço...


Por Angelo "comedor de ovo de codorna" Alexsander

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