Salve, galerinha desocupada, tudo ok com vocês?
Creio que vocês já devem estar carecas de saber que toda semana, algum de nós, desocupados de marca maior, trazemos à vocês indicações bacanudas de filmes, games, séries, livros, HQs e o que mais acharmos interessante. E graças ao Dragão Branco de Olhos Azuis, esta semana não será exceção!
E nessa semana, vamos de Faroeste Caboclo, adaptação para cinema da famosa canção homônima de Renato Russo, trazida às telonas pelas mãos do diretor René Sampaio e que estreou agorinha, no dia 30 de Maio.
Faroeste Caboclo conta história de João de Santo Cristo, um rapaz de origem humilde do interior da Bahia, que, após a morte dos pais, vai tentar a sorte na cidade grande, mais especificamente em Brasília. Lá, João passa a viver com seu primo Pablo, que trabalhava humildemente como traficante de drogas peruano. Com o tempo, João também acaba aderindo ao ofício do primo, e passa a criar não só inimigos em sua jornada, mas também um grande amor.
Bem, eu realmente não sei o que falar da parte visual do filme. Pra mim, falar do visual de Faroeste Caboclo é como ter que falar do visual de, sei lá, 500 Dias Com Ela, que também é um excelente filme, mas que acaba pecando por não ter explosões, lutas bem coreografadas, tiroteios, robôs gigantes, monstros e ninjas-vikings brigando com cowboys-samurais. Caso você não tenha notado, isso foi uma brincadeira. Brincadeiras a parte, Faroeste Caboclo tem sim algumas cenas de ação — principalmente tiroteios —, o que me ajuda a falar um pouco mais sobre o filme. Assim como boa parte dos filmes brasileiros que seguem a mesma temática, Faroeste Caboclo tem uma ação bem crua e visceral. Nada de efeitos especiais, jogadas de câmera mirabolantes ou coreografias elaboradas, apenas a vida como ela é: curta, grossa e impiedosa. Como um grande fã do gênero, não pude deixar de procurar o Faroeste enquanto assistia Faroeste Caboclo, e para minha felicidade, eu o encontrei. Provavelmente, o diretor René Sampaio estava ciente de que, antes que qualquer coisa, como o próprio nome já diz, Faroeste Caboclo é uma "adaptação" de uma clássica história de Faroeste para as terras tupiniquins, e decidiu abraçar a temática da musica em seu filme. Há grande referências aos clássicos de Sergio Leone e Clint Eastwood aqui em Faroeste Caboclo, desde o famoso close nos olhos dos atores até a tensão que sobrepõe a ação, que, pra quem não conhece, trata-se de uma das principais características da direção de Sergio Leone, onde a tensão que antecede o clímax do filme é bem mais longa que o desfecho em si, algo que podemos ver em algumas cenas de Faroeste Caboclo. Se você não conhece os filmes de Sergio Leone e/ou Clint Eastwood (em sua juventude, vale enfatizar) ou simplesmente não é um grande fã do gênero, não precisa se preocupar, isso não irá afetar a sua experiência, mas, caso você seja um fã de Faroestes, o filme será mais proveitoso para você. Outro elemento visual que chama atenção no filme é a fotografia. Não sei se foi pelo fato de eu ter tido uma aula de fotografia no dia anterior, mas não pude deixar de ficar "analisando" as cenas do filme. Não sei o motivo real para isso, mas sei que não me decepcionei com o que vi. Boa parte das cenas — senão todas elas — são belíssimas, desde famosa paisagem que serve como transição entre uma cena e outra até uma execução a sangue frio nos fundos de uma delegacia. Eu não tenho muita propriedade para falar da caracterização do filme, que tenta retratar uma Brasília por volta dos anos 80, afinal, eu não moro lá e muito menos cheguei a frequentar o Distrito Federal, mas vi em outras críticas (mais especificamente no Jurassicast) que os esforços para representar a Brasília dos anos 80 foram válidos, mas não ficaram livres de algumas incongruências. Mesmo assim, o resultado final é algo bonito de se ver, principalmente na tela grande.
Antes de começar a falar do roteiro, é bom esclarecer: o filme Faroeste Caboclo não é um clipe da música de Renato Russo, e sim uma adaptação da mesma para o cinema (estejam avisados, fãs xiitas). E talvez esse seja o maior acerto do filme. Sim, Faroeste Caboclo é baseado na canção, mas não se preocupa em seguir à risca tudo o que a música diz. Muito do que existe na música não está no filme, e muito do que está no filme não existe na música. Isso pode acabar decepcionando alguns fãs, mas não precisa se preocupar, mesmo com essas alterações, a adaptação continua bastante fiel em relação a obra original. Particularmente, o fato de o roteiro do filme ter fugido um pouco daquilo que está na música foi a maior qualidade do filme. Provavelmente, isso se deve ao fato de eu, diferente de muitos por aí, não ser um fã de Legião Urbana ou de Renato Russo. Eu entendo a importância dele não só para o Rock no Brasil, mas para toda a música do nosso país, mas sinceramente, eu não tô nem aí pra Renato Soviético e sua Legião Citadina. E quanto as mudanças em relação a musica, convenhamos: tem muita coisa ali que não se encaixaria em um filme. Um boiadeiro que ia perder a viagem pra Brasília que entrega sua passagem de mão beijada à um total desconhecido? Bombas em banca de jornal e colégio de criança? Proteger general de 10 estrelas? Falar com o presidente? Sejamos sinceros: nenhum de nós iria engolir essas coisas tranquilamente em um filme. Daí o termo ADAPTAÇÃO, cujo o significado muita gente ainda não entende. E eu falo isso não só como um grande fã de cinema, mas como um admirador da canção Faroeste Caboclo (irônico, não?). Mesmo concordando com as adaptações e alterações feitas para que Faroeste Caboclo funcionasse como um filme, é impossível não sentir falta de algumas passagens da música, mesmo aquelas mais fraquinhas. Seria legal ter uma "versão estendida" como conteúdo adicional em um futuro DVD/Blu-ray do filme (Fica a Dica). Enfim, chega de falar disso, sigamos adiante. Um bom roteiro não adianta de muita coisa se não vier acompanhado de uma boa narrativa, não é verdade? E Faroeste Caboclo conta sua história de uma maneira bem legal. Ao invés de narrar a vida de João de Santo Cristo através de uma cronologia exata — começo, meio e fim, como na música —, René Sampaio prefere mostrar os acontecimentos do filme de uma maneira não-linear, sem estabelecer uma ordem cronológica. Em diversas partes do filme, João recorda determinados momentos de sua vida, momentos estes que não foram mostrados no começo do filme, que retratam sua infância e juventude. Juventude essa, a propósito, mostrada de uma maneira rápida, para nossa tristeza. Esses flashbacks repentinos lembram vagamente o estilo Quentin Tarantino de se fazer filmes, já que o diretor usa e abusa desse elemento em suas obras. Isso pode parecer meio chato na teoria, mas funciona muito bem na prática.
Uma coisa que me incomodou durante o filme foi o fato de que, assim como grande parte dos filmes brasileiros (principalmente os que adotam o mesmo gênero), Faroeste Caboclo busca mostrar a corrupção por trás do Sistema brasileiro, uma forma de criticar a política do nosso país. Tudo bem, isso é uma atitude louvável, mas será que todo filme brasileiro tem que ter obrigatoriamente essa questão de crítica, acentuada ou não? É quase como se estivéssemos criando um estereótipo para o nosso cinema, um estereótipo de crítica social. Não que isso seja errado, mas não acho que, de algum modo, coerente com o roteiro e a proposta ou não, todo filme não PRECISA ter uma crítica a alguma coisa. Não sei, Isso pode ser fruto da minha ignorância em relação a política de um modo geral, mas não deixa de ser algo que me incomoda no cinema brasileiro.
No que diz respeito a atuações, todos os atores se encaixam bem em seus papéis. Fabrício Boliveira veste a camisa velha e suada de João de Santo Cristo, encarnando seu personagem de uma maneira bem convincente na telona. O filme faz questão de enfatizar que João é um anti-herói, longe de ser certinho e correto, e Fabrício Boliveira consegue representar bem esse elemento de seu personagem. O núcleo "emocional" do filme fica por conta de Isis Valverde, que também faz uma boa interpretação como Maria Lúcia, mas nada que chame muita atenção. Particularmente, o Jeremias mostrado no filme é um tanto diferente do que eu tinha em mente quando escutava a musica, mas se encaixou bem no contexto do filme e também na pele de Felipe Abib, que é complementado pelo personagem de Antônio Calloni, que está no papel de um policial corrupto aliado a Jeremias. Mesmo não estando presente na música, o personagem de Calloni contribui bastante com o roteiro, amarrando algumas pontas soltas. Dentre todos esses, devo dizer que o meu favorito foi o Pablo de César Troncoso, mesmo falando "portunhol" durante o filme inteiro.
Felizmente (mais pra uns que pra outros), a trilha sonora da Faroeste Caboclo não é 100% composta por Legião Urbana. Existem algumas faixas, sim (ou pelo menos eu acho que sim), mas elas são poucas. O que vemos (ou escutamos) mais aqui são clássicos dos anos 80, que casam com a época que o filme busca retratar. A música que dá nome ao filme, Faroeste Caboclo, é tocada apenas nos créditos, mas dá pra escutar alguns trechinhos da canção ao longo do filme, principalmente no comecinho. Tocando mais uma vez no assunto da música, fico feliz pelo diretor (e os roteiristas) não terem optado por usar as falas e diálogos da canção durante todo o filme. Nas poucas vezes que isso acontece, felizmente, não é de um modo forçado. Uma curiosidade legal é que boa parte das faixas originais do filme são batizadas com base em passagens da música.
E pra quem nunca ouviu falar na música — ou ouviu, mas nunca teve a chance de escutar —, Faroeste Caboclo:
Bem, galerinha, acho que isso é tudo. Hora daquela velha nota, destemida e temida no Distrito Federal, não é?
E aí está ela -> 8,5 / 10
Mesmo não sendo o que 98% dos fãs esperavam, Faroeste Caboclo consegue se sustentar muito bem tanto como um filme quanto como adaptação da canção de Renato Russo, herdando grande parte da essência da música e fazendo-a funcionar nas telonas. Por isso, se você se diz fã de Legião Urbana, Renato Russo e toda essa galerinha aí, deixe seus preconceitos e picuinhas de lado e vá curtir Faroeste Caboclo nos cinemas!
Mas, mesmo sendo um bom filme, O Faroeste Caboclo de René Sampaio não consegue superar este aqui:
Grande Peixe Aquático!
Por Breno Barbosa
Creio que vocês já devem estar carecas de saber que toda semana, algum de nós, desocupados de marca maior, trazemos à vocês indicações bacanudas de filmes, games, séries, livros, HQs e o que mais acharmos interessante. E graças ao Dragão Branco de Olhos Azuis, esta semana não será exceção!
E nessa semana, vamos de Faroeste Caboclo, adaptação para cinema da famosa canção homônima de Renato Russo, trazida às telonas pelas mãos do diretor René Sampaio e que estreou agorinha, no dia 30 de Maio.
Faroeste Caboclo conta história de João de Santo Cristo, um rapaz de origem humilde do interior da Bahia, que, após a morte dos pais, vai tentar a sorte na cidade grande, mais especificamente em Brasília. Lá, João passa a viver com seu primo Pablo, que trabalhava humildemente como traficante de drogas peruano. Com o tempo, João também acaba aderindo ao ofício do primo, e passa a criar não só inimigos em sua jornada, mas também um grande amor.
Bem, eu realmente não sei o que falar da parte visual do filme. Pra mim, falar do visual de Faroeste Caboclo é como ter que falar do visual de, sei lá, 500 Dias Com Ela, que também é um excelente filme, mas que acaba pecando por não ter explosões, lutas bem coreografadas, tiroteios, robôs gigantes, monstros e ninjas-vikings brigando com cowboys-samurais. Caso você não tenha notado, isso foi uma brincadeira. Brincadeiras a parte, Faroeste Caboclo tem sim algumas cenas de ação — principalmente tiroteios —, o que me ajuda a falar um pouco mais sobre o filme. Assim como boa parte dos filmes brasileiros que seguem a mesma temática, Faroeste Caboclo tem uma ação bem crua e visceral. Nada de efeitos especiais, jogadas de câmera mirabolantes ou coreografias elaboradas, apenas a vida como ela é: curta, grossa e impiedosa. Como um grande fã do gênero, não pude deixar de procurar o Faroeste enquanto assistia Faroeste Caboclo, e para minha felicidade, eu o encontrei. Provavelmente, o diretor René Sampaio estava ciente de que, antes que qualquer coisa, como o próprio nome já diz, Faroeste Caboclo é uma "adaptação" de uma clássica história de Faroeste para as terras tupiniquins, e decidiu abraçar a temática da musica em seu filme. Há grande referências aos clássicos de Sergio Leone e Clint Eastwood aqui em Faroeste Caboclo, desde o famoso close nos olhos dos atores até a tensão que sobrepõe a ação, que, pra quem não conhece, trata-se de uma das principais características da direção de Sergio Leone, onde a tensão que antecede o clímax do filme é bem mais longa que o desfecho em si, algo que podemos ver em algumas cenas de Faroeste Caboclo. Se você não conhece os filmes de Sergio Leone e/ou Clint Eastwood (em sua juventude, vale enfatizar) ou simplesmente não é um grande fã do gênero, não precisa se preocupar, isso não irá afetar a sua experiência, mas, caso você seja um fã de Faroestes, o filme será mais proveitoso para você. Outro elemento visual que chama atenção no filme é a fotografia. Não sei se foi pelo fato de eu ter tido uma aula de fotografia no dia anterior, mas não pude deixar de ficar "analisando" as cenas do filme. Não sei o motivo real para isso, mas sei que não me decepcionei com o que vi. Boa parte das cenas — senão todas elas — são belíssimas, desde famosa paisagem que serve como transição entre uma cena e outra até uma execução a sangue frio nos fundos de uma delegacia. Eu não tenho muita propriedade para falar da caracterização do filme, que tenta retratar uma Brasília por volta dos anos 80, afinal, eu não moro lá e muito menos cheguei a frequentar o Distrito Federal, mas vi em outras críticas (mais especificamente no Jurassicast) que os esforços para representar a Brasília dos anos 80 foram válidos, mas não ficaram livres de algumas incongruências. Mesmo assim, o resultado final é algo bonito de se ver, principalmente na tela grande.
Antes de começar a falar do roteiro, é bom esclarecer: o filme Faroeste Caboclo não é um clipe da música de Renato Russo, e sim uma adaptação da mesma para o cinema (estejam avisados, fãs xiitas). E talvez esse seja o maior acerto do filme. Sim, Faroeste Caboclo é baseado na canção, mas não se preocupa em seguir à risca tudo o que a música diz. Muito do que existe na música não está no filme, e muito do que está no filme não existe na música. Isso pode acabar decepcionando alguns fãs, mas não precisa se preocupar, mesmo com essas alterações, a adaptação continua bastante fiel em relação a obra original. Particularmente, o fato de o roteiro do filme ter fugido um pouco daquilo que está na música foi a maior qualidade do filme. Provavelmente, isso se deve ao fato de eu, diferente de muitos por aí, não ser um fã de Legião Urbana ou de Renato Russo. Eu entendo a importância dele não só para o Rock no Brasil, mas para toda a música do nosso país, mas sinceramente, eu não tô nem aí pra Renato Soviético e sua Legião Citadina. E quanto as mudanças em relação a musica, convenhamos: tem muita coisa ali que não se encaixaria em um filme. Um boiadeiro que ia perder a viagem pra Brasília que entrega sua passagem de mão beijada à um total desconhecido? Bombas em banca de jornal e colégio de criança? Proteger general de 10 estrelas? Falar com o presidente? Sejamos sinceros: nenhum de nós iria engolir essas coisas tranquilamente em um filme. Daí o termo ADAPTAÇÃO, cujo o significado muita gente ainda não entende. E eu falo isso não só como um grande fã de cinema, mas como um admirador da canção Faroeste Caboclo (irônico, não?). Mesmo concordando com as adaptações e alterações feitas para que Faroeste Caboclo funcionasse como um filme, é impossível não sentir falta de algumas passagens da música, mesmo aquelas mais fraquinhas. Seria legal ter uma "versão estendida" como conteúdo adicional em um futuro DVD/Blu-ray do filme (Fica a Dica). Enfim, chega de falar disso, sigamos adiante. Um bom roteiro não adianta de muita coisa se não vier acompanhado de uma boa narrativa, não é verdade? E Faroeste Caboclo conta sua história de uma maneira bem legal. Ao invés de narrar a vida de João de Santo Cristo através de uma cronologia exata — começo, meio e fim, como na música —, René Sampaio prefere mostrar os acontecimentos do filme de uma maneira não-linear, sem estabelecer uma ordem cronológica. Em diversas partes do filme, João recorda determinados momentos de sua vida, momentos estes que não foram mostrados no começo do filme, que retratam sua infância e juventude. Juventude essa, a propósito, mostrada de uma maneira rápida, para nossa tristeza. Esses flashbacks repentinos lembram vagamente o estilo Quentin Tarantino de se fazer filmes, já que o diretor usa e abusa desse elemento em suas obras. Isso pode parecer meio chato na teoria, mas funciona muito bem na prática.
Uma coisa que me incomodou durante o filme foi o fato de que, assim como grande parte dos filmes brasileiros (principalmente os que adotam o mesmo gênero), Faroeste Caboclo busca mostrar a corrupção por trás do Sistema brasileiro, uma forma de criticar a política do nosso país. Tudo bem, isso é uma atitude louvável, mas será que todo filme brasileiro tem que ter obrigatoriamente essa questão de crítica, acentuada ou não? É quase como se estivéssemos criando um estereótipo para o nosso cinema, um estereótipo de crítica social. Não que isso seja errado, mas não acho que, de algum modo, coerente com o roteiro e a proposta ou não, todo filme não PRECISA ter uma crítica a alguma coisa. Não sei, Isso pode ser fruto da minha ignorância em relação a política de um modo geral, mas não deixa de ser algo que me incomoda no cinema brasileiro.
No que diz respeito a atuações, todos os atores se encaixam bem em seus papéis. Fabrício Boliveira veste a camisa velha e suada de João de Santo Cristo, encarnando seu personagem de uma maneira bem convincente na telona. O filme faz questão de enfatizar que João é um anti-herói, longe de ser certinho e correto, e Fabrício Boliveira consegue representar bem esse elemento de seu personagem. O núcleo "emocional" do filme fica por conta de Isis Valverde, que também faz uma boa interpretação como Maria Lúcia, mas nada que chame muita atenção. Particularmente, o Jeremias mostrado no filme é um tanto diferente do que eu tinha em mente quando escutava a musica, mas se encaixou bem no contexto do filme e também na pele de Felipe Abib, que é complementado pelo personagem de Antônio Calloni, que está no papel de um policial corrupto aliado a Jeremias. Mesmo não estando presente na música, o personagem de Calloni contribui bastante com o roteiro, amarrando algumas pontas soltas. Dentre todos esses, devo dizer que o meu favorito foi o Pablo de César Troncoso, mesmo falando "portunhol" durante o filme inteiro.
Felizmente (mais pra uns que pra outros), a trilha sonora da Faroeste Caboclo não é 100% composta por Legião Urbana. Existem algumas faixas, sim (ou pelo menos eu acho que sim), mas elas são poucas. O que vemos (ou escutamos) mais aqui são clássicos dos anos 80, que casam com a época que o filme busca retratar. A música que dá nome ao filme, Faroeste Caboclo, é tocada apenas nos créditos, mas dá pra escutar alguns trechinhos da canção ao longo do filme, principalmente no comecinho. Tocando mais uma vez no assunto da música, fico feliz pelo diretor (e os roteiristas) não terem optado por usar as falas e diálogos da canção durante todo o filme. Nas poucas vezes que isso acontece, felizmente, não é de um modo forçado. Uma curiosidade legal é que boa parte das faixas originais do filme são batizadas com base em passagens da música.
E pra quem nunca ouviu falar na música — ou ouviu, mas nunca teve a chance de escutar —, Faroeste Caboclo:
E aí está ela -> 8,5 / 10
Mesmo não sendo o que 98% dos fãs esperavam, Faroeste Caboclo consegue se sustentar muito bem tanto como um filme quanto como adaptação da canção de Renato Russo, herdando grande parte da essência da música e fazendo-a funcionar nas telonas. Por isso, se você se diz fã de Legião Urbana, Renato Russo e toda essa galerinha aí, deixe seus preconceitos e picuinhas de lado e vá curtir Faroeste Caboclo nos cinemas!
Mas, mesmo sendo um bom filme, O Faroeste Caboclo de René Sampaio não consegue superar este aqui:
Por Breno Barbosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário