domingo, 26 de maio de 2013

Se não jogou, jogue! - God Hand (Ps2)

Mais uma pérola da Clover Studios.



Gênero: Beat'em up
Desenvolvedora: Clover Studios
Publicadora: Capcom
Ano: 2006

Os demônios estão em alvoroço. Ordenados pelos seus mestres, eles devem caçar um artefato de poderes além da imaginação, liderados pelo grupo conhecido como os 4 Devas, composto por Elvis, Shannon, Azel e Belze. Tal artefato nada mais é que a God Hand (Mão Deusa). O que eles não esperavam era que a tal arma estaria em posse de um ilustre humano, Gene, que jurou vingança pelos demônios terem arrancado seu braço original, que graças a Olivia, foi substituído pela God Hand (que na verdade é um braço, mas ignorem). Gene agora irá caçar e ser caçado por seres vis, desonestos e extremamente bizarros.


God Hand é um jogo no maior estilo "briga de rua" que não fez um fuzuê muito grande quando saiu. Ele não teve uma boa recepção de algumas criticas, o que ofuscou um pouco seu futuro. God Hand foi desenvolvido pela Clover, uma empresa que explodiu na geração PS2, com apenas 2 jogos extremamente bem recebidos. Um deles é Viewtiful Joe (que eu não joguei mas, Breno Barbosa é um conhecedor) e outro nada mais é do que Okami, um dos mais cultuados jogos do PS2, principalmente por sua arte, gameplay zeldistico (semelhante a franquia The Legend of Zelda) e ambientação. Mas God Hand veio depois desses dois. E veio muito bem.

God Hand deu um bicudo (pontapé) em um gênero que estava mal das pernas. Os beat'em ups (conhecidos popularmente como "briga de rua") não pareciam tão interessante em 3D como eram em seu apogeu, na era 2D. Tudo parecia se desvirtuar, e medalhões como Streets of Rage e Final Fight sumiram sem deixar rastros. As apostas ficavam em jogos únicos, no caso, que não faziam parte de franquias. O que é irônico, já que o PS2 tem o gênero gêmeo do beat'em up, o hack n´slash, saturadaço. Vai ver o pessoal curte usar mais espadas do que os punhos. Os únicos jogos do gênero que me vieram à mente — além do jogo deste post, é claro — são os dois primeiros games da franquia Yakuza. O segundo, a propósito, é um jogão.



Meu primeiro contato com God Hand foi numa revista de games. Eu li o detonado e a análise, achei maneiras as diferenças na jogabilidade, o estilo e, como tal revista prometia: a diversão. Assim, vida vai, vida vem, consegui obter esse jogo. Bem, eu queria ver se tal grupo jornalistico falava a verdade ou trilhava seu caminho com mentiras. Se meu caro leitor for um Sherlock da vida, vai saber que eu gostei desse jogo, só pelo nome dessa seção, não é?




Um dos principais problemas de God Hand é a sua câmera, que é fixa nas costas de Gene. Isso lembra algum jogo protagonizado por um rapaz loiro que atira em zumbis, cujo nome começa com Leon e termina com Kennedy? Sim, a câmera fica na mesma posição que em Resident Evil 4.

— Mas Angelo, se é igual a um jogo tão bom, por que a câmera é um problema?
— Ora, porque em RE4 você pode ajusta-la, mas em God Hand é impossível.

Essa é a principal reclamação de quem joga GH (não confundir com Guitar Hero, pelamordedeus), mas esta foi uma falha necessária e levemente corrigida. Já que não poderíamos controlar a câmera, foi adicionado um radar pra compensar a falta dela.

— Pô Angelo, mas e o analógico direito não serviria pra câmera?
— Serviria, mas...

Gene também não defende ataques. Ele não foi treinado para defesa, é um ser destinado a atacar e atacar. Para isso foi criado um sistema deveras interessante, a esquiva. E adivinha em que botão?Isso mesmo, alavanca direita. E valeu muito a pena. Pra cada sentido que se movimenta o analógico, Gene se esquiva de formas diferentes. Se você escolher o lado esquerdo, ele vai pra esquerda; se escolher o direito, ele vai pra direita; se escolher pra trás, ele dá um mortal pra trás. Mas o mais legal é a esquiva para frente, que faz ele se movimentar meio como um lutador de boxe, projetando-se apenas do tronco para frente. Além de esquivar dos golpes, isso serve pra encher a barra de especial, a qual mencionarei no próximo episodio.



Um artefato tão poderoso como a God Hand tem que dar à seu usuário um poder que faça jus ao seu nome, e aqui temos dois tipos. O primeiro é a God Reel (a qual chamarei de Roleta), um sistema que permite a Gene usar golpes bem mais poderosos que seu combo normal, porém, há um custo. Esse custo varia de acordo com a cor do nome do golpe. O golpe sendo amarelo, custa uma bolinha; o golpe sendo azul, custa duas e golpes em vermelho custam três. Para usar tal golpe, basta apertar R1, e você abrirá a roleta e tudo ficará em câmera lenta. Porém, tenha em mente que se algum inimigo estiver prestes a te bater, ele pode acabar cancelando seu ataque. O outro especial é a própria God Hand, que, enquanto estiver carregada e for liberada, vai deixar  usuário invencível, mais forte e mais rápido. Para encher a barra, é necessário que  jogador acerte seus ataques, esquive ou provoque seus adversário. A roleta tem golpes que variam de extremamente poderosos (como a overpower Shaolin Blast) a golpes mais galhorfados, como Ball Buster ou Daisy Cutter.

Claro que você vai precisar usar golpes normais pra avançar no jogo, assim como itens. Temos cerca de 101 golpes, que são liberados no decorrer do jogo, e variam de golpes curtos a golpes que lançam o inimigo no espaço. Parte dos golpes tem alguma utilidade, como jogar o inimigo no ar, derrubá-los, provocá-los, deixá-los tontos e etc. Um dos tipos mais importantes são os Guard Breaker, que quebram a defesa dos oponentes para assim podermos dar um combo melhor e deixá-los tontos. Quando os inimigos estão tontos, o botão bola aparece na tela e quanto mais for pressionado, maior será o dano causado. Esses golpes variam de um glorioso Suplex até uns tapinhas na bundinha.

Graficamente, o jogo cumpre seu papel. Ele não conta com muitas firulas, deixando o gráfico em segundo plano e se focando mais na ação. Isso se reforça quando temos a parte do meio da tela tomada por Gene, e as vezes até mais, quando temos personagens demais no cenário. E falando nos inimigos eles são muito malucos.

- Gordos-ninja;
- Akuma de sobrepeso (cujo nome é Elvis);
- Demônias que fazem um Pole Dance pra você;
- Cópias esdruxulas de tokusatsus;
- Inimigos que cortam pro lado que a manteiga derrete (entendedores entenderão);
- Gorila mascarado;
E por aí vai...

Você já deve ter notado nas screenshots (tiradas pelo pessoal da Hardcore Gaming 101. Thanks, Guys!), uma caveira com o Lv. Abaixo. Bem, essa barra não é o nível de Gene, e sim dos inimigos. O Lv representa a inteligencia (e o SEU grau de irritação) deles. Obviamente, quanto maior, mais fortes eles ficam, e isso se reflete em dor de cabeça e em prêmios. A dor de cabeça é ainda maior quando os inimigos começam a parir demônios, que são extremamente chatos de se derrotar. Eles aprendem a se teleportar e ficam batendo nessa mesma tecla. Emplacar um combo  nesses caras é bem difícil. Pra piorar, tem um tipo deles que é tão perigoso quanto um chefe, os demônios azuis, que não se teleportam (grazadeus), porém praticamente não sentem seus golpes, metem combos e ainda soltam laser dos olhos (p*&%@!). Sério, esses caras são chatos, e no Lv.Die eles começam a ficar comuns. E eles tiram um life (energia) do caramba.

A trilha sonora, assim como os gráficos, cumpre seu papel. Algumas musicas são bem chicletes, outras já são medianas. Vale ressaltar que elas estão bem ambientadas, só que você estará tão concentrado na ação que talvez nem as perceba. Os efeitos sonoros são legais, com os inimigos reclamando de suas provocações ou até mesmo te provocando. O bom humor do jogo faz com que ele se sustente até o fim, sendo bem aplicado. Fazer um gênero repetitivo ficar interessante assim é pra poucos.

God Hand é um jogo difícil, em que a customização dos combos e técnicas da Roleta é a chave para o sucesso, assim como todo o RESTO. Apesar da câmera não ajudar e a trilha sonora ser de mediana pra boa, o fator diversão conta muito nesse jogo.





Você sabia?
God Hand tem a mão de Shinji Mikami, um dos principais criadores de RE4, que foi para a Clover Studios.

Por Angelo, Ha-Ha

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