sexta-feira, 29 de março de 2013

Se não jogou, jogue! - The King of Fighters 2002 (Neo Geo)

A franquia que devia ser a verdadeira rival de Street Fighter.



Produtora: Eolith / Playmore
Distribuidora: SNK
Ano: 2002
Gênero: Peia, Cacete, Violência, Luta.

Em 1994, uma empresa chamada SNK resolveu que Street Fighter precisava de um rival à altura. ainda que Mortal Kombat fosse o rival mais popular, os dois jogos não tinha bem o mesmo estilo, pois o primeiro sempre prezou pela violência e sanguinolência em seus jogos. Como naquela época o mundo estava sangrento demais, a SNK resolveu que queria criar uma franquia ainda mais popular que as suas Fatal Fury e Art of Fighting. E numa jogada de gênio, resolveram criar uma nova franquia, aproveitando muito de seus jogos anteriores e também adicionando novos elementos. Só faltava um nome. E o nome escolhido não poderia ser mais apropriado.

The King of Fighters
(O rei da pancadaria)

Variação conta ponto na analise.

Antes que você pergunte/reclame que está errado, KoF 2002 também está disponível em versões para Arcade e PlayStation 2, ok?

A historia dos KoFs, em geral, se baseia em algum maluco super rico querendo ver os maiores lutadores da Terra brigando entre si (* Breno -> Assim como em 90% dos outros jogos de luta... *). Em alguns casos, temos alguém que faz isso por ego, como o senhor Rugal; outra vez é pra reviver uma entidade maléfica,como o titio Orochi. Sinceramente, eu não tô nem aí pra historia. É legal conhecer o que se está jogando e tal, mas esperar uma historia bem elaborada de um jogo de luta é como querer me fazer gostar de filme de princesas da Disney (não, eu não gosto mesmo) (* Breno -> Ah não? E Mulan? *).

Terry "sofrendo"

Em KoF 2002, temos uma boa variação de personagens logo de cara. Quer um cara mais clássico? Temos Ryo, que seria o que poderíamos chamar de uma fusão entre Ken e Ryu, de Street Fighter; Quer um cara que curte um abraço? Clark é seu homem; Curte um sadismo? Vá de Vice; Velocidade? Choi; E por aí vai. Temos uma variedade boa de métodos de luta, apesar de alguns se repetirem, o que não é anormal. Como KoF 2002 é de certa forma algo mais livre quando se trata de história — já que seus três antecessores tinham um arco, que era relacionado ao personagem K' —, o panteão de personagens jogáveis é um pouco mais "livre", sem as amarras chatas dos arcos de história, temos aqui uma compilação de personagens considerados mais populares. Ainda assim, temos os times "obrigatórios", que nunca falham na franquia, são eles:

Fatal Fury Team:

O time mais legal.

Art of Fighting Team:

Eu podia chamar essa galera de "ctrl+c do Street Fighter".

Japan Team:
Uma curiosidade: Benimaru não gosta de otakus.


É difícil achar alguém que jogou KoF (assim como nos outros jogos de luta) e não tem um personagem favorito. Pelo fato de que temos batalhas 3 VS 3, acabamos tendo 3 favoritos, ou até mais. E o mais legal da franquia é que ela não nos obriga a escolher personagens que são do mesmo time, nos permitindo, assim, moldar o nosso time, com personagens de grupos diferentes. Isso dá liberdade ao jogador, e é só isso que nós, jogadores, precisamos para sermos felizes.

Os quesitos gráficos não são o ponto forte do jogo, já que a franquia ficou estagnada no seu 2D. Longe de ser ruim, são belos cenários e animações, mas se pegarmos versões anteriores, veremos que não tivemos nada de diferente. Não precisa virar 3D pra ser diferente, mas um estilo diferente no traço é bom (* Breno -> Os jogos mais atuais da franquia já trazem um estilo gráfico mais evoluído, usando e abusando da Alta Definição, resultando em sprites que lembram muito um desenho animado. E o PS2 já provou que KoF em 3D não fica tão legal. *). Ocorre também a reutilização de sprites de jogos anteriores. Em compensação, a animação dos golpes está bem fluida. Ao menos é o que eu percebo quando uso um dos agarrões da Shermie em alguém. Chega a parecer uma mini-cutscene. Outra coisa legal são as inúmeras roupas que os personagens têm, variando de acordo com o botão que se aperta ao escolhe-los.

Personagem preferida não significa que eu saiba jogar com ela.

Os cenários são bem comuns, com um pequeno (grande) detalhe: a cada round que se passa, ele se altera.Vai ficando de tarde, depois anoitece, e com isso até os espectadores mudam. Acho isso um toque bem legal, torna as batalhas mais condizentes com a realidade (mas quem diabos quer realidade em vídeo game?). Mas o mais importante é que trazem uma variação, mesmo que de leve. Ainda nos cenários, temos alguns detalhes legais, como pequenas "participações especiais" de lutadores de outros KoFs e até mesmo de outros jogos da SNK.

Joe levando uma sapatada fulminante.

A trilha sonora foi bem construída, ou melhor, selecionada, já que as musicas dos times são as mesmas de algumas versões passadas. A musica do time de Iori Yagami vem do KoF 96:


Como KoF 2002 é uma edição mais comemorativa, como já expliquei anteriormente, isso é aceitável. Foi algo que acharam necessário para agradar os fãs. E, de certa forma, foi até uma jogada mais segura e acertada. Curti muito mais as músicas reaproveitadas do que as originais, mas acaba dependendo mais de gosto do que da alta qualidade sonora do jogo.

Musica do time feminino

Mas o que realmente importa num jogo de luta não são gráficos ou trilha sonora. Tá, eles importam sim, mas não se comparam a importância da jogabilidade. Já pegou algum jogo que você se sente controlando uma pedra? Que mal anda, mal pula e mal qualquer outra coisa? Orochi seja louvado, não temos isso no KoF 2002. Na verdade temos, mas é justificado. Daimon é um desses casos. Ele é grandão e lentão, mas pra compensar ele tem uma força descomunal, que no combate corpo-a-corpo dá vantagem a ele. Creio que isso seja uma troca justa. No geral, temos um jogo de luta bem comum, com especiais, especiais mais especiais e os especiais especiais mais especiais que os especiais especiais. Pra executar os golpes mais poderosos, temos uma barra que vai carregando de acordo com a luta e com o dano sofrido/causado. Uma barra cheia permite usar um ataque mais forte que o comum. Permite também o modo Rage, que dá ao lutador o poder de soltar um especial (inclusive os mais fortes) sem nenhum custo de energia. Infelizmente, esse modo acaba quando um especial é usado. A jogabilidade em si é bem leve, e o básico das lutas é bem simples de aprender. A complicação vem mais pros especiais do que por outra coisa. O resto é simples. Vale ressaltar a quantidade de estilos diferentes de golpe, com rodopios, agarrões, sequências e chicotadas. Como já foi dito, é difícil não ter um preferido.

Apesar de não ter jogados muitos KoFs, creio que o 2002 seja um dos melhores da série devido seu apelo aos fãs. Uma boa variedade de lutadores, gráficos bonitos (mas nada de novo na franquia), trilha sonora apropriada e uma jogabilidade que tende ao primor. Uma boa receita pra quem curte jogos de luta.


Fan-service é mais poderoso que a espada.

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