"Emo? Emo é a tua mãe!"
— Dante sobre os fãs xiitas.
— Dante sobre os fãs xiitas.
Bom dia, boa tarde e boa noite, galerinha desocupada, tudo beleza com vocês?
Primeiramente, gostaria de pedir desculpas à todos vocês por esta "semana em branco" aqui no blog, na qual não tivemos nenhum novo post. Não, o blog não está para fechar as portas e não, nós não tínhamos algo legal pra postar fora a indicação do fim de semana, cuja a qual vocês estão lendo agora. Ao que tudo indica, esta nova semana que se inicia será bem mais produtiva que a que se foi, portanto, esperem por novidades bacanas!
Enfim, desculpas devidamente pedidas, vamos à indicação da semana!
A recomendação dessa semana é o primeiro capítulo da releitura de uma das mais amadas franquias de vídeo game da atualidade, DmC: Devil May Cry, que marca o recomeço da série de sucesso da Capcom, desenvolvido pelas mãos talentosas da Ninja Theory e lançado no comecinho deste ano - 15 de Janeiro - para PC, Xbox 360 e PS3.
Em DmC, Dante é um jovem rebelde e inconsequente, que está de passagem pela vida apenas para curtir o que há de melhor nela. Porém, Dante não é um humano, pelo contrário, ele é um Nephilim, uma raça rara fruto da união entre um Anjo e um Demônio, e por isso não sofre os mesmos males que afetam os humanos comuns. Um certo dia, Dante é visitado pela misteriosa Kat, que alega ter a missão de leva-lo à um homem chamado Vergil, líder de uma organização terrorista chamada A Ordem. Quem é Vergil? O que ele quer com Dante? E o que Kat tem a ver com isso? Bem, o jogo não vai ter graça se eu responder a todas essas perguntas aqui, né?
"Aí gata, puxa meu dedo!" |
Não serão necessárias muitas horas de jogo pra notar que a principal qualidade de DmC são seus gráficos. Eu sei que o ano mal começou, mas DmC é, com certeza, um dos jogos mais bonitos de 2013. Pela primeira vez na história da franquia, um Devil May Cry parece ter uma equipe de Direção de Arte realmente competente, preocupada em fazer algo bom e diferente. Não que os jogos anteriores sejam ruins nesse quesito - pelo contrário, eles ajudaram a criar a identidade visual de toda uma geração de vídeo games, mas, se comparados com DmC, os primeiros jogos são mera faíscas perto do brilho deste mais novo. Claro, a diferença tecnológica entre ambas as épocas contribui para essa "disparidade", se assim podemos chamar, mas não é um fator definitivo, pois, em minha humilde opinião, limitação tecnológica não é sinônimo de limitação criativa. Um bom exemplo, proveniente da mesma geração dos três primeiros jogos da franquia Devil May Cry, é Okami, para PS2, que, mesmo nos dias de hoje, continua sendo um dos jogos mais bonitos já criados pelo homem. E também um dos jogos favoritos do meu companheiro de blog Angelo Alexsander, à propósito. Voltando ao que interessa, a Direção de Arte de DmC se preocupou bastante em trazer uma estética mais atual, mais urbana e muito mais suja para o jogo, adaptando-se ao estilo narrativo escolhido para o reboot, que se trata de uma trama mais realista e, por que não, mais "jovem". Sim, meus caros, mais jovem. Não é a toa que temos um protagonista rebelde, tanto no visual quanto no modo de agir, tendo como pano de fundo uma metrópole suja e alienada, uma marionete do "Sistema", o mesmo "Sistema" que leva legiões de jovens revoltados às ruas, em protestos, com a finalidade de trazer abaixo os "burgueses pançudos" de seus tronos de ouro. Ou algo assim. Mesmo com toda essa pegada urbana, a maior parte do jogo é ambientada no Limbo, uma dimensão que se situa entre o nosso mundo e o inferno, habitat natural das mais variadas espécies de demônio, seus principais inimigos em DmC. É no Limbo onde os gráficos de DmC brilham de verdade. Uma hora você está em sua dimensão padrão, o mundo real do jeito como você o conhece; outra hora, o chão começa a se despedaçar e o azul do céu começa a ser tingido de um vermelho cor de sangue. Bem-vindo ao Limbo. Prédios deformados, plataformas de terra flutuando no meio do nada e mensagens subliminares picham-se a si mesmas nas paredes a todo momento, toda essa parafernália estruturada por uma arquitetura psicodélica, com cores fortes e gritantes, provavelmente frutos de uma baita "viagem" (se é que vocês me entendem). Todo esse deleite visual ajuda a mascarar um level design basicamente simples, mas com muito à se explorar. Grande parte do cenário é interativo, e vai se alterando de acordo com a sua progressão na fase, automaticamente, como se a própria fase tivesse vida; ou quando você puxa um objeto - ou até um pedaço do cenário - para facilitar seu caminho. As pichações nos cenários do Limbo também são detalhes dignos de admiração. Por ser uma versão alterada do mundo real, muitos detalhes do nosso mundo têm significados diferentes no Limbo. Se no mundo real você consegue ler "Candie's" (Doces) escrito em um cartaz publicitário, no Limbo ele é traduzido para "Gluttony is Good" (Gula é Legal). Enfim, há tantos detalhes legais pra se ver em DmC que é difícil nota-los de primeira, ou seja, vez ou outra você vai se pegar repetindo fases para descobrir segredos escondidos nos cenários malucos do jogo.
"Mano, eu tô muito bêbado..." |
A jogabilidade de DmC é bastante simples, resumindo-se em dois tipos de sequências: as de combate e as de plataforma, ambas bem didáticas e fáceis de aprender. Se você já é um fã das antigas da franquia Devil May Cry, vai se sentir totalmente em casa em DmC. O sistema de combate permanece praticamente igual ao dos jogos anteriores, apenas com alguns retoques e refinamentos aqui e acolá, como a troca de armas, que ficou bem mais rápida e prática; e o sistema de combos, que ficou ainda mais exigente. Em alguns dos títulos antigos de Devil May Cry, a troca de armas tinha que ser feita fora do combo, exigindo que o jogador parasse sua sequência para trocar de arma e continua-la, algo que atrapalhava bastante na jogabilidade. Agora, em DmC, a troca de armas é mais que imediata, sendo realizada apenas com o pressionar de um botão (ou de um gatilho, se você estiver jogando no Xbox 360 ou no PS3), de um modo extremamente fluido, sem interferir no seu combo. Basicamente, seu arsenal é dividido em três tipos de arma: as demoníacas, que causam mais dano; as angelicais, que são mais rápidas; e as armas de fogo, que... bem, são armas de fogo. Há apenas uma desvantagem nesse novo sistema de troca de armas: o número de botões a se pressionar para realizar corretamente as trocas. No caso do PC, as armas são trocadas através da scroll wheel (a rodinha de rolagem que fica entre os botões direito e esquerdo), sendo que cada direção corresponde à uma arma diferente: a rolagem para baixo troca as armas demoníacas; a rolagem para cima troca as armas angelicais; e o pressionar da scroll wheel troca as armas de fogo. Complicado, não? Agora imagine isso no calor da batalha, que, à propósito, aqui em DmC, exige bastante agilidade e atenção do jogador. Isso sem contar que alguns inimigos só podem ser atacados com certos tipos de arma, e, para seu azar, esses inimigos raramente aparecem sozinhos, estando quase sempre acompanhados por suas contrapartes. Quem jogou um ou dois jogos da série Devil May Cry sabe que, quanto mais estiloso, mais seu combo causará dano, e maior será sua marca no medidor de combos, e aqui em DmC não é diferente. A grande sacada do jogo é que, em um único combo, você pode usar todo o seu arsenal, sendo que, quanto mais variado for o seu combo, mais dano ele causará e mais estiloso ele será. No começo, você terá que se acostumar com os novos comandos, mas da metade pro final do jogo você já vai estar realizando combos catastróficos começando com a espada, passando pelas pistolas, trocando para o machado, depois para a foice e terminando com a espada, por exemplo. Se tem algo que irá lhe irritar de verdade em DmC é o sistema de mira, que é bastante falho, quase inexistente. Serão raras as vezes em que você conseguirá acertar um golpe no inimigo desejado, o que acaba desmantelando alguns dos seus combos. As batalhas contra os chefes do jogo são bem interessantes, mas, infelizmente, são pouquíssimas. Palmas para o combate contra o repórter Bob Barbas, que, em minha opinião fecal, é o melhor do jogo. As sequências de plataforma não uma novidade em relação aos jogos anteriores, e se baseiam em três comandos básicos: pular, puxar plataformas e balançar-se de uma plataforma à outra. Com o tempo, pequenas adições são feitas, mas, basicamente, são nessas três ações que se resumem as sequências de plataforma de DmC. Em suma, DmC resgata a qualidade dos sistemas de combate de seus antecessores, aproveitando para introduzir sequências de plataforma simples, porém funcionais e bastante interativas. Os veteranos se sentirão em casa, e os novatos logo se sentirão também.
A trama de DmC é bastante rasa, mas funciona muito bem. Roteiros profundos, cheios de reviravoltas e mistérios nunca foram o forte de Devil May Cry, mas convenhamos: quem diabos quer ver estória em um jogo de ação? Deixa os plot twists e segredos pra galerinha do Mass Effect, a regra aqui é bater até morrer e morrer batendo pra matar quem está te matando! Mesmo não sendo uma estória digna de um livro ou algo do tipo, o enredo de DmC funciona muito bem dentro do jogo, servindo não só como uma nova estória de origem para personagens já conhecidos, mas também como um prequel, uma introdução nunca antes vista aos títulos clássicos da série, para aqueles que ainda não acreditam que Devil May Cry sofreu um reboot. E se você ainda está com um pé atrás em relação à DmC, e não quer curtir o jogo simplesmente por orgulho, "seje" macho e deixe frescura, pois, quer você queira, quer não, Devil May Cry agora é DmC, ou seja, ame-o ou deixe-o. Enfim, voltando ao que interessa, DmC trabalha bem com a questão das novas roupagens para personagens já conhecidos pelo grande público. Todos os personagens são (re)introduzidos aos jogadores, tanto aos novatos quanto aos veteranos, já que todos eles passaram por reformulações. Porém, grande parte da essência dos mesmos ainda permanece em suas novas versões. Dante continua o grande sacana de sempre, seu sarcasmo experiente e adulto apenas foi substituído pela malevolência e petulância de um jovem rebelde, afinal, esta é a encarnação do personagem no jogo. A interpretação dos personagens também está excelente, graças ao sistema de captura de movimentos. A qualidade das expressões faciais dos personagens é um detalhe que chama bastante atenção, pois cada movimento com a boca e cada pequeno gesto é reproduzido quase que com perfeição na tela. Algo curioso sobre isso, porém, são as bocas dos personagens, que parecem sempre estar sorrindo, mesmo em momentos de tensão, procure reparar nessa curiosidade quando estiver jogando.
Ainda no âmbito dos personagens, mas já pulando para o quesito sonoro do jogo, a dublagem também merece bastante atenção. A sincronia entre voz e animação facial é praticamente perfeita, digna de aplausos. Para acompanhar a roupagem jovem e urbana de DmC, nada melhor que uma trilha sonora recheada com os mais variados tipos de Rock, com faixas que vão desde o Punk ao Hardcore, algumas delas mescladas com toques de musica eletrônica, todas muito bem encaixadas com a temática do jogo. Não há nada mais empolgante que estraçalhar demônios ao som de gritos enrouquecedores, regados pelas notas pesadas da guitarra e da bateria. Se você não gosta de Rock ou música eletrônica, então é melhor jogar DmC com o áudio desligado, pois é só isso que você irá escutar durante o jogo todo.
Veja (ou melhor, ouça) um exemplo do lhe aguarda:
Ufa, acho que isso é tudo. Alguém aí está afim de uma nota? Sim?
Então aí está -> 9,0 / 10
DmC: Devil May Cry traz todo um novo fôlego, uma nova direção, à uma boa franquia que estava prestes a se perder no ostracismo. DmC deixa intacta toda a essência da série Devil May Cry, ao mesmo tempo que aproveita para dar uma nova roupagem, um novo contexto, para as aventuras do Filho de Sparda. Aplausos e mais aplausos para a Ninja Theory, que conseguiu construir uma experiência proveitosa, ainda que com alguns pequenos percalços, tanto para os fãs mais antigos e xiitas da série quanto para aqueles novatos que não tiveram a chance de conhecer Devil May Cry em sua geração de origem. Seja Bem-vindo de volta aos corações dos gamers, Dante, eles sentiram a sua falta!
Bem galerinha, essa foi a indicação dessa semana.
Agora chegou a hora de eu voltar voando pra casa. Até a próxima!
Por Breno Barbosa
"Gatotsu! Ah não, peraí..." |
A trama de DmC é bastante rasa, mas funciona muito bem. Roteiros profundos, cheios de reviravoltas e mistérios nunca foram o forte de Devil May Cry, mas convenhamos: quem diabos quer ver estória em um jogo de ação? Deixa os plot twists e segredos pra galerinha do Mass Effect, a regra aqui é bater até morrer e morrer batendo pra matar quem está te matando! Mesmo não sendo uma estória digna de um livro ou algo do tipo, o enredo de DmC funciona muito bem dentro do jogo, servindo não só como uma nova estória de origem para personagens já conhecidos, mas também como um prequel, uma introdução nunca antes vista aos títulos clássicos da série, para aqueles que ainda não acreditam que Devil May Cry sofreu um reboot. E se você ainda está com um pé atrás em relação à DmC, e não quer curtir o jogo simplesmente por orgulho, "seje" macho e deixe frescura, pois, quer você queira, quer não, Devil May Cry agora é DmC, ou seja, ame-o ou deixe-o. Enfim, voltando ao que interessa, DmC trabalha bem com a questão das novas roupagens para personagens já conhecidos pelo grande público. Todos os personagens são (re)introduzidos aos jogadores, tanto aos novatos quanto aos veteranos, já que todos eles passaram por reformulações. Porém, grande parte da essência dos mesmos ainda permanece em suas novas versões. Dante continua o grande sacana de sempre, seu sarcasmo experiente e adulto apenas foi substituído pela malevolência e petulância de um jovem rebelde, afinal, esta é a encarnação do personagem no jogo. A interpretação dos personagens também está excelente, graças ao sistema de captura de movimentos. A qualidade das expressões faciais dos personagens é um detalhe que chama bastante atenção, pois cada movimento com a boca e cada pequeno gesto é reproduzido quase que com perfeição na tela. Algo curioso sobre isso, porém, são as bocas dos personagens, que parecem sempre estar sorrindo, mesmo em momentos de tensão, procure reparar nessa curiosidade quando estiver jogando.
Ainda no âmbito dos personagens, mas já pulando para o quesito sonoro do jogo, a dublagem também merece bastante atenção. A sincronia entre voz e animação facial é praticamente perfeita, digna de aplausos. Para acompanhar a roupagem jovem e urbana de DmC, nada melhor que uma trilha sonora recheada com os mais variados tipos de Rock, com faixas que vão desde o Punk ao Hardcore, algumas delas mescladas com toques de musica eletrônica, todas muito bem encaixadas com a temática do jogo. Não há nada mais empolgante que estraçalhar demônios ao som de gritos enrouquecedores, regados pelas notas pesadas da guitarra e da bateria. Se você não gosta de Rock ou música eletrônica, então é melhor jogar DmC com o áudio desligado, pois é só isso que você irá escutar durante o jogo todo.
Veja (ou melhor, ouça) um exemplo do lhe aguarda:
Então aí está -> 9,0 / 10
DmC: Devil May Cry traz todo um novo fôlego, uma nova direção, à uma boa franquia que estava prestes a se perder no ostracismo. DmC deixa intacta toda a essência da série Devil May Cry, ao mesmo tempo que aproveita para dar uma nova roupagem, um novo contexto, para as aventuras do Filho de Sparda. Aplausos e mais aplausos para a Ninja Theory, que conseguiu construir uma experiência proveitosa, ainda que com alguns pequenos percalços, tanto para os fãs mais antigos e xiitas da série quanto para aqueles novatos que não tiveram a chance de conhecer Devil May Cry em sua geração de origem. Seja Bem-vindo de volta aos corações dos gamers, Dante, eles sentiram a sua falta!
Bem galerinha, essa foi a indicação dessa semana.
Agora chegou a hora de eu voltar voando pra casa. Até a próxima!
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