domingo, 21 de outubro de 2012

Se não viu, veja! - Hatfields & McCoys (2012)

História, tiros e gente velha cuspindo


E aí galerinha que não faz coisa alguma da vida e passa o dia na frente do PC esperando por alguma novidade na página inicial deste blog mas que acaba se decepcionando pelo simples fato de o único infeliz encarregado de trazer as novidades não ter encontrado nada interessante para vos trazer, tudo beleza com vocês? (ufa, essa foi longa hein?!)

Pois é galerinha, como já é do conhecimento de vocês, eu suponho, toda semana temos uma indicação super-bacanuda aqui no blog. Fugindo do que eu geralmente vos trago toda semana, como filmes, games e quadrinhos, geralmente, hoje vos trago nada mais nada menos do que um seriado. Sim meus caros, não com frequência, mas eu também assisto Séries de TV (não necessariamente na TV). A indicação dessa semana é Hatfields & McCoys, série que foi exibida entre 28 e 30 de Maio deste ano no History Channel.

Baseada em uma história verídica, Hatfields & McCoys nos mostra a antiga rixa entre as duas famílias, Hatfields e McCoys, que teve início durante uma guerra pela unificação dos 13 Estados da América do Norte (hoje conhecidos como Estados Unidos. Historiadores de plantão, me corrijam se eu tiver falado alguma besteira), quando o patriarca da família Hatfield, Anderson "O Demônio" Hatfield, desertou do exército contra a vontade de seu companheiro de guerra e amigo, Randall McCoy. Após o fim da guerra, quando todos já voltaram para casa, algumas pequenas intrigas começam a surgir entre membros das duas famílias. Com o tempo, essas intrigas vão se tornando rivalidades, e essas rivalidades logo se tornam uma verdadeira guerra de ódio e rancor entre as duas famílias.


Não espere por um deleite visual ou cenas cinematográficas, Hatfields & McCoys tem muito pouco disso. O que podemos destacar da parte estética da (mini)série é a atenção e o esmero na caracterização dos personagens. Tudo aqui é sujo. Talvez a única coisa limpa em todo o seriado seja o terno do advogado Perry Cline, que também não é lá esse luxo todo. Toda essa "sujeira" dos personagens retrata muito bem a realidade vivida pelos norte-americanos naquela época, onde era sorte viver até os 50 ou 60 anos de idade, devido a doenças, péssimas condições de vida e, é claro, a boa e velha violência. Quem é fã dos faroestes de Sérgio Leone (Por um Punhado de Dólares, Por uns Dólares a mais e Três Homens em Conflito) vai se sentir em casa em Hatfields & McCoys, inclusive pela valorização da tensão que antecede o clímax em detrimento do próprio clímax, característica marcante dos filmes do consagrado diretor. Se isso é ruim? Cabe a você decidir, já que é uma mera questão de opinião. Particularmente, eu admiro essa dinâmica (ou falta dela, se assim preferir). Matar um homem é relativamente fácil, o difícil é puxar o gatilho. Não é qualquer um que tem frieza suficiente pra dar fim à vida de uma pessoa em uma fração de segundos. Se bem que em Hatfields & McCoys, a tensão está na rixa entre as duas famílias, e não na cena que antecede o tiroteio, como nos filmes de Leone, por isso, se você espera assistir a série pra ver muitos tiroteios cinematográficos, vai quebrar a cara. Mas não fique triste, Hatfields & McCoys tem SIM cenas em que as balas voam zunindo para todos os lados, e que provavelmente não vão lhe decepcionar.


Imagine uma fogueira, construída no chão de um acampamento, ainda com a lenha intacta. Agora derrame um pouco de óleo em cima e acenda-a. Constantemente, vá adicionando mais e mais lenha à fogueira, não esquecendo de atiçar o fogo com algumas pitadas de óleo. Pronto, está feita uma péssima explicação da trama de Hatfields & McCoys. O que realmente vale na série é ver aquilo que no início era apenas uma pequena intriga evoluir para uma guerra, ver despertar o rancor no coração em cada um dos membros das duas famílias. Não que isso seja algo bom na vida real, mas na ficção sempre é algo interessante de se ver. Personagens que costumavam ser amigos em um episódio se tornam inimigos no outro. Pessoas que nunca se viram na vida começam a se odiar apenas pelo sobrenome que carregam. A cada episódio, a tensão entre as duas famílias aumenta, o que vai corrompendo até aquele que parecia ser o mair íntegro dos personagens. Cada vez mais, o nível do conflito vai diminuindo, e se tornando cada vez mais pessoal para cada membro de ambas as famílias. Mas sabe o que é o mais legal? Tudo isso existiu de verdade. Por ser uma série do History Channel, Hatfields & McCoys conta com um embasamento histórico riquíssimo, ao mesmo tempo que procura ser diferente daqueles documentários chatos sobre um imperador romano que ninguém nunca ouviu falar, que são típicos do canal. Ainda assim, a série herda um pouco da chatice do canal (desculpa quem costa, é só questão de opinião). Os episódios são bem longos (mais ou menos 1:40h de duração) e bastante arrastados na maior parte do tempo. Em algumas partes, você vai parar de assistir pra fazer outra coisa, ou simplesmente vai querer desistir de assistir o seriado, mas seja perseverante (como eu fui) e veja até o final, aposto uma moeda que você não vai se arrepender. Afinal, são só 3 episódios mesmo...


Por ser uma série bastante curta (não sei nem se posso chama-la de "série" por causa disso), Hatfields & McCoys, infelizmente, não têm tempo de se aprofundar nos personagens da trama. Alguns deles são bastante interessantes, mas acabam ficando pra trás em troca do andamento da série. Apenas os patriarcas das duas famílias, Anderson Hatfield (Kevin Costner) e Randall McCoy (Bill Paxton), são abordados com mais frequência, deixando de lado personagens que tinham tudo para ser interessantes, como Jim Vance (Tom Berenger) e seu fiel amigo William "Cap" Hatfield (Boyd Holbrook). Se você é daqueles que grava o rosto de vários atores na cabeça e gosta de tentar acha-los em outros filmes/séries, você vai quebrar a cara muitas vezes em Hatfields & McCoys. Você pode até achar que conhece algum ator de algum lugar, mas quando vai ver o elenco da série em sites especializados no assunto, verá que errou o palpite. O seriado é cheio desses rostinhos genéricos que parecem os grandes astros de Holywood. Claro, isso não reflete na qualidade dos atores.


A trilha sonora encaixa muito bem com a trama, mas em pouco tempo se torna repetitiva. Parece até que gravaram uma só música em 5 ou 6 arranjos diferentes. Sonoramente, Hatfields & McCoys não vai chamar sua atenção. Palavras de quem queria um tema pra ficar colado na cabeça pra lembrar da série com mais carinho.

Enfim galerinha, acho que esse post já tá enfadonho por demais né?

Vamos pra nota! -> 8,5/10

Apesar de alguns aspectos negativos que poderiam ser facilmente evitados, Hatfields & McCoys é uma ótima série pra você assistir quando não estiver com vontade de ver os The Walking Dead, Dexter e Supernatural da vida. Curta, sem muita enrolação e com uma trama que consegue prender o espectador durante sua duração, assim como toda série deveria ser. Quem curte os trabalhos de Clint Eastwood como diretor (como Os Imperdoáveis, por exemplo) vai se sentir em casa em Hatfields & McCoys, o clima é bem semelhante.

"Entonce", se o que lhe faltava para assistir Hatfields & McCoys era uma boa indicação, aqui estão alguns bons (e maus) motivos para você assistir a série!

Por Breno Barbosa

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