sábado, 27 de outubro de 2012

Se não leu, leia! - Slam Dunk

Um ótimo motivo pra começar a fazer basquete.



Total de capítulos/volumes: 276/31
Época de lançamento: 1990-1996
Produzido pela : Shueisha
Criador: Takehiko Inoue

Nem só de falar de jogos antigos vive este homem que é o general desse blog. As vezes cansamos de falar sobre o mesmo assunto tantas e tantas vezes. E devido a essa rotina, acabei criando coragem para falar de algo fora da minha “área”. Há cerca de 5 anos fui a uma Bienal do Livro na minha cidade, ver como anda o mundo da literatura, quando vi um mangá saindo a preço de banana. O nome daquele mangá era Slam Dunk, e tinha em sua capa um cara de cabelo vermelho segurando uma bola de basquete. Sempre achei interessante mangás, devido as influências que tive pela televisão, sendo essas Yu Yu Hakusho, Dragon Ball e Dragon Ball Z, Cavaleiros do Zodíaco, Shurato, Bucky entre outros. Nunca fui de ter mangás, pois apesar de apreciar, eu sou pão duro e não gastei muito dinheiro com eles, só gastarei no dia que sobrar grana. Pois bem, o mangá de Slam Dunk estava no preço de R$1,00!!!! E o preço sugerido nele era de R$10,00. Usando minha mente de adolescente, achei que valia o risco e resolvi comprar uma edição, que era a número 7, creio eu. Claro, fui em busca da primeira edição, sem sucesso. Ao chegar em casa abri o pacote e lá estava ele, novinho. Apesar de não ser a primeira edição, fui facilmente envolvido pela estória, devido ao cuidado do autor de fazer um resumo da mesma até ali. Naquela noite eu devorei todas as quase 200 páginas. E se tivesse comprado todas as 31 edições naquele dia, eu teria lido de uma vez. Infelizmente, não fui em busca do meu xodó. Resolvi há pouco tempo, busca-lo para ler online e o achei facilmente, e partir daqui fecham-se as cortinas da minha história e abrem-se os portões do ginásio.


Slam Dunk foi criado por Takehiko Inoue, mas apesar de não ter sido seu primeiro trabalho, foi o que encaminhou seu nome para o mundo. O porquê disso? Slam Dunk teve uma fama tão grande em sua época que rivalizava com o poderoso Dragon Ball Z, e isso não é pra qualquer um. Takehiko Inoue é o responsável pelo também bem recebido Vagabond, que conta a história de Musashi Miyamoto, famoso espadachim do Japão nos séculos XVI e XVII.

Nossa história começa com o estudante grandalhão de cabelos ruivos conhecido como Hanamichi Sakuragi, sendo dispensado por uma garota pela quinquagésima vez, desde o ensino fundamental. Sakuragi é um garoto problemático e de pavio curto, o que o leva a ser estabanado e acaba atraindo problemas, que normalmente são resolvidos na base do punho. Porém, um dia, Haruko Akagi, uma garota da mesma série que Sakuragi, pergunta se ele joga basquete e se gostaria de entrar no time do colégio. Ele prontamente aceita, achando que isso aproximaria os dois. Mal sabe ele que ela já é apaixonada por um outro novato, conhecido como Rukawa Kaede, que é bastante renomado por seu talento nas quadras de basquete. Isso cria uma rivalidade instantânea que é levada, e bem trabalhada por sinal, até o fim do mangá. Esses dois novatos acabam entrando no time, que é liderado por Takenori Akagi, irmão mais velho de Haruko e capitão do time, o xerifão das quadras que, apesar de grande, quebra o estereótipo do grandão burrão, sendo um personagem muito aplicado no que faz. Após alguns eventos, temos a adição de mais dois personagens-chave pro time: Ryota Miyagi e Hisashi Mitsui, que completam o time do colégio Shohoku, até então desconhecido do resto do Japão, que acaba se tornando um time bastante reconhecido em todo o país.

O desenvolvimento de cada um desses 5 é interessante, pois cada um conta com seus problemas, sonhos e expectativas. Sakuragi é um cara que sequer sabia o que é uma bola de basquete, e mesmo assim se julga um gênio. Rukawa é o cara com muito talento, mas que deseja ser mais talentoso ainda. Akagi (conhecido popularmente por Gori, devido as suas feições "gorilísticas") busca perder sua imagem de só mais um grandalhão e mostrar que pode ser a alma de um time. Miyagi tem um problema sério com sua baixa estatura, e Mitsui busca voltar a sua boa forma no basquete. Apesar de tantas histórias, elas são bem contadas com um toque de realidade muito grande, e são feitas basicamente num capítulo apenas sobre aquele personagem, que só volta a ter algo pra si mesmo após várias edições, o que deixa claro que mais importante que os atributos individuais de cada jogador é no time como um todo, e nos efeitos que ele causa nos protagonistas.

E mesmo com todo esse desenvolvimento, ainda tem espaço para vários outros personagens mostrarem o que são. Não são poucas as vezes que você simpatizará com um personagem fora do grupo principal, sendo ele às vezes o próprio oponente. Isso é bem interessante, pois muitas vezes o adversário é tratado como o vilão, quando na verdade ele só segue a vida dele.


O traço de Slam Dunk varia de acordo com o momento. Ele é extremamente profissional quando o momento é sério ou tenso. Nesses momentos, notamos cada gota de suor dos personagens, cada sombra e detalhe no seu rosto e no corpo, e apesar de um traço mais caprichado normalmente trazer uma coisa mais estática, Slam Dunk não se prende a isso. Durante as partidas, podemos notar o quão movimentada e intensa uma partida de basquete é. Mas nem só de seriedade vive um mangá. Constantes são os momentos de quebra-tensão e de fatos totalmente inesperados. Nesses momentos o humor é o ponto chave e a expressão de cada personagem fica completamente dinâmica.

Talvez o fator que mais fez Slam Dunk ser tão cultuado em sua época foi sua inciativa. Ele se tornou tão famoso que foi capaz de popularizar o basquete no Japão, onde pouco se via isso. A popularização de Slam Dunk, junto às outras obras de Takehiko Inoue como Buzzer Beater e Real, renderam a ele uma homenagem por sua dedicação em promover um esporte que ele ama, como ele mesmo disse.

Infelizmente, Slam Dunk foi descontinuado. Mas não foi abruptamente, ele teve seu fim feito de uma forma que dá um gostinho de quero mais, muito mais. Creio que as vezes é melhor terminar do que continuar e perder sua qualidade, sua mágica.

Slam Dunk saiu do papel e foi pra TV, contando com um anime próprio e homônimo, mas que não cobre todo o mangá. Além disso conta com vários jogos de Super Nintendo e Gameboy. E sendo lembrado no DS nos jogos Jump Super Stars e Jump Ultimate Stars.

Creio que estou incapacitado de falar algo de ruim desse  MARAVILHOSO mangá que é Slam Dunk. Ele tem tudo que precisa para envolver o leitor, fazê-lo criar laços com algum personagem. Tem um roteiro ótimo, tiradas engraçadíssimas e personagens carismáticos. Até agora eu estou com vontade de jogar basquete, e creio que muito mais gente teve essa vontade. Recomendo totalmente, pois Slam Dunk quebra a barreira de mangá e entra no que chamamos de obra de arte. Parabéns Inoue, e parabéns a quem é fã, pois tem muito bom gosto.

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