Go Go Godzilla!
Fala, galerinha desocupada, tudo tranquilo com vocês? Já viram a previsão do tempo de hoje? Ouvi dizer que vai chover, com uma pequena chance de briga de monstros gigantes. Coisa simples, nada que vá atrasar vocês pro trabalho ou algo do tipo.
Mais um domingo chega, e com ele aquele momento bacana de acessar o desocupado e conferir um artigo novinho, recém saído do forno. Pode ser um Top 10, um Especial, uma Recomendação; nós — os desocupados responsáveis por manter este humilde blog em pé — nunca sabemos ao certo sobre o que escrever, então os posts são uma surpresa até para nós mesmos. O que nós sabemos, porém, é que esses posts bacanudos estão sempre relacionados a coisas legais, como Cinema, Games, Séries, Livros, Quadrinhos, e o que mais nós quisermos compartilhar com vocês. E esta semana, graças ao Rei dos Monstros, não será diferente!
Como vocês já devem ter notado — seja através do título do post ou das dezenas de referências que eu fiz questão de usar até aqui —, esta semana estaremos falando um pouco sobre Godzilla, filme que marca o retorno do Rei dos Monstros às telas dos cinemas, sob a direção Gareth Edwards. Godzilla estreou nos cinemas brazucas nesta quinta-feira do dia 15 de Maio de 2014. Sim, na quinta-feira. Ainda é difícil aceitar que o clássico "Sexta-feira nos cinemas" dos comerciais de TV foi trocado por "Quinta-feira nos cinemas"...
Existem monstros vivendo sob os nossos narizes? Se eles existissem, nós saberíamos? São perguntas como essas que o cientista Joe Brody vem tentando responder há 15 anos, desde que sua esposa morreu em um suposto acidente na usina nuclear em que ambos trabalhavam, no Japão. Para o mundo inteiro, o caso havia sido dado como encerrado, mas não para Joe, que resolveu dedicar o resto de seus dias à descobrir a verdade sobre o misterioso ocorrido. Enquanto isso, seu filho, Ford Brody, ao contrário do pai, segue em frente com sua vida, com um emprego no exército americano, no esquadrão anti-bombas, e uma esposa e filho para cuidar. Depois de muitos anos, o destino une Ford e seu pai novamente, e ambos descobrem, a partir da pesquisa de Joe, que existem, sim, monstros vivendo sob os nossos narizes, e que eles podem ser uma ameaça para toda a humanidade. O que pode deter esses monstros? Apenas um monstro maior. Uma força da natureza.
Que tal começar o post com a mais idiota das perguntas: Qual o nome do filme aqui em questão? Acertou quem leu o título do post com atenção e respondeu Godzilla (quem chutou Gojira também acertou). Com um nome como esse, subentende-se que, obviamente, Godzilla seja um filme sobre Godzilla, o Rei dos Monstros (ou kaijus, se preferir), correto? Corretíssimo, mas é aí que o Godzilla de Gareth Edwards resolve desviar um pouco desse caminho óbvio e já esperado — algo que pode ter desagradado muita gente por aí.
Mas isso é conversa para mais tarde. Agora falemos um pouco sobre o visual do filme. Como eu acabei de falar, Gareth Edwards fugiu um pouco do óbvio em seu Godzilla, e por incrível que pareça, mesmo tendo seu nome estampado no título do filme, o Rei dos Monstros só aparece por completo com mais ou menos uma hora de filme. Isso se deve ao fato de o monstrengo não ser o verdadeiro foco do filme. Se isso é bom ou ruim? Daqui a pouco chegaremos à esse ponto. Por hora, vamos continuar nos monstros. O Soberano de Todos os Kaijus pode não ter tanto tempo em tela quanto o esperado, mas isso não significa que a equipe de Direção de Arte não capricharia na hora de dar um tapa em seu visual. O novo Godzilla é simplesmente fantástico! O monstrão recebeu uma releitura mais realista, tornando-o muito mais crível e verossímil que suas antigas encarnações (que eram declaradamente mais lúdicas e fantasiosas). É como se você olhasse pra ele pensasse "hey, acho que vi algo parecido no meu livro de História dos Dinossauros". Além de incrivelmente bem feito, o Rei dos Monstros também é assustadoramente enorme. Eu não sou nenhum especialista na mitologia dos kaijus clássicos japoneses, mas creio que esta é a maior encarnação que Godzilla já teve nos cinemas em mais ou menos 60 anos de existência. Como alguns trailers já devem ter entregado, Gojira não é o único monstrengo presente no filme. Particularmente, eu acho que mostrar isso já nos trailers acabou estragando um pouco uma das surpresas do filme, portanto, para não estragar ainda mais o que um dia foi uma surpresa, vou me limitar a dizer que tudo o que foi dito sobre o novo Godzilla até aqui também é válido para os outros monstros aqui presentes, e que eles são tão ameaçadores — senão até mais — que o próprio Rei dos Kaijus.
E não só os monstros receberam uma abordagem mais realista. Os acontecimentos que os circundam, as consequências que a vinda dessas "forças da natureza" causam na sociedade; também foram muito bem retratados. Aliás, não só foram bem retratados como acabaram sendo o foco principal do filme. Muito mais do que monstros caminhando pelas cidades, nós vemos a destruição que eles causam, os feridos, os cenários destruídos. Gareth Edwards teve a preocupação de realizar grande parte das filmagens do filme em cidades e locações reais, com todos os atores (todos necessários para as cenas em questão, é claro) presentes, aumentando o clima de urgência e imersão. Mas com tudo isso sendo mostrado na tela, onde ficam os monstros? Afinal, desde o começo, são eles que todo mundo quer ver. Lembra que eu falei que o caminho tomado pelo diretor Gareth Edwards pode ter incomodado algumas pessoas? Pois é, é exatamente neste ponto — nos monstros — que eu queria chegar com essa afirmação. Como eu disse aqui em cima, o verdadeiro foco do filme não são os monstros em si, mas si as consequências causadas por eles. Com isso, acabamos vendo muito pouco deles durante o longa. Como eu já disse anteriormente, Godzilla, por exemplo, só dá as caras depois de, aproximadamente, uma hora de filme. Gareth Edwards trabalha muito em criar um suspense em cima dos embates de seus monstros. Durante boa parte do filme, sempre que os monstrengos vão se enfrentar, algo acontece, a cena corta e a luta acaba não sendo mostrada. Só chegamos a ver uma luta completa nos momentos finais do filme, mas cada minuto aguardado vale a pena, pois é uma luta e tanto.
A decisão do diretor em não focar exatamente nos monstros acabou dividindo bastante o público. Particularmente, foi exatamente essa decisão que me deixou interessado no novo Godzilla, em primeiro lugar. Um filme do Godzilla onde o próprio Godzilla não aparece (ou aparece muito pouco)? Isso requer um pouco de ousadia, tanto por parte do diretor, que acredita que pode fazer um filme bacana com essa proposta; quanto por parte do estúdio, que acredita que pode ganhar dinheiro com isso. A proposta de fazer um "filme de monstros sem monstros" lembra bastante Cloverfield, onde se é retratado o ataque de um monstro à Nova Iorque sob a óptica de uma câmera nas mãos de um grupo de jovens. Tendo Cloverfield como base, eu poderia assistir um filme inteiro do Godzilla sem ver o monstrão por completo em nenhum momento e ainda assim gostar bastante (assim como em Cloverfield). Claro, você não precisa conhecer ou ter assistido Cloverfield para simpatizar com a proposta do novo Godzilla, basta ter uma mente aberta para encarar uma abordagem diferente, que foge do senso comum (para o bem o ou para o mal).
O roteiro de Godzilla é simples e sem grandes reviravoltas, criando justificativas críveis e criativas para alguns detalhes da mitologia do Rei dos Monstros e deixando algumas pontas soltas de propósito para possíveis sequências futuras. Há também referências aos filmes antigos do monstrão, que foram encaixadas e forma sutil e natural durante o desenrolar do filme. A narrativa é construída de modo que esconda o máximo de detalhes possíveis sobre os monstros, seja por meio da fotografia — que trabalha com ângulos não muito favorecedores — ou dos cortes, que são rápidos e repentinos. Até aqui, nada acima do comum.
O verdadeiro pulo do gato do Godzilla de Gareth Edwards é o foco nos seres humanos, e como estes reagem em relação as criaturas que os ameaçam. Teoricamente, para que essa proposta seja bem executada, seria necessário um elenco de primeira. Infelizmente, na realidade o elenco não foi tão "de primeira" assim. Ou até foi, mas não teve muita oportunidade de mostrar toda a sua classe.
Na trama do filme, o drama humano é representado pela família Brody, uma das muitas afetadas pelo surgimento dessas formas de vida não identificadas. Durante a primeira parte do filme, o enredo é focado em Joe Brody, que é interpretado magnificamente bem por Bryan Cranston. Cranston retrata muito bem toda a paranoia e o sofrimento de seu personagem, rendendo cenas emocionantes e surpreendentes.
Infelizmente, da segunda parte em diante, o foco é voltado para o filho de Joe, Ford Brody, vivido por Aaron Taylor-Johnson. Sim, aquele de Kickass e Kickass 2 e que estará no papel do Mercúrio em Os Vingadores 2. Qual o problema dele? O problema dele é ter sido contratado. Taylor-Johnson é tão expressivo e emotivo quanto uma porta, e não atua de verdade em nenhum momento do filme. Isso até seria tolerável, se não fosse pelo fato de ele ser o responsável, a partir de um determinado momento da trama, por representar o drama da humanidade diante das catástrofes que estão acontecendo.
No núcleo de apoio, temos Elizabeth Olsen como Elle Brody, a esposa de Ford, que retrata bem o medo perante uma situação daquele porte, mas acaba tendo menos tempo em tela que o Rei dos Kaijus. Ken Watanabe também marca presença no filme, mas está aqui apenas para sentar na última fileira da plateia e assistir o espetáculo (leia-se "catástrofe") com os olhos arregalados e a boca aberta. Sério, o papel de Watanabe é resumido a olha para a câmera com cara de impressionado, não tem nenhuma participação relevante durante desenrolar da trama. Desperdício de um ótimo ator.
Quem assistiu a pelo menos um trailer do filme, seja qual for for, com certeza deve ter escutado o rugido do Gojira em algum momento. Se não, clique AQUI e escute. Bem maneiro, não é? Escutar o rugido do Rei dos Monstros na cabine do cinema é uma experiência por si só. Em IMAX, então, deve ser mais incrível ainda. Particularmente, o rugido do Gojira entrou para a minha lista pessoal de Melhores Coisas do Cinema de 2014. Pode parecer exagero, mas é algo realmente incrível.
A trilha sonora de Alexandre Desplat é igualmente impressionante. As musica são todas orquestradas, e ora trabalham a urgência e a tensão do ataque da chegada dos monstros; outra ora buscam dar um tom épico e grandioso aos embates entre as feras gigantes. Por usarem o mesmo arranjo e o mesmo conjunto de instrumentos, muitos temas acabam ficando parecidos, lembrando bastante o Tema Principal do filme (que é a faixa de abertura do álbum), perdendo um pouco o destaque individual, mas nada que comprometa a trilha como um todo. Para ilustrar as minhas palavras, nada melhor que o tema do próprio Gojira. Confiram aí:
Hum... é, acho que isso é tudo que eu tinha pra falar, galerinha. Que hora é agora? Hora de deixar os monstros lutarem? Nada disso, agora é hora daquela boa e pré-histórica nota de cada post!
E aí está ela -> 8.0 / 10
Gareth Edwards resolve fugir um pouco do senso comum e ousar com um Godzilla focado muito mais nos seres humanos que nas próprios monstros. O Rei dos Monstros acaba ficando como coadjuvante da trama, mas rouba a cena de maneira empolgante quando solto para brigar. O elenco humano é muito bem composto, com destaque para a atuação emocionante de Bryan Cranston, mas acaba pecando em algumas escolhas — como Aaron Taylor-Johnson — e desperdiçando bons atores — Como Ken Watanabe. Ah, uma dica: não espere por um novo Círculo de Fogo (Pacific Rim), pois a proposta do Godzilla de Gareth Edwards é bem diferente.
Portanto, se você quer curtir um filme bacana no cinema, dê uma chance ao novo Godzilla. Se sua mente estiver aberta para uma proposta ousada e diferente para um filme desse gênero, você com certeza acabará se surpreendendo!
Isso é tudo, galerinha desocupado. No mais, fiquem com este CLÁSSICO do Blue Oyster Cult. Go Go Godzilla!
Um abraço e até o próximo post. Fui!
Por Breno Barbosa
Mas isso é conversa para mais tarde. Agora falemos um pouco sobre o visual do filme. Como eu acabei de falar, Gareth Edwards fugiu um pouco do óbvio em seu Godzilla, e por incrível que pareça, mesmo tendo seu nome estampado no título do filme, o Rei dos Monstros só aparece por completo com mais ou menos uma hora de filme. Isso se deve ao fato de o monstrengo não ser o verdadeiro foco do filme. Se isso é bom ou ruim? Daqui a pouco chegaremos à esse ponto. Por hora, vamos continuar nos monstros. O Soberano de Todos os Kaijus pode não ter tanto tempo em tela quanto o esperado, mas isso não significa que a equipe de Direção de Arte não capricharia na hora de dar um tapa em seu visual. O novo Godzilla é simplesmente fantástico! O monstrão recebeu uma releitura mais realista, tornando-o muito mais crível e verossímil que suas antigas encarnações (que eram declaradamente mais lúdicas e fantasiosas). É como se você olhasse pra ele pensasse "hey, acho que vi algo parecido no meu livro de História dos Dinossauros". Além de incrivelmente bem feito, o Rei dos Monstros também é assustadoramente enorme. Eu não sou nenhum especialista na mitologia dos kaijus clássicos japoneses, mas creio que esta é a maior encarnação que Godzilla já teve nos cinemas em mais ou menos 60 anos de existência. Como alguns trailers já devem ter entregado, Gojira não é o único monstrengo presente no filme. Particularmente, eu acho que mostrar isso já nos trailers acabou estragando um pouco uma das surpresas do filme, portanto, para não estragar ainda mais o que um dia foi uma surpresa, vou me limitar a dizer que tudo o que foi dito sobre o novo Godzilla até aqui também é válido para os outros monstros aqui presentes, e que eles são tão ameaçadores — senão até mais — que o próprio Rei dos Kaijus.
E não só os monstros receberam uma abordagem mais realista. Os acontecimentos que os circundam, as consequências que a vinda dessas "forças da natureza" causam na sociedade; também foram muito bem retratados. Aliás, não só foram bem retratados como acabaram sendo o foco principal do filme. Muito mais do que monstros caminhando pelas cidades, nós vemos a destruição que eles causam, os feridos, os cenários destruídos. Gareth Edwards teve a preocupação de realizar grande parte das filmagens do filme em cidades e locações reais, com todos os atores (todos necessários para as cenas em questão, é claro) presentes, aumentando o clima de urgência e imersão. Mas com tudo isso sendo mostrado na tela, onde ficam os monstros? Afinal, desde o começo, são eles que todo mundo quer ver. Lembra que eu falei que o caminho tomado pelo diretor Gareth Edwards pode ter incomodado algumas pessoas? Pois é, é exatamente neste ponto — nos monstros — que eu queria chegar com essa afirmação. Como eu disse aqui em cima, o verdadeiro foco do filme não são os monstros em si, mas si as consequências causadas por eles. Com isso, acabamos vendo muito pouco deles durante o longa. Como eu já disse anteriormente, Godzilla, por exemplo, só dá as caras depois de, aproximadamente, uma hora de filme. Gareth Edwards trabalha muito em criar um suspense em cima dos embates de seus monstros. Durante boa parte do filme, sempre que os monstrengos vão se enfrentar, algo acontece, a cena corta e a luta acaba não sendo mostrada. Só chegamos a ver uma luta completa nos momentos finais do filme, mas cada minuto aguardado vale a pena, pois é uma luta e tanto.
"Deixe eles lutarem. Sério, deixa eles lutarem, eu paguei pra ver isso!" |
A decisão do diretor em não focar exatamente nos monstros acabou dividindo bastante o público. Particularmente, foi exatamente essa decisão que me deixou interessado no novo Godzilla, em primeiro lugar. Um filme do Godzilla onde o próprio Godzilla não aparece (ou aparece muito pouco)? Isso requer um pouco de ousadia, tanto por parte do diretor, que acredita que pode fazer um filme bacana com essa proposta; quanto por parte do estúdio, que acredita que pode ganhar dinheiro com isso. A proposta de fazer um "filme de monstros sem monstros" lembra bastante Cloverfield, onde se é retratado o ataque de um monstro à Nova Iorque sob a óptica de uma câmera nas mãos de um grupo de jovens. Tendo Cloverfield como base, eu poderia assistir um filme inteiro do Godzilla sem ver o monstrão por completo em nenhum momento e ainda assim gostar bastante (assim como em Cloverfield). Claro, você não precisa conhecer ou ter assistido Cloverfield para simpatizar com a proposta do novo Godzilla, basta ter uma mente aberta para encarar uma abordagem diferente, que foge do senso comum (para o bem o ou para o mal).
Quem será que está escondido na névoa? Eu acho que é o Mister M... |
O roteiro de Godzilla é simples e sem grandes reviravoltas, criando justificativas críveis e criativas para alguns detalhes da mitologia do Rei dos Monstros e deixando algumas pontas soltas de propósito para possíveis sequências futuras. Há também referências aos filmes antigos do monstrão, que foram encaixadas e forma sutil e natural durante o desenrolar do filme. A narrativa é construída de modo que esconda o máximo de detalhes possíveis sobre os monstros, seja por meio da fotografia — que trabalha com ângulos não muito favorecedores — ou dos cortes, que são rápidos e repentinos. Até aqui, nada acima do comum.
O verdadeiro pulo do gato do Godzilla de Gareth Edwards é o foco nos seres humanos, e como estes reagem em relação as criaturas que os ameaçam. Teoricamente, para que essa proposta seja bem executada, seria necessário um elenco de primeira. Infelizmente, na realidade o elenco não foi tão "de primeira" assim. Ou até foi, mas não teve muita oportunidade de mostrar toda a sua classe.
Na trama do filme, o drama humano é representado pela família Brody, uma das muitas afetadas pelo surgimento dessas formas de vida não identificadas. Durante a primeira parte do filme, o enredo é focado em Joe Brody, que é interpretado magnificamente bem por Bryan Cranston. Cranston retrata muito bem toda a paranoia e o sofrimento de seu personagem, rendendo cenas emocionantes e surpreendentes.
Infelizmente, da segunda parte em diante, o foco é voltado para o filho de Joe, Ford Brody, vivido por Aaron Taylor-Johnson. Sim, aquele de Kickass e Kickass 2 e que estará no papel do Mercúrio em Os Vingadores 2. Qual o problema dele? O problema dele é ter sido contratado. Taylor-Johnson é tão expressivo e emotivo quanto uma porta, e não atua de verdade em nenhum momento do filme. Isso até seria tolerável, se não fosse pelo fato de ele ser o responsável, a partir de um determinado momento da trama, por representar o drama da humanidade diante das catástrofes que estão acontecendo.
No núcleo de apoio, temos Elizabeth Olsen como Elle Brody, a esposa de Ford, que retrata bem o medo perante uma situação daquele porte, mas acaba tendo menos tempo em tela que o Rei dos Kaijus. Ken Watanabe também marca presença no filme, mas está aqui apenas para sentar na última fileira da plateia e assistir o espetáculo (leia-se "catástrofe") com os olhos arregalados e a boca aberta. Sério, o papel de Watanabe é resumido a olha para a câmera com cara de impressionado, não tem nenhuma participação relevante durante desenrolar da trama. Desperdício de um ótimo ator.
— Filho? — Que foi, pai? — Vai embora do meu filme. |
Quem assistiu a pelo menos um trailer do filme, seja qual for for, com certeza deve ter escutado o rugido do Gojira em algum momento. Se não, clique AQUI e escute. Bem maneiro, não é? Escutar o rugido do Rei dos Monstros na cabine do cinema é uma experiência por si só. Em IMAX, então, deve ser mais incrível ainda. Particularmente, o rugido do Gojira entrou para a minha lista pessoal de Melhores Coisas do Cinema de 2014. Pode parecer exagero, mas é algo realmente incrível.
A trilha sonora de Alexandre Desplat é igualmente impressionante. As musica são todas orquestradas, e ora trabalham a urgência e a tensão do ataque da chegada dos monstros; outra ora buscam dar um tom épico e grandioso aos embates entre as feras gigantes. Por usarem o mesmo arranjo e o mesmo conjunto de instrumentos, muitos temas acabam ficando parecidos, lembrando bastante o Tema Principal do filme (que é a faixa de abertura do álbum), perdendo um pouco o destaque individual, mas nada que comprometa a trilha como um todo. Para ilustrar as minhas palavras, nada melhor que o tema do próprio Gojira. Confiram aí:
E aí está ela -> 8.0 / 10
Gareth Edwards resolve fugir um pouco do senso comum e ousar com um Godzilla focado muito mais nos seres humanos que nas próprios monstros. O Rei dos Monstros acaba ficando como coadjuvante da trama, mas rouba a cena de maneira empolgante quando solto para brigar. O elenco humano é muito bem composto, com destaque para a atuação emocionante de Bryan Cranston, mas acaba pecando em algumas escolhas — como Aaron Taylor-Johnson — e desperdiçando bons atores — Como Ken Watanabe. Ah, uma dica: não espere por um novo Círculo de Fogo (Pacific Rim), pois a proposta do Godzilla de Gareth Edwards é bem diferente.
Portanto, se você quer curtir um filme bacana no cinema, dê uma chance ao novo Godzilla. Se sua mente estiver aberta para uma proposta ousada e diferente para um filme desse gênero, você com certeza acabará se surpreendendo!
Isso é tudo, galerinha desocupado. No mais, fiquem com este CLÁSSICO do Blue Oyster Cult. Go Go Godzilla!
Por Breno Barbosa
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