sexta-feira, 7 de março de 2014

[ESPECIAL] Carnaval - Breno Barbosa (Parte 5)

Oro?




Ohayou de gozaru, galerinha desocupada, ogenki de gozaru ka? O que? Vocês não entenderam nada? Ah, desculpa, falha minha! Bom dia, galerinha desocupada, tudo ok com vocês? E agora, foi certinho?

Ah, o Carnaval... a grande festa popular... dedinhos pro alto, carros de som, musica alta, pessoas ensandecidas, ruas lotadas... Há quem goste de toda essa folia e emoção, mas há também quem quer distância de toda essa bagunça, preferindo a tranquilidade do lar. Se você é uma dessas pessoas, vem cá, me dá um hi-five e um abraço, meu caro (ou minha cara, caso você seja uma dama), pois estamos nessa juntos. Porém, o grande dilema de quem resolve ficar de pernas pro ar em sua humilde residência é: o que fazer durante este bendito feriado?

Pensando nisso, nós, a Equipe Tática de Elite do Desocupado, resolvemos dar vida à um Especial de Carnaval, com o intuito de indicar coisinhas super-bacanas, durante toda esta semana, para se curtir durante feriado do Carnis Valles. Oficialmente, o Carnaval já acabou há algum tempo, mas não aqui no Desocupado! Não enquanto o último post deste Especial for publicado!

Ei, espera um instante, este é o último post!

Bem, depois de muito, muito, MUITO ponderar sobre o que recomendaria à vocês, meus queridos desocupados, eu acabei lembrando de algo sobre o qual eu queria falar aqui já há algum tempo, e, unindo o útil ao agradável, resolvi usar este post para falar sobre esse algo. Se você conhece a figura que estampa a capa deste post, lá em cima, e sacou todas referências verbais que fiz até então, você sabe muito bem que vim aqui para falar um pouco sobre Rurouni Kenshin, ou, como é conhecido aqui no Brasil, Samurai X! Como fã que sou, resolvi falar de Rurouni Kenshin em suas mais populares encarnações, ou seja, o mangá original, a animação criada a partir dele e, por último, adaptação para o cinema.

Todos prontos? Então vamos lá!


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É sempre bom começar do começo, não é? Então nada melhor que começar pela obra que deu origem às obras seguintes: o mangá.

Originalmente batizado de Rurouni Kenshin: Meiji Kenkaku Romantan (traduzindo livremente, Rurouni Kenshin: Romance do Espadachim Meiji) e popularizado no Ocidente como Samurai X (sabe-se lá por quê), Rurouni Kenshin foi publicado nas páginas da consagrada Shounen JUMP de Abril de 1994 até Novembro de 1999. Com arte e roteiro de Nobuhiro Watsuki, Rurouni Kenshin narra o romance de Himura Kenshin, um jovem espadachim errante que peregrina Japão afora em busca de paz e tranquilidade. Em suas andanças, Kenshin vai reencontrando antigos companheiros, conquistando novas amizades e fazendo novos inimigos; mas acima de tudo, aos poucos, ele vai redescobrindo seu propósito de viver.

É raro ver um mangá do gênero shounen que realmente se destaca dentre os demais, principalmente em uma revista chamada Shounen JUMP. Muitos deles abordam à exaustão temas como superação e amizade, além de abusarem de lutas visualmente impressionantes, porém vazias e sem muito propósito. Poucos conseguem reproduzir essa fórmula de uma maneira satisfatória, e menos ainda conseguem fugir dela e ainda fazer algo que ainda se encaixe no gênero. Rurouni Kenshin não é bem o tipo de salvação da pátria do qual eu falei agora há pouco, mas com certeza é um dos poucos que se destaca em meio aos outros shounens. No que, exatamente, ele se destaca? Acho que podemos começar pelo mote da trama. Kenshin não é nenhum jovem em busca de realizar seus sonhos, ou que almeja se tornar o melhor naquilo que faz, muito menos um valentão que lutar e lutar até o fim dos tempos; muito pelo contrário, ele só quer paz. Sim, somente isso: paz. Claro, isso não quer dizer que não haja conflitos e reviravoltas, mas eles vêm de encontro ao protagonista, não o contrário, como de costume. Outro diferencial bacana de Rurouni Kenshin é atenção que o autor dá a cada personagem. E quando eu falo cada personagem, é cada personagem MESMO. Inimigos, aliados, personagens de suporte... nenhum deles está ali sem um propósito, sem um ideal, seja ele importante ou fútil. Tecnicamente, Rurouni Kenshin também não deixa cair a peteca. O traço de Watsuki é simples e dinâmico, dando um ritmo legal ao andamento da história. Acho que vale citar também que Watsuki sabe fazer efeitos de impacto em suas lutas como ninguém (pelo menos na minha opinião). E como todo bom mangaká, seu traço vai evoluindo da acordo com o andamento de sua obra, ou seja, Rurouni Kenshin fica cada vez mais bonito com o passar dos capítulos. No que diz respeito a trama, como a maioria dos shounens, Rurouni Kenshin começa um tanto quanto "vazio", sem um rumo definido, mas uma vez que o início do caminho é encontrado, a trama vai ficando cada vez mais densa, e a história cada vez mais emocionante.

Comparado a outros mangás do gênero, Rurouni Kenshin até pode ser considerado um mangá curto, com 255 capítulos de uma leitura bacana e intuitiva. Isso sem contar os especiais publicados posteriormente, que também merecem a sua atenção. Atualmente, Nobuhiro Watsuki está produzindo e publicando mensalmente um remake de sua obra, chamado Rurouni Kenshin: Restoration, nas páginas da Shounen JUMP Alpha. Alguns detalhes da trama original foram alterados, mas o cerne da história e seus principais personagens foram mantidos. Particularmente, eu não recomendaria começar a curtir Rurouni Kenshin a partir de Restoration, mas é um bom complemento pra quem já conhece a HQ original e tem uma mente aberta. Falando em original, aqui no Brasil, a JBC está republicando o mangá original de Rurouni Kenshin, em uma versão de luxo, com mais páginas e capas que mereciam molduras de tão bonitas que são. E o melhor: por um preço bem camarada. Vale bastante a pena investir neles, caso você tenha se interessado por Rurouni Kenshin.


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Em Janeiro de 1996, depois de dois anos do lançamento original do mangá de Nobuhiro Watsuki — e também com o consequente sucesso do mesmo, é claro, afinal não dá pra apostar em algo que não tem um potencial financeiro, não é? — , Rurouni Kenshin foi adaptado para as TVs nipônicas pelas mãos capazes do Studio Gallop.

Não há muito para se adicionar na sinopse do anime, afinal, trata-se de uma adaptação animada do mangá para TV, mantendo grande parte dos elementos da obra original intactos e adicionando (ou retirando) aquilo que o estúdio acha necessário. Portanto, se vocês leram o que eu falei sobre o mangá agora há pouco, já devem manjar direitinho da sinopse de Rurouni Kenshin.

Desde os tempos mais remotos, adaptações de obras para outras mídias não são muito bem vistas pelos fãs da obra original. Isso vale para qualquer tipo de adaptação, seja para o cinema, para a literatura, para os vídeo games ou para televisão (séries/animações), como é o nosso caso. E vale ressaltar que esse asco a adaptações por parte dos fãs "originais" os impede até mesmo de conferir as mesmas, ou seja, eles acabam desgostando antes mesmo de experimentar. Eu acabei fazendo todo esse rodeio só pra dizer que sim, fãs dos mangá que não se deram ao trabalho de conferir a animação (eu sei que vocês estão aí em algum lugar), o anime de Rurouni Kenshin é sim muito bom. Pelo menos até certo ponto. Tecnicamente, apesar de hoje estar um tanto quanto obsoleta, a animação permanece fluida e agradável aos olhos, mantendo bem a fidelidade ao traço original de Nobuhiro Watsuki. Porém, o mesmo não pode ser dito da história, e é aqui que a animação dá uma rasteira em todos nós, fãs. Há muito "conteúdo sobressalente" no anime de Rurouni Kenshin, os famosos fillers ("enchedores de linguiça"), que são historinhas paralelas que atrasam o andamento da trama principal e em nada adicionam a ela. Até aí tudo bem, é um percalço aceitável numa animação tão bacana quanto a de Rurouni Kenshin, mas a coisa muda de figura quando o estúdio resolve abandonar a história a ser adaptada e resolve seguir um rumo totalmente diferente que o proposto pela obra original. Isso acontece logo depois do Arco de Kyoto, mais especificamente. Em vez de seguir em frente para o arco seguinte, a animação ignora-o com força e vai por outro caminho. Coincidentemente, esse "abandono" ocorreu logo depois que animação foi transferida do Studio Gallop para o Studio Deen.

Em suma, Rurouni Kenshin é um excelente anime (com uma das minhas lutas favoritas de todos os tempos, diga-se de passagem) para se acompanhar até certo ponto. A não ser que você realmente queira ir até o final, independente deste ser o final criado pelo autor ou não, recomendo que assista a animação até o episódio 60, ou até o 62, no máximo. Depois disso, a coisa muda totalmente de figura, e não para um lado legal, portanto, é bom abandonar esse barco e pegar carona em outro. Ah, e não se esqueça de conferir os OVAs (Original Vídeo Animation), que são verdadeiras obras de arte. Bem, pelo menos um deles é realmente muito bom, e se chama Tsuiokuhen (Trust and Betrayal, em inglês). Quanto ao outro, Seisouhen (Reflection), bem, particularmente, eu me revoltei com a animação na metade e desisti de assisti-la, sem nunca mais voltar. Acho que, a partir daí, dá pra ter uma breve ideia do que eu acho dela, não é? Há também uma releitura do aclamado arco de Kyoto, chamada Shin Kyoto Hen, dividida em dois episódios de aproximadamente 45 minutos cada. Tecnicamente, a animação é fluida, dinâmica e bastante bonita, com direito a um traço mais realista, dando um outro ponto de vista bem interessante da obra de Watsuki, mas no quesito Adaptação, Shin Kyoto Hen diverge bastante da obra original, e não no bom sentido. Assim como Restoration (no caso do mangá), Shin Kyoto Hen é um complemento até bacaninha pra quem já é fã da série. Se você tiver cabeça aberta, é claro.


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Para a surpresa de todos os fãs (inclusive a minha), no dia 28 de Junho de 2011, foi anunciada uma nova adaptação de Rurouni Kenshin, desta vez, porém, para as telonas dos cinemas. Em live-action, com atores de verdade!

E em 25 de Agosto de 2012, sob a direção de Keishi Otomo, Rurouni Kenshin chegava aos cinemas japoneses. O filme adapta o primeiro arco da obra de Nobuhiro Watsuki, onde Kenshin e seus amigos combatem o magnata Takeda Kanryu, que sequestrou Takani Megumi, uma médica que acaba se tornando uma colega muito próxima de Kenshin; e o misterioso assassino Udo Jin-e, que quer, à qualquer preço, enfrentar Kenshin, afim de testar as lendárias habilidades do andarilho, das quais tanto ouviu falar.

"Um live-action de Rurouni Kenshin?! Mas como assim? Existe alguma chance de isso dar certo?". Esses foram os questionamentos que não só eu, mas muitos fãs da obra de Nobuhiro Wastsuki se fizeram depois do anúncio da adaptação. Só o tempo traria essa resposta, e bem, ele acabou trazendo. Sim, não só existem chances como o live-action de Rurouni Kenshin DEU certo! Muito certo, aliás. Acho que podemos começar falando da parte visual do filme, que é um show a parte. Em uma decisão deveras sábia, a equipe de produção do filme resolveu criar o figurino dos personagens totalmente embasados não só na obra original, mas também no contexto histórico (que foi real, diga-se de passagem) na qual Rurouni Kenshin é ambientado. Em outras palavras, o que vemos na telona é uma transposição super-fiel, tanto a Watsuki quanto a História do Japão. Uniformes, armas. acessórios... todos os aspectos visuais dos personagens de Rurouni Kenshin foram recriados de maneira que ficassem convincentes aos olhos de qualquer espectador, seja um entusiasta da cultura japonesa, um fã do mangá ou um simples cinéfilo (ou um pouco dos três, como é o meu caso). Outra grande incógnita do live-action era em relação aos combates. Será que o Estilo Hiten Mitsurugi de Kenshin conseguiria se reproduzido na tela grande? Se formos analisar minuciosamente, a resposta para essa pergunta é "não", mas isso não é algo ruim. O Estilo de luta de Kenshin não foi mantido ipsis literis na adaptação, mas as cenas de combate — que são abundantes por aqui, diga-se de passagem — são empolgantes e muito bem coreografadas. Os atores também se encaixam bem em seus papéis, e conseguem reviver os personagens do mangá de Watsuki de uma maneira fiel e ao mesmo tempo verossímil. Como se eu já não tivesse falado muito de fidelidade, àqueles que já são fãs de longa data, não se preocupem, o longa se mantém fiel a essência do mangá, mesmo alterando alguns detalhes aqui e ali, para o bem do andamento do filme.

Se você se interessou e quer dedicar algumas horas do seu dia ao live-action de Rurouni Kenshin, felizmente, o filme foi lançado em Blu-ray e DVD aqui em terras tupiniquins, e pode ser encontrado em algumas lojas do ramo por um preço bem legal. Infelizmente, essas versões contam com o elenco de dublagem original da animação aqui no Brasil, que péssimo. Não me entendam mal, eu sou um grande fã de dublagem (principalmente a brasileira), mas a escolha de vozes para a dublagem da animação não foi das melhores, e a opção de manter esse elenco na versão brasileira do filme foi igualmente ruim. Se possível, assista com o áudio original japonês.


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Ufa! Acho que isso é tudo, galerinha. Acabei falando até mais do que devia... Me desculpem, eu sou assim mesmo quando me empolgo. Espero que eu tenha conseguido deixar vocês, desocupados, pelo menos um pouquinho interessados em Rurouni Kenshin.

Bem, com este post, considero este Especial de Carnaval oficialmente terminado! Primeiramente, agradeço aos meus companheiros de bordo, que mais uma vez me acompanharam nessa ideia maluca. Angelo, Anderson, Victor e Kariny, é sempre um prazer trabalhar com vocês, senhores. Em segundo lugar, mas não menos importante, agradeço à vocês, meus queridos desocupados, pela paciência e pela atenção. Aguardo vocês aqui em baixo, nos comentários. Podem vir sem medo, vai ter bolo!

Mais uma vez, muito obrigado ao meus companheiros de equipe e aos desocupados que se deram ao trabalho de acompanhar esta bagaça do início ao fim!

Um abraço, e até a próxima, galerinha!

Por Breno Barbosa

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