sábado, 21 de setembro de 2013

Se não viu, veja! - Elysium (2013)

Num vai subir ninguém!




Saudações, povo desocupado da Terra, tudo beleza com vocês aí em baixo?

Como já é de praxe aqui neste cantinho escuro da internet, o fim de semana é a hora de um de nós, desocupados de marca maior, trazer à vocês uma recomendação bacana, seja no que tange a Cinema, Games, Quadrinhos, Séries ou livros; ou a o que mais acharmos válidos. E graças a Giygas, esta semana não será diferente!

E a indicação batuta deste final de semana é nada mais, nada menos que Elysium, o mais novo filme do diretor iniciante Neill Blomkamp, o mesmo responsável pelo aclamado Distrito 9. Elysium chega às salas de cinema brasileiras neste fim de semana, no dia 20 de Setembro, e conta com as ilustres atuações de Wagner Moura e Alice Braga.

Ano 2154. Graças as nossas ações, o planeta Terra foi pro buraco, tornando-se uma grande esfera seca e pútrida no meio da vastidão negra do espaço. Aqueles cujas as condições financeiras eram mais "confortáveis" foram transferidos para Elysium, uma estação espacial a vida é plena e duradoura. Em outras palavras, o paraíso, se compararmos com a Terra. Lá em baixo, no que costumava ser o nosso planeta, vive Max, um funcionário de uma fábrica de droides (robôs) que desde pequeno sonha em morar em Elysium. Certo dia, Max sofre um acidente de trabalho que o deixa criticamente debilitado, em sério risco de vida. Sua única esperança de sobreviver reside em Elysium, e para isso, ele se junta a gangue de Spider em uma expedição suicida rumo à estação espacial Elysium. Alcançará Max seu objetivo? Eu acho que não, hein, mas você só descobrirá assistindo ao filme!

Impressão minha ou aquilo na nuca dele é uma Tekpix?

Como manda o figurino, comecemos o post falando sobre o visual do filme. Dentre todas as suas qualidades, aquela que mais merece elogios é, de longe, a Direção de Arte de Elysium. Hum... por onde eu começo a falar da Direção de Arte, hein... Vejamos... Ah, já sei! Que tal fazer uma pequena gradação? Começar do maior e partir para o menor? Por falta de ideias melhores, vamos com essa mesmo.

Primeiramente, Elysium (o filme, não a estação) nos apresenta a dois mundos vastamente diferentes: a Terra e a estação espacial Elysium (a est--ah, eu já falei, né?). Os dois funcionam como contrapartes um do outro. Se na terra só há sujeira, imundice e areia até onde a vista alcança, Elysium (a estação, não o filme) esbanja classe e sofisticação, cercadas por uma linda e infinita paisagem verde. Já que temos dois mundos completamente diferentes, é muito provável que tenhamos duas estéticas totalmente diferentes, e a Direção de Arte de Elysium (o filme, não a estação) trabalha muito bem essa disparidade. Como o filme dá a entender que praticamente todos os recurso naturais existentes no planeta se extinguiram, a Terra de Elysium (o filme, não a estação) é totalmente árida e seca, um grande deserto rodeado de prédios (ou o que sobraram deles) e favelas. A própria paleta utilizada na Correção de Cor das cenas que se passam na Terra acentuam esse tom de aridez. Diferentes tonalidades de amarelo, laranja e marrom são usadas no decorrer do filme, retirando toda a vida presente nos cenários, que, a propósito, mesmo sem a Correção de Cor, são bastante desprovidos de vida. Em contrapartida, Elysium (a estação, não o filme) mais parece um enorme e belíssimo jardim, rodeado por mansões sofisticadíssimas, onde os mais abastados desfrutam uma vida livre de stress e preocupação.

Aumentando um pouco mais o escopo do zoom, temos as pessoas. Cada cidadão parece ter um design único, seja na Terra — com gangsteres tatuados da cabeça aos pés — ou em Elysium — onde cada ricaço possui um penteado diferente, um mais mirabolante que o outro . Como a Terra foi deixada às traças, Elysium (o filme, não a estação) dá a entender que não há mais governantes efetivamente presentes em nosso planeta. Apenas um punhado de droides que cuidam da "segurança" do povo. Esses mesmos droides são usados como mordomos em Elysium (a estação, não o filme).

Falando em droides, é na tecnologia da época que a Direção de Arte de Elysium (o filme) brilha com mais intensidade. Como há escassez de recursos, os remanescentes da Terra defendem-se com o que têm em mãos, recauchutando e melhorando armas antigas e se aproveitando dos restos deixados por seus "superiores". O mesmo vale para os veículos e para as máquinas — que ainda funcionam na base do DOS. Já em Elysium (a estação), a tecnologia foi implementada ao extremo, a ponto de tornar possível inventos utópicos para os dias de hoje, como um exoesqueleto de combate e naves domésticas capaz de viajar curtas distâncias espaço afora. Claro, nada disso funcionaria sem bons efeitos especiais, e é justamente por isso que Elysium (o filme) também capricha nesse aspecto. Tudo é muito convincente, e parece real aos olhos, tanto pela qualidade dos efeitos especiais quanto pela Direção de Arte, que não se distanciou muito do que temos — ou imaginamos — hoje em dia.

Eu não queria me estender mais por aqui, mas é que faltou falar um pouco da ação do filme. Mesmo não sendo o foco de seu filme, Neill Blomkamp capricha bastante nas cenas de ação, tornando-as viscerais e empolgantes. Destaque para o embate final, que tem algumas tomadas de câmera excelentes. Falando em câmera, é nelas que residem minha única ressalva. Por que diabos esse maldito diretor tem que balançar tanto a câmera na hora das pancadarias? Eu quero ver o que está acontecendo, pô! Ou será que ocorre um terremoto toda vez que alguém resolve cair na porrada em Elysium (o filme)?

"Cuidado com o terremoto, bróder!"


Existem duas maneiras de se assistir Elysium. Não, não apenas essas duas, mas acredito que estas sejam as principais. A primeira é enxergando-o única e inteiramente como um filme comum: começo, meio e fim; introdução, desenvolvimento, conflito, clímax e conclusão; e por aí vai. E a segunda é enxergando a mensagem que o filme traz por trás da "máscara" da epopeia de Max e Spider e sua gangue rumo a Elysium. Independente de qual maneira você o assista, o filme funcionará muito bem. Na maior parte do tempo, o roteiro é coerente e interessante, salvas algumas coincidências um tanto quanto "bem-vindas" para alguns personagens da trama. Em uma camada mais profunda, Elysium discute questões como desigualdade social e consciência ambiental, mas essa são apenas as mensagens mais "superficiais" do filme. Se pararmos para analisar a fundo, não só poderemos como com certeza acharemos outras questões com o mesmo nível de importância e atualidade. Pois é, meu caros desocupados, tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas sempre chega uma hora em que a coisa muda um pouquinho de figura, não é mesmo? Todos aqui assistiram Distrito 9, também de Neill Blomkamp? Todos? Posso tomar isso como um "sim"? Se você não assistiu, não se preocupe, farei de tudo para não revelar maiores detalhes do filme. Originalmente, meu objetivo era assistir Distrito 9 como forma de me preparar para Elysium, para me acostumar ao estilo do diretor e ver que caminhos ele gosta de seguir em seus filmes — mesmo que Elysium seja apenas o seu segundo longa-metragem. Infelizmente, a preguiça e os joguetes eletrônicos não me deixaram cumprir minha missão, e fui ver Elysium tendo assistido à apenas uma hora de Distrito 9 (que tem duração de 1:50h, aproximadamente). Felizmente, isso foi o suficiente — não se preocupem, eu terminei de assistir Distrito 9 logo depois — para que eu tirasse as conclusões que estou prestes a apresentar à vocês. Antes de qualquer coisa, as próximas linhas podem conter  — podem conter, não significa que conterão — SPOILERS, portanto, continue por sua conta e risco. Muito do que é visto em Distrito 9 é repetido aqui em Elysium. Quer exemplos? Eu lhe dou alguns: o conflito particular dos protagonistas (que, em síntese, são idênticos); o coadjuvante de procedência dúbia; o inimigo virtualmente inatingível e seu lacaio casca-grossa; as discussões sociais (que não são exatamente as mesmas, mas se relacionando entre si ou se complementando)... Eu ainda poderia citar outras semelhanças, mas acho que elas revelariam detalhes maiores da trama, ou seja, seriam spoilers da pesada. O que eu quis dizer com essa comparação? Que ela denota que Neill Blomkamp não evoluiu muito desde de Distrito 9; que sua fórmula permanece, basicamente, a mesma, talvez por sua inexperiência. Pelo menos para mim, essas semelhanças com Distrito 9 não fazem de Elysium um filme ruim (afinal, se fizessem, eu nem me daria ao trabalho de falar dele aqui), mas podem acabar incomodando alguns desocupados com menos amor no coração.

"Hum... Acho que já vi isso aqui em algum lugar, hein..."


Mesmo ainda sendo um jovem mancebo no universo cinematográfico, Neill Blomkamp sabe dirigir muito bem seus atores, detalhe que pode ser notado tanto aqui em Elysium como no já bastante citado Distrito 9. Neste último, o protagonista, Sharlto Copley, roubava a cena durante o filme inteiro com uma atuação bem interessante. O mesmo não se repete com Matt Damon aqui em Elysium. Sim, o cara é bom, atua bem no filme, mas não fez nada digno de mais que um tapinha nas costas e um "mandou bem, garoto". Quem rouba a cena aqui é o ator brazuca Wagner Moura, interpretando o personagem Spider. Vale ressaltar que muito do que Wagner Moura mostra na telona não estava originalmente no script do personagem, ou seja, foi puro improviso. Normalmente, outros diretores não receberiam tão bem as ideias de seus atores, mas Neill Blomkamp foi sábio em dar asas à imaginação do ex-capitão do BOPE, e foi feliz em sua decisão. Também de terras tupiniquins, temos a atriz Alice Braga, que também se sai muito bem em seu papel, mas acho que a relação de sua personagem com o protagonista poderia ser um pouco mais explorada, rendendo, assim, mais cenas legais. E já que falamos tanto de Distrito 9, sabe quem está de volta aqui em Elysium? Sim, ele mesmo, Sharlto Copley, o Wikus Van De Merwe de Distrito 9. Dessa vez ele faz o papel do Agente Krueger, um dos antagonistas filme. Mesmo "repetindo" o papel de um dos antagonistas de Distrito 9 (o Agente Koobus, interpretado por David James), Copley mais uma vez nos traz uma boa atuação.

Não sei se consegui contar direito, mas segundo os meus cálculos, Elysium deve ter umas 4 ou 5 faixas em toda a sua trilha sonora. Ou pelo menos só usou 4 ou 5 temas durante o filme inteiro. Se é que posso dizer que são 4 ou 5 músicas diferentes, pois todas são bastante parecidas, e todas acabam sendo sobrepujadas pelos ruídos das cenas, principalmente as de ação. Mas não se preocupe, pois as melhores cenas do filme são aquelas sem som algum.

"Ei, você! Cadê o resto das músicas desse filme?"


Acho que não há mais nada a ser dito aqui — pelo menos não por este que vos escreve —, portanto, hora daquela notinha marota de cada post, não é mesmo?

E aí está ela -> 8.0 / 10

"Ué, eu já não vi isso aí em outro filme?". Sim sim, você provavelmente já deve ter visto algumas coisas de Elysium em outro filme (se você leu o posto completo vai saber de que filme eu estou falando), mas venhamos e convenhamos: isso acontece a toda hora em Hollywood, não é verdade? E que mal há quando o resultado bom? Praticamente nenhum.

"Entonce", se você quer curtir um cineminha com a galera, ou com sua "senhoura", ou até mesmo sozinho (como é o meu caso), não tenha dúvidas: Elysium é a melhor pedida para você.

Bem, isso é tudo pessoal. Obrigado pela atenção e até a próxima.

Fui!

Por Breno Barbosa

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