Enemy Officer Defeated!
Fala, galera desocupada! Estão todos bem? Todos voltaram intactos desse carnaval? Sim? Ufa, ainda bem... Dá pra perder de tudo nessas festinhas de carnaval da vida: relógios, celulares, carteiras, dentes, dedos dos pés, antebraços... hoje em dia ninguém faz distinção, o importante é levar alguma coisa.
Mas o carnaval já passou, então chutemos ele pra debaixo do tapete e voltemos nossa atenção para algo bem mais construtivo, interessante, divertido (e modesto): o post desta semana! Tá, ele pode até não ser tudo isso, mas é levemente bacana e com certeza dá uma animadinha no seu domingo chato!
Nesta semana, finalmente, trago à vocês uma das minhas franquias favoritas do mundinho dos vídeo-games! Sim, meus caros, eu sou completamente fissurado nos games da franquia Warriors, da KOEI TECMO, e hoje vos trago um de seus últimos títulos, Dynasty Warriors 8: Xtreme Legends. Desenvolvido pela Omega Force, DW8XL é um game de Ação Hack'n Slash (ou, traduzindo, "Mate o quanto puder!") lançado em 2014 para PS3, PS Vita, PS4 e PC. Como não possuo nem dos outros citados, estarei falando da versão para PC, batizada de Dynasty Warriors 8: Xtreme Legends Complete EdtionOrleans e Bragança. Haja nome!
China Antiga. Ano 220. A Dinastia Han encontra sua ruína, e tem-se início um período de rebeliões, guerras e desunião ao redor do país. Em meio a esse caos, 3 grandes forças se erguem, com o intuito de reunir o país sob seu respectivo brasão: Shu, liderada por Liu Bei; Wu, liderada por Sun Quan; e Wei, liderada por Cao Cao. Em Dynasty Warriors, você reviverá o período histórico da Guerra dos 3 Reinos da China na pele dos mais importantes heróis dos reinos de Shu, Wei ou Wu, acompanhando o desenrolar dos acontecimentos sob um ponto de vista dramatizado e lutando nas grandes batalhas que marcaram a época.
Como tenho costumado fazer nos últimos posts que escrevi, os primeiros parágrafos do texto são dedicados à pequenas questões filosóficas que eu passei a levantar enquanto escrevia ou "coisava" (verbo universal para qualquer coisa) a coisa em questão — no caso, enquanto estava jogando. E a questão que eu vos trago hoje é: você já parou pra pensar nos motivos pelos quais você gosta de algo que gosta?
Não, não me refiro a pessoas, porque aí a coisa já fica bem mais subjetiva. Me refiro a pertences, objetos pessoais, como livros, filmes, roupas, ou, como é o caso aqui, um jogo. Pra algumas coisas, a gente consegue achar zilhares de motivos, principalmente quando queremos recomenda-la para uma outra pessoa; mas tem aquelas que a gente simplesmente gosta porque gosta.
Uma dessas coisas que, até alguns dias antes de começar a escrever este post, eu gostava simplesmente por gostar é franquia Warriors da KOEI (Dynasty Warriors, Samurai Warriors, dentre outros derivados). Como eu disse lá em cima, eu sou absolutamente fissurado nos jogos da franquia, mas nunca parei pra pensar "por quê". Eu simplesmente me divertia com cada novo título (menos com Dynasty Warriors 6), sem me preocupar com isso. Somente quando decidi falar sobre Dynasty Warriors 8 aqui no blog foi parei pra pensar: "cara, por que diabos eu gosto tanto disso? Mais especificamente, por que diabos eu gosto deste jogo em particular?".
Se você está lendo este post, com certeza já deve ter deduzido que eu encontrei esses motivos, e deve estar se perguntando quais são eles, não é mesmo? Então senta aí, que é sobre isso que vamos falar agora, logo depois dessa imagenzinha batuta!
Como sempre, comecemos pelo visual. Dynasty Warriors 8 tem gráficos... não tão legais. Mesmo em PCs "Master Race" ou no PS4, o visual não é lá dos melhores. Mas por mais que esteja parecendo, não estou dizendo que DW8 é um jogo mal feito; apenas que, para o potencial desses consoles — e com outros jogos que provam esse potencial —, DW8 não possui gráficos impressionantes ou excepcionais. E isso não é uma característica exclusiva desse título. Talvez todos os jogos da franquia Warriors possuam essa particularidade. Porém, apesar de não serem essa Coca-Cola toda, DW8 tem gráficos modestos, competentes e agradáveis aos olhos.
Mas se, tecnicamente, Dynasty Warriors 8 é apenas competente, artisticamente, ele dá um belo show. A Direção de Arte toma como base a cultura chinesa daquela época, mas procura empregar à ela ares mais modernos e estilizados, tornando tudo muito único cheio de personalidade. Em meio a esse "tudo", não há como não dar o principal destaque ao design dos personagens que permeiam a história do jogo. São pra lá de 70 personagens jogáveis, disponíveis desde o começo do jogo, cada um com seus respectivos visuais, estilos de jogabilidade, personalidades e histórias pessoais. Do ponto de vista histórico, muitos desses personagens podem ser vistos apenas pelos seus nomes e por seus grandes feitos, mas a Omega Force (responsável pelo desenvolvimento do game) se deu ao trabalho de dar pelo menos o mínimo de profundidade e personalidade à todos eles, e foi bastante feliz nisso. Com tantos personagens assim, é impossível que no mínimo um punhado deles caia no vazio do esquecimento da sua mente desocupada, mas a maioria deles vai ficar guardada na sua memória, seja pelo visual diferente, a personalidade única ou o estilo de jogabilidade diferenciado. E se você realmente se empolgar com o game — o que não é muito difícil, por motivos que discutirei daqui a pouco —, você conseguirá até lembrar de cor os nomes dos mais de 70 personagens jogáveis. Sim, eu sei o nome de todos eles. Não, eu não me orgulho disso...
Saindo um pouco dos gráficos e migrando para a jogabilidade, bem... eu posso estar sendo um pouco parcial ao falar isso dessa maneira, mas aí vai: a jogabilidade é um dos aspectos mais apaixonantes da série Warriors, e esse aspecto só se acentua aqui em Dynasty Warriors 8. Por quê? Porque ela é fácil de se aprender, suave de se dominar, gostosa de se realizar e os resultados são extremamente satisfatórios e recompensantes. Os comandos são relativamente simples e rápidos de se absorver, e os controles respondem com bastante competência. Depois de jogar o Tutorial do jogo e uma ou duas fases aleatórias, você provavelmente já estará dominando o sistema de combate de Dynasty Warriors 8, e estará dizimando exércitos inteiros sozinho sem nenhum problema. E é aí que entra a a satisfação extrema da qual falei agora há pouco.
Falando um pouco a nível de Game Design, essa satisfação é característica do gênero em questão, o Hack'n Slash. O jogador controla um personagem semi-onipotente, praticamente invencível sob qualquer circunstância e dezenas de vezes mais forte que seus inimigos, portanto, o resultado não poderia ser outro: ele destruirá tudo e todos à sua frente sem grandes problemas, e isso é satisfatório, pois é bom se sentir "poderoso" de vez em quando e é isso que os vídeo-games nos proporcionam, muitas vezes. Porém, não é tão divertido assim ser o Todo Poderoso todo o tempo, e pensando nisso (provavelmente), Dynasty Warriors faz da estratégia um fator importante em sua jogabilidade, e ainda mais no título aqui em questão, Dynasty Warriors 8.
Cada batalha possui táticas e estratagemas específicas, que vão desde realizar ataques surpresas ao campo inimigo, defender determinados oficiais ou evitar que reforços inimigos apareçam no campo de batalha. Como jogador, você pode escolher segui-las à risca ou simplesmente ignora-las e fazer as coisas do seu jeito. Os dois caminhos funcionam, e poucas vezes você falhará na fase por não realizar determinado plano, mas, assim como derrotar milhares de soldados inimigos sozinho, dar vida às táticas dos estrategistas do seu exército é algo totalmente satisfatório, e mais que isso: é recompensante, dentro e fora do jogo. Não só você se sentirá um melhor jogador como o game confirmará, seja na forma de um ataque bem sucedido, um contra-ataque realizado corretamente ou até mesmo uma opção extra destravada.
Aproveitando a deixa sobre opões extras do último parágrafo, falemos um pouco da história de DW8. Como eu falei no comecinho do post, Dynasty Warriors reconta, de maneira dramatizada, o período histórico da Guerra dos 3 Reinos da China, pondo o jogador no meio das principais batalhas que definiram e redefiniram os rumos daquela época. Porém, esse não é o único caminho a se seguir no jogo. Além de poder reviver a História daquele período do jeito que ela realmente foi (salvas algumas adaptações, é claro), você pode escolher continuidades hipotéticas para cada um dos 3 reinos (Shu, Wei e Wu). São novas fases, novos heróis e toda uma nova história, que podem ser destravadas ao realizar determinadas missões em algumas fases. Além do sentimento bacana de estar reescrevendo a História, esse elemento contribui bastante para o Fator Replay do game, fazendo com que os jogadores voltem ao jogo mais e mais vezes, mesmo depois de terem lutado a guerra sob o ponto de vista de cada um dos 3 reinos.
Além da História e dos cenários hipotéticos do Story Mode, há também diversos modos de jogo diferentes. Você pode rejogar as fases que já venceu livremente, em qualquer dificuldade, com qualquer personagem que queira, no Free Mode; ou ainda, você pode testas suas habilidades como guerreiro nos desafios do Challenge Mode. Você pode até mesmo montar um pequeno vilarejo e seguir aprimorando-o, com soldados, oficiais e equipamentos, a fim de dominar toda a China por conta própria no Ambition Mode. Todos esses modos contribuem para a Replayabildiade do jogo, mas nenhum deles é tão interessante quanto o Story Mode e seus cenários hipotéticos, e dificilmente o farão voltar ao jogo como estes o fazem.
O grande ponto fraco disso tudo? Mesmo com uma grande variedade de coisas pra fazer, a jogabilidade pode acabar ficando repetitiva e maçante com o tempo. Particularmente, eu só costumo cansar de jogos desse gênero (Hack'n Slash) quando fiz tudo que poderia fazer — principalmente quando se trata e Warriors —, mas com certeza haverão muitos que se cansarão depois de uma dezena de fases, o que é totalmente compreensível.
No departamento de som, Dynasty Warriors 8 acerta bem mais do que erra, mas como eu sou chato pra caramba, comecemos pelos erros. Aliás, nem sei por que falei no plural, pois o erro é um só: a dublagem norte-americana. Não, ela não é tão ruim assim, mas é quase. Algumas das atuações são exageradamente dramáticas, e muitas vezes as falas acabam ficando fora de sincronia com os lábios dos personagens — o que é até compreensível, visto que as animações foram desenvolvidas de modo que encaixassem no idioma original, no caso, o japonês; mas ainda assim, não é muito legal de se ver. Mas, apesar dos pesares, eu guardo um carinho nostálgico por muitas das vozes do jogo, que estão presentes desde os primeiros títulos da série, com os quais eu cresci me divertindo. Se você, desocupado que estará jogando Dynasty Warriors pela primeira vez, também vai se sentir do mesmo jeito? Dificilmente, mas com um pouquinho de tolerância, talvez você pelo menos não se sinta incomodado.
Lembra quando eu disse que DW8 acerta mais do que erra quando o assunto é Som? Claro que lembra, foi no parágrafo passado! Pois é, ao falar desses acertos, eu estava me referindo à trilha sonora. O que pode ser melhor para seus ouvidos durante uma guerra em grande escala contra milhares de inimigos que o mais puro Rock'n Roll, com guitarras estridentes e baterias furiosas em alta velocidade? Não uma só faixa sequer da extensa trilha sonora de Dynasty Warriors 8 que não te deixe empolgado durante as batalhas. Infelizmente, por causa do grande número de músicas, raras serão as vezes em que você irá esbarrar numa faixa que já escutou antes, logo, fica bem mais difícil assimilar as musicas e lembra-las depois. Mas há uma faixa em específico que você com certeza irá guardar na memória, e que depois de jogar, ela será a trilha sonora de todos os seus pesadelos. Estou me referindo ao tema do lendário geurrei--perdão--demônio Lu Bu, "o mais forte que esta terra já viu!":
Ufa! Se eu tivesse que fazer uma comparação pro quanto eu já falei aqui, acho que seria equivalente ao número de soldados numa fase de Dynasty Warriors! Acredite, meu caro desocupado, são REALMENTE milhares. Bem, já que eu já falei tanto, agora é a hora daquela boa e velha nota de sempre, não é mesmo?
E aí vai ela -> 8.5 / 10
Apesar da qualidade gráfica razoável, Dynasty Warriors 8: Xtreme Legends possui um estilo artístico bem chamativo e interessante. Mas no final, é a jogabilidade que merece o maior destaque, com comandos fáceis de se absorver e um estilo de jogo simples — mas sem deixar de ser desafiador — e altamente empolgante, com horas e horas de replay, dividas em diferenciados modos de jogo e fases alternativas. Porém, toda essa empolgação pode acabar ficando chata e repetitiva no fim do dia, o que certamente fará com que alguns jogadores abandonem o navio no meio da guerra.
Portanto, se você procura altas doses de diversão e empolgação sem nenhum compromisso, Dynasty Warriors 8: Xtreme Legends é perfeito pra você!
Bem, galerinha, isso é tudo. Se me dão licença, ainda tenho muita coisa pra fazer em Dynasty Warriors 8, pois como eu disse, eu não descanso enquanto não completar tudo!
Um abraço não tão apertado e até a próxima!
Por Breno Barbosa
Mas o carnaval já passou, então chutemos ele pra debaixo do tapete e voltemos nossa atenção para algo bem mais construtivo, interessante, divertido (e modesto): o post desta semana! Tá, ele pode até não ser tudo isso, mas é levemente bacana e com certeza dá uma animadinha no seu domingo chato!
Nesta semana, finalmente, trago à vocês uma das minhas franquias favoritas do mundinho dos vídeo-games! Sim, meus caros, eu sou completamente fissurado nos games da franquia Warriors, da KOEI TECMO, e hoje vos trago um de seus últimos títulos, Dynasty Warriors 8: Xtreme Legends. Desenvolvido pela Omega Force, DW8XL é um game de Ação Hack'n Slash (ou, traduzindo, "Mate o quanto puder!") lançado em 2014 para PS3, PS Vita, PS4 e PC. Como não possuo nem dos outros citados, estarei falando da versão para PC, batizada de Dynasty Warriors 8: Xtreme Legends Complete Edtion
China Antiga. Ano 220. A Dinastia Han encontra sua ruína, e tem-se início um período de rebeliões, guerras e desunião ao redor do país. Em meio a esse caos, 3 grandes forças se erguem, com o intuito de reunir o país sob seu respectivo brasão: Shu, liderada por Liu Bei; Wu, liderada por Sun Quan; e Wei, liderada por Cao Cao. Em Dynasty Warriors, você reviverá o período histórico da Guerra dos 3 Reinos da China na pele dos mais importantes heróis dos reinos de Shu, Wei ou Wu, acompanhando o desenrolar dos acontecimentos sob um ponto de vista dramatizado e lutando nas grandes batalhas que marcaram a época.
Como tenho costumado fazer nos últimos posts que escrevi, os primeiros parágrafos do texto são dedicados à pequenas questões filosóficas que eu passei a levantar enquanto escrevia ou "coisava" (verbo universal para qualquer coisa) a coisa em questão — no caso, enquanto estava jogando. E a questão que eu vos trago hoje é: você já parou pra pensar nos motivos pelos quais você gosta de algo que gosta?
Não, não me refiro a pessoas, porque aí a coisa já fica bem mais subjetiva. Me refiro a pertences, objetos pessoais, como livros, filmes, roupas, ou, como é o caso aqui, um jogo. Pra algumas coisas, a gente consegue achar zilhares de motivos, principalmente quando queremos recomenda-la para uma outra pessoa; mas tem aquelas que a gente simplesmente gosta porque gosta.
Uma dessas coisas que, até alguns dias antes de começar a escrever este post, eu gostava simplesmente por gostar é franquia Warriors da KOEI (Dynasty Warriors, Samurai Warriors, dentre outros derivados). Como eu disse lá em cima, eu sou absolutamente fissurado nos jogos da franquia, mas nunca parei pra pensar "por quê". Eu simplesmente me divertia com cada novo título (menos com Dynasty Warriors 6), sem me preocupar com isso. Somente quando decidi falar sobre Dynasty Warriors 8 aqui no blog foi parei pra pensar: "cara, por que diabos eu gosto tanto disso? Mais especificamente, por que diabos eu gosto deste jogo em particular?".
Se você está lendo este post, com certeza já deve ter deduzido que eu encontrei esses motivos, e deve estar se perguntando quais são eles, não é mesmo? Então senta aí, que é sobre isso que vamos falar agora, logo depois dessa imagenzinha batuta!
Como sempre, comecemos pelo visual. Dynasty Warriors 8 tem gráficos... não tão legais. Mesmo em PCs "Master Race" ou no PS4, o visual não é lá dos melhores. Mas por mais que esteja parecendo, não estou dizendo que DW8 é um jogo mal feito; apenas que, para o potencial desses consoles — e com outros jogos que provam esse potencial —, DW8 não possui gráficos impressionantes ou excepcionais. E isso não é uma característica exclusiva desse título. Talvez todos os jogos da franquia Warriors possuam essa particularidade. Porém, apesar de não serem essa Coca-Cola toda, DW8 tem gráficos modestos, competentes e agradáveis aos olhos.
Mas se, tecnicamente, Dynasty Warriors 8 é apenas competente, artisticamente, ele dá um belo show. A Direção de Arte toma como base a cultura chinesa daquela época, mas procura empregar à ela ares mais modernos e estilizados, tornando tudo muito único cheio de personalidade. Em meio a esse "tudo", não há como não dar o principal destaque ao design dos personagens que permeiam a história do jogo. São pra lá de 70 personagens jogáveis, disponíveis desde o começo do jogo, cada um com seus respectivos visuais, estilos de jogabilidade, personalidades e histórias pessoais. Do ponto de vista histórico, muitos desses personagens podem ser vistos apenas pelos seus nomes e por seus grandes feitos, mas a Omega Force (responsável pelo desenvolvimento do game) se deu ao trabalho de dar pelo menos o mínimo de profundidade e personalidade à todos eles, e foi bastante feliz nisso. Com tantos personagens assim, é impossível que no mínimo um punhado deles caia no vazio do esquecimento da sua mente desocupada, mas a maioria deles vai ficar guardada na sua memória, seja pelo visual diferente, a personalidade única ou o estilo de jogabilidade diferenciado. E se você realmente se empolgar com o game — o que não é muito difícil, por motivos que discutirei daqui a pouco —, você conseguirá até lembrar de cor os nomes dos mais de 70 personagens jogáveis. Sim, eu sei o nome de todos eles. Não, eu não me orgulho disso...
Saindo um pouco dos gráficos e migrando para a jogabilidade, bem... eu posso estar sendo um pouco parcial ao falar isso dessa maneira, mas aí vai: a jogabilidade é um dos aspectos mais apaixonantes da série Warriors, e esse aspecto só se acentua aqui em Dynasty Warriors 8. Por quê? Porque ela é fácil de se aprender, suave de se dominar, gostosa de se realizar e os resultados são extremamente satisfatórios e recompensantes. Os comandos são relativamente simples e rápidos de se absorver, e os controles respondem com bastante competência. Depois de jogar o Tutorial do jogo e uma ou duas fases aleatórias, você provavelmente já estará dominando o sistema de combate de Dynasty Warriors 8, e estará dizimando exércitos inteiros sozinho sem nenhum problema. E é aí que entra a a satisfação extrema da qual falei agora há pouco.
Falando um pouco a nível de Game Design, essa satisfação é característica do gênero em questão, o Hack'n Slash. O jogador controla um personagem semi-onipotente, praticamente invencível sob qualquer circunstância e dezenas de vezes mais forte que seus inimigos, portanto, o resultado não poderia ser outro: ele destruirá tudo e todos à sua frente sem grandes problemas, e isso é satisfatório, pois é bom se sentir "poderoso" de vez em quando e é isso que os vídeo-games nos proporcionam, muitas vezes. Porém, não é tão divertido assim ser o Todo Poderoso todo o tempo, e pensando nisso (provavelmente), Dynasty Warriors faz da estratégia um fator importante em sua jogabilidade, e ainda mais no título aqui em questão, Dynasty Warriors 8.
Cada batalha possui táticas e estratagemas específicas, que vão desde realizar ataques surpresas ao campo inimigo, defender determinados oficiais ou evitar que reforços inimigos apareçam no campo de batalha. Como jogador, você pode escolher segui-las à risca ou simplesmente ignora-las e fazer as coisas do seu jeito. Os dois caminhos funcionam, e poucas vezes você falhará na fase por não realizar determinado plano, mas, assim como derrotar milhares de soldados inimigos sozinho, dar vida às táticas dos estrategistas do seu exército é algo totalmente satisfatório, e mais que isso: é recompensante, dentro e fora do jogo. Não só você se sentirá um melhor jogador como o game confirmará, seja na forma de um ataque bem sucedido, um contra-ataque realizado corretamente ou até mesmo uma opção extra destravada.
Aproveitando a deixa sobre opões extras do último parágrafo, falemos um pouco da história de DW8. Como eu falei no comecinho do post, Dynasty Warriors reconta, de maneira dramatizada, o período histórico da Guerra dos 3 Reinos da China, pondo o jogador no meio das principais batalhas que definiram e redefiniram os rumos daquela época. Porém, esse não é o único caminho a se seguir no jogo. Além de poder reviver a História daquele período do jeito que ela realmente foi (salvas algumas adaptações, é claro), você pode escolher continuidades hipotéticas para cada um dos 3 reinos (Shu, Wei e Wu). São novas fases, novos heróis e toda uma nova história, que podem ser destravadas ao realizar determinadas missões em algumas fases. Além do sentimento bacana de estar reescrevendo a História, esse elemento contribui bastante para o Fator Replay do game, fazendo com que os jogadores voltem ao jogo mais e mais vezes, mesmo depois de terem lutado a guerra sob o ponto de vista de cada um dos 3 reinos.
Além da História e dos cenários hipotéticos do Story Mode, há também diversos modos de jogo diferentes. Você pode rejogar as fases que já venceu livremente, em qualquer dificuldade, com qualquer personagem que queira, no Free Mode; ou ainda, você pode testas suas habilidades como guerreiro nos desafios do Challenge Mode. Você pode até mesmo montar um pequeno vilarejo e seguir aprimorando-o, com soldados, oficiais e equipamentos, a fim de dominar toda a China por conta própria no Ambition Mode. Todos esses modos contribuem para a Replayabildiade do jogo, mas nenhum deles é tão interessante quanto o Story Mode e seus cenários hipotéticos, e dificilmente o farão voltar ao jogo como estes o fazem.
O grande ponto fraco disso tudo? Mesmo com uma grande variedade de coisas pra fazer, a jogabilidade pode acabar ficando repetitiva e maçante com o tempo. Particularmente, eu só costumo cansar de jogos desse gênero (Hack'n Slash) quando fiz tudo que poderia fazer — principalmente quando se trata e Warriors —, mas com certeza haverão muitos que se cansarão depois de uma dezena de fases, o que é totalmente compreensível.
No departamento de som, Dynasty Warriors 8 acerta bem mais do que erra, mas como eu sou chato pra caramba, comecemos pelos erros. Aliás, nem sei por que falei no plural, pois o erro é um só: a dublagem norte-americana. Não, ela não é tão ruim assim, mas é quase. Algumas das atuações são exageradamente dramáticas, e muitas vezes as falas acabam ficando fora de sincronia com os lábios dos personagens — o que é até compreensível, visto que as animações foram desenvolvidas de modo que encaixassem no idioma original, no caso, o japonês; mas ainda assim, não é muito legal de se ver. Mas, apesar dos pesares, eu guardo um carinho nostálgico por muitas das vozes do jogo, que estão presentes desde os primeiros títulos da série, com os quais eu cresci me divertindo. Se você, desocupado que estará jogando Dynasty Warriors pela primeira vez, também vai se sentir do mesmo jeito? Dificilmente, mas com um pouquinho de tolerância, talvez você pelo menos não se sinta incomodado.
Lembra quando eu disse que DW8 acerta mais do que erra quando o assunto é Som? Claro que lembra, foi no parágrafo passado! Pois é, ao falar desses acertos, eu estava me referindo à trilha sonora. O que pode ser melhor para seus ouvidos durante uma guerra em grande escala contra milhares de inimigos que o mais puro Rock'n Roll, com guitarras estridentes e baterias furiosas em alta velocidade? Não uma só faixa sequer da extensa trilha sonora de Dynasty Warriors 8 que não te deixe empolgado durante as batalhas. Infelizmente, por causa do grande número de músicas, raras serão as vezes em que você irá esbarrar numa faixa que já escutou antes, logo, fica bem mais difícil assimilar as musicas e lembra-las depois. Mas há uma faixa em específico que você com certeza irá guardar na memória, e que depois de jogar, ela será a trilha sonora de todos os seus pesadelos. Estou me referindo ao tema do lendário geurrei--perdão--demônio Lu Bu, "o mais forte que esta terra já viu!":
Ufa! Se eu tivesse que fazer uma comparação pro quanto eu já falei aqui, acho que seria equivalente ao número de soldados numa fase de Dynasty Warriors! Acredite, meu caro desocupado, são REALMENTE milhares. Bem, já que eu já falei tanto, agora é a hora daquela boa e velha nota de sempre, não é mesmo?
E aí vai ela -> 8.5 / 10
Apesar da qualidade gráfica razoável, Dynasty Warriors 8: Xtreme Legends possui um estilo artístico bem chamativo e interessante. Mas no final, é a jogabilidade que merece o maior destaque, com comandos fáceis de se absorver e um estilo de jogo simples — mas sem deixar de ser desafiador — e altamente empolgante, com horas e horas de replay, dividas em diferenciados modos de jogo e fases alternativas. Porém, toda essa empolgação pode acabar ficando chata e repetitiva no fim do dia, o que certamente fará com que alguns jogadores abandonem o navio no meio da guerra.
Portanto, se você procura altas doses de diversão e empolgação sem nenhum compromisso, Dynasty Warriors 8: Xtreme Legends é perfeito pra você!
Bem, galerinha, isso é tudo. Se me dão licença, ainda tenho muita coisa pra fazer em Dynasty Warriors 8, pois como eu disse, eu não descanso enquanto não completar tudo!
Um abraço não tão apertado e até a próxima!
Por Breno Barbosa
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