domingo, 14 de dezembro de 2014

Se não viu, veja! - O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos

Uma Última Vez.




Saudações, bravos soldados desocupados de Erebor! Como estão vocês? Tudo tranquilo?

Se você achava que essa semana teria um post novinho em folha aqui no Desocupado, HA! Você... acertou! Mais uma vez, nós estamos de volta nesse cantinho escuro, porém aconchegante, da internet, para falar sobre Cinema, Games, Quadrinhos, Livros, Séries e o que mais acharmos legal de uma maneira descontraída, despreocupada e desajeitada!

E como não poderia deixar de ser, hoje viajaremos pela última vez (até serem vencidas algumas brigas judiciais, é claro) para a Terra Média de J. R. R. Tolkien com O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos, o capítulo definitivo da trilogia cinematográfica O Hobbit, de Peter Jackson (também responsável por trazer O Senhor dos Anéis para as telonas). A Batalha dos Cinco Exércitos estreou aqui no Brasil na quinta-feira do dia 11 de Dezembro, em versões 2D, 3D, IMAX e o que mais você imaginar!

Ah, se você é novato por aqui, dê uma conferida no nosso Especial (um tanto quanto antigo, atualmente) sobre a saga Senhor dos Anéis, onde este que aqui vos fala discorre um pouco sobre a Trilogia do Anel, O Silmarillion e as adaptações anteriores de O Hobbit. Basta clicar AQUI pra dar uma olhadinha.

Aonde estávamos mesmo, hein? Ah, sim, A Batalha dos Cinco Exércitos!

Depois de muitos e muitos anos, a Montanha Solitária se vê livre de seu indesejado guardião, o Dragão do Norte Smaug, e recebe de volta seus herdeiros por direito, a companhia de anões de Thorin Escudo de Carvalho. Porém, a ausência de Smaug acaba atraindo muito mais que apenas seus antigos donos. Os pobres habitantes da Cidade do Lago, os elfos da Floresta das Trevas, os exércitos negros do Inimigo de outrora... todos direcionam seus olhares à Montanha de Erebor. Qual será o resultado deste incomum impasse? Apenas a guerra poderá dizer.


Começando, como sempre, pelo visual, há muito que se ver em A Batalha dos Cinco Exércitos. Muito. Literalmente. E eu não estou enfatizando a toa, há realmente muitos elementos visuais interessantes, chamando a atenção dos seus olhos o tempo todo, neste terceiro filme d'O Hobbit, mais do que em qualquer um dos anteriores — e mais até que na própria trilogia Senhor dos Anéis, ouso dizer. Não é a toa, já que temos 5 exércitos inteirinhos, prontos pra descer o sarrafo um no outro, e para isso eles precisam, é claro, de equipamentos. Armas, armaduras, acessórios, montarias... Peter Jackson não poupou suas equipes de Direção de Arte e Efeitos Especiais, e só temos a agradecê-lo por isso. É tudo tão novo, tão diferente e tão interessante de se analisar visualmente, que dá vontade de parar o filme a cada vez que algo novo aparece, e em A Batalha dos Cinco Exércitos, isso quer dizer a cada 10 minutos de filme.

Com tanta coisa assim pra mostrar, é de praxe que os efeitos especiais sejam de primeira, não é? E assim como em todos os filmes da Terra Média de Peter Jackson, os efeitos especiais são de primeira. Mais uma vez, meu destaque pessoal vai para Smaug, o impenetrável. Ele não tem lá muita participação no filme — e nem mesmo deveria estar nele. Por que? Mais à frente nós conversamos sobre isso. Continuando... —, mas está ainda mais majestoso do que no filme que levava seu nome (A Desolação de Smaug). Os dois últimos filmes da trilogia O Hobbit foram filmados e finalizados praticamente juntos, então eu não sei como diabos eles conseguiram deixar o Dragão do Norte ainda mais bonito que no segundo filme, mas eles conseguiram!

"Eu sou fogo... eu sou morte... Em IMAX 3D!"


Porém, um dos maiores defeitos dos filmes anteriores continua assombrando A Batalha dos Cinco Exércitos: o uso exagerado da Computação Gráfica. Um dos mais notáveis feitos das adaptações de O Senhor dos Anéis foi conseguir mesclar os efeitos práticos ao CGI de maneira equilibrada. O Hobbit também consegue repetir esses feitos, mas deixa muito mais para os animadores 3D do que deveria. Assim como nos anteriores, há sequências em A Batalha dos Cinco Exércitos que mais parecem cutscenes de vídeo game, feitas totalmente em computador. Sim, elas continuam sendo empolgantes e cheias de ação, mas não têm a mesma graça que as cenas "reais".

Falando em ação, aí está uma coisa que A Batalha dos Cinco Exércitos tem de sobra. Se você achou o último filme meio morno, prepare-se para quase uma hora inteira de quebra-paus ininterruptos, que vão ficando mais e mais intensos a cada minuto. Esse era um dos pontos que eu mais temia antes de ver o filme. Peter Jackson já havia dito a imprensa que teríamos aproximadamente 40 minutos de guerra neste terceiro filme. Poxa, quase uma hora de briga? Será que não vai ficar tedioso demais? Eu realmente não queria dormir no último filme da saga. Mas graças aos Valar, a batalha central ficou bem dosada, empolgante e cheia de momentos que fariam inveja até ao clássico O Retorno do Rei.

"Eu disse que queria ouro de Natal, não elfos, papai!"


Apesar de todos os elogios até agora, A Batalha dos Cinco Exércitos já começa errando. Por que? Porque invés de começar com o próprio começo, o filme tem início com o que deveriam ser as últimas cenas de A Desolação de Smaug. Os primeiros 20 minutos (aproximadamente) parecem totalmente deslocados do resto do filme. Particularmente, minha maior crítica à A Desolação de Smaug é que o filme inicia vários conflitos em sua trama, mas dá conclusão a pouquíssimos deles, pra não dizer nenhum. O principal deles é saída de Smaug da Montanha Solitária, que estava pendente desde 2013 até o dia da estréia de A Batalha dos Cinco Exércitos. Se o Sr. Peter Jackson achou que ficaríamos ansiosos para ver Smaug de novo, em um filme no qual ele nem deveria estar, durante um ano inteiro, ele se enganou redondamente.

Apesar de começar pisando na bola, A Batalha dos Cinco Exércitos se recompõe rapidinho, e mantém um desempenho bacana durante suas duas horas e alguns minutos de duração. A trama flui bem, sem cansar quem está assistindo, e o roteiro é redondinho, sem maiores furos. A tensão entre os personagens centrais é construída de uma maneira bem legal, e vai se desenvolvendo melhor ainda. A ação está presente em quase 70% filme, mas mesmo com tudo isso, A Batalha dos Cinco Exércitos não vai te deixar entediado, conseguindo permanecer empolgante e emocionante sem fraquejar. Apesar de ser "o capítulo definitivo", como o marketing do filme sugere, o clima de despedida quase não se faz presente em A Batalha dos Cinco Exércitos, mas quando ele chega, é pra fazer um cisco cair no olho de qualquer anão cabeça de pedra, e faze-los implorar de joelhos por mais Terra Média.

"Do camarote quase não dá pra te ver, Thranduil!"


Uma coisa que sempre me agradou em O Hobbit, mais até que em O Senhor dos Anéis, é o desenvolvimento dos personagens. Claro, seria um caos dar um desenvolvimento digno a 13 anões, um hobbit, um mago e mais um punhado de personagens de suporte, mas os personagens centrais são muito bem explorados no decorrer dos três filmes. Tanto em Uma Jornada Inesperada quanto em A Desolação de Smaug, meus destaques foram para Bilbo e Thorin, que realmente foram transformando-se, evoluindo, à medida em que a trama ia se desenrolando — mais especificamente, à medida em que iam se aproximando do objetivo final, a Montanha Solitária. Em A Batalha dos Cinco Exércitos, minha opinião permanece a mesma. Bilbo e Thorin, mais uma vez, são muito bem trabalhados, e não só de maneira individual, mas a relação entre os dois também é explorada de uma maneira interessante de se acompanhar.

Mas A Batalha dos Cinco Exércitos é mais que apenas um hobbit ladrão e um guerreiro anão. Praticamente todos os personagens secundários (e por secundários eu me refiro aqueles com menos importância na trama) têm seus 15 minutos de glamour. Mais do que isso, cada um deles também possuí um "mini-arco dramático". A maioria desses "mini-arcos" vêm de A Desolação de Smaug (como é caso de Légolas, Tauriel e Kili), alguns até mesmo de Uma Jornada Inesperada (Saruman, Galadriel e Elrond, por exemplo); mas todos encontram uma ótima conclusão aqui, em A Batalha dos Cinco Exércitos. Mas mais do que dar tempo de tela à esses personagens, esses "mini-conflitos" fazem com que nos importemos com personagens que, se pararmos pra pensar, não haveria problema algum se não déssemos a mínima pra eles. Quero dizer, por que diabos eu me importaria com a Tauriel, por exemplo? Ela nem mesmo existe no livro! Mas ainda assim, ela é dona de um dos momentos que mais me emocionou em A Batalha dos Cinco Exércitos.

Apesar de usar bem seus personagens, A Batalha dos Cinco Exércitos falha em dar um final apropriado à eles. O que aconteceu com os anões? Que fim levou Tauriel? E Thranduil? E Bard? Ainda veremos Gandalf em O Senhor dos Anéis (e todos sabemos que Bálin.... oops, spoilers!), mas o que aconteceu com essa galera? A Batalha dos Cinco Exércitos esquece totalmente deles no final, e direciona seu foco única e inteiramente para Bilbo Bolseiro. Não que isso seja de todo ruim — afinal, no fim das contas, o filme se chama O Hobbit —, mas seria legal saber sobre aqueles com quem o Sr. Bolseiro dividiu sua aventura.

"Lealdade. Honra. Um Coração Disposto. Não posso pedir mais que isso."


Lembra daqueles temas bacanas de Uma Jornada Inesperada, que não estavam em A Desolação de Smaug? Pois é, eles também não estão aqui, em A Batalha dos Cinco Exércitos. O que isso significa? Significa dizer que, mais uma vez, Peter Jackson e Howard Shore pisam na bola conosco, espectadores desocupados, entregando uma trilha sonora sem muita influência, praticamente irrelevante, mesmo durante os momentos-chave do filme. Mas assim como em A Desolação de Smaug, a musica tema dos créditos se salva das demais. Desta vez, ninguém menos que Billy Boyd (também conhecido como Pippin, da trilogia Senhor dos Anéis) ficou a cargo de compor e interpretar o tema, chamado The Last Goodbye. Encaixa bem com o clima de despedida do filme, não é? Sim sim, e não só combina com esse clima como também faz cair ciscos nos meus olhos toda vez que toca... sniff... Escutem aí:


Hum... é, acho que já falei tudo que tinha pra falar sobe A Batalha dos Cinco Exércitos. Porém, antes da despedida, vamos àquela boa e velha nota de cada santo post!

E aí está ela! -> 9.0 / 10

Empolgante e emocionante, O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos fecha com chave de ouro a jornada inesperada de Bilbo Bolseiro e seus amigos. A Direção de Arte e os efeitos visuais estão mais afiados do que nunca, o roteiro se desenrola de maneira confortável e a ação, mesmo tomando grande parte da duração do filme, não fica tediosa em nenhum momento. Há um bom uso dos personagens, mas pouquíssimos deles possuem um final propriamente dito, e se A Desolação de Smaug já deixou a peteca cair no que diz respeito a Trilha Sonora, A Batalha dos Cinco Exércitos faz com que essa peteca permaneça no chão. Ainda assim, a Terra Média não poderia ter uma despedida mais épica, e vai deixar saudades nos nossos corações carentes de aventura.

Esta é a última vez que você, pequeno desocupado, verá a Terra Média nas telonas, pelo menos durante um bom tempo, então não tenha dúvida: vista seu colete de mithril, desembainhe sua espada, tenha seu seu anel mágico em mãos e prepare-se para seguir a Companhia de Thorin Escudo de Carvalho uma última vez nos cinemas, com O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos!

Bem, galerinha isso é tudo por hoje. No mais, fiquem com esse vídeo de Martin Freeman, o Bilbo Bolseiro da trilogia O Hobbit, sendo gentil com a câmera:


Um abraço e até a próxima!

Por Breno Barbosa

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