domingo, 2 de fevereiro de 2014

Se não viu, veja! - Needless

We're Modern Strange Cowboy.



O Clichê muitas vezes é usado como justificativa para classificar determinada obra como ruim ou sem imaginação. De certo essa definição se aplica a milhões de obras nas mais variadas mídias. Nada se livra dos clichês. Um exemplo clássico de clichê é o vilão que troca de lado. Power Rangers são mestres nisso, ou você esqueceu do Lendário Ranger Verde? Ou esqueceram do mito mais mitoso dos guerreiros de Cavaleiros do Zodíaco, Ikki de Fênix? Esses dois provam que o uso do clichê é uma ferramenta de alavancamento de uma obra.

Nota do autor: Eu só assistia CDZ esperando pra passar o Ikki. Se não tivesse ele, já sabia que o capitulo era decepção.

Needless é basicamente isso: uso de clichês e ações já esperadas, mas que mesmo assim agradam ao telespectador. Não é um anime que vai te surpreender com coisas que vão explodir sua mente ou nada do tipo. Ele vai simplesmente usar o básico da forma certa e assim gerar seus fãs.

Da pra adivinhar o foco da cena, né?


A historia trata de um mundo pós-guerra onde o Japão teria sido atacado por mísseis tão poderosos que causaram buracos imensos em seu território. Esses pontos negros são conhecidos como Black Spot. Após algum tempo, pessoas resolvem morar nesses locais, e a sociedade os tacha de Needless. Dentre estes, há aqueles com poderes especiais e que são o resto da historia do anime que eu não vou contar toda. Esse é o mundo que Cruz, um aliado da Resistência, vive e conhece Adam Blade, Gido e Eve, um trio de Needless que o ajuda e que se revoltam contra a Simeon, uma empresa do mal.

Se você imaginou Cruz como um garoto fraco, acertou. Ele é o clássico garotinho que é protegido por todo mundo e se salva por algum habilidade que os outros não têm. É extremamente ofuscado por Adam Blade, um padre que possui um poder extremamente apelão e é meio que totalmente lolicon (caras tarados por garotinhas), e por Eve Nouchswanschwarzeneggerstein (quase acertei), uma garota com poder de transformação e a capacidade de rasgar suas roupas extrema facilidade. Entre outros personagens interessantes, temos Adam Arclight, o vilão principal e "Deus"; Disk, um gênio num corpo de uma garotinha tobô com um banco de dados muito bem composto; Seth e Solva, aliadas de Blade. E não se pode esquecer o grande Uchida, que tem o poder mais copiado por todo mundo.

Falando em nudez parcial, esse pra mim é um dos motivos para Needless perder alguns pontos logo de cara: O fanservice exagerado. Parece que toda mulher no anime tem o dever de rasgar suas roupas e ficar em posições eróticas. Pior que isso é que essas "mulheres" são garotas, onde algumas são quase crianças. Eu não curto esse ecchi (erotismo) exagerado porque, além de atrapalhar a história, nem sequer tem graça.

Ops, aconteceu de novo.


Felizmente, isso é compensado com muitas ações engraçadas entre os personagens, seja de uma simples voadora de dois pés à uma reação estupidamente inesperada. Contudo, o mais legal é quando acontece alguma coisa que quebra o clima de tensão de uma forma inesperada, e nem mesmo o vilão, Adam Arclight, escapa dessa lei. Talvez a comédia seja a parte mais bem executada do anime. Teve um momento que foi tão engraçado, que até o ecchi deu pra perdoar.

A trilha sonora é ótima em sua maior parte, principalmente a primeira abertura. Ela simplesmente é tudo que você espera de um anime de porradaria exagerada. Metal is the Lei em Needless, na maior parte do tempo. A segunda abertura é boazinha, mas os encerramentos são o ponto mais baixo. Musiquinhas felizinhas nada a ver, apenas pra colocar o trio de personagens mais chato se agarrando pros taradões ficarem à mil. Chegou a me incomodar. Não só é exagerado como não combina com o anime em si.

O traço é bem estranho, e varia entre cômico, o muito bom e o ruim. O lado comédia é sempre bem representado com seus exageros cartunescos, com as reações de susto, felicidade, perversão, etc..  Em momentos mais estáticos, o traço fica bom, e em momentos com mais movimentação, rola cada coisa horrível... Ainda assim, nesses momentos as lutas são bem representadas e os momentos malfeitos são facilmente ignoráveis.

Você vai se surpreender agora, mas esse Shounen de porrada, tem porrada e é onde é melhor executado. Esqueça a historia clichê e o fanservice infinito, as lutas são os melhores momentos, principalmente com a selvageria de Blade, que tem os poderes de Deus e luta como um Demônio. As batalhas dele são extremamente ferozes. Nenhuma luta é privada de violência, e você, meu amigo sádico, vai se deliciar com isso. Pelo pouco que eu vi do mangá, ainda tivemos muita censura na animação. Poxa, pra que censurar uma metade de cérebro com um olho? Não é nada perturbador.

Enganei vocês! Acharam que eu ia colocar (mais) sacanagem, né?


Needless é um bom anime, com um roteiro raso, boas animações, que de vez em quando vão pro fundo do poço, mas muito raramente. É muito divertido de assistir, apesar de que as perversões enchem o saco às vezes, principalmente quando esperamos a historia progredir. Apesar de ter apenas 24 episódios, aqui usa-se o clichê de uma luta que dura mil dias no mesmo local, o que não combina com animes mais curtos, e o espaço poderia ter sido melhor aproveitado até para o desenvolvimento os personagens.

No final as contas, você terá em Needless uma experiência leve mas bem agradável, e que vale a pena falar numa roda de amigos que curtam desenhos animados japoneses. Não vai mudar sua vida, mas essa nunca sequer foi a proposta. Ele apenas sabe que vai ser só mais um e se diverte com isso.


Por Angelo Alexsander, o Cowboy que monta em um Corcel de Aço.

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