Os laços são muito mais fortes que os nós.
Fala, galelinha desocupada, tudo beleza com vocês?
Como sempre há aqueles que caem de para-quedas neste nosso humilde blog, sempre vale a pena relembrar que o fim de semana é a hora mais feliz aqui no Desocupado. Além de ser o lar da nossa querida sexta-feira, é no fim de semana que nós, os desocupados responsáveis pelo funcionamento desta bagaça, vos trazemos dicas e indicações estrogonoficamente bacanas de Filmes, Livros, Séries, HQs, Games e o que mais nos der na telha e que, é claro, renda um bom post. E como você já deve ter percebido, essa semana não será exceção.
Enfim, depois de muito tempo sem sequer um mísero post sobre o assunto, resolvi quebrar este maldito hiato e trazer à vocês uma boa HQ como indicação da semana! E como você já deve ter visto na capa deste post, a recomendação desta semana é nada mais, nada menos que Turma da Mônica: Laços, o mais novo título (até a data de publicação deste post, é claro) do selo Graphic MSP, que, caso você não conheça, é um novo selo da Maurício de Sousa Produções pelo qual são publicadas Graphic Novels (um nome bonito para HQs, pelo menos na minha opinião) baseadas no universo criado por Maurício de Sousa, produzidas por artistas convidados. Aqui em Laços, quem dá as cartas são os irmãos Vitor e Lu Cafaggi, com uma mãozinha da artista Priscila Tramontano.
Mais um dia comum no Bairro do Limoeiro: Cascão e Cebolinha em fuga, Mônica no encalço deles, com seu coelhinho, Sansão, em riste; Magali se empaturrando de guloseimas e fazendo a alegria (financeira) do dono do carrinho de cachorro-quente... Enfim, tudo está bem. Ou pelo menos estava. Ao chegar em casa, Cebolinha recebe a triste notícia de que seu cachorro, o Floquinho, desapareceu de casa, e o pior: sem deixar pistas. Sabendo da situação triste do amiguinho, Cascão, Mônica e Magali resolvem ajudar o pequeno Cebola, acompanhando-o em uma aventura em busca de seu cachorrinho perdido.
Mesmo que já seja um costume meu começar a falar de uma obra, seja ela qual for, por sua estética, não há como começar a falar sobre Turma da Mônica: Laços senão pela arte da revista. A própria capa da HQ já deixa qualquer um que conheça a obra de Maurício de Sousa — ou seja, qualquer brasileiro — no mínimo curioso, principalmente depois de ver que a capa da revista não traz o traço convencional da Maurício de Sousa Produções. A arte dos Irmãos Cafaggi (Vitor e Lu) para esta HQ é tão boa que eu mal sei por que parte do conjunto começar. Pra mim, não há como falar, por exemplo, do traço sem falar da estética, e da estética sem falar da quadrinização e distribuição de páginas, e por aí vai.
Mas como eu não posso ficar enrolando pra sempre, comecemos, então, pelo traço. Hoje conhecendo o trabalho dos Irmãs Cafaggi, vi que eles não precisaram ir muito longe para encontrar um estilo que se adequasse a proposta da revista. Para Laços, eles optaram por um estilo ao mesmo tempo realista e cartunesco, criando uma identidade visual própria para a revista, mas sem deixar de respeitar a obra original de Maurício de Sousa. Ah, e vale ressaltar que ambos os dois (sim, a redundância foi de propósito) irmãos, tanto Vitor quanto Lu, rabiscam a HQ, cada qual com seu traço específico em seu devido espaço — sendo que a arte de Vitor Cafaggi prevalece na HQ. Não fosse pelos extras sobre a produção de Laços no final da revista, eu continuaria achando que Vitor e Lu fizeram um co-op e desenharam toda a revista juntos. Não sei se é devido ao fato óbvio de serem irmãos — ou seja, conhecem um ao outro desde muito jovens —, mas Vitor e Lu têm uma sincronia tão tremenda, e a deixam transparecer em seu trabalho durante boa parte da HQ, ou até mesmo nela inteira, ouso dizer. Outro ponto que vale a pena destacar na arte de Laços foi o trabalho de pesquisa realizado pelos Irmãso Cafaggi — mais especificamente pela Lu — para criar o figurino da Turminha, que é todo baseado na moda dos anos 50-60. Eu acho, não tenho certeza. Pegando a deixa do figurino, Turma da Mônica: Laços traz uma estética bastante nostálgica não só na arte, mas também no roteiro, remetendo aos filmes de aventura dos anos 80-90. É quase como ler um filme da Sessão da Tarde (em seus tempos áureos, é claro) em quadrinhos. Outras duas coisas me impressionaram — e ainda impressionam, pois estou com a HQ aqui do lado enquanto escrevo — em Turma da Mônica: Laços são as cores e a iluminação. Vitor Cafaggi, ao lado da colaboradora Prsicilla Tramontano, fizeram um trabalho incrível com a colorização desta revista. Há toda uma atenção por parte de Vitor na escolha das cores. O artista fez questão de estabelecer o período exato do dia em que determinadas cenas seriam mostradas, justamente para trabalhar melhor com a colorização e, consequentemente, com a iluminação também. No que diz respeito a estrutura, não há uma só página de Laços que não seja um deleite aos olhos. Os quadros são bem simples, distribuídos de um modo bastante "certinho", exato, na página. Uma curiosidade que não pude deixar de notar em Laços é que muitos dos quadros são interligados à outros — não necessariamente o seguinte na ordem de leitura —, seja por meio e um desenho mais dinâmico, que salte para fora do quadro; ou por uma fala que acaba invadindo outro quadrinho. Qual a importância disso para a HQ? Provavelmente nenhuma, mas é mais uma coisinha bonita em meio a todo um universo de coisas lindas presentes nesta HQ.
Lembra quando eu estava falando da estética da HQ, logo mais acima, e disse que ela remete bastante aos filmes de aventura da Sessão da Tarde dos anos 80-90? Pois é, como eu também já havia falado, o mesmo também se aplica ao roteiro. Turma da Mônica: Laços nada mais é que uma grande aventura desta tão querida turminha, mostrada de um modo jamais explorado nas revistas convencionais da Turma da Mônica. E cá pra nós, galerinha: quem não nunca viveu uma aventura? Quem nunca juntou a galera num fim de semana e foi conhecer um lugar novo e acabou perdendo o ônibus de volta? Quem nunca se perdeu com os amigos e pelejou pra achar o caminho de volta? E o mais legal de tudo: quem não ama essas aventuras? Tudo fica mais legal com os amigos do lado, e é isso que Turma da Mônica: Laços vem nos mostrar. Ao mesmo tempo em que é uma aventura, Laços também é uma linda homenagem à obra de Maurício de Sousa. Fãs de longa data com certeza se sentirão lisonjeados com essa homenagem dos Irmãos Cafaggi, e até mesmo quem não é fã conseguirá reconhecer o carinho e o amor que eles têm por essa turminha, pois ele está estampado em cada página, em cada quadro e cada balão desta HQ. Como eu tenho certeza de que mesmo quem não é fã da turminha vai curtir Laços? Fácil: eu mesmo não sou um grande fã de Turma da Mônica, e agora começaremos uma pequena polêmica. Para mim, os Irmãos Cafaggi conseguiram explorar a amizade entre os membros da turma de uma maneira que nem o próprio Maurício (ou qualquer outro de seus roteiristas) jamais conseguiram. Eu mesmo nunca vi uma história da Turma da Mônica em que Cebolinha, Cascão, Magali e Mônica dessem a entender que eram amigos de verdade, que tinham laços de amizade tão fortes e tão bonitos. Também nunca vi a essência desta turma tão bem explorada como aqui em Laços. Aqui, o nome Turma finalmente fez sentido pra mim. Enfim, mamilos a parte, mudemos de assunto. Outra característica de Laços que merece destaque são as diversas referências que circundam a revista. Elas vão desde pequenas participações de personagens clássicos do universo da turminha até frases e atos marcantes de filmes e seriados dos anos 80 e 90. Eu encontrei (e saquei) algumas delas, será que você conseguirá acha-las também? Aposto que você não sabe por que Mônica, Cascão e Magali só andam descalços.
Além de explorar Cebolinha, Cascão, Mônica e Magali como uma turma, Turma da Mônica: Laços também aborda cada personagem de uma maneira bem interessante. Por que será que o Cascão não gosta de banho? E de onde nasceu a grande amizade entre ele e Cebolinha? Aliás, como começou a amizade entre toda a turminha? Os Irmãos Cafaggi fazem questão de dar suas respectivas respostas para essas perguntas, e quer saber de uma coisa? Acho que nenhum outro artista as responderia tão bem quanto eles. Mesmo sendo uma história da turminha, os autores deixam mais do que claro que o personagem central da história é o pequeno Cebola. Sim, isso se deve muito mais ao fato de que o cachorrinho dele desapareceu, mas aposto que você nunca parou pra pensar em "quem melhor que o Cebolinha para tomar a frente da Turma da Mônica?". Ele é engenhoso, esperto e muito mais inteligente que qualquer outro garoto de sua idade, ou seja, um líder nato. Os irmãos Cafaggi exploram de uma maneira incrível toda essa genialidade de Cebolinha. Depois de ler Laços, eu passei a achar o nome Turma do Cebolinha muito mais plausível que Turma da Mônica. A Mônica é a Dona da Rua, ok, mas o Cebolinha é o DONO DA LUA, meus caros. Bate nessa tora agora, dentuça!
Bem, galerinha, acho que isso é tudo que eu tinha pra falar. Hora daquela boa e velha nota de semple, não é?
E aí vai ela -> 10 / 10
Não há outra nota senão um belo e redondo 10 para Turma da Mônica: Laços. Esta HQ respira amor em todos os seus quesitos, seja na arte, que é muito bonita e bastante original, ou no roteiro, que é simples e cativante. Não importa quem você seja, quantos anos tenha ou de onde você vem, é impossível não se encantar — e se identificar — com Turma da Mônica: Laços. Se essa revista tem algum defeito, este seria o fato de que ela acaba, pois eu poderia continuar lendo ela pra sempre!
E isso é tudo, galerinha.
Ah, ia esquecendo de uma coisa, como eu sou descuidado! Se você se interessou pela revista e quer compra-la, você pode encontra-la num preço bem bacana no site da Livraria Saraiva. É só clicar AQUI e ser teleportado diretamente para lá. E se você souber de alguma outra loja com um preço ainda mais legal, sinta-se livre pra compartilha-lo conosco aqui nos comentários.
Recado dado, hora de partir. Fui!
Por Breno Barbosa
Mas como eu não posso ficar enrolando pra sempre, comecemos, então, pelo traço. Hoje conhecendo o trabalho dos Irmãs Cafaggi, vi que eles não precisaram ir muito longe para encontrar um estilo que se adequasse a proposta da revista. Para Laços, eles optaram por um estilo ao mesmo tempo realista e cartunesco, criando uma identidade visual própria para a revista, mas sem deixar de respeitar a obra original de Maurício de Sousa. Ah, e vale ressaltar que ambos os dois (sim, a redundância foi de propósito) irmãos, tanto Vitor quanto Lu, rabiscam a HQ, cada qual com seu traço específico em seu devido espaço — sendo que a arte de Vitor Cafaggi prevalece na HQ. Não fosse pelos extras sobre a produção de Laços no final da revista, eu continuaria achando que Vitor e Lu fizeram um co-op e desenharam toda a revista juntos. Não sei se é devido ao fato óbvio de serem irmãos — ou seja, conhecem um ao outro desde muito jovens —, mas Vitor e Lu têm uma sincronia tão tremenda, e a deixam transparecer em seu trabalho durante boa parte da HQ, ou até mesmo nela inteira, ouso dizer. Outro ponto que vale a pena destacar na arte de Laços foi o trabalho de pesquisa realizado pelos Irmãso Cafaggi — mais especificamente pela Lu — para criar o figurino da Turminha, que é todo baseado na moda dos anos 50-60. Eu acho, não tenho certeza. Pegando a deixa do figurino, Turma da Mônica: Laços traz uma estética bastante nostálgica não só na arte, mas também no roteiro, remetendo aos filmes de aventura dos anos 80-90. É quase como ler um filme da Sessão da Tarde (em seus tempos áureos, é claro) em quadrinhos. Outras duas coisas me impressionaram — e ainda impressionam, pois estou com a HQ aqui do lado enquanto escrevo — em Turma da Mônica: Laços são as cores e a iluminação. Vitor Cafaggi, ao lado da colaboradora Prsicilla Tramontano, fizeram um trabalho incrível com a colorização desta revista. Há toda uma atenção por parte de Vitor na escolha das cores. O artista fez questão de estabelecer o período exato do dia em que determinadas cenas seriam mostradas, justamente para trabalhar melhor com a colorização e, consequentemente, com a iluminação também. No que diz respeito a estrutura, não há uma só página de Laços que não seja um deleite aos olhos. Os quadros são bem simples, distribuídos de um modo bastante "certinho", exato, na página. Uma curiosidade que não pude deixar de notar em Laços é que muitos dos quadros são interligados à outros — não necessariamente o seguinte na ordem de leitura —, seja por meio e um desenho mais dinâmico, que salte para fora do quadro; ou por uma fala que acaba invadindo outro quadrinho. Qual a importância disso para a HQ? Provavelmente nenhuma, mas é mais uma coisinha bonita em meio a todo um universo de coisas lindas presentes nesta HQ.
Lembra quando eu estava falando da estética da HQ, logo mais acima, e disse que ela remete bastante aos filmes de aventura da Sessão da Tarde dos anos 80-90? Pois é, como eu também já havia falado, o mesmo também se aplica ao roteiro. Turma da Mônica: Laços nada mais é que uma grande aventura desta tão querida turminha, mostrada de um modo jamais explorado nas revistas convencionais da Turma da Mônica. E cá pra nós, galerinha: quem não nunca viveu uma aventura? Quem nunca juntou a galera num fim de semana e foi conhecer um lugar novo e acabou perdendo o ônibus de volta? Quem nunca se perdeu com os amigos e pelejou pra achar o caminho de volta? E o mais legal de tudo: quem não ama essas aventuras? Tudo fica mais legal com os amigos do lado, e é isso que Turma da Mônica: Laços vem nos mostrar. Ao mesmo tempo em que é uma aventura, Laços também é uma linda homenagem à obra de Maurício de Sousa. Fãs de longa data com certeza se sentirão lisonjeados com essa homenagem dos Irmãos Cafaggi, e até mesmo quem não é fã conseguirá reconhecer o carinho e o amor que eles têm por essa turminha, pois ele está estampado em cada página, em cada quadro e cada balão desta HQ. Como eu tenho certeza de que mesmo quem não é fã da turminha vai curtir Laços? Fácil: eu mesmo não sou um grande fã de Turma da Mônica, e agora começaremos uma pequena polêmica. Para mim, os Irmãos Cafaggi conseguiram explorar a amizade entre os membros da turma de uma maneira que nem o próprio Maurício (ou qualquer outro de seus roteiristas) jamais conseguiram. Eu mesmo nunca vi uma história da Turma da Mônica em que Cebolinha, Cascão, Magali e Mônica dessem a entender que eram amigos de verdade, que tinham laços de amizade tão fortes e tão bonitos. Também nunca vi a essência desta turma tão bem explorada como aqui em Laços. Aqui, o nome Turma finalmente fez sentido pra mim. Enfim, mamilos a parte, mudemos de assunto. Outra característica de Laços que merece destaque são as diversas referências que circundam a revista. Elas vão desde pequenas participações de personagens clássicos do universo da turminha até frases e atos marcantes de filmes e seriados dos anos 80 e 90. Eu encontrei (e saquei) algumas delas, será que você conseguirá acha-las também? Aposto que você não sabe por que Mônica, Cascão e Magali só andam descalços.
Além de explorar Cebolinha, Cascão, Mônica e Magali como uma turma, Turma da Mônica: Laços também aborda cada personagem de uma maneira bem interessante. Por que será que o Cascão não gosta de banho? E de onde nasceu a grande amizade entre ele e Cebolinha? Aliás, como começou a amizade entre toda a turminha? Os Irmãos Cafaggi fazem questão de dar suas respectivas respostas para essas perguntas, e quer saber de uma coisa? Acho que nenhum outro artista as responderia tão bem quanto eles. Mesmo sendo uma história da turminha, os autores deixam mais do que claro que o personagem central da história é o pequeno Cebola. Sim, isso se deve muito mais ao fato de que o cachorrinho dele desapareceu, mas aposto que você nunca parou pra pensar em "quem melhor que o Cebolinha para tomar a frente da Turma da Mônica?". Ele é engenhoso, esperto e muito mais inteligente que qualquer outro garoto de sua idade, ou seja, um líder nato. Os irmãos Cafaggi exploram de uma maneira incrível toda essa genialidade de Cebolinha. Depois de ler Laços, eu passei a achar o nome Turma do Cebolinha muito mais plausível que Turma da Mônica. A Mônica é a Dona da Rua, ok, mas o Cebolinha é o DONO DA LUA, meus caros. Bate nessa tora agora, dentuça!
Bem, galerinha, acho que isso é tudo que eu tinha pra falar. Hora daquela boa e velha nota de semple, não é?
E aí vai ela -> 10 / 10
Não há outra nota senão um belo e redondo 10 para Turma da Mônica: Laços. Esta HQ respira amor em todos os seus quesitos, seja na arte, que é muito bonita e bastante original, ou no roteiro, que é simples e cativante. Não importa quem você seja, quantos anos tenha ou de onde você vem, é impossível não se encantar — e se identificar — com Turma da Mônica: Laços. Se essa revista tem algum defeito, este seria o fato de que ela acaba, pois eu poderia continuar lendo ela pra sempre!
E isso é tudo, galerinha.
Ah, ia esquecendo de uma coisa, como eu sou descuidado! Se você se interessou pela revista e quer compra-la, você pode encontra-la num preço bem bacana no site da Livraria Saraiva. É só clicar AQUI e ser teleportado diretamente para lá. E se você souber de alguma outra loja com um preço ainda mais legal, sinta-se livre pra compartilha-lo conosco aqui nos comentários.
Recado dado, hora de partir. Fui!
Por Breno Barbosa
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