domingo, 4 de setembro de 2016

Se não viu, veja! - Mogli: O Menino Lobo (2016)


Somente o Necessário.



Saudações, galerinha desocupada, tudo de boa com vocês?

Hum... chegou mais um domingo, não é? Então é hora de tirar do forno mais um postzinho bacanudo para vocês. Tem post de Cinema, de Quadrinhos, de Livros, de Séries, de Games e de várias outras coisas — ou seja, tem pra todo mundo, é só chegar!

E já que já faz um tempinho razoável que não conversamos sobre Cinema, vamos de "sessão filminho" hoje! Esta semana, falaremos sobre Mogli: O Menino Lobo (ou The Jungle Book, no original), uma das mais novas produções da Disney em sua lista de remakes de suas próprias animações clássicas. Agindo como um meio termo entre a animação de 1967 e o livro na qual foi baseada (do autor Rudyard Kipling), Mogli conta com Jon Favreau (de Homem de Ferro) na Direção, estreando aqui no Brasil no dia 14 de Abril e chegando recentemente aos DVDs e Blu-rays.

Desde que era apenas uma pequeno filhote, Mogli foi encontrado e criado por Raksha, uma das lobas da alcateia de Akela. Mogli nunca conseguiu se adaptar totalmente ao estilo de vida dos lobos. Afinal, ele não é um filhote de lobo, mas sim um filhote de homem, e há quem pense que estes não pertencem à selva. Shere Khan, o tigre, é um deles, e não pretende deixar Mogli em paz até que este esteja sob suas presas. Agora, Mogli deve fugir ao lado de Bagheera para o vilarejo humano mais próximo em busca de segurança. Irá Mogli desistir de sua família e amigos por uma vida segura? Ou será que ele enfrentará seus medos para protege-los?


Creio que alguns de vocês tenham assistido a animação clássica da Disney de Mogli: O Menino Lobo, não é mesmo? Eu sei que há alguns desocupados mais novos que nunca nem ouviram falar disso, mas tenho certeza que os velhacos da sala sabem o que eu quero dizer com "Necessário, somente o necessário". Particularmente, eu me encaixo no time dos mais novos. Eu assisti à animação original, mas não lembro outros detalhes além das musicas e alguns personagens — e também de ser uma história bem leve e divertida.

Muito disso permanece nes novo remake em live-action, exceto pelo tom mais leve. E antes de começar a joga pedras, eu conto essa como uma das maiores qualidades do filme.

Mogli: O Menino Lobo conta sua história de maneira mais sóbria, com objetivos, motivações e conclusões melhor definidos, abordando temáticas mais sérias de maneira bastante lúdica, quase imperceptível. Com pouquíssimo tempo de tela, muitos dos personagens são apresentados e estabelecidos, já com suas respectivas personalidades e objetivos. Não é difícil saber que rumo eles irão tomar nos minutos que virão, mas mesmo assim, nenhum deles parece óbvio demais — ou divertido de menos. Aliás, o mesmo pode ser dito do roteiro como um todo — também sem deixar de lado as boas surpresas e as conclusões satisfatórias. À primeira vista, algumas subtramas parecem ter sido encaixadas no filme por puro fanservice, mas no final, todas acabam servindo à um propósito maior, ajudando a trama principal a seguir em frente — além de garantir divertidos e interessantes com alguns dos personagens favoritos dos fãs de longa data. Outro detalhe bastante interessante é a maneira como o filme adereça questões mais sérias, como a ameaça que o ser humano oferece à vida selvagem, crise de identidade e até exclusão social. Mogli aborda esses temas de uma forma lúdica e sutil, até difícil de se perceber, as vezes, se não houver um pouquinho de atenção. É fácil deixar passar essas temáticas à primeira vista, mas enxerga-las traz toda uma nova dimensão ao filme, tornando-o ainda mais relacionável e interessante.


 No que diz respeito ao visual, eu tenho sérias duvidas quanto a como classificar Mogli: O Menino Lobo. Quero dizer, à primeira vista, pode não parecer muito perceptível, mas quase 80% dos elementos mostrados em tela são feitos através de computação gráfica. Somente algumas partes do cenário e próprio Mogli (interpretado pelo ator mirim Neel Sethi) são "reais". Isso quer dizer que Mogli é uma animação? Ou será que é um live-action mesmo? Tenho muitas duvidas...

Piadinhas a parte, o visual fotorrealista é executado com primor em todos os quesitos. Seja nos animais, nos cenários ou na fotografia, tudo parece real e palpável, deixando pouquíssimas brechas para que os espectadores parem e pensem "Ei, acho que isso aí não é de verdade". A interação entre esses elementos de CGI com o Mogli de Neel Sethi também é bastante convincente. Tanto o ator quanto o diretor (Jon Favreau) e sua equipe conseguem passar momentos emocionantes e divertidos com personagens e objetos que nem mesmo estão ali. Diretor esse, inclusive, que fez questão de estar presente não só nas gravações, mas também nas sessões de dublagem e na execução da trilha sonora. Em alguns making ofs é possível ver Jon Favreau brincando e interagindo com o ator Neel Sethi, a fim de arrancar do ator expressões e reações mais verossímeis e relacionáveis. Sei que você cometeu um monte de vacilos, caro Jon, mas depois dessa você tem meu respeito de volta.

Já que o filme só tem um ator na tela o tempo todo, essa parte vai ser bem fácil: hora de falar das atuações! Particularmente, apesar de ser uma criança fofa e com talento, Neel Sethi não conseguiu me conquistar totalmente como Mogli. Algumas de suas reações não me parecerem convincentes ou genuínas, mas talvez isso se deva ao fato de este ser seu primeiro papel em uma grande produção. Sendo assim, dá pra perdoa-lo um pouquinho — e, é claro, torcer para que ele tenha uma ótima carreira.


 No que diz respeito as dublagens, o elenco aqui é mais do que experiente. Christopher Walken, Scarlett Johansson, Idris Elba, Lupita Nyong'o, Ben Kingsley, Bill Murray... puts, são tantos grandes nomes, cada um mais incrível que o outro. Cada um deles está impecável em seus respectivos papéis, quase como se os personagens que representam tivessem sido criados especificamente para eles. Não posso deixar de destacar Sir Ben Kingsley e Lupita Nyong'o — o primeiro pela dedicação ao papel (e também pela voz marcante, é claro) e a segunda por ter feito com que este que vos escreve derramasse lágrimas com apenas uma única frase com a tonalidade e o sentimento certos.

Aproveitando a deixa da dublagem, partamos para a trilha sonora. A animação original contava com algumas bastante marcantes, e estas fazem seu retorno neste filme de maneira divertida e renovada, adaptadas para a proposta do roteiro e para os atores que as interpretarão. Algumas dessas musicas, porém, acabam se repetindo várias e várias vezes durante o filme, sem dar uma chance para que outras faixas se destaquem ou se tornem notáveis. Ao término do filme, eu realmente não sabia se houve outra musica além de Bare Necessities (Somente o Necessário), que tocou infindavelmente durante o todo o longa — e que tocará agora para vocês:


Bare Necessities, the simple bare necessities... ops, foi mal, acabei me empolgando! Hora daquela velha e boa nota de sempre, não é mesmo?

E aí vai ela -> 8.0 / 10

Parafraseando a faixa da trilha sonora, Mogli: O Menino Lobo é Somente O Necessário, sem muitos extraordinários. A história permanece nos moldes da animação clássica, mas ganha uma nova roupagem, mais atual e verossímil, bastante bem-vinda. O visual é simplesmente impecável, com boa parte dos elementos na tela sendo feitos através de Computação Gráfica, de modo a não afetar a interação entre os atores. Neel Sethi (Mogli), porém, não entrega uma interpretação tão convincente, deixando a desejar em alguns pontos. Em contrapartida, o elenco de dublagem acerta em cheio, com atuações carismáticas e consistentes. A trilha sonora é agradável, mas sofre com a repetição de um único tema, o que ofusca todas as outras faixas existentes.

Portanto, se você está com esta com a tarde livre esses dias, dê uma passadinha na locadora mais próxima e dê uma conferida em Mogli: O Menino Lobo. É diversão garantida ou seu dinheiro de volta! Só que Não!

E isso é tudo por hoje, queridos e queridas.

Obrigado pela atenção e até mais!

Por Breno Barbosa

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