Should I stay or Should I go?
Salve salve, galerinha desocupada do meu coração! Tudo tranquilo com vocês?
E então, meus queridos e queridas, como anda o fim de semana? Upando muito? Curtindo um cineminha? Ou aproveitando pra maratonar aquela série pendente? Bem, independente do que estejam fazendo, é bom darem uma pequena pausa pra conferir mais um post novinho, direto da frigideira, aqui a no Desocupado. Sim, nos falamos de Games, e sim, nós também falamos sobre Cinema, e pode ter certeza que falamos de Séries também, e de Livros, e de Quadrinhos e do que mais for preciso, toda santa semana!
Hoje, conversaremos um pouquinho sobre o mais novo hit da Netflix, Stranger Things, de autoria dos Irmãos Matt e Ross Duffer, e que estreou oficialmente no dia 15 de Julho, com todos os episódios da temporada já disponíveis.
Coisas estranhas vêm acontecendo na pequena cidade de Montauk, em Long Island. Primeiro, há o desparecimento de Will Byers, um jovem estudante da cidade, que sumiu misteriosamente ao voltar para casa há algumas noites. Neste meio tempo, uma outra criança surgiu — uma garota, a quem se referem como Onze, e que esconde muitos segredos por trás de seu silêncio e sua timidez. Muito se especula sobre essas crianças, mas pouco se faz a respeito. Portanto, cabe a Mike, Lucas e Dustin investigarem o verdadeiro paradeiro de Will e descobrir quem é a pequena Onze.
Uma perguntinha, desocupados: vocês se lembram dos Anos 80? Alguns de vocês com certeza devem lembrar, mas outros certamente não. E eu estou com estes últimos. Não lembro muito dos Anos 80, afinal, eu nada mais era que uma ideia na cabeça dos meus pais nessa época, então não há muito que e lembrar.
Se você ouviu falar, nem que apenas um pouquinho, sobre Stranger Things, com certeza deve ter ouvido dezenas de pessoas falando "blá-blá-blá Anos 80", ou 'mi-mi-mi Nostalgia"; e outras coisas do tipo, estou correto?
Mas meu ponto é: quem viveu nessa época, muito provavelmente, já deve ter uma quedinha por Stranger Things antes mesmo de assistir a série. É tudo familiar, nostálgico, do jeitinho como era naquela época, e isso com certeza conta muitos pontos para algumas dessas pessoas. Mas e quanto a nós, crianças de outras épocas? Será que nós gostaremos de Stranger Things? Será que as referências e a temática da série conversarão tão bem conosco quanto conversam com a galerinha dos Anos 80? É sobre isso que discutiremos no próximo bloco, caríssimos desocupados, portanto, não mudem de canal!
Ok, voltamos dos intervalos, mas a pergunta permanece: Stranger Things funciona pra quem não é familiarizado com os Anos 80? A resposta é simples: Sim, e muito bem, diga-se de passagem.
Conversando com alguns amigos após assistir a série, algo unânime entre todos nós foi o sentimento de infância e nostalgia que a série passava. Vale citar, inclusive, que nenhuma dessas pessoas com as quais discuti nasceram ou se criaram durante os 80's. Independente da idade de quem esteja assistindo, Stranger Things tem eterno clima de infância, daquele filme perdido na sua coleção, de quando você era criança — independente de quando isso tenha sido.
Esse clima transparece em todos os aspectos da série. Seja nos figurinos, na fotografia ou nas temáticas trabalhadas, quase tudo em Stranger Things respira infância. Sim, quase tudo, mas falaremos sobre isso daqui a pouco. É difícil passar por Stranger Things e não lembrar de clássicos como E.T, Conta Comigo, Goonies ou Jurassic Park (sim, Jurassic Park), mas apesar de calçar as mesmas botas, Stranger Things traça seu próprio caminho — algo bastante importante em uma obra como essa.
O por quê dessa importância? Por um simples — porém importantíssimo — motivo, chamado Identidade. É bastante difícil tomar como base todo esse material e ainda assim manter uma identidade particular — ser algo próprio, que se encaixe ao lado do material-base sem se tornar apenas mais um entre os grandes clássicos. E não pensem que isso não é uma grande conquista, desocupados, pois há exemplos de outras obras que tentaram o mesmo feito e não foram tão felizes quanto Stranger Things. Talvez a mais atual delas seja Super 8 — um ótimo filme, dirigido por J. J. Abrams, seguindo a mesma temática de todos os clássicos citados anteriormente, mas que não conseguiu ir além da homenagem, tornando-se apenas mais um escondido no fundo da pilha de clássicos da infância.
Lembra quando eu falei que quase tudo em Stranger Things lembra infância — com enfase no "quase tudo"? Pois é, muita coisa na série é reminiscente dos temos de outrora, mas se tem algo que definitivamente não o é, esse é o roteiro.
Stranger Things possui um roteiro muito mais adulto e sóbrio que seus primos da Sessão da Tarde. Sim, muitos desses clássicos costumavam ter um pezinho no Terror ou no Suspense, com algumas doses de investigação aqui e acolá, mas Stranger Things está atolada nessas temáticas até o pescoço. Aqui, o temor pelo que pode acontecer aos personagens é real, tangível, e faz com que cada passo adiante na trama seja extremamente relevante. Não foram poucos os momentos em que agarrei os ombros de nervosismo, ou que avancei para o episódio seguinte — mesmo já sendo quase 04h da manhã e tendo que acordar cedo no dia seguinte —, ansiando pela resolução de um mistério. Os roteiristas souberam trabalhar bem dentro da plataforma Netflix, fazendo com que cada episódio atraia imediatamente o próximo, de modo que você não consiga desgrudar da cadeira, mesmo depois de assistir a todos os episódios — pois, mesmo no final, alguns mistérios permanecem propositalmente sem resolução. Isso pode ser um empecilho para alguns e um teaser para as próximas temporadas para outros. Este que vos fala, definitivamente, pensa da segunda maneira.
Claro, muito disso não seria possível sem um elenco de primeira, e, obviamente, Stranger Things conta com um elenco excelente. Já na primeira cena em que são apresentadas, as crianças conquistam qualquer espectador desocupado que um dia já foi criança. A amizade entre elas e a individualidade de cada uma é muito bem trabalhada pelo elenco mirim. Neste quesito, não há como deixar de destacar a Onze de Millie Bobby Brown. A atriz consegue cativar e emocionar com pouquíssimas falas e um show de expressões corporais, que passam muito mais sentimento que qualquer grande diálogo. Outro grande destaque é a Joyce Byers de Winona Ryder. É difícil não se compadecer da dor do personagem já nos primeiros momentos de sua perda.
O mais interessante sobre os personagens de Stranger Things é que nenhum do núcleos — nos quais eles estão inseridos — parece menos interessante ou importante que o outro. Cada personagem possui própria jornada, cada qual com sua relevância particular, e a medida que a trama avança, essas jornadas vão se entrelaçando de uma maneira coerente e cativante.
Um bônus bacana que as séries originais da Netflix oferecem são as diversas opções de áudio, e como eu sou um desocupado curioso, pode ter certeza de que eu saio conferindo uma por uma. Felizmente, minha curiosidade sempre me favorece, já que, até então, todas as opções de dublagem que conferi foram de ótima qualidade. E não é diferente em Stranger Things. Não importa se você está assistindo com o áudio original, em inglês, ou com a dublagem brasileira — que está ótima, diga-se de passagem —, ou até mesmo com vozes japonesas; o qualidade será sempre se mantém firme forte.
No que diz respeito a trilha sonora, Stranger Things joga seguro, mas acerta muto bem em sua jogada — afinal, o que seria mais Anos 80 que as musicas dos Anos 80, não é? A trilha sonora de Stranger Things é uma verdadeira mixtape com alguns dos temas mais marcantes da época, acompanhados de faixas originais que ajudam a manter vivo o clima de suspense e mistério da série. As musicas são muito bem empregadas nas cenas, complementando o que se vê na tela de maneira inteligente e cativante.
E para ilustrar minhas palavras, nada melhor que o tema principal da série. Não, não estou falando do tema de abertura — que também é excelente, diga-se de passagem —, mas sim de Should I Stay or Should I Go, da banda The Clash. Esse sim é o verdadeiro main theme de Stranger Things! Escuta aí:
Bem, acho que isso é tudo que eu tinha pra falar sobre Stranger Things por hoje. Hora de irmos para aquela boa e velha nota de sempre, não é mesmo?
E aí vai ela -> 10 / 10
Stranger Things está longe de ser uma série perfeita, mas seus defeitos são totalmente ofuscados pelas qualidades. O clima de infância e nostalgia se faz presente o tempo todo — independente do espectador —, sem perder, porém, a aura sóbria e madura da trama. O roteiro se desenrola naturalmente, desenvolvendo bem os personagens e suas relações e desvendando os maiores mistérios junto ao espectador — e deixando alguns para mata-los de curiosidade até a próxima temporada. A trilha sonora cai perfeitamente com a época e com as temáticas retratadas, ditando o clima das principais cenas da série. Porém, nada disso valeria a pena se Stranger Things não tivesse uma identidade própria, um coração, que a fizesse se destacar entre as demais homenagens nostálgicas que vemos por aí. E Stranger Things, definitivamente, possui esse coração.
"Entonce", se você está procurando um seriado bacana para maratonar, não perca tempo: logue-se na Netflix e corra atrás de Stranger Things! Pode me agradecer depois.
É, galerinha, acho que por hoje é só.
Um abraço e até mais!
Por Breno Barbosa
Claro, muito disso não seria possível sem um elenco de primeira, e, obviamente, Stranger Things conta com um elenco excelente. Já na primeira cena em que são apresentadas, as crianças conquistam qualquer espectador desocupado que um dia já foi criança. A amizade entre elas e a individualidade de cada uma é muito bem trabalhada pelo elenco mirim. Neste quesito, não há como deixar de destacar a Onze de Millie Bobby Brown. A atriz consegue cativar e emocionar com pouquíssimas falas e um show de expressões corporais, que passam muito mais sentimento que qualquer grande diálogo. Outro grande destaque é a Joyce Byers de Winona Ryder. É difícil não se compadecer da dor do personagem já nos primeiros momentos de sua perda.
O mais interessante sobre os personagens de Stranger Things é que nenhum do núcleos — nos quais eles estão inseridos — parece menos interessante ou importante que o outro. Cada personagem possui própria jornada, cada qual com sua relevância particular, e a medida que a trama avança, essas jornadas vão se entrelaçando de uma maneira coerente e cativante.
Um bônus bacana que as séries originais da Netflix oferecem são as diversas opções de áudio, e como eu sou um desocupado curioso, pode ter certeza de que eu saio conferindo uma por uma. Felizmente, minha curiosidade sempre me favorece, já que, até então, todas as opções de dublagem que conferi foram de ótima qualidade. E não é diferente em Stranger Things. Não importa se você está assistindo com o áudio original, em inglês, ou com a dublagem brasileira — que está ótima, diga-se de passagem —, ou até mesmo com vozes japonesas; o qualidade será sempre se mantém firme forte.
No que diz respeito a trilha sonora, Stranger Things joga seguro, mas acerta muto bem em sua jogada — afinal, o que seria mais Anos 80 que as musicas dos Anos 80, não é? A trilha sonora de Stranger Things é uma verdadeira mixtape com alguns dos temas mais marcantes da época, acompanhados de faixas originais que ajudam a manter vivo o clima de suspense e mistério da série. As musicas são muito bem empregadas nas cenas, complementando o que se vê na tela de maneira inteligente e cativante.
E para ilustrar minhas palavras, nada melhor que o tema principal da série. Não, não estou falando do tema de abertura — que também é excelente, diga-se de passagem —, mas sim de Should I Stay or Should I Go, da banda The Clash. Esse sim é o verdadeiro main theme de Stranger Things! Escuta aí:
Bem, acho que isso é tudo que eu tinha pra falar sobre Stranger Things por hoje. Hora de irmos para aquela boa e velha nota de sempre, não é mesmo?
E aí vai ela -> 10 / 10
Stranger Things está longe de ser uma série perfeita, mas seus defeitos são totalmente ofuscados pelas qualidades. O clima de infância e nostalgia se faz presente o tempo todo — independente do espectador —, sem perder, porém, a aura sóbria e madura da trama. O roteiro se desenrola naturalmente, desenvolvendo bem os personagens e suas relações e desvendando os maiores mistérios junto ao espectador — e deixando alguns para mata-los de curiosidade até a próxima temporada. A trilha sonora cai perfeitamente com a época e com as temáticas retratadas, ditando o clima das principais cenas da série. Porém, nada disso valeria a pena se Stranger Things não tivesse uma identidade própria, um coração, que a fizesse se destacar entre as demais homenagens nostálgicas que vemos por aí. E Stranger Things, definitivamente, possui esse coração.
"Entonce", se você está procurando um seriado bacana para maratonar, não perca tempo: logue-se na Netflix e corra atrás de Stranger Things! Pode me agradecer depois.
É, galerinha, acho que por hoje é só.
Um abraço e até mais!
Por Breno Barbosa
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