domingo, 26 de junho de 2016

Se não viu, veja! - Voltron: O Defensor Lendário

"Defensores do Universo", né? Gostei...




Saudações, galerinha desocupada! Tudo tranquilo com vocês?

E já que hoje é domingo de novo, vamos nos preparar para mais um post novinho em folha aqui neste obscuro — porém aconchegante e bem arrumado — cantinho da internet. Podemos conversar sobre Cinema, Quadrinhos, Livros, Séries, Games ou qualquer outro assunto, é só dizer!

Nesta semana, conversaremos um pouquinho sobre Voltron: O Defensor Lendário (ou Voltron: Legendary Defender, no original), série animada produzida pela Netflix em parceria com a DreamWorks, que estreou exclusivamente no sistema de streaming no dia 10 de Junho. Assim como todas as outras séries produzidas pela Netflix, todos os episódios de Voltron já estão disponíveis no serviço desde a estreia. E para os entusiastas de animação (assim como este que vos fala), Voltron: O Defensor Lendário foi produzido (também) pelo Studio Mir, o mesmo responsável pelo excelentíssimo A Lenda de Korra,

Há muito tempo atrás, em uma galáxia muito distante, um guerreiro chamado Voltron defendia o universo de suas maiores ameaças. Formado através da união de 5 máquinas poderosíssimas — cada uma pilotada por seu respectivo Paladino —, Voltron costumava ser a arma mais poderosa já existente. Porém, com o ataque do nefasto Império Galra, os Paladinos foram dizimados, e os 5 componentes de Voltron se perderam universo afora. Gerações depois, um novo grupo de Paladinos emerge, e agora cabe a eles reunir o Voltron novamente e combater mais uma vez o Império Galra.


Quem me conhece sabe que eu não sou muito de assistir séries. Já tentei algumas por indicação, outras por curiosidade, mas no final das contas, são pouquíssimas que conseguem me segurar por uma temporada inteira. Porém, a coisa muda de figura quando o assunto são animações. Eu simplesmente amo animações, é bem provável que, mesmo sem estar gostando tanto, eu acompanhe uma série animada do começo até o final sem pestanejar.

Lembro de uma vez, em uma roda de amigos, onde todos estavam animados pela estreia da nova temporada de Orange Is The New Black e eu, apesar de também gostar um pouco da série, estava bem mais excitado pela estreia de Voltron. Acho que certas coisas não mudam muito quando você cresce...

Mas enfim, será que todo esse entusiasmo valeu a pena, no fim das contas? É sobre o que iremos discutir nas próximas linhas daqui a pouquinho!


Tenho certeza que todos os desocupados que curtem séries aqui presentes já maratonaram um seriado ou outro. A primeira vez que fiz isso foi com Voltron: O Defensor Lendário. Assisti todos os 11 episódios de uma vez só e realmente não me arrependi — mas também não fiquei totalmente satisfeito.

A trama de Voltron é leve, direta e pouco ambiciosa. São poucas as nuances, mistérios e questionamentos levantados pela série, mas estes poucos são suficientes tanto para manter a história seguindo em frente quanto para manter interessantes os personagens que a permeiam. Dada a experiência anterior que tive com o Studio Mir — com A Lenda de Korra —, eu realmente esperava uma trama mais elaborada, com discussões relevantes, heróis humanizados e antagonistas com motivações bem fundadas. Não é como se eu não tivesse recebido isso em Voltron, mas após ter assistido, eu percebi que não recebi tudo isso AINDA. Todas essas características se fazem presentes na série, mas de um modo sútil, quase dormente, esperando para despontar em algum ponto da história. Infelizmente, a animação termina antes mesmo que muitos desses elementos pudessem florescer, deixando um gostinho de "quero mais" na boca. Gostinho esse, inclusive, bastante amargo, pois não se sabe ao certo se teremos ou não uma continuação para a série.

O principal destaque de Voltron: O Defensor Lendário vai para os seus personagens. Um toque bastante agradável é que, desde o começo, não se estabelece um protagonista específico. O que há em Voltron é um grupo de personagens que dividem o holofote de maneira igual. Cada um deles tem seu momento de brilhar, e quando esse momento chega, não é nada decepcionante. Dentre eles, meu favorito com certeza é o pequeno Pidge. Além de inteligente e sagaz o bastante para causar o caos em uma base repleta de inimigos completamente sozinho, Pidge é o personagem que mais possui motivações que vão contra àquelas propostas pelo grupo, tornando-o, talvez, o personagem mais complexo da série. Mesmo tendo Pidge como favorito, todos os Paladinos do Voltron me agradaram e me divertiram bastante, tanto com algumas piadinhas pontuais quanto com lutas empolgantes de se assistir.


No quesito visual, não há comodar outra coisa ao Studio Mir senão congratulações por mais um trabalho executado com a excelência de sempre. A animação não falha em um momento sequer, mantendo sempre a fluidez nos movimentos e a qualidade do traço. Há bastantes toques de 3D em Voltron, principalmente nas cenas em que o robô gigante propriamente dito faz suas aparições. O estilo Cel Shaded (com linhas ao redor dos modelos 3D) dessas cenas casa perfeitamente bem com o traço 2D padrão da série, fazendo com que o salto entre uma dimensão e outra pareça natural, sem perder a identidade criada. Tanto em duas quanto em três dimensões, os embates de Voltron são muito bem executados. A fluidez, a rapidez e plasticidade das coregrafias não são tão empolgantes quanto o principal trabalho anterior do estúdio (A Lenda de Korra), mas com certeza mostram que ele aprendeu bastante, e reproduz esse aprendizado com uma baita maestria.

No que diz respeito a trilha sonora, Voltron possui um tema principal bem bacana, que gruda na cabeça logo nos primeiros episódios, mas fora este, não há muitos outros que se destaquem. Grande parte deles seguem um padrão puxado para o Techno, com batidas eletrônicas em um ritmo ligeiramente acelerado nas cenas de ação. Não é a mais original das trilhas sonoras — pelo contrário, é o caminho mais fácil, dada a temática da série —, mas em momento algum ela desaponta ou não se faz presente. Bem que eu gostaria de compartilhar o tema de abertura de Voltron: O Defensor Lendário com vocês, caríssimos desocupados, mas o máximo que consegui encontrar foi esse teaser musical promovendo a série. Não é bem o que eu queria, mas consegue ilustrar bem o que eu disse agora há pouco, então escutem só:


Bem, meus queridos desocupados e desocupadas, acho que isso é tudo que eu tinha a dizer. Hora de irmos para aquela boa e velha nota de sempre, não é?

E aí vai ela -> 8.0 / 10

Com uma trama leve descompromissada, mas com nuances e mistérios bastantes para manter acesso o interesse de quem assiste, Voltron: O Defensor Lendário mostra um potencial para ir além do que propõe inicialmente, mas infelizmente, a série termina de maneira abrupta, antes de poder desenvolver todo essas qualidades ocultas. O que é mostrado, porém, não desaponta nem um pouco: o visual é cativante e não perde qualidade em momento algum, as animações são fluidas, tanto nas cenas 2D quanto nas cenas 3D e a trilha sonora se faz presente de maneira bastante agradável.

"Entonce", se você ainda está rodando Netflix afora atrás de uma série para maratonar sem compromissos, dê uma chance a Voltron: O Defensor Lendário. Você certamente não se decepcionará!

E por hoje é só, queridos e queridas.

Um abraço, e até mais!

Por Breno Barbosa

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