domingo, 24 de maio de 2015

Se não viu, veja! - Mad Max: Estrada da Fúria (2015)

Que dia maravilhoso!



Saudações, galerinha desocupada! Que dia lindo para um post novinho em folha, não é mesmo?

Toda semana — mais especificamente no domingo —, graças ao grande Deus V8, há um post saído direto do forno aqui no Desocupado, sempre falando sobre Cinema, Games, Quadrinhos, Livros, Séries ou o que mais acharmos que vale a pena gastar algumas linhas de texto. E hoje não será exceção!

Como vocês já devem ter percebido pelo título do post e pelas referências no texto, hoje falaremos um pouco sobre Mad Max: Estrada da Fúria (ou Mad Max: Fury Road, no original), filme que marca o retorno da franquia Mad Max aos cinemas, assim como o de seu idealizador (e diretor dos outros três filmes), George Miller. Estrada da Fúria estreou aqui em terras tupiniquins no dia 14 de Maio, estando em cartaz nos cinemas neste exato momento!

Em Estrada da Fúria, somos (re)apresentados a Max Rockantasky, um guerreiro solitário que vaga pelos desertos escaldantes de um mundo que morreu misteriosamente há muito tempo atrás. Em uma de suas viagens, Max acaba sendo capturado pelos soldados de um tirano que se autointitula Immortan Joe, que, por sua vez, está em uma caçada em busca de um preciosíssimo tesouro que lhe foi roubado por uma de suas capitãs mais confiáveis, Furiosa. Max consegue escapar de sua prisão, mas agora se vê obrigado a aliar-se à Furiosa para que ambos consigam sobreviver às ameaças de Immortan Joe.


Ah, que dia maravilhoso deve ter sido quando George Miller acordou pela manhã, espreguiçou-se, coçou o barrigão e pensou "Mano... eu vou fazer um novo Mad Max, e ele vai ser bom". Não sei se ele realmente fez isso, mas a ideia de fazer um novo Mad Max estava na cabeça do diretor desde 2003, mas tretas e mais tretas foram surgindo em sua vida, e só agora, George Miller conseguiu dar vida à Estrada da Fúria.

Normalmente, eu diria que a espera valeu totalmente a pena, mas para tal, eu acho que precisaria ser fã da franquia Mad Max, e sinceramente, eu nunca me importei com ela. Falando assim, parece até algo ruim, né? Mas acredite: é exatamente o contrário. Isso só mostra que, mesmo um total leigo, como este que vos fala, conseguiu se divertir bastante com o filme — com suas ressalvas, é claro. Afinal um chato como eu sempre tem ressalvas. Porém, logo logo vocês verão que ser fã ou não da franquia Mad Max não interfere diretamente em Estrada da Fúria, mas isso são cenas para os próximos capítulos, que virão logo após essa imagem supimpa!


Pode-se dizer que, basicamente, Mad Max: Estrada da Fúria possui dois grandes suprassumos, que se complementam muito bem e fazem com que o filme seja proveitoso de uma maneira diferente da qual estamos acostumados.

Dentre eles, abordaremos primeiro o roteiro. Nos últimos anos, eu realmente não lembro de um roteiro tão simples e efetivo quanto o de Estrada da Fúria. Dentro de mais ou menos 15 minutos de filme, você já compreende o drama do protagonista, é apresentado à seus inimigos e também ao grande objetivo central, que fará com que a história e seus personagens sigam em frente. Parece pouca coisa, não é? E até é, de fato, mas isso é realmente tudo que você precisa saber em Estrada da Fúria. Particularmente, isso foi reconfortante para mim, que, como havia dito antes, nunca assisti um filme da franquia Mad Max, e ainda assim, não me senti perdido em nenhum momento. Esses são praticamente os únicos detalhes da trama que Estrada da Fúria lhe entregará de bandeja. Todos os outros elementos e nuances estão muito bem distribuídos dentro do filme, de modo que nada seja óbvio ou didático demais, fazendo com que você, o espectador desocupado, vá ligando, aos poucos e por conta própria, cada pequeno detalhe espalhado pelo filme, construindo, por fim, sua própria interpretação daquela aventura.

Graças a essa simplicidade, outras áreas do roteiro puderam ser melhor exploradas, como os personagens que permeiam a história. Todos são muito bem apresentados, de modo que, em poucos minutos de suas respectivas aparições na tela, o espectador já consiga compreende-lo quase que totalmente. Isso ajuda a focar bastante na interação entre essas diferentes personalidades, que são bastante interessantes de se acompanhar. É bacana ver, por exemplo, a natureza fria e calculista de Max (vivido por Tom Hardy) bater de frente com o gênio forte e independente de Furiosa (interpretado por Charlize Theron).

Avistando uma treta no horizonte.


Particularmente, se tivesse que escolher um personagem favorito, minha escolha certamente seria Max — por causa de seu jeito frio e mal encarado, lembrando bastante o Pistoleiro Sem Nome dos faroestes estrelados por Clint Eastwood —, mas não há como negar que a Furiosa de Charlize Theron rouba todos os holofotes para si, a ponto de muitos a apontarem como a verdadeira protagonista de Estrada da Fúria, tendo, inclusive, mais tempo em tela e desenvolvimento que aquele que dá nome ao filme. E já que eu já pus o pezinho na lama, vamos entrar um pouquinho mais, pelo menos até a canela...

Por causa dessa "atenção maior", a personagem foi tanto criticada por certos públicos quanto aclamada por outros. Por um lado, pessoas reclamam que ela é uma "mensagem feminista ambulante em um filme de ação 'de macho', que não possui espaço para essas coisas"; por outro, muitos apontam Furiosa como "uma quebradora de paradigmas, um verdadeiro símbolo feminino no cenário cinematográfico atual". Minha opinião? Não tenho nenhuma propriedade para refutar ou apoiar totalmente a segunda opinião, mas quanto a primeira, fico chocado que pessoas se deram ao trabalho de falar isso. Mesmo assim, minha visão do filme é 100% do ponto de vista do entretenimento, e seguindo essa perspectiva, eu consegui me divertir e me emocionar com Furiosa, uma prova de que, independente do que ela seja ou represente, ela funciona de maneira basante efetiva como personagem, e isso é o que realmente importa. Afinal, creio que ninguém vai pro cinema especificamente pra levantar discussões de cunho mora/social, não é? Pelo menos eu não faço isso...

Mas nem só de Furiosa vive Mad Max. Os personagens de apoio também estão muito bem encaixados dentro da história, e divertem tanto quanto seus superiores. Destaque para o elétrico e excêntrico Nux, interpretado por Nicholas Hoult. Não há como não se empolgar em "testemunhar" (uma pequena coisinha do filme) as loucuras de Nux a cada cena, principalmente quando ele está ao volante. Ah, mas que dia maravilhoso...

Ouvi dizer que o Nicholas Hoult fica realmente desse jeito aí de cima depois de conseguir tirar a fantasia do Fera, dos X-Men.


Lembra que, há algumas linhas atrás, eu falei que Estrada da Fúria possuía duas grandes cerejas em seu bolo? Já falamos de uma, que é o roteiro, agora está na hora de falar da outra: a Ação.

Muito basicamente, Mad Max: Estrada da Fúria é uma grande perseguição de carros do começo ao fim, com muita, mas muita ação e pouquíssimas pausas. É como uma grande passeio de montanha russa, que começa devagarzinho, escalando até o ponto mais alto, pra quando chegar lá, ser uma descida acelerada e frenética, cheia de curvas e loops, que te deixam vibrando, segurando firme na cadeira quase o tempo todo. Isso mesmo, quase. Em alguns momentos, a loucura da ação de Estrada da Fúria vai se estender tanto que vai te deixar cansado, por mais bem elaborada que ela seja. Esse é um risco que filmes que resolvem abraçar essa pegada mais "eletrizante", sempre no ápice, no clímax; correm, e Estrada da Fúria não conseguiu se livrar dele. E mesmo quando a ação finalmente pisa no freio, a parada é tão brusca que chega a ser entediante, e até sonífera, em algumas partes.

Vale citar, também, que pelo menos 80% das cenas do filme foram realizadas com efeitos práticos, com pouquíssima ajuda de retoques digitais. Falando assim, nem parece lá um grande feito, mas tente se lembrar disso enquanto estiver assistindo Estrada da Fúria. Você com certeza ficará embasbacado com o que George Miller e sua galerinha conseguiram fazer — ao custo de várias câmeras quebradas durante as filmagens. Bem, pelo menos valeu a pena. Falando em câmeras quebradas, uma breve salva palmas para a fotografia ousada e nem um pouco tímida de Mad Max: Estrada da Fúria, que não tem medo de mostrar ângulos nem um pouco convencionais, principalmente nas cenas de ação. São câmeras acopladas a carros em alta velocidade, Zoom-Ins e Zoom-Outs tão cômicos que parecem ter saído de um desenho animado, tomadas dos carros em perseguição vistos do horizonte do deserto... Realmente, não é difícil de imaginar tantas câmeras quebradas...

Neste exato momento, Tom Hardy pensa "Mano, eu não sou pago o suficiente pra isso...".


É, realmente estou me estendendo mais do que queria... Mas não posso largar vocês sem antes falar da Direção de Arte de Mad Max: Estrada da Fúria, que é simplesmente espetacular! Cada mínimo detalhe espalhado pelo cenário, ou nas vestimentas e acessórios dos personagens, conta um pouco sobre aquele lugar, ou sobre aquela pessoa, e existem literalmente MILHARES desses mínimos detalhes espalhados pelo filme. Boa parte da história e das características de cada personagem, por exemplo, e contada simplesmente através do visual, sem a necessidade de explicações, que parariam o filme — e como eu disse antes, Mad Max não para por quase nada. Enfase no "quase".

Cada personagem, cada carro e cada cenário é único, inigualável e inconfundível. Mesmo sendo partes de uma mesma cultura dentro da trama, ninguém é totalmente igual a ninguém. Durante o filme, elas são até bem poucas, mas cada "casta" daquela sociedade é facilmente identificável, seja pelos apetrechos e excentricidades das suas roupas ou pelos detalhes exagerados dos seus veículos. Todos eles reais.

E vale citar que, mesmo se passando em um futuro pós-apocalíptico, George Miller fez questão que tudo fosse bastante colorido e contrastante, de modo que esse elemento "fim-do-mundesco" se tornasse um pouco mais intrigante e interessante.

E pra finalmente fechar o papo, falemos sobre a trilha sonora. Há uma mistura — bastante bem vinda, já adiantando — entre uma pegada mais "clássica" (em relação a franquia), bastante referente aos temas de filmes dos anos 80 e 90; e uma mais moderna, a qual estamos acostumados hoje em dia. Além de ser bastante empolgante, a trilha sonora encontra um meio de se mesclar diretamente ao filme, tornando-se mais que apenas um complemento para o mesmo. Eu realmente não sei de quem foi a ideia de colocar um cara mascarado tocando uma guitarra dupla que solta fogo amarrado a um carro de som gigante com tocadores de tambor atrás, mas seja você quem for, meu caro (ou minha cara), eu só quero te dar um abraço. Graças a você, eu e algumas centenas de pessoas tiveram a oportunidade de deliciar seus ouvidos com isso:


Ufa! Mais uma vez, acabei falando mais do que queria em um post. Mas acho que isso já virou rotina pra vocês, desocupados, não é mesmo? Desculpem-me por não conseguir ser sucinto. É realmente difícil quando me empolgo... Mas enfim, vamos ao que interessa: a boa e velha nota de sempre!

E aí vai ela -> 9,5 / 10

Mad Max: Estrada da Fúria é um verdadeiro passeio de montanha russa. Os contantes e extensos loops e curvas te deixam vidrado e empolgado na maior parte do tempo, mas acabam cansando com o tempo. Há algumas pausas nesse passeio louco, mas eles atrapalham muito mais que ajudam. Felizmente, isso não tira o brilho e a beleza dessa grande montanha russa, que possui um visual único e intrigante, e conta até mesmo com uma trilha sonora excelente. Realmente, um dos melhores passeios deste ano, até então.

Então, se o seu plano é pegar um cineminha qualquer dia desses, não precisa ter duvida, Mad Max: Estrada da Fúria é a sua melhor escolha!

E isso é tudo, galerinha desocupada. Um abração, e até a próxima!

Por Breno Barbosa

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