O Inverno Chegou!
Fala, galerinha desocupada, tudo beleza com vocês? Estão todos de bem com a vida, de vento em popa, felizes pra burro e "assim" com o mundo?
Pois é, meus queridos, como a maioria de vocês já sabem, acessar o Desocupado nos fins de semana (sexta, sábado ou domingo) é pedir pra levar uma voadora de dois pés de pura alegria bem no meio da caixa torácica. Por que? Porque é o no fim de semana que nós, desocupados de alto escalão, trazemos à vocês artigos e/ou recomendações super-radiscais, referentes a Cinema, Games, Séries, Livros, Quadrinhos e o que mais a gente achar que seria legal escrever sobre. E como você pode ver, essa semana não será diferente!
E como prometido no Especial de Bolso da semana passada, hoje é dia de falar de Capitão América 2: O Soldado Invernal! Espero que todos tenham se preparado direitinho!
Capitão América 2: O Soldado Invernal (Captain America: The Winter Soldier) chegou aos cinemas nesta quinta-feira do dia 10 de Abril de 2014, desta vez sob a direção dos irmãos Anthony e Joe Russo, marcando a participação do Capitão Steve Rogers na Fase 2 do Universo Cinematográfico da Marvel Studios.
Alguns anos depois do confronto em Nova York (visto em Os Vingadores), o Capitão Steve Rogers passou a emprestar suas habilidades à S.H.I.E.L.D., executando missões secretas ao lado dos agentes da organização, sob a liderança de Nick Fury. Após sua última missão, Steve começa a questionar o diretor Fury sobre o teor de suas tarefas, e acaba entrando em discordância com os ideais adotados pela organização, fazendo-o abandona-la imediatamente, mas levantando, também, algumas suspeitas sobre ela. Essas suspeitas se tornam ainda mais latentes quando Nick Fury é misteriosamente atacado por um agente conhecido como Soldado Invernal. Quem é esse agente? Quem quer a caveira de Nick Fury? O que a S.H.I.E.L.D. teria a ver com isso? E por que eu estou fazendo tantas perguntas?
Alguém aí lembra de Capitão América: O Primeiro Vingador? Ora, mas que pergunte é essa, é claro que todos lembram! Fazem o que, 3 anos apenas? É claro que lembram! Enfim, quem lembra de O Primeiro Vingador deve lembrar também que a Direção de Arte era um dos pontos que mais chamavam atenção no filme. Todos aqueles uniformes — tanto do próprio Capitão quanto dos capangas da HIDRA —, armas, veículos e cenários... todos eles, sem dúvida alguma, exigiram um bom trabalho de pesquisa por parte da equipe de Direção de Arte do filme, e o resultado foi realmente muito bom, diga-se de passagem.
Onde eu quero chegar é que, traçando um comparativo entre O Soldado Invernal e O Primeiro Vingador, esse primeiro não descansa tanto nos ombros da Direção de Arte quanto seu antecessor de 2011. Quer dizer, há, sim, uma participação ativa da Direção de Arte no filme — uma ótima participação, a propósito —, mas ela não precisou pensar tão alto e de maneira tão criativa quanto em O Primeiro Vingador. Aqui, os designers da Marvel Studios estão bem mais comportados, adotando um estilo menos fantasioso e bem mais sóbrio e verossímil, como manda a própria trama do filme. O maior reflexo disso são os uniformes, se é que podemos chama-los assim. Diferente de muitos dos filmes anteriores da Marvel Studios, os heróis (e vilões) de O Soldado Invernal não necessariamente usam fantasias, com cores e símbolos que façam as pessoas pensarem "Hey, eu conheço esse cara! É o *super-herói #1204*". A única exceção, talvez, seria o próprio Capitão América, mas os elementos do roteiro — ritmo, abordagem, narrativa... — fazem parecer com que vejamos o Capitão mais como uma (super) pessoa que, por acaso, está usando um uniforme que como um cara que obviamente é um super-herói. E como eu disse agora há pouco, isso é algo muito bom devido a abordagem mais séria do filme, tanto no visual quanto no roteiro.
Definitivamente, o grande destaque de O Soldado Invernal vai para a ação. Pelas barbas de Odin, como é possível fazer cenas de ação tão empolgantes e tão bem executadas assim?! Um elemento que tanto os Irmãos Russo (diretores do filme) quanto Chris Evans (o próprio Steve Rogers) exploraram muito bem neste filme é a condição super-humana do Capitão América. Aqui, mais do que em qualquer outro filme que tenha marcado presença, o Capitão Rogers mostra o que é ser um Super Soldado. Força, agilidade e resistência sobre-humanas, unidas à um vasto conhecimento de artes marciais e técnicas de combate e uma das armas mais versáteis do Universo Marvel; todos esses atributos, aliados à coreografias sólidas e uma direção mais que competente, são muito bem explorados nas cenas de ação do filme, e ajudam a dar um ritmo dinâmico e bastante empolgante ao longa. Mas não é só o Sentinela da Liberdade que brilha em O Soldado Invernal. Cada um de seus aliados tem cenas excelentes e igualmente empolgantes (em comparação às do protagonista), e o melhor de tudo: nenhum deles precisa servir de "escada" para levantar a moral do Capitão América, cada um consegue se sustentar muito bem por conta própria, e o contrário também é válido. Mas, com certeza, é o vilão que carrega o nome do filme, O Soldado Invernal, que rende os melhores embates do filme. Não há como não se empolgar ao ver dois super-humanos trocando porradas desenfreadamente na tela do cinema!
Quem leu as HQs do Capitão América escritas pelo roteirista Ed Brubaker (praticamente o Volume 5 completo) vai se sentir em casa em O Soldado Invernal. Os Irmãos Russo fizeram em seu filme quase o mesmo que Brubaker fez em suas HQs: dar uma abordagem mais séria e verossímil ao Capitão América, pondo-o em meio a discussões políticas, intrigas e espionagem, sem perder a essência do personagem. Talvez a única diferença entre as abordagens dos Russo e de Brubaker sejam suas respectivas mídias — nos quadrinhos há bastante espaço para explorar diversos elementos da história, enquanto no cinema todos esses detalhes têm que caber em um pouco mais de duas horas de filme.
O resultado não poderia ser mais satisfatório. Capitão América 2: O Soldado Invernal é, com certeza, o roteiro mais bem elaborado da Marvel Studios até então — talvez até de todo o gênero de filmes de super-herói, ouso dizer —, pois consegue mesclar ação uma ação super-empolgante com um enredo inteligente de maneira extremamente equilibrada, de modo que o espectador não fique cansado nem com as diversas cenas de ação, nem com as reflexões e discussões levantadas durante o filme. Tudo isso mantendo a fidelidade aos quadrinhos originais. Pra alguns, isso ainda é importante, mas pra mim nem tanto. O importante é ter um produto final bom, e isso Capitão América 2 o é. "Discussões" e "reflexões" até fazem O Soldado Invernal soar como um filme difícil e cheio de nuances, mas não se preocupe, pode até se dizer que o contrário disso. Capitão América 2 tem um enredo bem simples, fácil de entender — tanto para os fãs antigos quanto para os novatos — e confortável de se acompanhar, sem nenhum grande furo roteiro ou algo que incomode tanto quanto. Porém, os mote principais da trama, as intrigas e a espionagem, acabam levantando, de uma maneira bastante sutil, algumas discussões sobre a política do mundo em que vivemos hoje. Nada muito profundo e introspectivo, mas com seu devido teor de relevância e inteligência. Ainda nesse assunto, a trama de O Soldado Invernal é extremamente cativante, e te mantem grudado na cadeira do cinema até o último minuto de filme. Até o último minuto MESMO, pois até as cenas pós-créditos (obrigatórias em todo e qualquer filme da Marvel Studios) são de deixar qualquer fã de cabelo em pé, tamanha é a empolgação. Não saiam da sala até o último segundo de filme, desocupados. Acreditem, vocês não vão se arrepender!
Falando nisso, Capitão América 2: O Soldado Invernal também aproveita para expandir a mitologia do Universo Marvel como um todo. A propósito, nesta Fase 2, O Soldado Invernal é responsável pela contribuição mais influente para o Universo Mavel Cinematográfico. Os acontecimentos vistos no filme são importantíssimos para os próximos longas, e com certeza irão iluminar o caminho a ser seguido nas aventuras que se sucederão. E não precisa ficar até depois dos créditos para ver essas mudanças drásticas, pois elas são mostradas durante o próprio filme. Basta prestar um pouquinho (só um pouquinho) de atenção.
É incrível como a direção e o roteiro de um filme podem mudar as impressões que temos a respeito de determinados atores. No meu caso, trata-se de Chris Evans como Capitão América. Eu sempre fui descrente quanto a capacidade do ator em viver o Capitão Steve Rogers no cinema. Quando a primeira imagem dele como Steve Rogers em O Primeiro Vingador foi divulgada (mais ou menos entre o finalzinho de 2010 e começo de 2011, se eu não me engano), minha opinião mudou um pouquinho, mas permaneceu a mesma em sua essência. Quero dizer, ele tem a aparência, ele tem o porte físico, mas ele não tem "cara" de Capitão América. Você não consegue olhar para ele e leva-lo a sério como um militar super-poderoso. O tempo passou, eu assisti o filme e vi a minha opinião se concretizar na tela do cinema, não só pelas características físicas do ator, mas pelo roteiro e pela direção do filme. Em O Primeiro Vingador, Steve é mostrado com um Capitão iniciante, um pouco mais tímido e desastrado, coisas que não se encaixam muito bem no perfil de um militar. Em Os Vingadores, o Capitão passou a ser mais firme e determinado, mas ainda não dava pra leva-lo a sério como líder do super-grupo, tanto pela diferença alarmante de poderes (e de participação no filme) dos outros personagens quanto daquele... modelito do herói.
Felizmente, a coisa mudou completamente de figura aqui em O Soldado Invernal. Graças à abordagem mais séria do personagem, a atuação de Chris Evans me agradou bastante, a ponto de eu finalmente conseguir enxerga-lo como Capitão América, e até ficar empolgado para vê-lo novamente como Steve Rogers nas telonas. Não, Evans não evoluiu como ator ou algo do tipo, mas a direção dos irmãos Anthony e Joe Russo conseguiu fazer com que ele encarnassem o personagem do jeito que eles imaginaram, de modo que os pontos fracos do ator não ficassem tão sobressalentes na tela.
Mas acho que já falei bastante sobre o Capitão Evans, não é? E nem só de Evans é feito O Soldado Invernal, principalmente quando temos a belíssima Scarlett Johansson para abrilhantar o elenco do filme. Mais uma vez, a atriz se mostra ousada e esperta no papel de Natasha Romanoff, a Viúva Negra, e tem um papel bastante importante na trama filme — talvez até mais importante que em Os Vingadores —, com suas próprias grandes cenas e momentos de tensão. Encaixa-la no filme com certeza foi um dos maiores acertos da Marvel Studios.
Outra grande adição ao elenco de O Soldado Invernal é Anthony Mackie, responsável por interpretar Sam Wilson, o Falcão, o grande parceiro do Capitão Steve Rogers neste filme. Além de Sam Wilson ser um personagem muito bem escrito — ele é o parceiro mais gente fina que um super-herói poderia pedir, acreditem — e bem encaixado na trama, Anthony Mackie está extremamente a vontade no papel, mostrando o que talvez seja a melhor atuação de todo o filme. Um personagem (e um ator) que TEM que estar de volta nos próximos filmes!
E não tem como terminar de falar sobre as atuações e dos personagens de Capitão América 2 sem falar daquele que dá nome ao filme, o Soldado Invernal. Chega a ser incrível como Sebastian Stan passa 80% do filme sem soltar um pio sequer e ainda assim conseguir ser um dos melhores personagens do longa. O Soldado Invernal (o personagem, não o filme) consegue quebrar um pouco aquele clássico conceito maniqueísta de "bom ou mal", "preto ou branco"; sendo não exatamente um vilão (mau por ser mau), mas um antagonista (que se opõe ao protagonista, mas não necessariamente mau). Além disso, o Soldado de Sebastian Stan consegue ser tão implacável quanto o Capitão América, representando uma ameaça real ao herói e rendendo, com ele, as melhores lutas do filme, e até mesmo de todo o Universo Marvel Cinematográfico até esta data, ouso dizer.
A trilha sonora, composta por Henry Jackman, não se destaca muito durante o filme, exercendo um papel muito mais complementar que puxando a atenção para si através de repetição de temas e artifícios desse tipo, mas isso não significa que ela seja ruim. O grande foco da trilha é transmitir uma sensação de tensão ao espectador, e Henry Jackman consegue fazer isso com maestria. As faixas — em sua maioria, Música Eletrônica, puxando um pouco para o Techno Industrial — mudam de ritmo constantemente, alternando entre um som mais calmo e batidas mais agitadas diversas vezes durante uma única musica. Particularmente, esse não é bem o meu estilo musical favorito, mas também não posso dizer que seja ruim. Muito pelo contrário, é uma trilha sonora incrível. Para ilustrar minhas palavras, nada melhor que o tema do próprio Soldado Invernal! Escutem aí:
Hummmm... é, acho que isso é tudinho sim. Hora daquela boa e velha, intrigante e dúbia, empolgante e dinâmica nota de toda e cada indicação, não é?
E aí ela está -> 10 / 10
Capitão América 2: O Soldado Invernal é não só o melhor filme da Fase 2 da Marvel Studios nos cinemas até esta data, mas é também um dos melhores filmes de todo o Universo Cinematográfico do estúdio, rivalizando de igual para igual com bastiões como Homem de Ferro e Os Vingadores. A direção de Anthony e Joe Russo consegue fazer com que ação e enredo encontrem um equilíbrio perfeito, com um ritmo empolgante e uma trama cheia de intrigas, narrada de uma maneira simples e confortável para qualquer espectador. O filme tem, sim, alguns pequenos vacilos, mas as qualidades são tantas, e tão grandes, que chegam a deixar esses erros quase imperceptíveis. Ah, e não se esqueça de ficar até o fim de todos os créditos, você não irá se arrepender!
Portanto, se você ainda tem alguma dúvida quanto ao que assistir no cinema neste restinho de fim de semana — ou no meio da própria semana, se você faz jus ao título de desocupado —, siga a nossa dica e vá curtir Capitão América 2: O Soldado Invernal, e não esqueça de puxar a galera pra ir junto!
Bem, isso é tudo, galerinha. Obrigado pela atenção, um abraço e até a próxima!
Por Breno Barbosa
Pois é, meus queridos, como a maioria de vocês já sabem, acessar o Desocupado nos fins de semana (sexta, sábado ou domingo) é pedir pra levar uma voadora de dois pés de pura alegria bem no meio da caixa torácica. Por que? Porque é o no fim de semana que nós, desocupados de alto escalão, trazemos à vocês artigos e/ou recomendações super-radiscais, referentes a Cinema, Games, Séries, Livros, Quadrinhos e o que mais a gente achar que seria legal escrever sobre. E como você pode ver, essa semana não será diferente!
E como prometido no Especial de Bolso da semana passada, hoje é dia de falar de Capitão América 2: O Soldado Invernal! Espero que todos tenham se preparado direitinho!
Capitão América 2: O Soldado Invernal (Captain America: The Winter Soldier) chegou aos cinemas nesta quinta-feira do dia 10 de Abril de 2014, desta vez sob a direção dos irmãos Anthony e Joe Russo, marcando a participação do Capitão Steve Rogers na Fase 2 do Universo Cinematográfico da Marvel Studios.
Alguns anos depois do confronto em Nova York (visto em Os Vingadores), o Capitão Steve Rogers passou a emprestar suas habilidades à S.H.I.E.L.D., executando missões secretas ao lado dos agentes da organização, sob a liderança de Nick Fury. Após sua última missão, Steve começa a questionar o diretor Fury sobre o teor de suas tarefas, e acaba entrando em discordância com os ideais adotados pela organização, fazendo-o abandona-la imediatamente, mas levantando, também, algumas suspeitas sobre ela. Essas suspeitas se tornam ainda mais latentes quando Nick Fury é misteriosamente atacado por um agente conhecido como Soldado Invernal. Quem é esse agente? Quem quer a caveira de Nick Fury? O que a S.H.I.E.L.D. teria a ver com isso? E por que eu estou fazendo tantas perguntas?
Alguém aí lembra de Capitão América: O Primeiro Vingador? Ora, mas que pergunte é essa, é claro que todos lembram! Fazem o que, 3 anos apenas? É claro que lembram! Enfim, quem lembra de O Primeiro Vingador deve lembrar também que a Direção de Arte era um dos pontos que mais chamavam atenção no filme. Todos aqueles uniformes — tanto do próprio Capitão quanto dos capangas da HIDRA —, armas, veículos e cenários... todos eles, sem dúvida alguma, exigiram um bom trabalho de pesquisa por parte da equipe de Direção de Arte do filme, e o resultado foi realmente muito bom, diga-se de passagem.
Onde eu quero chegar é que, traçando um comparativo entre O Soldado Invernal e O Primeiro Vingador, esse primeiro não descansa tanto nos ombros da Direção de Arte quanto seu antecessor de 2011. Quer dizer, há, sim, uma participação ativa da Direção de Arte no filme — uma ótima participação, a propósito —, mas ela não precisou pensar tão alto e de maneira tão criativa quanto em O Primeiro Vingador. Aqui, os designers da Marvel Studios estão bem mais comportados, adotando um estilo menos fantasioso e bem mais sóbrio e verossímil, como manda a própria trama do filme. O maior reflexo disso são os uniformes, se é que podemos chama-los assim. Diferente de muitos dos filmes anteriores da Marvel Studios, os heróis (e vilões) de O Soldado Invernal não necessariamente usam fantasias, com cores e símbolos que façam as pessoas pensarem "Hey, eu conheço esse cara! É o *super-herói #1204*". A única exceção, talvez, seria o próprio Capitão América, mas os elementos do roteiro — ritmo, abordagem, narrativa... — fazem parecer com que vejamos o Capitão mais como uma (super) pessoa que, por acaso, está usando um uniforme que como um cara que obviamente é um super-herói. E como eu disse agora há pouco, isso é algo muito bom devido a abordagem mais séria do filme, tanto no visual quanto no roteiro.
Definitivamente, o grande destaque de O Soldado Invernal vai para a ação. Pelas barbas de Odin, como é possível fazer cenas de ação tão empolgantes e tão bem executadas assim?! Um elemento que tanto os Irmãos Russo (diretores do filme) quanto Chris Evans (o próprio Steve Rogers) exploraram muito bem neste filme é a condição super-humana do Capitão América. Aqui, mais do que em qualquer outro filme que tenha marcado presença, o Capitão Rogers mostra o que é ser um Super Soldado. Força, agilidade e resistência sobre-humanas, unidas à um vasto conhecimento de artes marciais e técnicas de combate e uma das armas mais versáteis do Universo Marvel; todos esses atributos, aliados à coreografias sólidas e uma direção mais que competente, são muito bem explorados nas cenas de ação do filme, e ajudam a dar um ritmo dinâmico e bastante empolgante ao longa. Mas não é só o Sentinela da Liberdade que brilha em O Soldado Invernal. Cada um de seus aliados tem cenas excelentes e igualmente empolgantes (em comparação às do protagonista), e o melhor de tudo: nenhum deles precisa servir de "escada" para levantar a moral do Capitão América, cada um consegue se sustentar muito bem por conta própria, e o contrário também é válido. Mas, com certeza, é o vilão que carrega o nome do filme, O Soldado Invernal, que rende os melhores embates do filme. Não há como não se empolgar ao ver dois super-humanos trocando porradas desenfreadamente na tela do cinema!
"Capitão, vou te apresentar meu amigo Porco, aquele que te bate com um soco!" |
Quem leu as HQs do Capitão América escritas pelo roteirista Ed Brubaker (praticamente o Volume 5 completo) vai se sentir em casa em O Soldado Invernal. Os Irmãos Russo fizeram em seu filme quase o mesmo que Brubaker fez em suas HQs: dar uma abordagem mais séria e verossímil ao Capitão América, pondo-o em meio a discussões políticas, intrigas e espionagem, sem perder a essência do personagem. Talvez a única diferença entre as abordagens dos Russo e de Brubaker sejam suas respectivas mídias — nos quadrinhos há bastante espaço para explorar diversos elementos da história, enquanto no cinema todos esses detalhes têm que caber em um pouco mais de duas horas de filme.
O resultado não poderia ser mais satisfatório. Capitão América 2: O Soldado Invernal é, com certeza, o roteiro mais bem elaborado da Marvel Studios até então — talvez até de todo o gênero de filmes de super-herói, ouso dizer —, pois consegue mesclar ação uma ação super-empolgante com um enredo inteligente de maneira extremamente equilibrada, de modo que o espectador não fique cansado nem com as diversas cenas de ação, nem com as reflexões e discussões levantadas durante o filme. Tudo isso mantendo a fidelidade aos quadrinhos originais. Pra alguns, isso ainda é importante, mas pra mim nem tanto. O importante é ter um produto final bom, e isso Capitão América 2 o é. "Discussões" e "reflexões" até fazem O Soldado Invernal soar como um filme difícil e cheio de nuances, mas não se preocupe, pode até se dizer que o contrário disso. Capitão América 2 tem um enredo bem simples, fácil de entender — tanto para os fãs antigos quanto para os novatos — e confortável de se acompanhar, sem nenhum grande furo roteiro ou algo que incomode tanto quanto. Porém, os mote principais da trama, as intrigas e a espionagem, acabam levantando, de uma maneira bastante sutil, algumas discussões sobre a política do mundo em que vivemos hoje. Nada muito profundo e introspectivo, mas com seu devido teor de relevância e inteligência. Ainda nesse assunto, a trama de O Soldado Invernal é extremamente cativante, e te mantem grudado na cadeira do cinema até o último minuto de filme. Até o último minuto MESMO, pois até as cenas pós-créditos (obrigatórias em todo e qualquer filme da Marvel Studios) são de deixar qualquer fã de cabelo em pé, tamanha é a empolgação. Não saiam da sala até o último segundo de filme, desocupados. Acreditem, vocês não vão se arrepender!
Falando nisso, Capitão América 2: O Soldado Invernal também aproveita para expandir a mitologia do Universo Marvel como um todo. A propósito, nesta Fase 2, O Soldado Invernal é responsável pela contribuição mais influente para o Universo Mavel Cinematográfico. Os acontecimentos vistos no filme são importantíssimos para os próximos longas, e com certeza irão iluminar o caminho a ser seguido nas aventuras que se sucederão. E não precisa ficar até depois dos créditos para ver essas mudanças drásticas, pois elas são mostradas durante o próprio filme. Basta prestar um pouquinho (só um pouquinho) de atenção.
*Atenção Intensifica* |
É incrível como a direção e o roteiro de um filme podem mudar as impressões que temos a respeito de determinados atores. No meu caso, trata-se de Chris Evans como Capitão América. Eu sempre fui descrente quanto a capacidade do ator em viver o Capitão Steve Rogers no cinema. Quando a primeira imagem dele como Steve Rogers em O Primeiro Vingador foi divulgada (mais ou menos entre o finalzinho de 2010 e começo de 2011, se eu não me engano), minha opinião mudou um pouquinho, mas permaneceu a mesma em sua essência. Quero dizer, ele tem a aparência, ele tem o porte físico, mas ele não tem "cara" de Capitão América. Você não consegue olhar para ele e leva-lo a sério como um militar super-poderoso. O tempo passou, eu assisti o filme e vi a minha opinião se concretizar na tela do cinema, não só pelas características físicas do ator, mas pelo roteiro e pela direção do filme. Em O Primeiro Vingador, Steve é mostrado com um Capitão iniciante, um pouco mais tímido e desastrado, coisas que não se encaixam muito bem no perfil de um militar. Em Os Vingadores, o Capitão passou a ser mais firme e determinado, mas ainda não dava pra leva-lo a sério como líder do super-grupo, tanto pela diferença alarmante de poderes (e de participação no filme) dos outros personagens quanto daquele... modelito do herói.
Felizmente, a coisa mudou completamente de figura aqui em O Soldado Invernal. Graças à abordagem mais séria do personagem, a atuação de Chris Evans me agradou bastante, a ponto de eu finalmente conseguir enxerga-lo como Capitão América, e até ficar empolgado para vê-lo novamente como Steve Rogers nas telonas. Não, Evans não evoluiu como ator ou algo do tipo, mas a direção dos irmãos Anthony e Joe Russo conseguiu fazer com que ele encarnassem o personagem do jeito que eles imaginaram, de modo que os pontos fracos do ator não ficassem tão sobressalentes na tela.
Mas acho que já falei bastante sobre o Capitão Evans, não é? E nem só de Evans é feito O Soldado Invernal, principalmente quando temos a belíssima Scarlett Johansson para abrilhantar o elenco do filme. Mais uma vez, a atriz se mostra ousada e esperta no papel de Natasha Romanoff, a Viúva Negra, e tem um papel bastante importante na trama filme — talvez até mais importante que em Os Vingadores —, com suas próprias grandes cenas e momentos de tensão. Encaixa-la no filme com certeza foi um dos maiores acertos da Marvel Studios.
Outra grande adição ao elenco de O Soldado Invernal é Anthony Mackie, responsável por interpretar Sam Wilson, o Falcão, o grande parceiro do Capitão Steve Rogers neste filme. Além de Sam Wilson ser um personagem muito bem escrito — ele é o parceiro mais gente fina que um super-herói poderia pedir, acreditem — e bem encaixado na trama, Anthony Mackie está extremamente a vontade no papel, mostrando o que talvez seja a melhor atuação de todo o filme. Um personagem (e um ator) que TEM que estar de volta nos próximos filmes!
E não tem como terminar de falar sobre as atuações e dos personagens de Capitão América 2 sem falar daquele que dá nome ao filme, o Soldado Invernal. Chega a ser incrível como Sebastian Stan passa 80% do filme sem soltar um pio sequer e ainda assim conseguir ser um dos melhores personagens do longa. O Soldado Invernal (o personagem, não o filme) consegue quebrar um pouco aquele clássico conceito maniqueísta de "bom ou mal", "preto ou branco"; sendo não exatamente um vilão (mau por ser mau), mas um antagonista (que se opõe ao protagonista, mas não necessariamente mau). Além disso, o Soldado de Sebastian Stan consegue ser tão implacável quanto o Capitão América, representando uma ameaça real ao herói e rendendo, com ele, as melhores lutas do filme, e até mesmo de todo o Universo Marvel Cinematográfico até esta data, ouso dizer.
"E aí, gente, essa ficou boa? Ficou? Então vai pro Insta!" |
A trilha sonora, composta por Henry Jackman, não se destaca muito durante o filme, exercendo um papel muito mais complementar que puxando a atenção para si através de repetição de temas e artifícios desse tipo, mas isso não significa que ela seja ruim. O grande foco da trilha é transmitir uma sensação de tensão ao espectador, e Henry Jackman consegue fazer isso com maestria. As faixas — em sua maioria, Música Eletrônica, puxando um pouco para o Techno Industrial — mudam de ritmo constantemente, alternando entre um som mais calmo e batidas mais agitadas diversas vezes durante uma única musica. Particularmente, esse não é bem o meu estilo musical favorito, mas também não posso dizer que seja ruim. Muito pelo contrário, é uma trilha sonora incrível. Para ilustrar minhas palavras, nada melhor que o tema do próprio Soldado Invernal! Escutem aí:
E aí ela está -> 10 / 10
Capitão América 2: O Soldado Invernal é não só o melhor filme da Fase 2 da Marvel Studios nos cinemas até esta data, mas é também um dos melhores filmes de todo o Universo Cinematográfico do estúdio, rivalizando de igual para igual com bastiões como Homem de Ferro e Os Vingadores. A direção de Anthony e Joe Russo consegue fazer com que ação e enredo encontrem um equilíbrio perfeito, com um ritmo empolgante e uma trama cheia de intrigas, narrada de uma maneira simples e confortável para qualquer espectador. O filme tem, sim, alguns pequenos vacilos, mas as qualidades são tantas, e tão grandes, que chegam a deixar esses erros quase imperceptíveis. Ah, e não se esqueça de ficar até o fim de todos os créditos, você não irá se arrepender!
Portanto, se você ainda tem alguma dúvida quanto ao que assistir no cinema neste restinho de fim de semana — ou no meio da própria semana, se você faz jus ao título de desocupado —, siga a nossa dica e vá curtir Capitão América 2: O Soldado Invernal, e não esqueça de puxar a galera pra ir junto!
Bem, isso é tudo, galerinha. Obrigado pela atenção, um abraço e até a próxima!
Por Breno Barbosa
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