domingo, 20 de abril de 2014

Se não jogou, jogue! - Rogue Legacy (PC)

Uma família VS Um castelo.





Pense em um jogo em que você sempre morre e sempre volta a jogar. Pensou? Quando você retorna a jogar, seu personagem continua o mesmo, não? Ou seja, se você quiser passar de uma parte difícil vai ter que tentar quantas vezes forem necessárias. Isso exige do jogador a capacidade de pensar um pouco diferente e tentar uma forma alternativa de vencer seus obstáculos, só que de uma forma meio decoreba misturada com tentativa e erro.


Rogue Legacy dá uma quebrada nesse conceito. Ele transforma seus erros em mudanças. Como? Simples, seu personagem morre pra sempre. Não, você não recebe um atestado de óbito e nem o jogo vai se desinstalar da Steam; seu personagem simplesmente não voltará mais e você terá o direito de escolher um dos descendentes dele. "Ah, mas se são todos os personagens, então pra quê ele morre eternamente?" Por que cada um dos filhos tem características diferentes uns dos outros, não só de classes como também de personalidade.


As classes são facilmente reconhecíveis pra quem já viu algum RPG na vida. Temos o clássico guerreiro, o bárbaro, o mago e o resto da gangue. Cada um possui um upgrade que dá uma habilidade única à classe e todas são diferentes entre si. Bárbaros tem muito HP, e magos tem muito MP, o de sempre. As habilidades de cada classe variam de muito uteis a muito meia-boca. O assassino fica imune à ataques com seu poder, já o minerador acende uma luzinha na cabeça que funciona muito especificamente.
Se só as classes já dão uma certa variabilidade, as características físicas e psicológicas de cada personagem também interferem na jogatina. Se você é uma dessas viúvas das gerações passadas, que vive dizendo que as gerações atuais são horríveis e o negócio mesmo era 8-bit /16-bit, tem personagem feito para você. É muito estranho ver um personagem com a característica "Nostálgico", pois tudo fica meio cinema antigo, com a tela em tons de marrom (Breno -> chama-se Sépia). Você que tem curiosidade em saber como é ser daltônico, também temos essa característica. Vale ressaltar que existem personalidades boas e ruins. A que eu achei mais engraçada foi a "Exagerada", onde todo dano que você sofre, o personagem sente como se tivesse sido mil vezes mais doloroso. Existe também os personagens gays, mas eles não tem diferença no gameplay. São como todos os outros. Só tem uma característica que eu evito: a Vertigem, que deixa o jogo de cabeça pra baixo. Fico confuso e morro na primeira tela.


O ambiente de tudo é o Castelo Hamson ("Presuntofilho", para os que manjam de traduções), que se divide em 4 partes basicamente. O castelo em si é a parte inicial e que á acesso às outras três áreas. Conta com os inimigos mais fracos. Do lado direito temos à floresta de Abkhazia; acima temos O Maya, que é uma torre; e abaixo, temos as celas, onde ficam os inimigos mais fortes e o cenário é mal-iluminado. Os ambientes são distintos e cada um tem suas características, mas mantém uma certa familiaridade no jogo.
 Vale ressaltar nesse que o jogo sempre busca por uma quase completa aleatoriedade, sendo que o castelo sempre muda cada vez que se entra nele. Contudo, nenhuma sala é completamente inacessível, ou seja, você nunca vai ficar preso, no máximo vai só morrer mesmo. Essa quase-aleatoriedade é notada quando você começa a ver a  repetição de alguma tela e sabe que os inimigos são os mesmos da ultima vez que você passou ali. Mesmo assim, você demora pra perceber, pois há uma variedade considerável.


A arte do jogo cumpre o que se pede de um jogo 2D e me agradou. Os inimigos só não parecem ameaçadores, mas quando eles começam a te matar, você sabe que a aparência deles é o de menos. Na ala sonora, as músicas são agradáveis e assim como os gráficos, lembram o retrô, como sempre foi a intenção.

Roque Legacy é um ótimo jogo para se jogar por pouco e por muito tempo, dependendo apenas da sua vontade. Se você está com tempo e quer passar algumas horas jogando, você pode, e o jogo não vai falhar nisso, graças à sua randomização. Se você quer ir uma partida e sair, pode também. O jogo é flexível com o jogador e por isso podemos sempre retornar à ele.


Quando vi Rogue Legacy pela primeira vez, curti muito a ideia de herdeiros diferentes, construção aleatória do castelo... e ao compra-lo na Steam, eu não me decepcionei. O jogo me agradou muito e ainda agrada. Hoje, se eu jogo ele menos é por que já joguei demais e estou no meu 4º New Game+, que significa inimigos beeeeeeeeeeem mais fortes e que querem fazer seu esforço aumentar. Isso, aliado a uma customização variada de personagens, torna o jogo ainda mais prazeroso. Quem gosta de plataformas não pode deixar esse game de fora da sua biblioteca da Steam. E do PS4 também, que tá chegando aí. Ah é, vai ter pra Vita também!

Nenhum comentário:

Postar um comentário