sábado, 15 de junho de 2013

Se não viu, veja! - Além da Escuridão: Star Trek (2013)

Vida Loka e Próspera!




E aí, galera desocupada que viaja nos "espaço", nas "galáxia" e nos "planeta", tudo beleza com vocês?

Como manda a tradição aqui no Desocupado, toda semana, nós, desocupados ironicamente ocupados, nos sentimos na obrigação (pelo menos EU me sinto) de trazer a vocês, aspirantes a desocupados, uma indicação legal no que diz respeito a cinema, quadrinhos, livros, séries, games ou que mais acharmos válido. Graças aos Quatro que São Um, esta semana não será diferente!

Obviamente, a indicação desta semana é a tão esperada sequência daqueles que muitos (inclusive eu) julgam ser a obra-prima de J. J. Abrams em sua carreira cinematográfica. Além da Escuridão: Star Trek (que, daqui pra frente, chamarei de Star Trek: Além da Escuridão) é a tão aguardada continuação do primeiro Star Trek, lá de 2009, que chega aos cinemas oficialmente neste dia 14 de Junho, mas algumas cidades contaram com uma pré-estreia antecipada. Inclusive a minha.

Em Além da Escuridão, a tripulação da Enterprise tem a missão de capturar o criminoso John Harrison, um ex-membro da Frota Estelar responsável por atentados terroristas à determinadas bases da Frota. Inesperadamente, Harrison realiza um ataque frontal aos principais capitães da Frota Estelar, tendo, dentre suas vitimas, um ente querido do Capitão Jim Kirk. Motivado mais pela vingança que pelo dever, Kirk decide caçar Harrison por conta própria, mas acaba se envolvendo em uma trama ainda maior à medida em que avança em sua contenda.


Durante algum tempo, mais especificamente do tempo que assisti o filme até a hora de escrever este post, eu refleti comigo mesmo sobre qual seria a melhor maneira de definir Star Trek: Além da Escuridão. Essas conjecturas e confabulações não tiveram lá muito resultado, e a melhor definição que encontrei para Além da Escuridão foi que o filme é como uma grande montanha russa. Mas não uma montanha russa qualquer, uma montanha russa como aquela construída por Phineas e Pherb, aqueles irmãos chatos da animação da Disney XD. E assim como na musiquinha do episódio, à primeira vista parece um passeio bem normal, mas já começa com um mergulho radical. Desde o início até os últimos minutos, Star Trek: Além da Escuridão te deixar segurando firmemente os braços da poltrona do cinema de tanta empolgação e adrenalina. O filme te dá alguns momentos pra parar e respirar, mas na maior parte do tempo, Star Trek: Além da Escuridão é um excelente filme de ação, descompromissado e divertido, com um tom bem aventuresco, chegando a lembrar bastante — pelo menos na minha opinião fecal — o clássico Indiana Jones. Sem brincadeira, caro desocupado, se a incrível sequência de abertura do filme já não tiver lhe conquistado de uma vez por todas, é melhor você se retirar da cabine do cinema e se isolar nos picos do Himalaia ao lado do Zé Graça, pois nada mais neste mundo irá lhe empolgar. Os efeitos especiais estão impecáveis, ainda que um tanto tímidos para algo da estirpe de Star Trek, uma ficção científica espacial aventuresca galáxia afora. Muito do que vimos no filme é feito através de artifícios de fotografia, jogo de câmeras e direção de arte. Direção de arte esta, a propósito, muito bem elaborada. Todos os cenários, planetas, naves, construções, alienígenas e até mesmo o figurino dos personagens foram bem construídos. Como bom gamer que sou (modéstia...), foi difícil para mim não associar muito do que vi em Além da Escuridão ao que vi na trilogia Mass Effect. Como eu disse no post sobre o primeiro jogo da franquia, muito do que vimos em Mass Effect foi influenciado por Star Trek (tanto o antigo quanto o atual), e parece que oposto ocorreu neste novo filme. Ou será que é paranoia minha? Enfim, continuemos. A fotografia também ótima, com destaque para a cena do diálogo entre o Capitão Kirk e o vilão John Harrison, quando este último está preso na Enterprise. As mudanças de câmera são bem sutis, mas traduzem bem as naturezas dos dois personagens. Em suma, aqueles que já estão habituados com o novo universo construído pelo diretor J. J. Abrams não só vão se sentir em casa em Além da Escuridão como também vão se impressionar com a grandiosidade do novo filme em relação ao seu antecessor. E creio que o mesmo vale para os fãs de longa data do antigo seriado de TV, já que muitos deles — pelo menos na minha sessão — receberam muito bem não só este filme, mas toda a nova roupagem que J. J. Abrams deu à franquia. Como eu sei disso? Aplausos e mais aplausos em algumas das cenas que referenciam o seriado e os filmes clássicos de Star Trek. Se for mais ou menos isso que o senhor J. J. Abrams nos reserva para Star Wars 7, bem, só posso dizer que estou fadado a me tornar mais um fã do universo criado por George Lucas.

"Cê sabe que essa parada de prisão de vidro não funciona com ninguém né, bróder?"


Muitos irão querer me matar depois destas palavras, mas particularmente, eu achei o roteiro de Além da Escuridão um pouco raso. Calma aí, rapaz, abaixa esse tijolo, deixa eu explicar! Como o foco do filme está mais em nos mostrar uma aventura empolgante (em todos os sentidos da palavra), o roteiro de Além da Escuridão foi trabalhado em cima desse objetivo: divertir o público. E convenhamos: não dá pra sentar na poltrona do cinema e se divertir assistindo A Lista de Schindler ou À Espera de um Milagre. Ou seja, a falta de profundidade em Star Trek: Além da Escuridão está longe de ser algo prejudicial ao filme, pelo contrário, só o ajuda a se tornar uma experiência melhor. Minha única ressalva em relação ao roteiro foi a resolução Deus Ex Machina (repentina, de um modo mais resumido) do conflito final do filme, algo que, coincidentemente, também aconteceu no primeiro filme. Quem viu o último filme (de 2009) já deve ter se tocado que, acima de qualquer outra coisa, J. J. Abrams quer criar o seu próprio universo de Star Trek, com seus próprios elementos e — não menos importante — seu próprio ritmo, sempre referenciando, é claro, tudo o que já foi feito em nome da franquia anteriormente. Desviando um pouco da linha seguida pelo filme anterior, Além da Escuridão não fez a mínima questão de esconder ou mascarar suas referências. Para os trekkers (grandes fãs de Star Trek) de carteirinha, Além da Escuridão funciona como uma excelente homenagem aos tão amados clássicos. E se você está chegando agora e/ou não é um trekker, não precisa se intimidar, já que o Star Trek de J. J. Abrams também funciona como uma porta de entrada para aqueles que nunca ouviram falar na franquia ou que tinham receio de não entender patavinas nenhuma dos novos filmes. Você nem sequer precisa assistir o primeiro filme para curtir Além da Escuridão, mas é altamente recomendado que o tenha feito, muito mais para se ambientar ao novo universo e ao estilo diretor que para entender a história em si. Como eu posso garantir tudo isso? Bem, se eu somasse todo o meu conhecimento sobre Star Trek — excluindo, é claro, os novos filmes de J. J. Abrams —, tenho plena certeza de que o resultado seria um grande e redondo zero. Sim, meus caros, eu não sei nada sobre Star Trek, e só posso me dizer fã dos novos filmes, não da franquia em si. No meu caso, eu tinha (e ainda tenho) preguiça de voltar os anos 60 e ver tudo que foi produzido a partir de lá. Ao invés disso, seguindo o conselho de um bom amigo, optei pelo Star Trek do senhor J. J.. Eu não me arrependo dessa decisão até então, odiadores odiarão.

Isso pode parecer bem agressivo, mas não é essa a minha intenção. Não fique preso aos clássicos dos outros, em vez disso, faça os seus próprios clássicos a partir de seus próprios gostos. Para os mais grandinhos, o Star Trek de Leonard Nimoy e William Shatner é o clássico, mas o Star Trek de J. J. Abrams será o MEU clássico, que apresentarei para os meus netos, se os tiver um dia.

"ME POSSUA, LAVA, SUA LOKAAAAAAA!!!"


No que diz respeito as atuações do filme, não há nada de excepcional, que valha um Oscar ou coisa do tipo, mas também não há ninguém ruim, deslocado ou mal dirigido. Benedict Cumberbatch se sai muito bem sob as vestes negras do vilão John Harrison, conseguindo dar um ar frio e imponente à seu personagem, o que pra mim é bastante impressionante por causa do rosto de travesti (sem preconceitos) com botóx um tanto quanto "peculiar" do ator. A outra ressalva que tenho em relação ao filme (sendo que a primeira foi citada logo mais acima) é que John Harrison — e consequentemente, Benedict Cumberbatch — não foram mais aproveitados, o que é uma pena, já que o vilão poderia render bem mais do que nos é mostrado. Zachary Quinto mais uma vez se destaca no papel de Spock, ainda mais neste filme, já que ele protagoniza, em minha humilde opinião, a melhor e mais emocionante sequência de cenas do filme. E eu não preciso dizer qual é, vocês vão reconhece-la quando ela chegar.

A trilha sonora permanece como Michael Giacchino a deixou em 2009, ou seja, estrogonoficamente excelente, portanto, eu não sei o que pontuar aqui. Não tenho reclamações ou sugestões, apenas elogios. Se o operador da cabine do seu cinema estiver um pouco surdo na hora de rodar o filme, lembre-se de agradece-lo, pois quanto mais alto ele tocar a trilha de Michael Giacchino, mais empolgante ficará o filme. Infelizmente, eu não pude ver a versão dublada para opinar sobre a mesma com propriedade, mas pude observar muitos elogios nas redes sociais. O que não é a toa, já que a direção ficou por conta do inoxidável Guilherme Briggs, e todo o elenco do primeiro filme foi mantido.


Bem, galerinha, acho que isso é tudo que tenho a dizer. Vamos àquela boa e velha nota de todo santo post? Se a sua resposta foi sim, então vamos lá!

E aí está ela -> 9,5 / 10

Até esta data (dia 15 de Junho de 2013), você não encontrará, em nenhum cinema, um filme mais emocionante, divertido e empolgante que Além da Escuridão: Star Trek. A ação e aventura se sobressaem diante do enredo, mas este é um defeito pequeno se comparado a grandiosidade do filme. Como eu fiz questão de dizer lá em cima, o Star Trek de J. J. Abrams será o clássico que apresentarei aos meus netos quando já não for tão jovem quanto sou hoje, e isso inclui Além da Escuridão.

Portanto, não desperdice seu final de semana em casa. Dê uma passadinha no cinema mais próximo e assista Além da Escuridão: Star Trek. Aposto três moedas de ouro que você não irá se arrepender!

Até mais, galerinha!

Por Breno Barbosa

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