domingo, 29 de junho de 2014

Se não viu, veja! - Rainbow: Nisha Rokubou no Shichinin

As flores, as vezes, nascem nos locais menos óbvios.


  
No ano de 1955, sete adolescentes devem aprender a conviver em uma cela no reformatório Shio. Confinados num local em que sofrimento e humilhação são constantes, eles encontram na amizade o seu último raio de esperança. A história nos traz a vida deles no reformatório e o rumo de suas vidas após a libertação.

Agradeço primeiramente ao Zé, que me indicou esse anime nos comentários do post sobre Code Geass. Valeu, cara.

Você tem alguma amizade tão verdadeira, que se torna praticamente amor? A amizade de sofrer por alguém, se necessário, para ver seu amigo bem? Rainbow traz isso de uma forma não casual. Sem historinhas de garotos no colegial, vivendo aventuras não-letais. Aqui o negócio é desumano. A ambientação começa num reformatório e, portanto, já temos o clima pesado logo no começo. O que se percebe na primeira metade do anime é uma predominância de cores de prisão, cores que não expressam alegria. Cinza, preto e marrom na maior parte do tempo. O clima pesado de que algo ruim vai acontecer é constante.
  

A historia gira em torno de 7 personagens, são eles:

- Desmascarado/Descobridor (Fansub nunca se decidiu como chamar ele): Tipico nerdão de óculos de anime que é mega inteligente;

- Soldado (Tambem conhecido como "o que tem menos falas"): Um cara disciplinado;

- Repolho: Tipico grandalhão bobão que tem um coração grandão;

- Joe: Mestiço que quer ser cantor pra reencontrar a irmã;

- Tartaruga: O baixinho encrenqueiro (mas é o mais gostável dos sete);

- Mario: Jovem que está sem rumo na vida [Breno -> Mas que logo se encontrará na carreira de Encanador ao lado de seu irmão.].

- Mano: O guia dos outros seis garotos, que sonha ser campeão mundial de boxe.

Com tantos personagens principais assim, é de se esperar que um seja mais largado que o outro, principalmente num anime de 26 episódios. Isso acontece em Rainbow sim, mas aqueles que são mais focados tornam-se tão interessantes que é perdoável a pouca importância dos mais largados. Os personagens em geral são bem construídos, e todos com sua historinha triste de derramamento de lágrimas masculinas.
  

Não sei se divertido é a palavra certa pra descrever esse anime, que é muito focado no drama e na luta por sobrevivência. Entendam como um sinônimo metafórico (?) a palavra "interessante". E esse anime é muito interessante. A luta de cada episódio que esses garotos têm para evitar ter os seus espíritos quebrados é algo envolvente demais.

Apesar de sua temática mais adulta, a animação foca muito na força da amizade entre os garotos. Sempre buscando seguir seus sonhos e sempre ajudando uns aos outros. Ainda assim, cada um consegue manter bem suas características e não ficam falando "amizade isso, amizade aquilo". Eles vão lá e fazem o que têm que fazer.


Outro ponto fortemente reforçado é a humanização dos garotos, que são presos num reformatório, sofrem todo o preconceito de uma sociedade por serem considerados infratores e sabem que a vida deles será muito mais difícil, o que exige deles uma capacidade maior de se virar no mundo. As dores que sofrem e como conseguem vencê-las são reais. Claro, que algumas coincidências acontecem, mas essas são apenas uma forma de qualquer obra manter seu ritmo. Vale dizer que nenhuma dessas coincidências é bizarra.

A qualidade da animação é muito boa. Não há problemas em questão de animação e nem em trilhas sonoras. A trilha sonora, principalmente, causa uma imersão muito boa em momentos críticos. A opening e a ending ambas condizem com o tema do anime.

Rainbow: Nisha Rokubou no Shichinin é uma animação mais do que satisfatória, com personagens interessantes e temas importantes sendo trazidos, mesmo que se passe nos anos 50 pós-bomba atômica (que tem importância na história do anime). Uma história da busca da felicidade e da superação. Muito bom.


Por Angelo Alexsander, um cara disciplinado.

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