A árdua vida de um popstar e um Harry Potter muito louco.
Salve salve, galerinha desocupada, tudo em paz com vocês? Primeiramente, um Feliz 2017 a todos! Foi bem difícil sobreviver a 2016 (tanto como pessoa quanto como blog), mas conseguimos avançar inteiros para este novo ano.
Falando nisso, alguns de vocês devem ter notado que, mais uma vez, não houve postagem na semana passada. Dessa vez, porém, não há muita desculpa: apenas nos demos ao direito de ter alguns momentos de preguiça neste início de ano. Pedimos desculpas por mais essa "folga" sem aviso prévio, e tentaremos ao máximo fazer com que não aconteça de novo.
Para compensar a ausência da semana passada, que tal trazer não apenas uma, mas duas indicações "arrasantes" para vocês? Pode ser? Ótimo, pois eu tenho exatamente o que vocês precisam para este finzinho de semana: uma Comédia para bolar de rir e uma "Dramédia" (Drama + Comédia) para pensar sobre a vida. O que eles tem em comum — além de serem ambos Comédias? Acredite ou não, estes foram dois dos meus filmes favoritos do ano passado — e vou tentar explicar o por quê nas próximas linhas.
Todos prontos, criançada? Então vamos lá!
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- Popstar: Never Stop Never Stopping (2016)
Primeiramente, perguntinha básica: quem aqui conhece a banda The Lonely Island? Hum... como eu imaginei, poucos conhecem. Ok, sem problemas. Para os que desconhecem, a The Lonely Island é uma banda formada pelos comediantes Andy Samberg, Jorma Taccone e Akiva Schaffer, onde, basicamente, cada musica funciona como um sketch de comédia, frequentemente (e impressionantemente) com a presença de celebridades da musica e do cinema.
Popstar: Never Stop Never Stopping (Popstar: Sem Parar, Sem Limites) é o que acontece como uma banda como a The Lonely Island resolve gastar todo o seu talento — e insanidade — em um longa-metragem. Popstar é um mockumentary ("documentário de zoeira") baseado na vida do cantor Conner4Real, acompanhando os altos e baixos de sua carreira solo após uma conturbada separação de seu antigo grupo de sucesso, os The Style Boyz.
Quem nunca, em algum momento da vida, foi ao cinema e viu o poster de algum documentário sobre determinado artista "na moda" e pensou "Hã? Como assim?!". Tenho certeza de muitos de vocês já pensaram assim — e não a toa, pois documentários como esses pipocavam aos montes há pouquíssimo tempo atrás. E justamente em cima desse conceito que Popstar: Never Stop Never Stopping foi desenvolvido. A crítica a esse "formato" levantada pelo filme não só é evidente, como também contém as doses certas de exagero e absurdo para torna-la altamente engraçada. Além de funcionar bem como "documentário", Popstar também narra uma ótima história de amizade e comédia, regada por uma trilha sonora excepcional, recheada de toda a genialidade — e insanidade — característica das composições da The Lonely Island. E claro, há pilhas e pilhas de referências escondidas e artistas convidados. Sinta-se desafiado a encontrar todos.
Vale ressaltar, porém, que o estilo de comédia empregado no filme pode não funcionar para todo mundo. O estilo de humor usado nas piadas e nas letras das musicas é totalmente baseado no exagero, feitas sob intuito de chocar quem quer que esteja assistindo. Com isso, algumas letras podem soar ofensivas, ou algumas piadas podem parecer de mal gosto. Portanto, tenha sempre em mente que tudo é proposital. E se não funcionou pra você, não significa que você é chato. Só quer dizer que esse não é bem o seu estilo, e não há nada de errado nisso.
Popstar: Never Stop Never Stopping é uma comédia que trabalha a "burrice" de seus personagens de maneira genial, com um humor pontual e bastante ácido, baseado em conceitos no mínimo absurdos, mas que, de algum jeito, acabam funcionando e rendendo boas risadas.
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- Swiss Army Man (2016)
À essa altura do campeonato, muitos de nós admite já ter visto tudo que haveria pra ver por aí — e não a toa, já que muitos de nós realmente já devem ter visto bastante nessa vida. Mas aí você se depara com Swiss Army Man, e percebe que não viu de tudo. Não ainda.
Swiss Army Man (ou "Um Cadáver para Sobreviver", como foi traduzido aqui no Brasil) conta a história de Hank, um jovem náufrago que busca sobreviver em um ambiente aparentemente deserto com a ajuda de Manny, um rapaz de aparência... não tão saudável, digamos assim, dotado de poderes "especiais" — pra não dizer estranhos. Juntos, eles procuram o caminho de volta para casa enquanto discutem sobre a vida e suas particularidades.
Swiss Army Man é um dos melhores exemplos — que eu conheço, pelo menos — de como transformar um conceito banal, feio e idiota em algo mágico, filosófico e belo. Durante os primeiros 15 minutos de filme, você certamente não acreditará nas minhas palavras, mas à medida em que avança, Swiss Army Man levanta uma série de questões interessantes sobre a vida e suas convenções sociais, e as discute da maneira mais simples possível, sempre sob a perspectiva de seus personagens. Pode parecer um tanto anticlimático falando assim, eu sei, mas as discussões simplistas de Swiss Army Man nos fazem parar e pensar que alguns de nossos problemas não são tão complexos assim. Esse minimalismo também está presente no visual e na trilha sonora do filme. A fotografia é simples, mas bela e bastante efetiva, com cortes pontuais e uma excelente edição, que acaba casando perfeitamente com a trilha sonora totalmente feita em acapella — e é cantada em cena pelos personagens na maior parte do tempo.
Assim como a indicação acima, Swiss Army Man também requer um pouco de suspensão de descrença para funcionar da maneira correta. Porém, diferente de Popstar, Swiss Army Man não lida com questões absurdas ou ofensivas pelo bem da comédia. No fim, basta dar uma única chance, e ao final do filme, você certamente acreditará que um peido pode ser uma declaração de amor, confiança e liberdade.
Swiss Army Man consegue emocionar, fazer rir e provocar pensamentos com o mínimo de recursos possíveis — uma proposta de roteiro estranha, uma fotografia simples, uma trilha sonora minimalista, um elenco limitado e uma dupla de diretores iniciantes. A receita pode não parecer muito atrativa à primeira vista, mas vá por mim: o resultado é excelente.
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Ufa! Acho que extrapolei um tiquinho nos textos — como de costume — mas enfim, essas são as indicações que tenho pra hoje, crianças e crianços. Sim, elas podem até parecer um pouco difíceis de engolir, de acordo com o que eu falei, mas acho que muitos de vocês curtirão mesmo assim!
Ah, e algo que eu esqueci de falar: Swiss Army Man (Um Cadáver Para Sobreviver) está disponível no catálogo da Netflix, então aproveitem enquanto tá fresquinho! Quanto a Popstar: Never Stop Never Stopping, de acordo com as minhas pesquisas, o filme está disponível somete através de compra ou aluguel digital, em lojas online como Google Play, iTunes e outras. Ou seja, mais um caso de má distribuição em terras tupiniquins.
Dito isso, acho que já posso encerrar o post de hoje.
Um abraço apertado e até mais!
Por Breno Barbosa
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