Se você tem que piscar, faça isso agora!
Saudações, garotos e garotas desocupados! Tudo em paz com vocês?
Que tal todos abrirmos uma roda amigável para discutir alguns assuntos bacanas? Ok, alguém quer começar? Não? Então pode deixar que eu começo!
Hoje vamos falar sobre Kubo e As Cordas Mágicas (ou Kubo and the Two Strings, no original), a mais nova animação do (subestimado) estúdio Laika (o mesmo responsável por Coraline e O Mundo Secreto e ParaNorman), lançada aqui no Brasil no dia 13 de Outubro deste ano (e em 19 de Agosto nos EUA), sob a direção de Travis Knight.
Todos os dias, em um remoto vilarejo, um garoto chamado Kubo narra histórias épicas sobre bravos heróis de origami, ao som do seu inseparável — e certamente mágico — shamisen. Suas histórias, porém, nunca têm fim, pois ele sempre vai embora ao fim do entardecer, antes de conseguir termina-las. Por que? Kubo está se escondendo. Se escondendo de seu temível avô, o Rei da Lua, que roubar seu único olho restante a todo custo. Para detê-lo, Kubo deve buscar um conjunto de itens mágicos, ao lado de sua fiel amiga Macaca e do misterioso samurai amaldiçoado Beetle.
No que diz respeito a cinema, esse tem sido um ano meio triste para este que vos escreve. Por que? Pelo triste fato de não mais ter o tempo e a disposição (no sentido de se manter acordado no fim do dia) para ir ao cinema tanto quanto eu costumava ir. Acreditem ou não, só fui ao cinema uma única vez neste ano de 2016. Uma única vez!
Não eram poucos os filmes que eu pretendia assistir, e não foram poucos os que deixei passar. Até mesmo as animações, que eu tanto amo assistir, não tiveram espaço pra mim em 2016. Sei que foram bastantes, e todas muito bem avaliadas internet afora, mas somente duas capturaram meu interesse — e estas foram mais que suficientes.
A primeira foi a bacaníssima Zootopia, e a segunda é a que dá título a este post, Kubo e As Cordas Mágicas. É meio parcial da minha parte dizer isso — principalmente sem ter assistido as outras —, mas Kubo é definitivamente a melhor animação que assisti em 2016. O que me faz pensar assim? É o que vamos discutir já já!
Não há como falar de Kubo sem começar pelo visual. Seguindo a tradição do estúdio Laika, Kubo é animado em Stop Motion — um método de animação baseado em fotografar cada movimento de modelos reais e reunir as fotos para formar uma cena ou sequência.
Sim, meus caros desocupados, isso significa que tudo que é visto em tela em Kubo — ou pelo menos 80% do que é visto — foi minuciosamente fabricado à mão, e cada segundo de cena foi criado através de dezenas (de milhares) de fotografias. Pouco disso é perceptível durante o filme em si, mas basta dar uma olhada em qualquer making of disponível por aí para ver que os profissionais possuem muito, mas MUITO amor pelo que fazem. A atenção a cada detalhe do cenário, a cada pequenina peça de vestimenta dos personagens, a fluidez de cada movimento... isso tudo não é outra coisa senão amor, e mesmo sem notar esse esforço de primeira, é possível sentir a cada segundo que muito carinho foi investido ao contar essa história.
Esse carinho também pode ser visto na estética adotada pela história. Caso você, desocupado ou desocupada, ainda não tenha notado, Kubo e As Cordas Mágicas é totalmente baseado na cultura e na mitologia japonesa. Tanto a estética do filme quanto os elementos que permeiam seu roteiro são embasados em crenças e lendas tipicamente nipônicas. Como um admirador dessa cultura (graças as dezenas de animes assistidos no intervalo de duas décadas e pouquinho), foi uma baita catarse ver todos aqueles elementos que aprendi a admirar sendo fielmente representados em tela, de modo que eu pudesse reconhece-los um a um. Alguns conceitos podem parecer um pouco "alienígenas" àqueles que tiveram pouco ou nenhum contato com a cultura nipônica, mas na maior parte do tempo, Kubo e As Cordas Mágicas trabalha esses elementos de maneira simples e didática, de modo que até mesmo quem nunca ouviu falar dessas coisas não fique totalmente perdido na história.
Desocupados e desocupadas, parem um pouquinho e pensem: há quanto tempo vocês não viam uma história épica em uma animação? Não uma comédia com pitadas de drama, ou história de ação cheia de alívios cômicos, mas uma pura e clara aventura, com uma jornada permeada por conquistas e perdas, passando-se em um mundo mágico e belo, porém cheio de perigos a cada curva?
Eu não sei quanto a vocês, mas faz tempo que eu não vejo algo assim em uma animação, principalmente deste lado do globo. Foi Kubo e As Cordas Mágicas que me lembrou que é possível contar esse tipo de épico em uma animação infantil. Em um mundo cheio de animações totalmente leves e descompromissadas, Kubo chega com uma jornada cheia de altos e baixos, com riscos relevantes — e resultados também. A apreensão pelo que pode acontecer nas próximas cenas é real, e quando algo acontece, você sentirá de verdade.
Nessa jornada, porém, há alguns pequenos tropeços. Certos elementos da história são inseridos e retirados de maneira um tanto abrupta, com pouca construção até o dado momento, tornando alguns acontecimentos um pouco mais difíceis de se relacionar.
O mesmo amor e a mesma magia que pode ser sentida no visual e na história também pode ser observada na Trilha Sonora de Kubo. As faixas não se destacam muito por conta própria, mas ajudam a construir uma atmosfera quase mística para cada cena. E ao final, somos recompensados com uma belíssima releitura — ao melhor estilo Kubo — de 'While My Guitar Gently Weeps', do Beatle George Harrison, interpretada pela cantora Regina Spektor. Escuta só:
Still my guitar gently weeeeeeeps... Ops, desculpa! Me empolguei um pouco! E caso você esteja se perguntando, não, eu não estou escutando essa musica ininterruptamente desde que assisti Kubo. O que te faz pensar isso? Enfim, hora da nota!
E aí está ela -> 9.7 / 10
Kubo e As Cordas Mágicas é uma história épica como há muito não se via no meio das animações. O roteiro é simples e bem amarrado — exceto por algumas pequenas pontas soltas aqui e ali —, contando uma história emocionante e com consequências relevantes e reais. Esteticamente, Kubo é uma verdadeira carta de amor a cultura japonesa, repleto de referências em cada mínimo detalhe de seus cenários e personagens. A trilha sonora não brilha por conta própria, mas ajuda a dar o tom mágico que permeia Kubo a cada segundo.
Portanto, se você está atrás de uma aventura mágica e emocionante para assistir sozinho ou com a galera, não hesite: Kubo e As Cordas Mágicas com certeza será a melhor escolha!
E isso é tudo por hoje, queridos e queridas.
Um beijo apertado, um abraço na boca e até mais!
Por Breno Barbosa
Não eram poucos os filmes que eu pretendia assistir, e não foram poucos os que deixei passar. Até mesmo as animações, que eu tanto amo assistir, não tiveram espaço pra mim em 2016. Sei que foram bastantes, e todas muito bem avaliadas internet afora, mas somente duas capturaram meu interesse — e estas foram mais que suficientes.
A primeira foi a bacaníssima Zootopia, e a segunda é a que dá título a este post, Kubo e As Cordas Mágicas. É meio parcial da minha parte dizer isso — principalmente sem ter assistido as outras —, mas Kubo é definitivamente a melhor animação que assisti em 2016. O que me faz pensar assim? É o que vamos discutir já já!
Não há como falar de Kubo sem começar pelo visual. Seguindo a tradição do estúdio Laika, Kubo é animado em Stop Motion — um método de animação baseado em fotografar cada movimento de modelos reais e reunir as fotos para formar uma cena ou sequência.
Sim, meus caros desocupados, isso significa que tudo que é visto em tela em Kubo — ou pelo menos 80% do que é visto — foi minuciosamente fabricado à mão, e cada segundo de cena foi criado através de dezenas (de milhares) de fotografias. Pouco disso é perceptível durante o filme em si, mas basta dar uma olhada em qualquer making of disponível por aí para ver que os profissionais possuem muito, mas MUITO amor pelo que fazem. A atenção a cada detalhe do cenário, a cada pequenina peça de vestimenta dos personagens, a fluidez de cada movimento... isso tudo não é outra coisa senão amor, e mesmo sem notar esse esforço de primeira, é possível sentir a cada segundo que muito carinho foi investido ao contar essa história.
Esse carinho também pode ser visto na estética adotada pela história. Caso você, desocupado ou desocupada, ainda não tenha notado, Kubo e As Cordas Mágicas é totalmente baseado na cultura e na mitologia japonesa. Tanto a estética do filme quanto os elementos que permeiam seu roteiro são embasados em crenças e lendas tipicamente nipônicas. Como um admirador dessa cultura (graças as dezenas de animes assistidos no intervalo de duas décadas e pouquinho), foi uma baita catarse ver todos aqueles elementos que aprendi a admirar sendo fielmente representados em tela, de modo que eu pudesse reconhece-los um a um. Alguns conceitos podem parecer um pouco "alienígenas" àqueles que tiveram pouco ou nenhum contato com a cultura nipônica, mas na maior parte do tempo, Kubo e As Cordas Mágicas trabalha esses elementos de maneira simples e didática, de modo que até mesmo quem nunca ouviu falar dessas coisas não fique totalmente perdido na história.
Desocupados e desocupadas, parem um pouquinho e pensem: há quanto tempo vocês não viam uma história épica em uma animação? Não uma comédia com pitadas de drama, ou história de ação cheia de alívios cômicos, mas uma pura e clara aventura, com uma jornada permeada por conquistas e perdas, passando-se em um mundo mágico e belo, porém cheio de perigos a cada curva?
Eu não sei quanto a vocês, mas faz tempo que eu não vejo algo assim em uma animação, principalmente deste lado do globo. Foi Kubo e As Cordas Mágicas que me lembrou que é possível contar esse tipo de épico em uma animação infantil. Em um mundo cheio de animações totalmente leves e descompromissadas, Kubo chega com uma jornada cheia de altos e baixos, com riscos relevantes — e resultados também. A apreensão pelo que pode acontecer nas próximas cenas é real, e quando algo acontece, você sentirá de verdade.
Nessa jornada, porém, há alguns pequenos tropeços. Certos elementos da história são inseridos e retirados de maneira um tanto abrupta, com pouca construção até o dado momento, tornando alguns acontecimentos um pouco mais difíceis de se relacionar.
O mesmo amor e a mesma magia que pode ser sentida no visual e na história também pode ser observada na Trilha Sonora de Kubo. As faixas não se destacam muito por conta própria, mas ajudam a construir uma atmosfera quase mística para cada cena. E ao final, somos recompensados com uma belíssima releitura — ao melhor estilo Kubo — de 'While My Guitar Gently Weeps', do Beatle George Harrison, interpretada pela cantora Regina Spektor. Escuta só:
Still my guitar gently weeeeeeeps... Ops, desculpa! Me empolguei um pouco! E caso você esteja se perguntando, não, eu não estou escutando essa musica ininterruptamente desde que assisti Kubo. O que te faz pensar isso? Enfim, hora da nota!
E aí está ela -> 9.7 / 10
Kubo e As Cordas Mágicas é uma história épica como há muito não se via no meio das animações. O roteiro é simples e bem amarrado — exceto por algumas pequenas pontas soltas aqui e ali —, contando uma história emocionante e com consequências relevantes e reais. Esteticamente, Kubo é uma verdadeira carta de amor a cultura japonesa, repleto de referências em cada mínimo detalhe de seus cenários e personagens. A trilha sonora não brilha por conta própria, mas ajuda a dar o tom mágico que permeia Kubo a cada segundo.
Portanto, se você está atrás de uma aventura mágica e emocionante para assistir sozinho ou com a galera, não hesite: Kubo e As Cordas Mágicas com certeza será a melhor escolha!
E isso é tudo por hoje, queridos e queridas.
Um beijo apertado, um abraço na boca e até mais!
Por Breno Barbosa
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