domingo, 24 de janeiro de 2016

Se não jogou, Talvez Jogue... - Samurai Warriors 4-II (PC)

Ficando para trás.




Saudações, galerinha desocupada deste e de outros planetas, tudo tranquilo com vocês?

Para alguns, o domingão é aquele santo dia de levantar as pernas pro ar e curtir uma preguiça, assistindo o que não presta na TV e se deliciando com aqueles belos pratos não-tão-saudáveis da mamãe ou da vovó; mas para outros — como este que aqui vos fala —, o domingão é o dia de escrever um texto bacana e solta-lo na internet para que o mundo — ou pelo menos uma pequenina parcela dele — veja, sempre falando sobre Games, Cinema, Séries, Livros, Quadrinhos ou o que mais der na cabeça!

E hoje, teremos uma daquelas indicações que são meio "meh", mas que ainda valem a pena dar uma conferida. A bola da vez é Samurai Warriors 4-II (ou Sengoku Musou 4-II, no original japonês), uma versão (ligeiramente) expandida do 4° título da série de Hack'n Slash Samurai Warriors, da Koei-Tecmo. A versão norte-americana de Samurai Warriors 4-II foi lançada em 29 de Setembro de 2015, disponível para PC, PS3, PS4 e PS Vita.

Em Samurai Warriors 4-II (juro que nunca vou conseguir me acostumar com esse nome), somos levados mais uma vez à Era Sengoku — período de guerras entre diversos estados do antigo Japão —, porém sob a ótica pessoal de 13 diferentes protagonistas, ao lado, é claro, de seus fieis companheiros de batalha.


Aqueles que acompanham o blog a mais tempo já devem saber que eu tenho uma baita queda pela franquia Warriors (Dynasty Warriors, Samurai Warriors e derivados) da Koei-Tecmo. Independente da versão, se me estiver acessível, eu certamente não hesitarei em jogar. Eu geralmente não costumo comparar versões — pelo menos não de modo depreciativo, tendo em vista somente os defeitos, mas em Samurai Warriors 4-II não deu pra evitar.

"Mas por quê? O jogo é tão ruim assim?", você pergunta, e eu lhe respondo: não exatamente. Há um bom leque de qualidades em SW4-II, mas estas são praticamente as mesmas vistas em outros títulos da franquia Warriors, e o pior de tudo: há também um bom leque de defeitos, talvez até mais significativos que suas contrapartes.


Começando já com os dois pés na porta, talvez o maior erro de Samurai Warriors 4-II foi, como eu disse agora há pouco, ter trazido pouquíssima coisa nova. Particularmente, eu acredito que uma peça de mídia — filme, livro, game, etc. — não necessariamente precisa inovar a cada nova iteração. Novidades são sempre bem-vindas, é claro, mas o básico e o seguro sempre são agradáveis, principalmente quando bem concebidos. O que não vale é regredir. E esse é mais ou menos o caso de SW4-II.

O game segue a fórmula de seus antecessores — Uma coletânea de fases, cada uma com seus respectivos objetivos, personagens de influência e importância histórica dentro do contexto —, mas em vez de evoluir em cima desta fórmula, seja imitando outros jogos da franquia Warriors ou buscando aprimorar mecânicas já empregadas em seus antecessores, SW4-II acaba ficando na mesma, estagnado — e até mesmo regredindo, em alguns aspectos.

O level design das fases permanece o mesmo de 9 anos atrás (quando foi lançado Samurai Warriors 2), e a essa altura, o que era divertido e desafiador naquele tempo é hoje repetitivo e monótono. Em toda e qualquer fase, a receita é a mesma: derrotar o maior número possível de inimigos e tentar cumprir o maior número de missões possível. Algumas destas são realmente necessárias para o sucesso da fase, mas outras valem somente como bônus, como dinheiro ou pontos de experiência extras. Pode-se dizer que elas adicionam ao valor de replay do jogo, mas a recompensa que elas trazem são tão pouco significativas que mal dá pra dizer que elas farão com que você jogue as fases novamente para cumpri-las. Fazendo uma comparação safada com Dynasty Warriors 8: Xtreme Legends (outro grame da franquia Warriors, do qual eu já falei aqui no blog), as fases de SW4-II poderiam conter algumas mecânicas que as tornassem únicas, como a capacidade de pilotar veículos de guerra ou de jogar uma mesma fase sob o ponto de vista de diferentes de personagens.

Puxando direto do finzinho do último parágrafo, a bem da verdade, SW4-II de fato possui essa característica, mas de uma maneira bem menos desenvolvida. Mesmo em 13 diferentes campanhas, pouquíssima coisa muda ao jogar uma mesma fase sob a perspectiva de diferentes personagens. Dependendo de que lado da batalha você estará, a dificuldade pode aumentar ou diminuir, e algumas missões internas podem variar, mas no final, o resultado é sempre o mesmo: "Parabéns, siga para  fase seguinte!". Enquanto isso, (mais uma vez) em Dynasty Warriors 8: Xtreme Legends, caso bem executadas, as missões de algumas fases poderiam liberar não só fases extras, mas também toda uma ramificação alternativa da história do jogo. Não ver mecânicas tão interessantes quanto essas em SW4-II foi, no mínimo, uma decepção.

"Sabe o que está faltando aqui, Ina-sama? Mais DW8XL!"


Ainda sobre a jogabilidade, Samurai Warriors 4-II traz de seu antecessor (o SW4 original) a mecânica de troca de personagens dentro da fase. Como assim? Simples: em vez de apenas um, você pode escolher dois personagens a cada fase — mesmo jogando sozinho —, e no decorrer da mesma, você poderá alternar livremente entre ambos os personagens, além de poder comandar remotamente seu personagem secundário, ordenando que ele derrote um oficial inimigo de sua escolha, que proteja um aliado específico ou que simplesmente aja de acordo com a inteligência artificial do game. É realmente uma mecânica bacana, principalmente para quem — como este que vos escreve — joga sozinho. Era um saco, nos títulos anteriores, ter que correr de um lado pra outro do mapa para conseguir atender aos objetivos a tempo, e mecânica de personagens secundários torna essa tarefa bem mais prática.

Infelizmente, essa praticidade vem com um preço: a inteligência artificial. Muito frequentemente, a IA do jogo será incapaz de cumprir os seus comandos sem que você dê uma mãozinha. Incontáveis foram as vezes que ordenei que meu personagem secundário derrotasse um oficial inimigo X e, depois de uns bons minutos de batalha, o mesmo inimigo X ainda continua vivinho da silva, firme e forte. Isso sem contar a constante teimosia desta mesma inteligência artificial. Independente da ordem atribuída à ela, sempre que uma missão nova surge durante a fase, a IA fará com seu personagem secundário dirija-se à ela. O objetivo por trás dessa mecânica é compreensível — afinal, algumas missões são bastante importantes para o sucesso da fase, e estas devem ter prioridade  —, mas por quê, em primeiro lugar, dar ao jogador a capacidade de ordenar, se a sua ordem não será seguida?

Falando em personagens, SW4-II traz uma vasta gama de personagens jogáveis. Poucos deles são realmente novos, exclusivos desta versão — só um, pra falar a verdade —, mas a variedade ainda permanece louvável. Cada um deles possui uma personalidade e jogabilidade diferentes, desde seus ataques e técnicas especiais às armas que usam e as habilidades passivas que podem aprender. Todos seguem uma mesma base, mas cada um controla de um jeito diferente, e é divertido aprender as mecânicas e particularidades de cada um deles. Infelizmente, alguns deles passarão em branco nas campanhas principais (Story Mode). Apenas um seleto grupo deles se faz disponível em cada fase do modo, e, com exceção daqueles com os quais você joga, todos os personagens aparecem no nível inicial (Level 1). Não foram poucas as vezes em que, nas últimas fases de uma campanha, eu tive que parar para treinar outros personagens, pois o personagem que eu costumava escolher não está mais disponível. Não é impossível passar das fases finais com personagens de Nível 1, mas com certeza será uma tarefa no mínimo desafiadora — e não de um jeito bom.

À direita, vemos um personagem de decência.
À esquerda, uma NOOB, claramente no Nível 1.

No que diz respeito a gráficos, Samurai Warriors 4-II, como diriam aqui pelas minhas terras, "nem fede e nem cheira". Pra quem não entendeu, eu quis dizer que os gráficos de SW4-II não são ruins, mas também não são excelentes. Tecnicamente falando — e direcionando mais para o PC que para os outros consoles — a diferença entre opções de qualidade gráfica disponíveis não são assim tão gritantes, e até computadores mais modestos são capazes de rodar o jogo sem perder muita coisa. Para uma experiência mais completa e livre dessas preocupações, eu recomendo procurar pelas versões para consoles (PS3 ou PS4).

Artisticamente, o mesmo é válido. Não há nada que chame a atenção dos olhos com fervor, mas o design dos personagens é agradável e interessante, dando um ar moderno e ousado à antigas armaduras samurais ou roupas típicas do antigo Japão. As fases, porém, são bem genéricas, e pouco existe para que uma se destaque das demais. Não fosse pela correção de cor e alguns efeitos visuais, muitos poderiam terminar o game achando que jogaram a mesma fase 500 vezes.

A trilha sonora não destoa muito do que é costumeiro na série, mas continua agradável de se ouvir. Há uma estranha e interessante mistura entre instrumentos típicos japoneses (como flautas, shamisens e outros) e batidas de Techno. Parece bastante improvável à primeira vista, mas acredite: dá bastante certo. Muitos dos temas foram reaproveitados de versões antigas — o que, neste caso, não é tão ruim assim —, mas há também uma boa leva de faixas novas. Dentre elas, nada mais justo que citar o tema do novo personagem desta versão, o virtuoso guerreiro Ii Naomasa. Escuta só:


Bem, galerinha, acho que isso é tudo que eu tinha pra falar por hoje. Hora daquela boa e velha nota de sempre, não é mesmo?

E aí vai ela -> 7.0 / 10

Apesar de ser um dos títulos mais atuais, Samurai Warriors 4-II não tenta imitar ou aprimorar as qualidades de seus primos (Dynasty Warriors) ou antecessores (Samurai Warriors); muito pelo contrário, SW4-II é quase uma regressão dentro da franquia Warriors. Os poucos modos de jogo e a falta de novidades — em mecânicas de jogo, história, personagens e afins — tornam a jogabilidade bastante repetitiva. Ainda assim, Samurai Warriors 4-II rende algumas boas doses de diversão, e uma vez que se começa a jogar, é difícil largar antes de terminar tudo.

"Entonce", se você procura um jogo divertido para jogar e re-jogar por horas a fio, talvez Samurai Warriors 4-II não seja a melhor das suas opções, mas vale a pena pô-lo na lista para dar uma conferida depois.

E por hoje é só, galerinha desocupada.

Um abraço e até a próxima!

Por Breno Barbosa

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