"Time to tip the scales!"
Saudações, galerinha intrépida deste distante e remoto reino internético, tudo em paz com vocês, meus queridos e queridas?
Bem, devo deduzir que você, desocupado ou desocupada, está aqui a procura de algo legal, estou certo? Então você está com sorte, meu caro ou minha cara, pois hoje é dia de post fresquinho aqui no Desocupado. Uma indicação de um filme bacana que anda em cartaz pelos cinemas da vida? Uma batalha entre dois aclamados games? Um feedback sobre um evento que frequentamos? Nunca se sabe sobre o que serão os próximos posts, mas eles sempre vão remeter a Games, Quadrinhos, Cinemas, Séries, Livros e até um pouquinho mais, se sentirmos vontade. E já que você está lindo isto aqui, significa que hoje tem post novinho!
Hoje, trago à vocês Fire Emblem: Awakening, o mais atual título da franquia Fire Emblem, uma clássica e aclamada série de games de estratégia da Nintendo. Desenvolvido pela Intelligent Systems (a mesma responsável pelos jogos anteriores da franquia, e também pela série Advance Wars), Fire Emblem: Awakening foi lançado originalmente em 19 de Abril de 2012, mas só chegou aqui no ocidente no ano seguinte, em 4 de Fevereiro de 2013, para Nintendo 3DS.
Seja bem-vindo a Ylisse, um próspero e pacífico continente medieval, cujos reinos convivem em relativa harmônia após um grande atrito passado, sob o cuidado de sua capital — de mesmo nome —, Ylisse, liderada pela Exalta Emmeryn e seus irmãos mais novos, Chrom e Lissa. Tudo parece em perfeito equilíbrio, até que Chrom e seu grupo de cavaleiros, os Pastores, encontram um indivíduo misterioso no meio do nada. O tal individuo mal consegue lembrar o próprio nome, mas traz consigo, coincidentemente, uma série de infortúnios que ameaçam abalar a frágil harmonia entre os reinos de Ylisse. Cabe a você vestir o manto desta figura misteriosa e juntar-se a Chrom e seus Pastores para combater os males que recaem mais uma vez sobre o grande reino de Ylisse. Você está pronto para liderar um exército nesta batalha que decidirá o futuro do mundo?
Eu não sei se já falei isso aqui no blog antes, e se falei, vou aproveitar essa chance pra falar de novo: eu sou um grandessíssimo fã da franquia Fire Emblem. De verdade. Desde menorzinho. Tá bom, Fire Emblem não fez exatamente parte da minha infância, eu já era crescidinho quando conheci a franquia, mas pelo menos desde o comecinho da minha adolescência (já estou saindo dela, felizmente ou infelizmente) até os dias de hoje, eu continuo movendo bonequinhos pixelados estrategicamente em um mapa cheio de inimigos que querem arrancar meu couro fora. Sem querer me gabar, mas, com exceção dos títulos para NES e SNES, creio ter jogado, se não todos, uma grande parte do games da franquia.
Onde eu quero chegar com toda essa historinha pessoal? Justamente por ter me aventurado por quase todos os títulos da série, creio que posso dizer, com bastante propriedade, que Fire Emblem: Awakening reúne todas as principais qualidades de seus irmãos mais velhos, tornando-o — já adiantando minha opinião — a experiência definitiva de Fire Emblem. Mas a glória de Awakening não se resume apenas a replicar os feitos de seus antepassados,
Começando, como sempre, pelo visual, Fire Emblem: Awakening não foi o primeiro a trazer gráficos em CG para os portáteis da Big N — a franquia já tinha se aventurado no mundo do 3D antes, nos consoles de mesa, em Path of Radiance, para GameCube, e Radiant Dawn, para Wii. Dois excelentes games, diga-se de passagem —, mas foi o primeiro a ter êxito. Fire Emblem: Shadow Dragon tentou arriscar gráficos 3D no DS em 2009, mas o resultado foi esse aqui:
É, não é o melhor CG do mundo, mas pelo menos o jogo é bem legal. Mas voltando ao que interessa, Fire Emblem: Awakening conseguiu trazer a qualidade gráfica vista nos títulos para GameCube e Wii para a telinha do 3DS com bastante sucesso — com as devidas adaptações, é claro. As animações são fluidas, bonitas e bastante empolgantes de se assistir durante os combates.
Falando nisso, caso você não conheça a série, Fire Emblem tem um estilo um tanto quanto peculiar de batalha. Explicando rapidinho pra não perder o foco do assunto em questão, você tem uma visão isométrica durante as fases, vendo seus aliados e inimigos como pequenos bonequinhos pixelados distribuídos na fase. Ao se aproximar de um inimigo e iniciar um combate, o jogo te leva, literalmente, para dentro da batalha, mostrando uma animação da luta entre sua unidade e a unidade inimiga. Mas como eu acabei de dizer, é apenas uma animação, então a única coisa que você pode fazer é assistir e rezar pra que sua jogada dê certo. Chato? Pode até parecer à primeira vista, mas só quem já experimentou sabe qual o tamanho da tensão em cada pequeno embate.
Com isso em mente, Fire Emblem: Awakening tenta tornar esses momentos em que o jogador passa como espectador um pouco mais divertidos, oferecendo diferentes ângulos da batalha — inclusive um em primeira pessoa, onde você tem a visão da sua unidade — e opções como acelerar, desacelerar o pausar a animação de combate. Ou ainda, se você é daqueles que não curte assistir, você pode desligar as animações e guerrear sem interrupções.
Apesar de todas essas opções, o que mais chama atenção é Awakening é, com certeza, a direção de arte. Fire Emblem: Awakening tem um estilo único, que difere bastante de seus antecessores, mas sem destoar da linha criativa vista ao longo da série. Os menus têm um visual mais moderno e arrojado, com formas retas e poucas firulas, fáceis de se navegar, seja você veterano ou novato. O design de personagens fica por conta do artista japonês Kozaki Yusuke — que também trabalhou no estranhamente divertido No More Heroes, para Wii —, sob a direção de Toshiyuki Kusakihara (que também contribuiu com seus rabiscos). O traço único e bastante estilizado de Kozaki Yusuke dá um quê de mangá ao jogo, tornando-o visualmente atrativo pra quem curte o estilo. A Inteligent Systems já havia experimentado convidar artistas para cuidar do design de outros games da franquia (como é o caso do artista Masamune Shirow, que ficou responsável por Fire Emblem: Shadow Dragon, que eu comentei mais acima), mas nunca de uma maneira tão influente como em Awakening, onde todo o visual, desde artes dos personagens aos modelos 3D e cutscenes, segue um mesmo estilo, dando uma unidade ao jogo.
Falando em cutscenes, Awakening também resolveu adota-las como parte de sua narrativa, como uma quebra das linhas e mais linhas de texto, ilustradas por artes estáticas dos personagens. Não há muitos jogos para se comparar, mas as cutscenes de Fire Emblem: Awakening estão entre as mais bonitas do 3DS, Essas cutscenes podem até ser heranças de Path of Radiance (GC) e Radiant Dawn (Wii), mas Awakening conseguiu deixa-las mais fluidas e estilizadas, além de conseguir transportar bem a carga dramática do enredo para as animações.
No que diz respeito a jogabilidade, Fire Emblem: Awakening é uma verdadeira amálgama de elementos presentes nos títulos anteriores da franquia, mas também aproveita para adicionar novas mecânicas para manter a jogabilidade fresca (ui!).
Primeiramente, o mapa aberto de The Sacred Stones está de volta! LOUVADO SEJA NAGA! Somente no terceiro game da série no GameBoy Advance, nós jogadores podíamos viajar pelo continente, fosse para comprar itens específicos, que só eram vendidos determinados pontos; ou para revisitar cenários em novas batalhas, que apareciam aleatoriamente pelo mapa. Fire Emblem: Awakening traz de volta essa mecânica, e adiciona a ela novas possibilidades, como sair de uma batalha antes de começa-la. Vai que você esqueceu de comprar um determinado item? Você pode dar um tempinho na luta, correr pra cidade mais próxima e voltar para o combate a qualquer hora. Além disso, você pode encontrar e ajudar mercadores em apuros pelo mapa. Eles te oferecem descontos e itens raros, duas coisas que não se vê todo dia no mundo de Fire Emblem.
Um dos grandes atrativos da franquia Fire Emblem é a variedade de classes oferecidas em cada jogo, e aqui em Awakening esse sistema está mais sólido e satisfatório do que nunca. O sistema de evolução de classes de The Sacred Stones também está de volta. Agora, mais uma vez, cada classe tem pelo menos duas possibilidades de evolução, permitindo que você escolha e que melhor se encaixar nas suas necessidades. E se você não gostar da classe de um determinado personagem, O sistema de troca de classes de Shadow Dragon pode resolver seu problema. Com a ajuda de um único item, você pode trocar a classe de seus personagens ao seu bel prazer, à hora que quiser.
Basicamente, o sistema de batalhas continua o mesmo, mas com algumas novidades interessantes. Pra quem não sabe, os games da série Fire Emblem são conhecidos por fazer os jogadores resetarem seus consoles infinitas vezes. Por que? Por um simples e único detalhe: diferente de outros jogos do gênero, a morte é permanente em Fire Emblem, ou seja, se uma de suas unidades cair em combate, ela nunca mais retornará. Isso seria um detalhe passável se cada um dos personagens não fossem únicos, tanto do ponto de vista técnico (atributos, classes e habilidades) quanto do emocional (personalidade, afinidade e valor para o jogador). Mas Fire Emblem: Awakening traz um jeito de suavizar a morte, assim como um jeito de amarga-la.
Herdado de Heroes of Light and Shadow (lançado somente no Japão para DS), o Casual Mode está de volta. Nele, você pode salvar em qualquer momento do jogo, e as unidades mortas em combate retornarão na próxima batalha. Uma ótima opção pra que não quer ter que voltar diversas vezes à mesma fase só pra tentar vence-la sem perder ninguém. Já perdi as contas de quantas vezes fiz isso... Mas não vá pensando que o jogo vai ficar mais fácil por causa disso. Fire Emblem: Awakening permanece desafiador, independente do modo escolhido.
Awakening também traz como novidade o amor. Sim, meus caros desocupados, o amor. Agora suas unidades podem se apaixonar umas pelas outras, chegando até mesmo a compor famílias. Essa é uma evolução do sistema de Suporte, visto na maioria dos jogos anteriores, onde determinados personagens, ao interagir em batalha, ganhavam bônus em seus atributos caso estivessem perto um do outro. Em Awakening todos os personagens podem adquirir esses bônus ao interagir uns com os outros. Quanto maior a interação, maiores são os bônus, e maiores as chances dessas unidades — caso forem de sexos opostos — formarem um casal.
Mas nem só de casais é feita uma guerra. Awakening também introduziu o sistema de combate em duplas, sem dúvida a melhor dentre todas as novidades do game. Como funciona? É simples: ao posicionar uma unidade ao lado da outra, automaticamente, estas duas formarão uma dupla. Caso uma delas ataque uma unidade inimiga, o aliado ao lado servirá de suporte, podendo contribuir com bônus de atributos ou até mesmo com um ataque extra. O mesmo vale para caso uma das unidades seja atacada. A frequência dos ataques em dupla e os bônus aumentam de acordo com afinidade entre os dois personagens. Pode parecer uma novidade simples à primeira vista, mas esse sistema muda totalmente a maneira que você elaborará suas estratégias durante o jogo, tornando o posicionamento de cada personagem seja mais importante do que nunca.
Assim como grande parte de seus antecessores, o enredo de Fire Emblem: Awakening, basicamente, reconta a história do Fire Emblem original: dois dragões, um bom, outro ruim; um herói, com um exército formado por seus amigos, destinados a derrotar o dragão maligno com a ajuda do dragão bonzinho, e livrar seu reino do mal até a próxima vinda da tal entidade perversa.
O que muda em Awakening é como essa história é recontada. Ao invés de por você, jogador desocupado, apenas como espectador da história, Awakening te dá a possibilidade de vestir um manto, empunhar uma espada e participar ativamente da construção dessa lenda. Outras versões já tentaram por o jogador como um personagem, mas apenas Awakening conseguiu encaixa-lo como uma parte crucial da trama. Apesar disso, as opções para customização do seu avatar no jogo são limitadas, e os momentos da trama que exigem do jogador uma escolha têm pouca, ou até mesmo nenhuma influência nos resultados futuros, estando presentes no jogo apenas para dar uma ilusão de escolha ao jogador. Pô, Inteligent Systems, seus pais não te ensinaram que é feio iludir seu público?
Ao longo de todos os anos em que a franquia esteve por aí, a trilha sonora sempre foi um do pontos fortes dos jogos de Fire Emblem. Desde os preparativos para a batalha até os combates em si, os temas eram sempre cativantes e empolgantes, e ganhavam facilmente um lugar na memória de quem jogava.
A trilha sonora de Awakening não perdeu qualidade — pelo contrário, continua tão bem composta quanto a de seus antecessores, mas diferente deles, o game de 3DS peca por falta de temas influentes, que marquem os jogadores. São poucas as faixas que vão ficar guardadas na sua memória, e são menos ainda aquelas que você vai cantarolar o dia inteiro. Salvos alguns chefes e personagens mais importantes, os temas das batalhas são musicalmente bonitos, mas não empolgam, e acabam destoando do ritmo acelerado das animações de combate.
Alguns temas de jogos anteriores também retornam com um arranjo novo, mas nada que ajude a melhorar a trilha sonora como um todo.
E pra vocês, deixo aqui Mastermind, tema dos vilões Walhart e Gangrel:
Bem, meus caros desocupados, como vocês já devem ter notado, o post já está mais do que enorme, e já está mais do que na hora de dar o veredicto final à Fire Emblem: Awakening — ou seja, aquela velha e querida nota de sempre.
E aí está ela -> 9.5 / 10
Fire Emblem: Awakening é uma amálgama de tudo aquilo que tornou a franquia Fire Emblem o que ela é hoje, mas sem ficar exclusivamente preso aos feitos de seus antecessores, trazendo ideias que ajudam a manter a jogabilidade fresca e renovada — além de manter você preso ao portátil por horas e mais horas, bolando estratégias.
Portanto, você, desocupado proprietário de um 3DS, é, você mesmo! Se você está a procura e um jogo bacana para o seu portátil, dê uma chance à Fire Emblem: Awakening. Você com certeza não irá se arrepender!
Bem, acho que isso é tudo, galerinha. No mais, fiquem com esses filhotinhos brincalhões:
Um abraço e até a próxima!
Por Breno Barbosa
Onde eu quero chegar com toda essa historinha pessoal? Justamente por ter me aventurado por quase todos os títulos da série, creio que posso dizer, com bastante propriedade, que Fire Emblem: Awakening reúne todas as principais qualidades de seus irmãos mais velhos, tornando-o — já adiantando minha opinião — a experiência definitiva de Fire Emblem. Mas a glória de Awakening não se resume apenas a replicar os feitos de seus antepassados,
Começando, como sempre, pelo visual, Fire Emblem: Awakening não foi o primeiro a trazer gráficos em CG para os portáteis da Big N — a franquia já tinha se aventurado no mundo do 3D antes, nos consoles de mesa, em Path of Radiance, para GameCube, e Radiant Dawn, para Wii. Dois excelentes games, diga-se de passagem —, mas foi o primeiro a ter êxito. Fire Emblem: Shadow Dragon tentou arriscar gráficos 3D no DS em 2009, mas o resultado foi esse aqui:
Shadow Dragon é aquele seu(sua) amigo(a) feio(a), mas que é super-bacana. |
Falando nisso, caso você não conheça a série, Fire Emblem tem um estilo um tanto quanto peculiar de batalha. Explicando rapidinho pra não perder o foco do assunto em questão, você tem uma visão isométrica durante as fases, vendo seus aliados e inimigos como pequenos bonequinhos pixelados distribuídos na fase. Ao se aproximar de um inimigo e iniciar um combate, o jogo te leva, literalmente, para dentro da batalha, mostrando uma animação da luta entre sua unidade e a unidade inimiga. Mas como eu acabei de dizer, é apenas uma animação, então a única coisa que você pode fazer é assistir e rezar pra que sua jogada dê certo. Chato? Pode até parecer à primeira vista, mas só quem já experimentou sabe qual o tamanho da tensão em cada pequeno embate.
Com isso em mente, Fire Emblem: Awakening tenta tornar esses momentos em que o jogador passa como espectador um pouco mais divertidos, oferecendo diferentes ângulos da batalha — inclusive um em primeira pessoa, onde você tem a visão da sua unidade — e opções como acelerar, desacelerar o pausar a animação de combate. Ou ainda, se você é daqueles que não curte assistir, você pode desligar as animações e guerrear sem interrupções.
Hum... pelos meus cálculos, você tá lascado, meu caro Ruffian. |
Apesar de todas essas opções, o que mais chama atenção é Awakening é, com certeza, a direção de arte. Fire Emblem: Awakening tem um estilo único, que difere bastante de seus antecessores, mas sem destoar da linha criativa vista ao longo da série. Os menus têm um visual mais moderno e arrojado, com formas retas e poucas firulas, fáceis de se navegar, seja você veterano ou novato. O design de personagens fica por conta do artista japonês Kozaki Yusuke — que também trabalhou no estranhamente divertido No More Heroes, para Wii —, sob a direção de Toshiyuki Kusakihara (que também contribuiu com seus rabiscos). O traço único e bastante estilizado de Kozaki Yusuke dá um quê de mangá ao jogo, tornando-o visualmente atrativo pra quem curte o estilo. A Inteligent Systems já havia experimentado convidar artistas para cuidar do design de outros games da franquia (como é o caso do artista Masamune Shirow, que ficou responsável por Fire Emblem: Shadow Dragon, que eu comentei mais acima), mas nunca de uma maneira tão influente como em Awakening, onde todo o visual, desde artes dos personagens aos modelos 3D e cutscenes, segue um mesmo estilo, dando uma unidade ao jogo.
Falando em cutscenes, Awakening também resolveu adota-las como parte de sua narrativa, como uma quebra das linhas e mais linhas de texto, ilustradas por artes estáticas dos personagens. Não há muitos jogos para se comparar, mas as cutscenes de Fire Emblem: Awakening estão entre as mais bonitas do 3DS, Essas cutscenes podem até ser heranças de Path of Radiance (GC) e Radiant Dawn (Wii), mas Awakening conseguiu deixa-las mais fluidas e estilizadas, além de conseguir transportar bem a carga dramática do enredo para as animações.
Eu nunca fui o melhor aluno de Física da minha sala, mas metal não conduz eletricidade? |
No que diz respeito a jogabilidade, Fire Emblem: Awakening é uma verdadeira amálgama de elementos presentes nos títulos anteriores da franquia, mas também aproveita para adicionar novas mecânicas para manter a jogabilidade fresca (ui!).
Primeiramente, o mapa aberto de The Sacred Stones está de volta! LOUVADO SEJA NAGA! Somente no terceiro game da série no GameBoy Advance, nós jogadores podíamos viajar pelo continente, fosse para comprar itens específicos, que só eram vendidos determinados pontos; ou para revisitar cenários em novas batalhas, que apareciam aleatoriamente pelo mapa. Fire Emblem: Awakening traz de volta essa mecânica, e adiciona a ela novas possibilidades, como sair de uma batalha antes de começa-la. Vai que você esqueceu de comprar um determinado item? Você pode dar um tempinho na luta, correr pra cidade mais próxima e voltar para o combate a qualquer hora. Além disso, você pode encontrar e ajudar mercadores em apuros pelo mapa. Eles te oferecem descontos e itens raros, duas coisas que não se vê todo dia no mundo de Fire Emblem.
Um dos grandes atrativos da franquia Fire Emblem é a variedade de classes oferecidas em cada jogo, e aqui em Awakening esse sistema está mais sólido e satisfatório do que nunca. O sistema de evolução de classes de The Sacred Stones também está de volta. Agora, mais uma vez, cada classe tem pelo menos duas possibilidades de evolução, permitindo que você escolha e que melhor se encaixar nas suas necessidades. E se você não gostar da classe de um determinado personagem, O sistema de troca de classes de Shadow Dragon pode resolver seu problema. Com a ajuda de um único item, você pode trocar a classe de seus personagens ao seu bel prazer, à hora que quiser.
Uma equipe só de espadachins? Claro que você pode! Mas não vai ser muito vantajoso... |
Basicamente, o sistema de batalhas continua o mesmo, mas com algumas novidades interessantes. Pra quem não sabe, os games da série Fire Emblem são conhecidos por fazer os jogadores resetarem seus consoles infinitas vezes. Por que? Por um simples e único detalhe: diferente de outros jogos do gênero, a morte é permanente em Fire Emblem, ou seja, se uma de suas unidades cair em combate, ela nunca mais retornará. Isso seria um detalhe passável se cada um dos personagens não fossem únicos, tanto do ponto de vista técnico (atributos, classes e habilidades) quanto do emocional (personalidade, afinidade e valor para o jogador). Mas Fire Emblem: Awakening traz um jeito de suavizar a morte, assim como um jeito de amarga-la.
Herdado de Heroes of Light and Shadow (lançado somente no Japão para DS), o Casual Mode está de volta. Nele, você pode salvar em qualquer momento do jogo, e as unidades mortas em combate retornarão na próxima batalha. Uma ótima opção pra que não quer ter que voltar diversas vezes à mesma fase só pra tentar vence-la sem perder ninguém. Já perdi as contas de quantas vezes fiz isso... Mas não vá pensando que o jogo vai ficar mais fácil por causa disso. Fire Emblem: Awakening permanece desafiador, independente do modo escolhido.
Awakening também traz como novidade o amor. Sim, meus caros desocupados, o amor. Agora suas unidades podem se apaixonar umas pelas outras, chegando até mesmo a compor famílias. Essa é uma evolução do sistema de Suporte, visto na maioria dos jogos anteriores, onde determinados personagens, ao interagir em batalha, ganhavam bônus em seus atributos caso estivessem perto um do outro. Em Awakening todos os personagens podem adquirir esses bônus ao interagir uns com os outros. Quanto maior a interação, maiores são os bônus, e maiores as chances dessas unidades — caso forem de sexos opostos — formarem um casal.
Foi mal, Frederick, você é fofo, mas não rola. Já estou com a Tharja. |
Mas nem só de casais é feita uma guerra. Awakening também introduziu o sistema de combate em duplas, sem dúvida a melhor dentre todas as novidades do game. Como funciona? É simples: ao posicionar uma unidade ao lado da outra, automaticamente, estas duas formarão uma dupla. Caso uma delas ataque uma unidade inimiga, o aliado ao lado servirá de suporte, podendo contribuir com bônus de atributos ou até mesmo com um ataque extra. O mesmo vale para caso uma das unidades seja atacada. A frequência dos ataques em dupla e os bônus aumentam de acordo com afinidade entre os dois personagens. Pode parecer uma novidade simples à primeira vista, mas esse sistema muda totalmente a maneira que você elaborará suas estratégias durante o jogo, tornando o posicionamento de cada personagem seja mais importante do que nunca.
Assim como grande parte de seus antecessores, o enredo de Fire Emblem: Awakening, basicamente, reconta a história do Fire Emblem original: dois dragões, um bom, outro ruim; um herói, com um exército formado por seus amigos, destinados a derrotar o dragão maligno com a ajuda do dragão bonzinho, e livrar seu reino do mal até a próxima vinda da tal entidade perversa.
O que muda em Awakening é como essa história é recontada. Ao invés de por você, jogador desocupado, apenas como espectador da história, Awakening te dá a possibilidade de vestir um manto, empunhar uma espada e participar ativamente da construção dessa lenda. Outras versões já tentaram por o jogador como um personagem, mas apenas Awakening conseguiu encaixa-lo como uma parte crucial da trama. Apesar disso, as opções para customização do seu avatar no jogo são limitadas, e os momentos da trama que exigem do jogador uma escolha têm pouca, ou até mesmo nenhuma influência nos resultados futuros, estando presentes no jogo apenas para dar uma ilusão de escolha ao jogador. Pô, Inteligent Systems, seus pais não te ensinaram que é feio iludir seu público?
Ao longo de todos os anos em que a franquia esteve por aí, a trilha sonora sempre foi um do pontos fortes dos jogos de Fire Emblem. Desde os preparativos para a batalha até os combates em si, os temas eram sempre cativantes e empolgantes, e ganhavam facilmente um lugar na memória de quem jogava.
A trilha sonora de Awakening não perdeu qualidade — pelo contrário, continua tão bem composta quanto a de seus antecessores, mas diferente deles, o game de 3DS peca por falta de temas influentes, que marquem os jogadores. São poucas as faixas que vão ficar guardadas na sua memória, e são menos ainda aquelas que você vai cantarolar o dia inteiro. Salvos alguns chefes e personagens mais importantes, os temas das batalhas são musicalmente bonitos, mas não empolgam, e acabam destoando do ritmo acelerado das animações de combate.
Alguns temas de jogos anteriores também retornam com um arranjo novo, mas nada que ajude a melhorar a trilha sonora como um todo.
E pra vocês, deixo aqui Mastermind, tema dos vilões Walhart e Gangrel:
Bem, meus caros desocupados, como vocês já devem ter notado, o post já está mais do que enorme, e já está mais do que na hora de dar o veredicto final à Fire Emblem: Awakening — ou seja, aquela velha e querida nota de sempre.
E aí está ela -> 9.5 / 10
Fire Emblem: Awakening é uma amálgama de tudo aquilo que tornou a franquia Fire Emblem o que ela é hoje, mas sem ficar exclusivamente preso aos feitos de seus antecessores, trazendo ideias que ajudam a manter a jogabilidade fresca e renovada — além de manter você preso ao portátil por horas e mais horas, bolando estratégias.
Portanto, você, desocupado proprietário de um 3DS, é, você mesmo! Se você está a procura e um jogo bacana para o seu portátil, dê uma chance à Fire Emblem: Awakening. Você com certeza não irá se arrepender!
Bem, acho que isso é tudo, galerinha. No mais, fiquem com esses filhotinhos brincalhões:
Por Breno Barbosa
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