domingo, 22 de junho de 2014

Se não viu, veja! - Como Treinar Seu Dragão 2 (2014)

"Dragões e Vikings! Inimigos de novo!"




Saudações nórdicas, meus caros desocupados, filhos de seus pais! Como vão os guerreiros e guerreiras desta nação desocupada? Espero que todos estejam bem.

Boa parte de vocês aí, que estão do outro lado do monitor, já devem estar imaginando que dia da semana é esse, mas para aqueles que também estão do outro lado da telinha, mas que não fazem a mínima ideia do que eu estou falando, Domingo é dia de post novo aqui no Desocupado! O que será: uma recomendação? Uma Lista? Um Especial? Uma Parceria? É uma surpresa, nunca se sabe, mas o que se sabe, porém, é que esses posts sempre estão relacionados a Cinema, Games, Literatura, Séries, Quadrinhos e o que mais nos der vontade de falar sobre. E este domingo, graças aos deuses do norte, não será exceção!

Nesta semana, trago à vocês, meus queridos desocupados, Como Treinar Seu Dragão 2, a última (no sentido de "mais atual", é claro) animação da DreamWorks Animation e sequência do grande sucesso homônimo de 2010. Além de manter a divertida trupe de personagens do primeiro filme, Como Treinar Seu Dragão 2 também conta com o retorno do diretor e roteirista Dean DeBlois no comando. Como Treinar Seu Dragão 2 chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira do dia 19 de Junho, em 2D e em IMAX 3D.

Essa é Berk. 5 Anos se passaram desde a aliança entre os vikings e os dragões. Desde então, esses poderosos e adoráveis répteis passaram a fazer parte não só do dia a dia da aldeia, mas também de seus costumes e cultura. Tudo isso graças à amizade de Soluço — Filho de Stóico, o Imenso, líder de Berk — e Banguela — um dos últimos dragões da raríssima raça Fúria da Noite —, que, há anos atrás, mostrou que os dragões não são ruins como todos pensavam. Agora, já crescido e maduro, Soluço se aventura mundo afora, em busca de novos horizontes, nas asas de seu fiel amigo Banguela, além aproveitar para abstrair-se de suas futuras responsabilidades para com seu povo, como herdeiro da liderança de Berk. Em uma de suas incursões, Soluço descobre que caçadores estão — adivinhem só — caçando dragões e capturando-os, sob o comando de um estranho homem chamado Drago Sanguebravo. Indignado com a situação, Soluço parte em busca do tal Drago, porém, no meio de sua jornada, ele acaba se deparando com um novo e misterioso aliado...


Se tem uma coisa que vale a pena ser destacada logo de cara em Como Treinar Seu Dragão 2, essa coisa é o visual. Em que ano estamos mesmo? 2014? Dia? 22 de Junho? Pois bem, até a data de publicação deste post, 22 de Junho de 2014, este que aqui vos escreve, Breno Barbosa, nunca viu uma animação tão esteticamente bonita quanto Como Treinar Seu Dragão 2, e tenho a ousadia de dizer que, com certeza, você compartilhará da minha opinião assim que sentar o bumbum na poltrona do cinema para assisti-lo. A qualidade visual do filme atingiu um nível de perfeição tão alto, que é praticamente impossível notar qualquer pequeno defeito ou incoerência. Foi dada bastante atenção aos detalhes de cada personagem, seja no que diz respeito aos modelos 3D em si quanto à Direção de Arte — seus portes físicos, o que vestem e como vestem, acessórios, e outros pormenores.

Dentre esses detalhes, aquele que mais salta aos olhos são as texturas. Mesmo ainda sendo um jovem mancebo comparado a muitos outros desocupados, em toda minha curta vidinha, eu nunca vi uma animação com tamanho nível de realismo em suas texturas — e ainda assim, com tanto realismo, o caráter caricato, fantasioso e infantil permaneceu totalmente intacto. Através dessas texturas, é possível notar desde elementos maiores, como as ondas e as borbulhas do mar, a fofura das nuvens, o gelo, as lâminas grama e o musgo nas rochas, as escamas dos dragões (com todas as suas imperfeições e detalhes), os pelos dos trajes de pele dos personagens, assim como o couro e o ferro de suas armaduras; até detalhes bem menores, que só são visíveis de pertinho, como mechas de cabelo (destaque para o grisalho da poderosa barba de Stóico), as linhas de expressão da pele e aplicação de algumas substâncias nela (como tinta, e, no caso de Soluço, a baba de seu dragão Banguela), assim como algumas de suas imperfeições, como sardas e pequenas cicatrizes, e até mesmo a barba rala de alguns personagens. E o mais incrível de tudo é que, mesmo com o ritmo acelerado do filme, nenhum desses detalhes passa batido.

Outro elemento que merece ser citado é a iluminação. Assim como nas texturas, a iluminação recebeu um nível de atenção e realismo de cair o queixo, além de ser muito bem aplicada durante o filme inteiro, levando em consideração a influência dos períodos do dia (manhã, tarde e noite) e a posição do sol em alguns deles, as nuvens, os objetos e substâncias ao redor de cada personagem, o ambiente em que estão presentes... dentre outras dezenas de coisinhas que podem acabar influenciando, de alguma maneira, o comportamento da luz. Em muitas cenas, inclusive, a iluminação é empregada como recurso dramático, para esconder, revelar ou dar enfase à algum personagem ou emoção sentida por ele.


Ainda na camada mais "superficial" da parte visual de Como Treinar Seu Dragão 2, e aproveitando o gancho do uso dos elementos visuais como recursos dramáticos do último parágrafo, não podemos deixar de citar a fluidez e a naturalidade da animação. A movimentação do ambiente e dos personagens não é só tecnicamente fluida e bem animada, ela também é extremamente natural. Natural em que sentido? Natural no sentido de ser tão sutil quanto a vida real. Tal qual um filme Live Action, com atores reais, os personagens de Como Treinar Seu Dragão 2 são cheios de trejeitos corporais, caretas e outras sutilezas, e todas elas são usadas não só para esfregar o realismo e a qualidade da animação na cara das inimigas dos espectadores, mas também — como eu havia falado antes — como recurso dramático. A hesitação na hora de falar, a movimentação inquieta dos olhos, os gestos, a cabeça virando para os lados; esses e outros pequenos elementos ajudam a dar uma nova dimensão ao filme, tornando-o muito mais que apenas uma animação infantil.

Indo um pouco mais a fundo nas tecnicalidades, temos finalmente a Direção de Arte. Para a alegria dos fãs do primeiro filme, Como Treinar Seu Dragão 2 manteve a mesma linha criativa de seu antecessor, e aproveitou para evoluí-la de maneira competente e bastante coerente em relação ao que já havia sido estabelecido anteriormente. Novos lugares, novas paisagens, novos personagens e, acima de tudo, novos dragões; todos bastante criativos e inspirados. Os novos dragões são divertidos e cheios de personalidade, assim como os do primeiro filme, e as  paisagens mais parecem verdadeiras pinturas renderizadas em CGI na telona do cinema.

Todos esses detalhes ficam ainda mais bonitos se você escolher ver o filme em IMAX 3D. Por um lado, o 3D não é "tão bom que chega a ser obrigatório", mas é um ótimo complemento para o filme, valorizando a impressão de profundidade dos elementos vistos na tela, em vez de se preocupar em jogar coisinhas na cara dos espectadores. É claro, inevitavelmente, algumas coisinhas serão jogadas para fora a tela, mas não serão os suprassumos do 3D da animação. Por outro lado, o IMAX ajuda bastante a maximizar a adrenalina e a empolgação do filme, além de garantir uma experiência de imersão ainda maior àquele belo universo de dragões e vikings, seja por meio da tela enorme ou pelo som exageradamente alto. Sim, o preço de viver essa bela experiência é abusivamente salgado, mas se couber no orçamento, não hesite em assistir Como Treinar Seu Dragão 2 em 3D e/ou em IMAX. Você não irá se arrepender.


De uns tempos pra cá, os filmes acabaram ganhando uma característica bastante peculiar: hoje em dia, você não precisa mais, obrigatoriamente, assistir o primeiro filme para compreender o segundou e/ou o terceiro. Mesmo sendo sequências e/ou partes de um grande todo, atualmente, quase todo filme consegue se sustentar sozinho, funcionando tanto para quem conheceu quanto para quem não conheceu as partes anteriores. E é claro que eu não estabeleceria toda essa base se Como Treinar Seu Dragão 2 fugisse a essa regra. O roteiro de Como Treinar Seu Dragão 2 é tão bem construído, que mesmo quem cometeu o pecado de não ter assistido o primeiro filme consegue acompanha-lo sem maiores problemas. Os personagens são muito bem reapresentados e restabelecidos dentro da nova trama, que, mesmo totalmente ligada ao filme anterior, consegue se sustentar sozinha — e muito bem, diga-se de passagem. Claro, quem não viu o Como Treinar Seu Dragão original vai perder alguns pontos cruciais para a saga como um todo, como a origem da amizade entre Soluço e Banguela e a tensão entre Soluço e seu pai, Stóico; mas nada que comprometa o entendimento do segundo filme como uma peça a parte. Portanto, meu caro desocupado, você não precisa usar o fato de não ter assistido o primeiro filme como desculpa para não ir aos cinemas ver Como Treinar Seu Dragão 2; mas, se possível for, vá até a locadora mais próxima (seja ela física ou digital) e alugue o Como Treinar Seu Dragão original, para que a sua experiência seja ainda mais empolgante e emocionante.

Ainda no assunto Roteiro, as duas últimas palavras do último parágrafo — Empolgante e Emocionante — poderiam definir não só o roteiro de Como Treinar Seu Dragão 2, mas também o filme como um todo. A ação quase ininterrupta e as divertidas extravagâncias dos personagens e seus dragões deixam o filme empolgante e gostoso de acompanhar, porém, pelo menos no meu caso em particular, foi a emoção que realmente reinou em Como Treinar Seu Dragão 2. Em comparação ao primeiro filme, e assim como seu público, os personagens de Como Treinar Seu Dragão 2 amadureceram, fazendo com que, consequentemente, o roteiro também se tornasse mais adulto, mas de uma maneira sutil, de modo que tanto os espectadores mais maduros quanto o público infantil conseguissem acompanhar a trama e se identificar com ela.

Como Treinar Seu Dragão 2 consegue emocionar de várias maneiras, mas a principal delas é através do desenvolvimento de seus personagens. Todos os personagens presentes na trama tem seus arcos muito bem definidos e muito bem concluídos, mas três deles se destacam dos demais. São eles Soluço e seus pais, Stóico e Valka. Tanto individualmente quanto como um todo, uma família, esses três personagens são desenvolvidos de uma maneira inesperadamente emocionante. O relacionamento entre três membros de uma mesma família separados um do outro de maneiras diferentes é muito bem trabalhado durante o desenrolar do filme, e acaba dando vida à cenas de fazer qualquer bravo domador de dragões se desmanchar em lágrimas. Palavras de quem assistiu o filme duas vezes, e chorou copiosamente em todas elas (na segunda ainda mais que na primeira). Se você não conseguir derramar uma lágrima sequer durante essas cenas, há somente duas possibilidades: ou você está desidratado, e não consegue chorar; ou você não tem um coração batendo dentro do peito.


Eu sei que falar sobre a qualidade da dublagem em um post sobre um tipo de filme cujo todas as cópias presentes nos cinemas são dubladas é chover no molhado, mas ainda assim, vale enfatizar que, assim como no primeiro filme, a dublagem de Como Treinar Seu Dragão 2 é impecável. Assim como na versão original, boa parte do elenco de dublagem está de volta, e assim como no primeiro filme, a escolha das vozes — tanto para a versão norte-americana quanto para a versão brasileira — se encaixa perfeitamente em seus respectivos personagens. A equipe de tradução também foi muito feliz na adaptação de termos e gírias da versão original para a versão dublada, fazendo com que nenhuma frase ou diálogo perdesse o sentido quando traduzida. Ah, e há também a presença do ator global Rodrigo Lombardi no elenco de dublagem. Mas calma, não precisa ficar com um pé atrás, pois o cara se saiu realmente bem emprestando sua voz ao vilão Drago Sanguebravo. O que não é a toa, já que o ator já possuía alguma experiência com dublagem, graças as suas participações em Valente e A Princesa e O Sapo.

Ainda falando sobre som, a trilha sonora é um dos suprassumos de Como Treinar Seu Dragão 2. John Powell, o homem responsável pela incrível trilha sonora do primeiro filme, volta para mais uma vez emprestar sua batuta à trilha de Como Treinar Seu Dragão 2, e o resultado não podia ser melhor. A trilha não é composta nem só de faixas repetidas do primeiro filme, nem só de novas faixas, mas sim de uma boa mescla das duas, e algumas das novas faixas contam com pequenos trechos e variações de musicas emblemáticas do Como Treinar Seu Dragão original. A primeira faixa do disco, Dragon Racing, é, talvez, o melhor exemplo disso, sendo uma bela homenagem à musica This is Berk, da trilha sonora do Como Treinar Seu Dragão original, que, coincidentemente, também é a primeira faixa do disco do primeiro filme. Escutem aí:


Desocupados mais generosos, por favor, deem-me a Trilha Sonora Original e Como Treinar Seu Dragão (qualquer um dos dois) de presente de aniversário. Obrigado! Bem, chega de esmolar presentes! Hora daquela boa e velha nota de cada post!

E aí está ela -> 10 / 10

Empolgante e Emocionante. Há muitos outros adjetivos para definir Como Treinar Seu Dragão 2, mas esses dois conseguem expressar, basicamente, a essência do filme como um todo. A empolgação da adrenalina presente nas cenas de ação é de tirar o fôlego, e a emoção do desenvolvimento e da conclusão dos arcos dramáticos de cada personagem é de fazer qualquer marmanjo cair no choro. Ilustrando esses elementos, há um visual incrivelmente realista e hiper-detalhado e uma trilha sonora excitante (no bom sentido, é claro) e memorável. Ambos ficam ainda mais bacanas em IMAX 3D.

Portanto, se você está atrás de um bom filme pra assistir com a galerinha desocupada num dia de folga, não tenha dúvida na hora de escolher Como Treinar Seu Dragão 2, a melhor animação de 2014 até o presente momento!

Bem, galerinha, isso é tudo. Um abraço, e até mais!

Por Breno Barbosa

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