domingo, 7 de agosto de 2016

Se não jogou, jogue! - The Legend of Zelda: The Wind Waker (GC)

Mar aberto, vento a favor, muita coragem e espada na mão.




Ahoy, galerinha desocupada! Tudo em paz com vocês, queridos e queridas?

Puts, chegou o domingo de novo! Agora lá vou eu, me virar pra falar sobre Games, Cinema, Quadrinhos, Livros ou Séries — ou inventar algum assunto mirabolante que acabe se desenrolando num post bacana! Bem, essa é a nossa vida esse é o nosso clube aqui no Desocupado: todo domingo, a promessa de um post novo, sempre com ótima qualidade (modéstia a parte).

Sabe uma série de games que realmente não recebido todo amor que merece — principalmente da parte deste que vos escreve — aqui no Desocupado? The Legend of Zelda. E olha que quem me conhece sabe que eu morro de amores por essa franquia! A última vez que conversamos sobre Zelda foi para narrar minha História de Amor e Ódio com Skyward Sword, em Agosto do ano passado!

Bem, já que já está mais do que na hora de mostrar mais amor por Zelda aqui no blog, hoje falaremos de The Legend of Zelda: The Wind Waker, lançado originalmente em Março de 2003, exclusivamente para o GameCube. No aniversário de 10 anos do game — em 2013 —, uma versão remasterizada foi lançada para Wii U, trazendo novos gráficos em HD e novas funções que melhoram ainda mais a experiência.

 Ao completar 10 anos de idade, é tradição na ilha Outset que os jovens meninos vistam túnicas verdes e partam da pequena ilha em busca de aventuras e realizações. Porém, para um desses garotos, essa partida não foi uma opção. Um terrível monstro raptou sua irmã mais nova, e somente ele pode desbravar o Grande Mar e recupera-la das garras da besta. Porém, esta jornada pode tomar proporções ainda maiores, envolvendo o jovem herói em uma trama muito mais sinistra do que ele imaginava.


The Legend of Zelda: The Wind Waker é não só o meu Zelda favorito, mas é também o meu game favorito de todos os tempos — até então, é claro. Pronto, agora que joguei as cartas na mesa, podemos conversar tranquilamente.

Após me ouvir falar isso, vocês com certeza devem estar pensando "ah, se é seu jogo favorito, então não preciso mais ler o post, pois já sei que vai ser uma nota 10 descarada!". Àqueles que pensaram isso, só posso lhes dizer que estão bastante enganados, queridos desocupados. Apesar de amar Wind Waker de paixão, ele está longe de ser um game perfeito, digno de uma nota 10 fechada e bonitinha.

Claro, eu realmente não estou disposto a poupar elogios ao game, mas também estou igualmente disposto e escancarar todos os seus erros e defeitos. Afinal, nenhum amor é saudável sem que haja sinceridade, não é mesmo? Enfim, vamos ao que interessa — logo após aquele breve intervalo, é claro.


Se tem uma coisa que muita gente internet afora gosta de falar a respeito de Zelda é de como a série foi se distanciado cada vez mais de sua proposta original: ser um herói que deve explorar o mundo livremente para, enfim, poder salva-lo. Todos concordamos que reclamações demais sempre são ruins, mas apesar de um pouco chatas, todas essas pessoas tem razão.

Ao longo dos anos, a série Zelda foi introduzindo uma gama de elementos que acabou ficando no caminho entre o jogador e a liberdade de exploração. História, barreiras físicas, limitações de hardware... esses são apenas alguns dos fatores que acabam denegrindo o fator liberdade em muitos dos títulos modernos da franquia. O novo título da série, Breath of The Wild (para Wii U e NX), promete — em um futuro próximo (2017) — trazer de volta toda a liberdade de outrora; mas foi Wind Waker o primeiro a buscar novamente o sentimento de surpresa e exploração trazido pelo Zelda original.

"Mas e aí, ele conseguiu?", você pergunta. E a resposta é: sim e não. Até hoje, o Great Sea (Grande Mar) de Wind Waker é o mais próximo que temos da Hyrule original do The Legend of Zelda do NES. Uma infinidade azul, esperando para ser desbravada, mas não necessariamente ao seu bel prazer. Apesar de resgatar muito o sentimento de surpresa trazido pela exploração dos games antigos da série, muito do Great Sea ainda é barrado pela história. A exploração livre só é permitida tardiamente, mais ou menos pelo terceiro templo do jogo. Quando é finalmente liberada, ela causa um misto de alegria e tristeza. No início, é tudo muito "Yaay, vou completar todo esse mapa, desvendar os mistérios de cada uma das ilhas!"; mas quanto mais explora, mais você percebe que não há muito além do grande mar e suas eventuais ilhas, e que a viagem entre elas às vezes é tediosa e vazia.

Mesmo assim, o mundo de Wind Waker oferece uma não-linearidade bastante bem-vinda à franquia. Mais ou menos pela metade do jogo, eu já havia conseguido todos os upgrades disponíveis e catalogado boa parte das ilhas do mapa — além de já ter garantido alguns itens importantes para um momento futuro do game. Ainda há bastantes amarras em Wind Waker, porém, elas são muito mais frouxas que em muitos outros games da série.


Em terra firme, a jogabilidade não foge muito ao tradicional, mas traz algumas novidades bastante interessantes.

Basicamente, o combate se dá da mesma maneira que em todo e qualquer Zelda 3D — mira fixa, ataques, movimentos ao redor, tudo aquilo que já sabemos —, mas desta vez, os itens tem um papel bem mais ativo. Cada um deles tem um papel diferente, tanto em relação ao cenário ao seu redor quanto aos inimigos. Você pode usar o bumerangue, por exemplo, para atordoar os inimigos e depois cair batendo (minha estratégia desde sempre); ou pode usar o gancho para agarrar itens oferecidos pelos monstros, para vende-los ou confeccionar novos itens a partir deles; ou simplesmente queima-los com uma flecha flamejante. São poucos os inimigos de Wind Waker que só podem ser derrotados com itens específicos, o que garante uma variedade bastante agradável ao combate. Em pouco tempo, você terá desenvolvido a estratégia perfeita para cada inimigo, e os comandos voarão das suas mãos para o controle naturalmente, como o herói que você é.

No que diz respeito a história, Wind Waker pode ser dividido em duas grandes partes. "Uma boa e outra ruim, obviamente, não é"? Não necessariamente, cara desocupada. A primeira parte — referente a primeira metade do game — é cheia de novidades, apresentando conceitos e subtramas até então pouco exploradas pela franquia. A segunda parte — que remete a metade final do jogo —, porém, acaba voltando aos moldes tradicionais da série Zelda, caindo em um clichê — um bem executado, diga-se passagem, mas ainda assim, um clichê. Juntando as duas metades, o resultado é uma trama cheia de novidades simples, porém bastante interessantes, mas que acabam desaguando e resoluções óbvias e reviravoltas pouco recompensantes.


Pouquíssimos games modernos — principalmente com o advento dos modelos 3D — conseguem envelhecer bem, sem parecerem datados. Um desses seletos títulos, definitivamente, é Wind Waker.

A remasterização em HD para o Wii U realmente dá um ar que se encaixa melhor na realidade dos dias de hoje, mas até mesmo o game original para GameCube não perdeu uma gota sequer de todo o seu charme e beleza. Apesar de bastante criticada até hoje, a decisão por seguir uma direção de arte mais cartunesca, com traços simples e cores básicas vibrantes, foi bastante satisfatória. Além de garantir um visual atemporal para o game, o estilo cartoon também toda uma gama de emoções e expressões faciais aos personagens, tornando-os muito mais cativantes e fáceis de se relacionar que em qualquer outro game da franquia. Todas essas expressões são visíveis durante o jogo, principalmente no rosto do personagem principal, Link. Ele abre a boca, ofegante, quando corre, faz cara de mau quando avista um inimigo, espreme o olhar ao se esgueirar por um penhasco, e muito mais. Todas essa expressões deixam o personagem não só mais cômico, mas também cativante e relacionável.

Os games da franquia Zelda são conhecidos não só por trazerem trilhas sonoras espetaculares, mas também pelo modo como incorporam essas trilhas à jogabilidade de seus títulos. Desde os primeiros jogos, a musica nunca foi apenas musica em Zelda, e em Wind Waker não é diferente. Usar a musica para transportar-se de um lugar para outro ou mover objetos não é nada novo na franquia, mas durante o combate, Wind Waker faz com que cada golpe desferido seja uma nota que se adiciona à trilha de fundo, fazendo com que você, jogador desocupado, faça parte da trilha sonora em tempo real.

Além disso, o game também oferece uma vasta gama de faixas, todas muito bem compostas e cada uma mais cativante e divertida que a outra. Até mesmo as musicas mais sérias possuem um arranjo "informal", por assim dizer, quase como se tivessem sido gravadas em um show acústico para amigos na casa de um dos desenvolvedores. O game deixa transparecer esse clima já na tela inicial, com o tema de introdução — que, por acaso, é a minha escolha para ilustrar estas palavras. Escutem e deleitem-se, caros e caras desocupados:


Ufa! Bem que eu poderia me estender beeeem mais sobre Wind Waker — afinal, como disse lá em cima, eu realmente amo este game —, mas já está mais que na hora daquela boa e velha nota de sempre.

E aí está ela -> 9.0 / 10

The Legend of Zelda: The Wind Waker foi — e ainda é — o sopro de ar livre que a franquia Zelda há tanto necessitava. A jogabilidade tradicional permanece forte, mas é reforçada por novidades consistentes e bastante bem-vindas. A exploração, o sentimento de liberdade e surpresa é mais forte aqui que em qualquer outro título, mesmo ainda embarreirado pela história e pelo constante marasmo do seu mundo. A trama é simples, cheia de personagens cativantes e subtramas interessantes, mas com resoluções que não oferecem muita novidade. A trilha sonora, além de belíssima, está fortemente incorporada no gameplay, e é diretamente influenciada as ações do jogador. Wind Waker ainda não é o Zelda perfeito, mas certamente é o que possui mais sentimento dentre todos os outros.

Portanto, se você está afim de uma boa experiência gamística, dê uma chance a The Wind Waker. Certamente será um dos melhores games que você jogará — pelo menos este mês.

E isso é tudo por hoje, meus amados desocupados.

Um abraço à todos, e até a próxima!

Por Breno Barbosa

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