domingo, 22 de maio de 2016

Se não viu, veja! - Capitão América: Guerra Civil (2016)

Existem dois lados nessa guerra:
O lado Capitão América e o lado que não entendeu essa bagaça direito.



Fala, galerinha desocupada! Tudo tranquilo com vocês? Há quanto tempo, hein? Já faz quase um mês que não nos vemos por aqui. Bem, minha unica justificativa é que acabei arranjando uma ocupação a mais nessa minha vidinha não tão desocupada, mas mesmo assim, o Desocupado não parará!

Como em todo santo post meu, este mantra será repetido mais uma vez: sim, hoje tem post novinho em folha! Sobre o que vai ser? Bem, você já deve ter visto que este será sobre Cinema, mas estes (os posts) vêm em todas as cores e tamanhos: podem ser sobre Games, Quadrinhos, Séries, Livros ou o que mais acharmos interessante!

E assim como já faz quase um mês que não escrevo, o filme sobre o qual conversaremos hoje também já tem quase um mês de idade. O Desocupado tarda bastante, mas nunca falha! Finalmente, falaremos sobre Capitão América: Guerra Civil! Originalmente batizado como Captain América: Civil War, o novo filme marca o retorno dos irmãos Anthony e Joe Russo à direção do sentinela da liberdade. Como manda a tradição Marvel, Guerra Civil chegou um pouquinho mais cedo aqui no Brasil (e em alguns outros países), estreando no dia 28 de Abril deste ano. E sim, o filme continua em cartaz em alguns cinemas por aí. O sucesso foi bem grande.

Nova Iorque, Washington, Sokovia, e mais recentemente, Nigéria. Os esforços impensados dos super-heróis, apesar de salvarem muitas vidas, também acabam destruindo muitas outras. Há muito se critica as ações desses super-seres, mas o incidente no país africano foi a gota d'agua. Com isso em mente, surge o Tratado de Sokovia, com o intuito de melhor supervisionar os atos dos super-heróis. Muitos deles se vêem favoráveis ao acordo — como o Homem de Ferro e a Viúva Negra —, mas outros nem tanto — como o Capitão América e a Feiticeira Escarlate. Porém, há muito mais escondido nos bastidores deste grande conflito...


Eu sei que já faz algum tempo — um bom tempo, pra falar a verdade —, mas todos aqui lembram de Os Vingadores, não é? Até hoje, a primeira reunião do super-time do Universo Cinematográfico Marvel é bem querida tanto entre os fãs quanto entre os críticos. Ambos os públicos, na época, consideraram a adaptação muito mais que um filme, um verdadeiro evento cinematográfico que marcou pra sempre a história dos filmes de super-herói. Bem, essa última parte foi um pouquinho de exagero da minha parte, mas falando sério, Os Vingadores realmente foi considerado um evento à sua época — e com razão, afinal, onde já havíamos visto um grupo de super-heróis juntos em um só filme?

Com isso, era de se esperar que a sequência conseguisse o mesmo marco novamente. O máximo que A Era de Ultron conseguiu, porém, foi dividir bastante a opinião dos fãs. Ah, e fazer com que o diretor, Joss Whedon, se afastasse de tudo relacionado a Marvel e a internet. Que Deus o tenha. Daí, veio o seguinte questionamento: será que a Marvel Studios conseguirá emplacar um evento tão grande quanto — ou até maior que — Os Vingadores de novo?

A resposta? Bem, aqui está ela, Capitão América: Guerra Civil. O por quê? É sobre o que discutiremos daqui a pouquinho, logo depois desta bela imagem.


Hum... essa é realmente uma baita de uma imagem, não é? E aí está a explicação para que Guerra Civil seja o mais novo grande evento da Marvel Studios depois de Os Vingadores! Fim do post! Só que não. Mais ou menos, na verdade. A parte de que a explicação está na imagem não é mentira. Heróis se digladiando. E não heróis quaisquer. Heróis que conhecemos, que amamos, que acompanhamos as respectivas trajetórias desde o início deste grande universo compartilhado. Capitão América: Guerra Civil, pro si só, já conta com uma grande carga dramática devido a esse embate, e essa carga só aumenta quando pomos toda a história do MCU (Marvel Cinematic Universe, ou Universo Cinematográfico Marvel) em perspectiva.

Eu tive a oportunidade de ler as histórias em quadrinhos que inspiraram o terceiro Capitão América, e pude observar que, mesmo naquela época — meados de 2005, mais ou menos —, os fãs haviam se divido, tomado lados para si próprios. O roteiro de Mark Millar é tão bem construído ideologicamente que fez com que os fãs adotassem uma certa linha de pensamento sem serem "bons" ou "maus". Eram apenas dois lados e uma discussão. Dois lados muito bem justificados.

Me deixou muito feliz ver que, anos depois, em uma adaptação para as telonas da mesma história, o mesmo comportamento acabou se repetindo — e pelos mesmos motivos. A Guerra Civil dos Irmãos Russo passa um tanto longe da original, mas a ideologia por trás do conflito é tão bem construída quanto a da HQ da qual se originou. O roteiro de Guerra Civil não só faz com que a escolha de lados seja bem justificada, mas também faz com que um lado compreenda bem os motivos e ideais do outro. Particularmente, eu escolhi o Time Capitão América, tanto nos quadrinhos quanto no filme em questão. Além de simpatizar mais com os personagens presentes no grupo, eu também compartilhei as ideias e motivações apresentadas pelo Capitão Rogers e seu time. Porém, em diversas partes do filme, o time oposto (Time Homem de Ferro) me provou que seus ideais também são plausíveis. Minha aliança estava em um time, mas eu também me importava com o outro. Em momento algum, eu senti que um lado era "bom" ou "ruim". Ambos possuem suas boas ações. Ambos possuem seus pecados. Ambos estão certos, mas ambos também estão errados.


Num nível mais pessoal, foi um tanto triste ver dois personagens tão próximos trocando sopapos um com o outro, mas num nível técnico, todo o conflito foi muito bem construído durante o filme. Os dois grandes personagens centrais, os outros personagens que os rodeiam; todos (ou pelo menos uma boa parte) possuem motivos bem estabelecidos para estarem onde estão, fazendo o que fazem.

Grande parte desses personagens não precisam de introdução — puts, tá de brincadeira? Eles já são de casa! Quem já não está acostumado a passar pela sala de estar e ver o Máquina de Combate e o Gavião Arqueiro assistindo o programa da Xuxa no sofá? Piadinha a parte, felizmente, os personagens veteranos tomam pouquíssimo do precioso tempo do filme. Já os conhecemos muito bem, e a essa altura do campeonato, a Marvel Studios tem todo o direito de encaixa-los nos cantos sem precisar reapresenta-los pela décima vez.

Em vez de perder tempo com reapresentações, Guerra Civil nos dá 3 novas e excelentes adições. Duas delas vocês já sabem quem são — Pantera Negra e Homem-Aranha — mas a terceira... não sei se citar esse personagem seria um spoiler, mas de qualquer jeito, vou falar apenas seu nome: Zemo. Entendedores entenderão, e quem não entendeu, ótimo, que fique assim até assistir ao filme. Já é um consenso — inclusive para este que vos escreve — que os dois novos heróis foram muito bem introduzidos na história, com participações influentes e bastante divertidas. O tal Zemo, porém, acabou dividindo opiniões. Particularmente, eu gostei bastante do personagem. Seus conflitos e objetivos são muito bem justificados, e seu papel dentro da trama é sútil, mas com grandes repercussões.

No que diz respeito a atuações, não há absolutamente nada do que se reclamar. Os veteranos do time continuam ótimos em seus papéis, porém, o Tony Stark de Robert Downey Jr. realmente merece o destaque. Pessoalmente, eu não sou muito fã do ator no papel de Homem de Ferro — quero dizer, ele literalmente interpreta ele mesmo em todos os filmes da série —, mas mesmo assim, eu devo admitir que ele entrega uma ótima interpretação em Guerra Civil. Tom Holand também merece palmas. Além de ter dado uma prévia favorável da sua versão do cabeça de teia, ele também conseguiu agradar bastante aos fãs. Esse sim é o verdadeiro desafio. Meu favorito, porém, é o Pantera Negra de Chadwick Boseman. Toda a cultura do personagem — modo de pensar, estilo de lutar, etc. — , mesmo que em poucos minutos de tela, me deixaram ainda mais animado para o vindouro filme solo do personagem. Mais até que qualquer outro.


Se você não está se perguntando isso neste exato momento, você muito provavelmente já se perguntou a mesma coisa em algum momento antes: caramba, isso não é muita coisa prum filme só? É bem difícil não se intrigar com essa questão. Felizmente, o filme resolve-a de maneira bastante satisfatória.

Capitão América: Guerra Civil possui mais ou menos 02h30min de duração. Até que é um filme bem longo, mas acredite: você dificilmente sentirá esse tempo passar. É difícil se entediar quando, logo após uma batalha intensa, um outro embate ainda mais intenso tem início, pavimentando o caminho para um outro combate AINDA MAIS intenso. Capitão América: Guerra Civil raramente para de deixar espectador na ponta da poltrona, mas até mesmo quando para, não decepciona nem um pouco. Os diálogos são fortes e cheios de dualidade, bastante intrigantes de se acompanhar e repletos de trocas e frases marcantes.

Quem assistiu O Soldado Invernal sabe que os Irmãos Russo chutam bundas quando o assunto é ação. Felizmente, essa qualidade permanece intacta em Guerra Civil. Os combates são muito bem coreografados, fluidos e divertidos de se assistir, principalmente quando se tem incontáveis heróis trocando porradas em cena. O único probleminha está nos efeitos especiais. Diferente de O Soldado Invernal, há MUITA computação gráfica em Guerra Civil, e boa parte dela está bastante perceptível — o que nunca é um bom sinal. Eu realmente não sei o que motivou isso, mas o efeitos especiais evidentes acabam desprendendo o espectador em algumas cenas, o que também nunca é um bom sinal.

Outro grande ponto fraco do filme é a trilha sonora. Sim, ela está presente durante todo o filme, mas não há nenhum tema que se destaque. Isso quer dizer muito em um filme como Guerra Civil, cheio de cenas memoráveis intensas uma atrás da outra. A coisa é tão séria que eu nem mesmo consegui lembrar ou encontrar alguma faixa que valha a pena ser citada para ilustrar essa parte do texto. Em vez disso, vou deixar aqui mais uma imagem bacana.


Bem, acho que isso é tudo galerinha. Acabei falando bem mais do que pretendia. É o que acontece quando me empolgo sobre o assunto. Enfim, hora daquela boa e velha nota de sempre.

E aí está ela -> 9.5 / 10

Capitão América: Guerra Civil conseguiu um status só antes alcançado por Os Vingadores: ser mais que um filme, um verdadeiro evento. O conflito ideológico entre os personagens foi muito bem apresentado e trabalhado durante a história, atravessando, inclusive, a barreira da tela e alcançando os fãs até mesmo fora do filme. A trama é envolvente e cheia de intrigas, contada num ritmo frenético, com muita ação e diálogos divertidos e memoráveis. Mesmo com tudo isso, os efeitos especiais passaram por uma perda de qualidade claramente notável, e a trilha sonora deixa bastante a desejar. Fora esses pequenos tropeços, Guerra Civil consegue ser uma das melhores experiências Marvel até então.

Portanto, se você ainda não assistiu — como este que vos escreve, até alguns dias atrás —, ou já assistiu, gostou, e pretende assistir de novo, corre! Ainda dá tempo de pegar Capitão América: Guerra Civil nos cinemas! Vale MUITO a pena!

Bem, galerinha, por hoje é só. Obrigado pela atenção mais uma vez!

No mais, fiquem com os erros (ou seriam acertos?) de gravação de alguns filmes do MCU!


Um abraço, e até mais!

Por Breno Barbosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário