domingo, 22 de março de 2015

Se não jogou, jogue! - Strider (PC)

Corte rápido. Faca. É Tramontina.




E aí, galera desocupada que não faz coisíssima nenhuma da vida, tudo beleza com vocês?

Então, eu sei que você, menino desocupado, menina desocupada, está aí, sentado na frente do PC — ou com o smartphone na mão, se você é mais moderninho —, rolando pelas redes sociais, vendo as atualizações daquela sua amiga que tira 76 fotos a cada ida ao banheiro e se perguntando "Deus do céu, por que eu ainda tenho esta pessoa na minha vida?"... Mas ei, você não precisa disso, menino desocupado, menina desocupada! Chega aqui um instantinho e dá uma conferida no post dessa semana, ou da semana anterior! A gente tem Games, Livros, Quadrinhos, Filmes, Séries... todas essas coisas que te fazem mais feliz que as infindáveis chatices da sua timeline, e em bem mais que 140 caracteres!

Nesta semana, resolvi trazer à vocês Strider. Sem subtítulos maneiros, somente Strider. Mas não o Strider clássico do Arcade e do Sega Genesis. Não, meus caros desocupados, estou falando do reboot desenvolvido pela Double Helix Games e distribuído pela Capcom, lançado em 2014 para PC, PS3, PS4, Xbox 360 e Xbox One. É sobre esse Strider que falaremos hoje.

Em Strider, você está no comando de Hiryu, um dos últimos e mais habilidosos guerreiros da Organização Strider, e sua missão é invadir a grande metrópole de Kazakh e assassinar seu sombrio líder, o Grande Mestre Meio. Ele conta com um vasto exército a seu dispor e centenas de máquinas de destruição em massa. Você? Você tem uma espadinha maneira. Sim, meu chapa, você pensou certo: vai ser difícil pra caramba dar um fim nesse cara...


Pra começar, quantos de vocês desocupados conhece a franquia Strider? Ou seu protagonista, Hiryu? Epa, não vale falar que você jogou Marvel Vs Capcom, pois esse não conta! Você, você... hum... você também... É, só vocês. Pois é, pouca gente — principalmente hoje em dia — conhece a franquia Strider, apesar de seu grande sucesso lá em meados dos anos 90, nos Arcades e em alguns consoles de mesa da época. E não é a toa que não conheçam. Depois do segundo jogo, em 2000, a franquia sumiu completamente do mapa, fazendo apenas pequenas aparições nos famosos crossovers de sua criadora, a Capcom. Somente depois de 14 longos anos, o adorado tecno-ninja da Capcom voltou a estrelar um game só seu, mas será que a espera valeu a pena?

Já adiantando minha opinião (como se o título do post já não entregasse tudo), a espera mais do que valeu a pena, mas pra falar a verdade, não foi bem uma espera. Eu nunca esperei pelo retorno de Strider aos holofotes. Pra ser sincero, eu nem sou tão fã assim de Strider. Eu tive a oportunidade de jogar o primeiro jogo no Mega Drive (ou Sega Gênesis, pra quem não tem muito amor no coração) quando era mais novo, e já naquela época eu não morria de amores pelo jogo — e olha que eu costumava gostar de qualquer jogo que me deixasse pular e matar coisas naqueles tempos. O game era bem legal, mas eu não gostava tanto assim. Por que? Como eu diabos eu saberia, eu deveria ter uns 5 ou 6 anos, no máximo! Mas hoje eu manjo um pouquinho mais dos paranauês da vida e dos vídeo games (muito mais do segundo que do primeiro), e posso dizer exatamente o que não gostava em Strider (1990) naquela época e o que Strider (2014) fez para me fazer gostar dele.


Há vários motivos que me fazem gostar mais deste novo Strider que dos antigos, mas creio que posso dizer que o principal entre eles é a velocidade. É tudo MUITO rápido em Strider, e eu adoro isso! Não que o game exija muita velocidade do jogador, mas só o fato de o game dar ao jogador a possibilidade de ser rápido já é capaz de conquista-lo nos primeiros minutos de jogo. Falo isso por experiência própria, pois mal o jogo havia começado e eu já estava correndo e apertando botões alucinadamente, mesmo sem saber direito que botão fazia o quê, e sem que o game exigisse de mim tal velocidade.

Mas o mais interessante disso tudo é que, apesar de não exigir que seus jogadores sejam tão rápidos quanto o game os deixa ser, Strider recompensa os gamers mais ágeis. No começo, você levará as coisas mais ao seu tempo, correndo cautelosamente e atacando os inimigos com um pouco de cuidado; o que é totalmente aceitável e compreensível, já que você ainda estará pegando o jeito da coisa, mas uma vez que você domina os comandos e as mecânicas — o que não leva muito tempo —, você estará disparando pela fase feito um louco, desviando dos tiros e saltando sobre as cabeças dos seus inimigos enquanto os ataca com sua lâmina ninja brilhante. Tudo isso é tão confortável, simples e ainda assim tão recompensante de se realizar, que você vai querer fazer o tempo todo, mesmo em horas que não tenha que fazer.

Mas a velocidade não está somente nas pontas do seus dedos. Ela está presente na progressão do jogo como um todo. São pouquíssimos os momentos em que Strider pára, seja para explicar algum detalhe da história ou para introduzir o jogador à um cenário ou conceito novo. Durante todo o resto do tempo, Strider te põe pra correr pelo mapa em direção a um objetivo, e depois a outro, e a outro e a mais outro; sem quase nunca parar. Praticamente, as únicas transições entre uma área e outra no jogo são as telas de loading.  Foi até difícil pra mim achar o momento certo para dar uma pausa e fechar o jogo, pois assim que eu completava um, o objetivo seguinte aparecia na tela, e eu não queria sair enquanto não cumprisse tudo na fase em que estava.

"Sai da minha frente, mulher, eu quero salvar o jogo pra almoçar!"


Falando em fases, eis aí outro detalhe bacana deste novo Strider. Em vez de usar o clássico estilo de fases de seus irmãos mais velhos, o Strider de 2014 resolveu adotar um estilo mais Metroidvania. "O que diabos é um Metroidvania?!", você me pergunta? Pra quem não conhece, Metroidvania é quando um game de Ação/Plataforma progride não através de fases, mas sim através de um grande mundo aberto, com cenários variados, onde o jogador está livre para se mover para onde quiser, porém com algumas limitações, que, mais tarde, no decorrer do jogo, poderão ser superadas através de aprimoramentos, lembrando bastante os games que dão nome ao gênero, Metroid e Castlevania.

Quem jogou os títulos mais antigos nunca imaginaria, mas Strider acaba se encaixando muito bem no estilo Metroidvania. Há vários upgrades e colecionáveis escondidos nos diversos cenários, alguns acessíveis desde o começo, outros somente mais tarde, mas de um jeito ou de outro, jogo faz um bom trabalho em incentivar o jogador a explorar os mapas e procura-los.

O Level Design de Strider também é excelente, ajudando a manter a jogabilidade interessante e fazendo muito bom uso dos aprimoramentos conquistados no decorrer do jogo. Há somente um problema nesse quesito. Um grande problema: o Design dos Cenários. Não que as fases sejam mal construídas — muito pelo contrário, elas são muito bem planejadas e divertidas —, mas a arte por trás delas é bastante genérica, beirando o desinteressante. Como um todo, o mapa do jogo é bem grande, mas todas as áreas que você poderá/irá percorrer parecem praticamente idênticas, visualmente. É como se você estivesse dentro de uma casa onde todos os cômodos parecessem totalmente iguais, salvos alguns detalhes aqui e acolá. Por causa disso, as diferentes áreas do mapa de Strider acabam não se conectando muito bem, tornando a experiência de voltar a cenários passados e explora-los bastante confusa.

"Hum... será que eu já passei pro aqui? É acho que já passei por aqui..."


Apesar de ter um design bastante genérico, Strider não é um game feio. A Direção de Arte, mesmo não tendo muita inspiração, conta com alguns detalhes e ideias interessantes, e os gráficos são totalmente excelentes, usando e abusando do gloom, da iluminação e do efeito de partículas. Experimente parar na frente de um ou dois canhões e tentar ricochetear seus tiros com sua espada. É um belíssimo show de luzes, com faíscas pra todos os lados.

Strider também conta com uma historinha de fundo, que é pra lá de genérica e praticamente sem pé nem cabeça. Tanto, que no final das contas, você nem vai ligar pro motivo pelo qual está fatiando soldados a torto e a direito. Mas não é como se isso fosse um defeito do jogo. Particularmente, eu considero a história de Strider 2014 apenas um extra, um pequeno mecanismo para manter o jogo progredindo.

Assim como a Direção de Arte e a história, a Trilha Sonora é um tanto apagada e pouco inspirada. As faixas são até legais de se ouvir, algumas variações bacanas de musica eletrônica, mas que não se destacam em momento algum durante o jogo, além de serem facilmente esquecíveis, por mais que se repitam durante o jogo. Dentre elas, minha favorita é Raid, um remix bem interessante do tema da primeira fase do Strider de Arcade/Mega Drive. Escuta só:


Bem, galerinha, acho que já falei o bastante até aqui, não é? Creio que seja hora daquela velha e boa nota de sempre!

E aí está ela -> 8.0 / 10

O Strider de 2014 consegue fazer tudo que seus antecessores de 1990 e 2000 fizeram, e ainda melhor. O ritmo é bem mais frenético e empolgante, e o level design bem elaborado somado ao estilo Metroidvania de progressão ajuda a dar uma longevidade bastante bem vinda à experiência, estimulando a exploração e o retorno a áreas passadas. Tecnicamente, o visual dá um show, mas do ponto de vista artístico, os elementos visuais do cenário e dos personagens é bastante genérico e pouco inspirado, chegando até a atrapalhar a jogabilidade. A trilha sonora está longe de ser marcante, mas é agradável aos ouvidos quando se consegue escuta-la em meio a ação eletrizante do jogo.

Então, se você estava sem opções de jogos bacanas para curtir nas horas livres, creio que eu tenha resolvido seu problema com Strider, que com certeza é a melhor opção pra você, desocupado que está em busca de ação frenética, desafiadora e bonita!

Bem, meus queridos desocupados, isso é tudo por hoje.

Um abraço apertado, um beijinho na testa e até a próxima!

Por Breno Barbosa

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